quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

PS Lumiar cita "A COISA AQUI TÁ PRETA"

E vale a pena a visita. Será interessante ler o que outras pessoas debatem e pensam sobre o futuro da Alta de Lisboa, projecto lançado pela CML, mas que tem sobre si um nuvem negra carregada de pessimismo.

Um projecto lançado pela CML, vendido como sonho a milhares de lisboetas, mas com ameaças de pesadelo feitas pelo criador, agora com papel de padrasto.

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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A COISA AQUI TÁ PRETA




As coisas estão a ficar preocupantes. Deixem-me repetir.

As coisas estão a ficar preocupantes.

Não sei quantos ouviram ontem a mesa redonda efectuada no âmbito do programa "Portugal em Directo" tendo como tema a Alta e como participantes, para além da Ana B. e do Tiago, o Dr. Moura-Carvalho, representante da SGAL e o nóvel Director Municipal do Urbanismo e Gestão Urbana, Arq. Catarino (se não a ouviram, cliquem aqui).


Para além da cacha obtida pela jornalista com o anúncio da abertura da esquadra da PSP (não abram já o espumante: será faseada, tendo nesta primeira fase apenas efectivos administrativos e de transito, reforço de policiamento, zero... por enquanto) a novidade maior terá sido a dedução, a partir do afirmado on e off de que a CML não está minimamente preocupada com o sucesso da Alta de Lisboa.


Vou especificar: a CML, na pessoa do seu representante, fez questão de sublinhar que


1. O que foi decidido pela Câmara antes do Verão de 2007 foi decidido incorrectamente logo não obriga a actual equipa directiva ao cumprimento da palavra - é o que se pode concluir do anúncio da anulação da solução adoptada para a Porta Sul e do lançamento de um novo estudo com concurso internacional (antigamente lançava-se uma comissão de inquérito, agora lançam-se concursos internacionais para dilatar as decisões no tempo) e da crítica ao lançamento da Santos e Castro antes da finalização de todas as expropriações (onde estaríamos agora, sem expropriações concluídas e sem 4/5 da via feita?).


2. A SGAL é persona non grata junto do novo poder camarário (registe-se a afirmação de que a Porta Sul será terminada sem a participação da SGAL, as noticias cirurgicamente colocadas acerca de algumas das conclusões da auditoria e, noutro plano, a ainda ausência de contactos com a empresa no âmbito da resolução dos problemas do Parque Oeste).


3. Para a CML não existem problemas no Alto do Lumiar - concluído que está o frete de realojamento gratuito dos bairros degradados da zona pela SGAL - é o que se deduz da inércia anunciada para o tratamento das expropriações e da ligação da Alta à 2ª Circular.


Ora, com uma CML mais ocupada em procurar buracos no acordo com a SGAL na tentativa de descobrir novos meios de financiamento do que em consciencializar-se que eticamente tem de cumprir o que, como Câmara se comprometeu a fazer,


Com uma CML que não mostra pudor em trair uma população de eleitos que confiou na sua palavra aquando da compra de casa na Alta,


Com uma CML que se está borrifando para os atrasos, para a dilatação de prazos, para os incómodos que essa dilação trará tanto ao nível dos fluxos de tráfego como para o desenvolvimento global do espaço (qual será a viabilidade do terciário sem bons acessos?),


Com uma CML que prefere, por guerrilhas pessoais e políticas, transformar um completo projecto urbano em mais um dormitório,


Será que não nos resta outro caminho que não seja o vender o apartamento enquanto podemos e fugirmos para outra cidade?

Iniciarmos rapidamente a campanha para eleição de uma nova vereação?

Manifestarmo-nos ruidosamente e em força pelo cumprimento dos compromissos pela CML?


Se um poder público atrasa deliberadamente a prossecução de um projecto urbanístico do qual foi parte interessada, baseado em acordos e contratos e do qual depende o dia-a-dia de milhares de cidadãos, podemos concluir uma de duas coisas: ou é incompetente na gestão das expectativas e dos compromissos que assumiu no passado (o poder representa uma instituição, não representa um período temporal dessa instituição; deve e tem de ser solidário com a palavra e os actos que essa instituição assumiu independentemente de concordar ou não com eles, sob pena de transformar essa instituição numa pessoa de mal e os compromissos numa piada de mau gosto) ou está a trabalhar de má-fé. E tanta incompetência começa a cheirar a irreal.


Dou por mim a olhar o mapa da cidade e a pensar nas urbanizações que foram sendo anunciadas no decurso de uma vereação e anuladas na vereação seguinte. Dou por mim a pensar nos milhões pagos a Gehry e que acabaram de ser deitados ao lixo e nos milhões que foram pagos a Foster e que acabaram no mesmo sítio. Dou por mim a pensar nos terrenos da Matinha e no Vale de Santo António e nos seus milhares de metros quadrados de habitação ensombrados pelos metros quadrados à venda na Alta e os anunciados para os próximos anos, tudo nesta conjuntura de pouca procura. E não posso deixar de me interrogar.

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DN fala do movimento de moradores pela vinda do Lisboa Cantat para os Lilazes


A edição de ontem do Diário de Notícias trazia mais ecos do assunto Lisboa Cantat, desta vez referindo a carta aberta subscrita por várias associações que consideraram ser uma vantagem para a população a vinda do coro para o pavilhão de madeira da Quinta dos Lilazes.


Moradores da Alta de Lisboa querem Coral Lisboa Cantat

Lisboa. Coro diz que espaço na Quinta dos Lilases reúne condições favoráveis”

Associações de moradores da zona da Alta de Lisboa defenderam em carta aberta enviada no início deste mês ao vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, a atribuição do pavilhão de madeira (antigas Instalações da EPUL) da Quinta dos Lilases à Associação Musical Lisboa Cantat para aí localizar a sua sede e desenvolver o projecto cultural que Inclui uma escola de música, coro juvenil e do coro infantil, que aguarda há mais de dois anos por uma decisão da autarquia.

Segundo Tiago Figueiredo, dinamizador da Iniciativa que une seis associações e blogger do Viver a Alta de Lisboa, diz que “esta é um boa oportunidade para os políticos demonstrarem que a democracia é mesmo participativa e não se resume à altura das eleições. Neste caso, queremos ver se os nossos governantes são sensíveis às aspirações e anseios das populações”, sublinha.

Os signatários salientam que numa zona que integra bairros com uma das mais altas densidades populacionais da cidade a presença do Lisboa Cantat na Quinta dos Lilases pode ajudar “à criação de um ambiente saudavelmente vivido, com ofertas diversificada”.

Segundo os responsáveis do Coral Lisboa Cantat, o pavilhão da Quinta dos Lilases “reúne condições favoráveis às actividades propostas, difíceis de conjugar na cidade de Lisboa; área ampla capaz de albergar um coro de mais de 90 elementos, profundidade que permita realizar ensaios com orquestra, open-space facilmente moldável às necessidades dos vários projectos sem necessidade de investimentos avultados, tecto oblíquo que confere ao espaço condições acústicas mais favoráveis do que uma sala em cubo, localização afastada da habitação salvaguardando o sossego dos moradores”.

Conforme o DN noticiou, o Coral Lisboa Cantat, encontra-se instalado num armazém muito degradado. Além do problema logístico, a Associação Musical Lisboa Cantat está igualmente pressionada pelo facto de o espaço que actualmente ocupa estar prometido ao Clube Oriental de Lisboa, que pretende expandir os seus serviços.

LUISA BOTINAS

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domingo, 27 de janeiro de 2008

SIC dá destaque ao assunto Lisboa Cantat



Passou na Sexta-feira, dia 25 de Janeiro, no Jornal da Noite da SIC. A acrescentar à reportagem, às promessas feitas ao Clube Oriental e ao Lisboa Cantat, existe também uma carta enviada à CML, subscrita por algumas instituições e associações do Lumiar que lidam e se preocupam com uma população de cerca de 50000 habitantes, e consideram haver grande interesse na vinda deste coro, com toda a possibilidade de projectos que irá beneficiar crianças, adolescentes, adultos e idosos. Um elemento mais que encerra um triângulo de motivações e desejos que se esperam ver satisfeitos.

Para que as cidades não sejam apenas dormitórios, mas ofereçam aos seus residentes oportunidades de nela viverem, fruírem e evoluírem, espera-se que o actual executivo da CML tenha a visão, inteligência, sensibilidade e respeito pela democracia, resolvendo o problema do Clube Oriental, o do Lisboa Cantat, e acrescentando ao Lumiar mais uma razão para tantas pessoas cá morarem.

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sábado, 26 de janeiro de 2008

Funil da Ameixoeira - uma experiência zen

O Eixo Norte-Sul, símbolo de progresso e de um país próspero, tem um irmão siamês. Na saída da Ameixoeira, a autoestrada de 6 vias desemboca numa poética e lânguida vereda campestre, propensa a estados de catarse e elevação de espírito.

Filmagens de Luís Lucena, produção CanaLta 17b - a televisão fora dos carris.


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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

SGAL muda de agência de publicidade

DNA vence Mybrand na Alta de Lisboa
25 de Janeiro de 2008, por Filipe Pacheco

A Sociedade Gestora da Alta de Lisboa (SGAL) atribui à DNA, agência do grupo Young & Rubicam Brands, a responsabilidade de levar a cabo a refundação da marca, de modo a reposicionar no mercado um dos maiores projectos imobiliários erigidos em Lisboa nos últimos anos. A agência de design começou esta semana trabalhar a nova estratégia de branding, cuja necessidade foi colocada em cima da mesa na altura em que ocorreu a mudança da administração da SGAL. Para o concurso foram também chamadas a Euro RSCG Design & Arquitectura, a Mybrand e a Brandia Central. A DNA apresentou a proposta mais adequada à postura pretendida pela empresa ligada ao sector imobiliário, levando assim a melhor sobre a Mybrand, a agência que chegou à shortlist com a DNA.


Aparentemente a SGAL está a reconhecer anos de divulgação insuficiente e ineficaz dos seus produtos, face a toda a concorrência feroz do mercado imobiliário da restante Lisboa e periferia. Irá a tempo, quando a oferta de imobiliário já excede a procura? Irá também a SGAL querer apostar num melhor relacionamento com os seus clientes no pós-venda? Irá também apostar numa construção de grande qualidade, a custos razoáveis, tornando a Alta de Lisboa a melhor opção de compra em Lisboa?

Irá também a SGAL conseguir finalmente libertar-se de pruridos e dizer publicamente, de forma desassombrada, o quanto a CML já a prejudicou e continua a prejudicar em atrasos burocráticos, nas cedências de terrenos adiadas, que põem em causa a evolução prevista do projecto, ameaçando transformar-lo num terreno baldio com uns prédios pelo meio?

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O Viver falou na Antena 1 sobre o Parque Oeste

A entrevista já tem uns dias, e foi feita no decurso da visita feita ao Parque Oeste pela Vereação dos Espaços Verdes, que teve também a amabilidade de convidar este blog, para verificar os trabalhos entretanto feitos nos lagos.

Um repórter da Antena 1, João Carlos do Rosário, do programa "Portugal em Directo", estava de passagem, e aproveitou para entrevistar Pedro Soares, coordenador do gabinete de José Sá Fernandes, e também um dos representantes do Viver na Alta de Lisboa, no caso este que aqui vos escreve.

O registo audio só chegou hoje por termos tido um problema na parabólica do estúdio de audiovisuais da nossa sede. Mas depois do Sr. Joaquim ter trocado uns parafusos à antena, deu para receber o mail com o mp3 e aqui ficam então os registos para os nossos fiéis leitores poderem também ouvir. Uma primeira com a entrevista exclusiva do escriba do blog, transmitida no Canalta 17b, e depois, a peça que foi para o ar, do João Carlos do Rosário.



E aqui a reportagem sobre o Parque Oeste do Portugal em Directo, da Antena 1, de 11 de Janeiro de 2008:



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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Lisboa Cantat em uníssono por uma sede


Saiu hoje no Diário de Notícias um artigo sobre a Associação Musical Lisboa Cantat. Continuamos a aguardar que a CML, nomeadamente os Vereadores Manuel Salgado, Marcos Perestrelo e Rosália Vargas, que têm neste momento o processo em mãos, saibam servir da melhor forma a população lisboeta. Recorde-se que várias associações e instituições do Lumiar subscreveram uma carta aberta apelando à instalação do Lisboa Cantat no pavilhão de madeira da Quinta dos Lilazes, há anos desocupado, e prometido à AMLC no tempo de Carmona Rodrigues.

Coral Lisboa Cantat em uníssono por uma sede

LUÍSA BOTINAS

Câmara assumiu compromisso com várias entidades
Noventa pessoas ensaiam, três vezes por semana, canto coral num armazém velho e frio, a cheirar a mofo, povoado por fungos que crescem nas paredes e no pavimento. O Coral Lisboa Cantat espera desesperadamente por uma sede definitiva. Desde 1978 que anda em bolandas. Carmona Rodrigues prometeu-lhe o espapaço que actualmente ocupa, mas que já estava prometido a outros. Depois arranjou uma alternativa na Quinta dos Lilases que, entretanto, este executivo terá prometido ao Ministério da Cultura.

Laringites e faringites são as doenças mais comuns que têm afectado neste Inverno as vozes do Lisboa Cantat. Desde Janeiro de 2006, a associação com o mesmo nome ocupa um armazém cedido pela Câmara de Lisboa na Praça David Leandro da Silva, ao Poço do Bispo."Quando recebemos maestros de renome internacional nas nossas instalações, reparamos na expressão de espanto que fazem quando aqui entram", conta ao DN o maestro Jorge Alves.

O armazém, que já albergou uma empresa de materiais de construção civil, está muito degradado. Ao fim de meia hora lá dentro, a humidade sente-se na roupa. "Nem tinha instalações sanitárias em condições. Fizemos umas pequenas obras para podermos ter casas de banho e colocámos em parte do chão um reves- timento de plástico", informa o maestro. "Isto só aquece verdadeiramente com o calor humano das 90 pessoas a cantar. Calcule-se o vapor de água que resulta ao fim de horas de ensaios...", ironiza.

"Ficam incrédulos", sublinha Jorge Alves ao descrever as reacções de quem os visita. Com actuações nos mais prestigiados festivais no currículo, é difícil imaginar o coral que interpreta em Março, no Centro Cultural de Belém, uma sinfonia de Mahler a ensaiar num cenário com cogumelos a crescer nas paredes... O Lisboa Cantat, com 30 anos de existência, confiava que o problema das instalações se resolvesse no Poço do Bispo. "Até tínhamos um projecto de remodelação para o espaço", acrescenta. "Quando soubemos que havia um compromisso assumido pelo presidente João Soares com o Clube Ori-ental de Lisboa (COL) para que a colectividade se expandisse, concluímos que seria inviável", afirma o ma- estro. Carmona Rodrigues apresentou uma alternativa: parte das antigas instalações da EPUL na Quinta dos Lilases, no Lumiar. "Só que a câmara caiu e viemos a saber que este novo executivo terá cedido aquelas instalações ao Ministério da Cultura."

Para José Fernando Nabais, presidente do COL, esta história soa a déjà-vu. "Aconteceu ao coro o que nos aconteceu, quando eles vieram para aqui", disse ao DN, lembrando que o COL há muito que espera fazer obras no local onde agora está o Lisboa Cantat. O vereador Manuel Salgado garante ao DN que ainda não há uma decisão sobre o assunto. "Terá de ser tomada, em breve, pelo executivo, pois envolve ainda os pelouros do Património e da Cultura."

Segundo aquele responsável, "já está a ser preparado um levantamento dos compromissos (verbais) assumidos pelos pelouros da autarquia ao longo dos anos. Assim, poderemos gerir melhor situações desta natureza. É mais uma das tarefas do arrumar da casa que temos para cumprir", sublinha. Aparentemente, a Quinta dos Lilases tem muitos pretendentes, pois, além do Ministério da Cultura, cujo pedido o vereador confirma, a Junta de Freguesia do Lumiar pretende ver ali instalado um equipamento cultural e até a Academia de História confia transferir-se para lá.

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sábado, 19 de janeiro de 2008

Da Alta ao Bairro em bicicleta

Fui de casa até ao emprego de bicicleta. Ao contrário do que diz o Marcelo Rebelo de Sousa, em grande parte de Lisboa faz imenso sentido falar de ciclovias. O declive entre o Lumiar e o topo do Bairro Alto é mínimo e perfeitamente ciclável por qualquer pessoa com uma forma física média. O ligeiro cansaço que senti foi evidentemente resultante da falta de prática e não da dificuldade do percurso.

O percurso teve quatro fases distintas. Na Alta de Lisboa anda-se sem problemas, apesar de não haver troços exclusivos para bicicletas, porque as vias são largas. A partir da Alameda das Linhas de Torres começam os problemas. Muito trânsito. Utilizei as faixas BUS para me proteger do grande tráfego, mas as estradas em mau estado dificultam o andamento e criam perigos adicionais.

Desde o Campo Grande até Entre Campos existe uma ciclovia. Está também bastante degradada e acaba por ser redundante face à possibilidade de se fazer o caminho pelo jardim.

Chegando a Entre Campos termina abruptamente a ciclovia, precisamente a partir do ponto esta mais falta faz. Fiz o restante percurso pela Avenida da República, Saldanha, Fontes Pereira de Melo e Marquês de Pombal, antes de entrar pela Braancamp para seguir para o Bairro Alto através Rua da Escola Politécnica. Sempre que possível usei faixas BUS.

Ao longo de todo o percurso senti grande civismo de parte de taxistas e condutores de autocarros. Ultrapassavam-me com uma distância de segurança muito razoável, cediam-me passagem, não se impacientavam pela diferença de velocidades. Só uma excepção no regresso, já à noite, com um 49 que buzinou irritado por eu o ter ultrapassado e depois se tentou vingar atirando-me para a berma.

Por várias razões vou repetir a experiência. Desporto é saudável, apesar dos kilos de monóxido de carbono inspirado (a ASAE devia actuar...), poupa-se dinheiro em gasolina, e apetece-me poder dizer que Lisboa precisa de ciclovias sem ter apenas a experiência de estar confortavelmente sentado num sofá.

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Conversas do Bairro

A ARAL vai lançar uma nova iniciativa chamada "Conversas do Bairro", com uma periodicidade que se deseja mensal, pretendendo promover junto dos residentes do Alto do Lumiar o debate de assuntos relacionados com o bairro.

A primeira sessão do "Conversas do Bairro" será já no próximo dia 25 de Janeiro às 20:30, no espaço do K'Cidade, na Rua Luís Piçarra, 12A (Condomínio da Torre), e estima-se que tenha a duração máxima de 3 horas. O tema desta primeira sessão é "O presente e o futuro do projecto Alta de Lisboa", e terá como orador convidado o Dr. Carlos Moura-Carvalho, na qualidade de representante da SGAL.

Agenda proposta:
20:30 - Início das "Conversas do Bairro" com introdução efectuada por um representante da ARAL.
20:45 - Dissertação do orador sobre o tema proposto.
21:30 - Paragem para café
21:45 - Forúm aberto para discussão e troca de ideias/opiniões
23:30 - Finalização das "Conversas do Bairro" efectuada por um representante da ARAL.

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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Novas de novo

Alguns dos participantes deste blog participaram na 5ª feira passada (perdoe-se o atraso - there are more things...) numa visita à obra de requalificação / reabilitação dos lagos do Parque Oeste aqui e aqui referenciada e noticiada na companhia de elementos do Gabinete do Vereador dos Espaços Verdes e da Divisão de matas da CML.

Nela foi possível confirmar o atraso das mesmas face ao anunciado - o qual poderá ser justificado com a ocorrência dos episódios de chuva intensa das últimas semanas, difíceis de prever nesta altura do ano - para além de se terem esclarecido algumas das opções defendidas pelos Serviços camarários e aceites pelos responsáveis políticos do sector.



Assim sendo, no presente, só o lago intermédio (ao qual se referem as fotografias) será objecto de colocação da rede de apoio a quedas incidentais, ficando em período experimental para avaliação dos resultados, decidindo-se no final do mesmo a validade da sua utilização (de acordo com os serviços camarários, proponentes da medida, resulta muito bem com os primatas dos lagos do Badoka Parque onde está instalado há uns tempos). Sublinhe-se que a rede não serve de protecção a quedas, antes de apoio a quem, dentro de água, tente subir pelas paredes - a rede ficará submersa e, pensa-se, não visível, devidamente ancorada ao lintel da margem que se vê na figura. Espera-se - esperamos nós, viveraltistas, que lama e limos não a cubram por completo tornando-a ineficiente.

Já a limpeza das paredes e fundo será extensível às três charcas superiores, sendo igualmente opinião dos serviços que a deposição de sólidos que hoje se verifica é ainda resultado da empreitada de construção e da consolidação das margens, não se prevendo a sua repetição, em tão grande volume, no futuro.

Finalmente, foram anunciados os contactos já iniciados entre técnicos camarários e a projectista(s) no sentido de resolver dois dos problemas mais prementes do Parque: os bancos e a iluminação. E se, no primeiro, a vontade camarária (que coincide com a nossa) de mais e melhores bancos (com os indispensáveis encostos) colide com o argumento de que esta rarefação de assentos e o desenho dos existentes é uma opção de autor e, como tal, está ao abrigo da defesa dos direitos do mesmo, já no caso do segundo, nos encontramos perante uma questão de segurança dos passantes sendo, de todo, admissível que a Câmara avance para a sua resolução apesar dos protestos que possam existir por parte de quem definiu a solução.

Não quero terminar sem deixar uma nota de relevo para o facto do conjunto dos lagos possuir um sistema completo de aeração da água que permitiria - caso funcionasse - evitar a situação de pré-coma que a água apresenta o que é de alguma forma demonstrativo dos cuidados que projectistas e SGAL puseram (ou impuseram) na sua concepção (e que a CML com o seu, cada vez mais habitual, desprezo olímpico pelas instalações que precisam de manutenção, deixou morrer).

Pena que esses cuidados se tenham limitado à forma do Parque e tenham limitado a sua função. Com o que se pode observar no presente, pouco mais serve que de contracampo campestre aos magníficos promitentes compradores dos blocos habitacionais que o rodeiam. E aos que, via Norte-Sul, sobrevoam a nóvel cidade ideal.

Um lugar de olhar (ao longe), um lugar de passar (sem parar), um lugar de desejar (sem nunca ter)...

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domingo, 13 de janeiro de 2008

Poejo

Desde que conheci esta planta, num restaurante extremamente recomendável na Vila de Melides, sempre a procurei com frustração em Lisboa. Em hiperes, esqueçam.

Hoje tive a sorte de dar com ela na Feira das Galinheiras (que continua no mesmo lugar de sempre, aproveitando para responder aos comentários de outros posts).

O Chá de Poejo é indicado para quem sofre de falta de ar, mas serve para todos os que gostam de infusões em Domingos de chuva. Depois de partido em pedacinhos o ramo, junta-se três colheres de sopa deste preparo a meio litro de água a ferver. Deixa-se repousar uns minutos, a gosto, e coa-se.

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Lisboa precisa de outro pulmão?


No final dos anos 1930, depois de longa discussão, o Eng. Duarte Pacheco, na altura já acumulando as pastas de Ministro das Obras Públicas com a de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, deu início à florestação da Serra de Monsanto, que é hoje conhecido por Parque Florestal de Monsanto. Considerou-se vital dotar Lisboa, ainda uma pequena cidade, de um pulmão verde que, entre outras coisas, compensasse a poluição natural de um aglomerado urbano.

Entretanto Lisboa cresceu, muitas cidades periféricas (Odivelas, Loures, Amadora, Cacém) nasceram no lugar de campos agrícolas e quintas, com a consequente degradação ambiental. Os anos 1980 trouxeram para a rua, para a população comum, a discussão de questões ambientais, antes exclusivas de meios académicos. O tema "pulmão verde" tornou-se familiar. Falou-se na necessidade de criar mais espaços verdes nas cidades.

Árvores nas ruas, que purifiquem o ar, de folha caduca que dê sombra no Verão e deixe passar a luz nu Inverno. Uma política verde para o interior das cidades. Viram-na ser aplicada de forma consistente nos últimos trinta anos?

E um segundo pulmão para a área urbana de Lisboa? Desde sempre a dúvida foi onde o colocar. As edilidades sempre preferiram lotear terrenos para habitação (fechando os olhos a todos os indicadores demográficos que juravam a superação da oferta face à procura), para compensar uma incompetente gestão financeira.

Surge agora a Portela. A confirmar-se a deslocalização do aeroporto, o que fazer a tantos hectares?

Há quem já defenda mais uma mega-operação urbanística. Mas para que compradores? Não é suficiente o exemplo da Alta de Lisboa, sucessivamente sabotada e paralizada por uma CML que não cumpre acordos, auto-sabotada por uma SGAL que não soube apostar na qualidade do produto para que a oferta fosse indiscutivelmente superior à restante da cidade? Não é suficiente andar pela cidade e periferia e ver tantas persianas corridas, à espera de estreia?

Fazer da Portela um novo pulmão verde pode ser uma oportunidade para unir e formar uma população. Duarte Pacheco utilizou a mão-de-obra dos prisioneiros do Forte de Monsanto. Agora pode repetir-se a fórmula, mas alargar-se a experiência a todas as escolas da área urbana, ao cidadão comum que queira participar também. Era bom ver uma população unida com um objectivo comum: deixar uma herança de prosperidade e saúde para as gerações vindouras. Finalmente, isto não seriam palavras vãs, de circunstância.

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Adaptações

Rua da Musgueira, há alguns anos atrás. [fotografia tirada daqui]

Edifício de realojamento da população da Musgueira, presente


Nos últimos anos, o sector imobiliário em Brastislava registou um desenvolvimento sem precedentes. Esta tendência parece-lhe natural?

Brastislava assistiu recentemente a uma multiplicação frenética de imóveis de uma altura surpreendente. Se Praga ter hoje três edifícios que ultrapassam os 100 metros e Brno apena um, aqui já existem deis construídos e mais de uma dezena de projectos idênticos na gaveta. Na sua maioria, não se trata de instalações comerciais ou administrativas, mas de prédios de habitação. Ora, temos muito pouca experiência neste domínio. Vamos ser confrontados com mais problemas psicológicos e sociológicos do que técnicos.

Entrevista a Stefan Slachta, arquitecto-chefe de Bratislava, no jornal SME

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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Ligação do Campo Grande à 2ª circular

Aqui de cima vê-se no canto superior esquerdo o estádio do eterno rival do Benfica, logo abaixo e até ao canto superior direito, onde se encontra uma espécie de bússola com os pontos cardeais alinhados à esquadria com a imagem, percorre a Av. Marechal Craveiro Lopes, mais conhecidoa por 2ª circular. No canto inferior esquerdo temos a Cidade Universitária, com a Alameda da Reitoria a atravessar o grandioso Jardim do Campo Grande pela Avenida do Brasil. Nesta, seguindo para nordeste, encontra-se à direita o Bairro de Alvalade (no canto inferior direito da imagem) e à esquerda três lotes de terreno com aspectos e funções distintas: um baldio, o Hospital Júlio de Matos, e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Diz-se há muito, que havia planos para fazer passar neste baldio uma estrada que ligasse o Campo Grande à Av. Marechal Craveiro Lopes, mais conhecido por 2ª circular. Um projecto que obviamente seria acompanhado por uma operação urbanística que compusesse a malha. A este momento alguns dirão novamente: "Mas que te isto a ver com a Alta de Lisboa? Não é este blog apenas e só sobre o bairro a que se refere no título?". Corroborando um argumento desde sempre apresentado neste blog, de que a Alta de Lisboa só crescerá saudável se souber ler a restante cidade para melhor se lhe ligar, juntamos aqui mais uma nota que deve estar por certo em cima da mesa do Sr. Vereador do Urbanismo, Arqº Manuel Salgado.


Criar esta ligação têm inúmeras vantagens:

1- Resolve o enorme problema de escoamento automóvel da ligação do Campo Grande à 2ª circular.

2- Para a ligação à 2ª circular, não precisa de se preocupar com a engenharia necessária. Encontrará na SGAL e UPAL os projectos mais do que aprovados para a famosa Porta Sul. Um enorme nó rodoviário que pretende ser muito mais do isso, com ligações pedonais, ciclovias, e espaço previsto também para edifícios de serviços. Este nó fará também a ligação à Av. Santos e Castro e ao Eixo Central que atravessará a Alta de Lisboa.

3- E quem paga as obras deste nó? A SGAL, em nome do contrato inominado que fez com a CML para criar o projecto da Alta de Lisboa.

4- E para que serve a Av. Santos e Castro com 90% do troço concluído, esperando apenas e só que a CML cumpra a palavra dada há anos? Para nada. Estando concluída, aliviará a 2ª circular de muito do trânsito do interior da Cidade que pretende seguir para a A1. A Av. Santos e Castro ligará a 2ª circular ao Eixo Norte-Sul.

5- Requalificará um enorme lote de terreno, com uma valorização urbanística enorme, que poderá fazer amealhar para os cofres falidos da edilidade lisboeta uma quantia preciosa para aplicar na manutenção e melhoramento da Cidade de Lisboa.

6- Retirará muitos automóveis do Campo Grande, melhorando substancialmente a qualidade do ar e devolvendo ao Jardim uma fruição mais agradável.

Aqui ficam umas imagens deste terreno baldio:












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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Carta aberta

Várias associações e instituições do Lumiar subscrevem uma carta aberta enviada hoje ao Vereador do Urbanismo, Arqº Manuel Salgado, intercedendo pela atribuição do pavilhão de madeira da Quinta dos Lilazes à Associação Musical Lisboa Cantat. A concretizar-se, será uma enorme mais-valia para a população da freguesia, uma das mais populosas de Lisboa, tão carente de oferta cultural.


Carta aberta ao Exm.º Sr. Arqº Manuel Salgado, Vereador do Urbanismo

A história do Coral Lisboa Cantat, hoje Associação Musical Lisboa Cantat (AMLC), que conta actualmente com dois agrupamentos distintos (o Coro de Câmara Lisboa Cantat (CCLC) e o Coro Sinfónico Lisboa Cantat (CSLC)), pode resumir-se em poucas palavras: 30 anos de muita dedicação à arte para fazer música coral com dignidade. O objectivo de constituir um coro per si foi largamente ultrapassado. O Coro Sinfónico Lisboa Cantat é hoje o único coro sinfónico amador existente em Portugal. A actividade dos últimos anos supera largamente os objectivos iniciais para os quais foi criado. As apresentações públicas no CCB, na Casa da Música, na Aula Magna, no Teatro Nacional de São Carlos, no Convento de Mafra e em tantos e tantos espaços de Lisboa e do restante país, com uma programação eclética que engloba desde música coral a capella até grandes obras corais sinfónicas (como são exemplo os Requiem de Verdi, Mozart, Fauré, Brahms, Duruflé e Carrapatoso, a Carmina Burana de Carl Orff, a 9ª sinfonia de Beethoven, Maessias de Händel, a Criação de Haydn ou a Cantata de Outubro de Prokofiev, em colaborações com muitas orquestras - das quais se destacam a Orquestra Filarmonia de Espanha, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Nacional do Porto e a Orquestra Sinfónica Portuguesa), trazem uma dimensão profissional a uma associação sem fins lucrativos apostada em servir o cidadão comum. Pelo Lisboa Cantat passaram nestes 30 anos de existência milhares de pessoas. Muitas delas tiveram a partir desse feliz encontro a oportunidade de, com muito mérito, conseguir desenvolver o potencial que lhes era inato e se tornarem músicos profissionais de relevo.

Numa zona que integra bairros com as mais altas e de maior crescimento densidades populacionais da cidade como são o Lumiar e a Alta de Lisboa e Telheiras, com transformações tão profundas quanto rápidas, a criação de pólos dinamizadores de actividade e formação cultural revela-se fulcral para a consolidação do espaço urbano, ajudando à criação de um ambiente saudavelmente vivido, com ofertas diversificadas e funções heterogéneas. Contar com a AMLC no nosso bairro daria a uma população de dezenas de milhar de moradores a possibilidade de, através da aprendizagem e prática ou simples fruição musical, poder desenvolver o seu potencial humano criativo e existencial.

Temos conhecimento que a AMLC mostrou interesse em vir para o Lumiar, tendo decorrido reuniões muito avançadas e visitas ao local com o Dr. Rui Lima, assessor do anterior Presidente da CML, com o propósito de ceder o pavilhão de madeira existente na Quinta dos Lilazes, anteriormente pertencente à EPUL, mas agora sob alçada da CML. Esta sala, segundo a AMLC, reúne condições favoráveis às actividades propostas, difíceis de conjugar na cidade de Lisboa (área ampla capaz de albergar um coro de mais de 100 elementos, profundidade que permita realizar ensaios com orquestra, open-space facilmente moldável às necessidades dos vários projectos sem necessidade de investimentos avultados, tecto oblíquo que confere ao espaço condições acústicas mais favoráveis do que uma sala em cubo, localização afastada da habitação salvaguardando o sossego dos moradores), e constitui uma oportunidade única em muitos anos de existência da associação.

A AMLC tem hoje sede alugada à CML em Marvila, numa sala com condições impróprias (ausência de climatização, níveis de humidade no Inverno que a aproximam da insalubridade – há ocorrência de fungos em todas as paredes) para as actividades realizadas e indignas dos pergaminhos da instituição, não podendo por isso avançar com os projectos Escola de Música, Coro Juvenil e do Coro Infantil, que aguardam há mais de dois anos por uma decisão da CML. É neste espaço que Maestros de craveira internacional como Marc Tardue, Martin André, Olivier Cuendet têm vindo trabalhar e naturalmente mostrado o seu desagrado e incredulidade pelas condições que estes agrupamentos têm de suportar em todos os dias de ensaio. (Paradoxalmente, esta sala tinha sido em tempos prometida pela CML ao Clube Oriental de Lisboa, com sede no mesmo edifício, o qual continua a lamentar a falta de palavra demonstrada).

A CML tem agora uma oportunidade rara de, ao beneficiar várias instituições e populações com uma só decisão, valorizar a cidade. Apelamos assim ao Sr. Vereador do Urbanismo, Arqº Manuel Salgado, que determine uma utilização mais proactiva ao agora desactivado Pavilhão de madeira da Quinta dos Lilazes, acordando com a Direcção da AMLC os termos de cedência e utilização pela Instituição que representa.


Respeitosamente, os abaixo-assinados

Associação A PAR
Associação de Moradores João Amaral
Associação de Residentes do Alto Lumiar
Associação de Residentes de Telheiras
Centro Social da Musgueira
Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária
Viver na Alta de Lisboa


P.S. [8/1/2008] Entretanto chegou-nos por email a adesão a esta carta por parte da Associação de Residentes do Alto Lumiar (ARAL), o que muito nos alegra.

P.P.S. [9/1/2008] Também o Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária (ISU) quis dar o seu apoio a este movimento. Apesar de a carta ter sido já enviada com os apoios possíveis recolher no momento, continuamos interessados em juntar mais entidades à lista de signatários para o peso ser cada vez maior.

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domingo, 6 de janeiro de 2008

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sábado, 5 de janeiro de 2008

Hamburgo - Cidade de vento em popa

Com a Hafencity, Hamburgo lança-se no projecto de desenvolvimento urbano mais importante da Europa. Isto numa cidade em que, já hoje, o número de turistas não pára de crescer.

FRANKFURTER ALLGEMEINE ZEITUNG
Frankfurt
(publicado no Courrier Internacional nº143, de 28 de Dezembro de 2007)


HAMBURGO é uma cidade em pleno desenvolvimento. Pelo menos é a impressão que se impõe cada vez mais aos visitantes. Provavelmente, em primeiro lugar porque o número de turistas está em crescimento constante. Depois, porque certos projectos de construção e de investimento — por exemplo, o novo bairro de «Hafencity» [Cidade do porto]. em frente à «Speicherstadt» os armazéns históricos] —, são testemunho do regresso de urna grande confiança. Duas notícias vieram reforçar esta última no fim do mês de Setembro: Ole von Beust, o presidente da Câmara da cidade, colocou a primeira pedra do «Überseequartier» [bairro ultramarino] que, segundo ele próprio referiu, é nada menos do que «o coração da Hafencity». Na véspera, Gunnar Uldall, o seu adjunto responsável pelas questões económicas na assembleia municipal. tinha feito questão de sublinhar que, nos últimos anos, o turismo se tornou «um dos motores essenciais do crescimento económico em Hamburgo».

Os números falam por si: entre 2001 e 2006, a cidade registou um crescimento de 50 por cento nas dormidas. Visivelmente, Hamburgo está mais atraente do que nunca. Com 105 milhões de dormidas por ano, a cidade atinge recordes. Assim, o sector, que emprega 105 mil pessoas a tempo inteiro, tornou-se uma verdadeira «máquina de empregos». O volume de negócios ronda os 5,8 mil milhões de euros e ainda tem potencial de crescimento. Os investimentos efectuados no aeroporto, a ampliação do parque de exposições e do centro de congressos, as salas de concertos e agora o desenvolvimento da Hafencity, de que o Oberseequartier será o primeiro elemento, estão entre os principais factores desta saúde ostensiva do turismo.

Em quase oito hectares, numa área situada entre o Elba e o porto de Magdeburg, surgirão, até 2011, 400 fogos, escritórios, lojas e restaurantes. Directamente nas margens do Elba será construído um novo porto destinado aos navios de cruzeiro, que virá reforçar ainda mais o turismo. Do programa constam igualmente um centro de investigação científica e um aquário. Aos cerca de 300 convidados presentes, Ole von Beust declarou: «Depois da filarmónica do Elba, das esplanadas Marco Polo e do metro, hoje colocámos a primeira pedra de uma nova obra impressionante». O que foi corroborado por um dos responsáveis da SARL Hafencity Hamburg: «O Überseequartier é o projecto privado mais importante de Hafencity».

O consórcio de investidores Gross & Partner, INGReal Estate e SNSPropcrty Finance investiu um total de 800 milhões de euros neste projecto. O trio impôs-se no concurso de 2005 com a sua ideia da grande avenida central a descer até ao Elba.

Ao longo do tempo, nascerão lá 16 edifícios que representam 280 mil metros quadrados de superfície, uma área 15 vezes maior do que a obra da Potsdamer Platz, em Berlim. É um bairro totalmente novo que vai crescer em antigas instalações portuárias desactivadas, 155 hectares de superfície em apenas 800 metros de distância em linha recta a partir da Câmara Municipal de Hamburgo, e que deverá estar concluído em 2020. Se os planos dos urbanistas se concretizarem como previsto, será o local de residência de mais de 12 mil pessoas e de emprego de cerca de 40 mil. A primeira parte, Am Standortkai, está concluída. A segunda, Dalmannkai, encontra-se em fase de construção. Os primeiros prédios já estão ocupados. Até 2008, o bairro deverá ficar completo. Entretanto, estão a ser executados os trabalhos de terraplenagem para as construções previstas nos bairros Am Sandtorpark e Brooktorkai. A maior parte dos concursos de arquitectura já está concluída e os investidores são conhecidos. Nestes cinco bairros, incluindo o Oberseequartier, 1300 habitações serão afectas ao mercado livre e 40 a 50 por cento ao mercado de arrendamento. Para as famílias com crianças, está prevista uma escola do ensino básico.

A construção dos escritórios também já está muito avançada: depois do pioneiro de Hafencity, o editor de «software» SAP, que veio instalar-se em 2003, a empresa de logística Kühnei-Nagel tem lá a sua sede alemã desde o Outono de 2006. Além dos especialistas cm construção, outros grupos como o Germanische Lloyd, o grupo Neumann, o grupo de comunicação Spiegel e a Unilever decidiram estabelecer lá domicílio.

Carsten Knop e Petra Schhitt

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Devagar, devagarinho


Com muitos meses de atraso, parece que é desta que avançam as obras da malha 6. Mais uma vez os adiamentos foram de ordem burocrática, avanços e recuos em processos de loteamento, detalhes jurídicos, presos num ping pong aprovações necessariamente em sede própria. Tudo demasiado moroso para ser razoável.



António Costa devia aproveitar o dia de ontem para continuar a moralizar uma sede que na última década acumulou mais razões para se envergonhar do que lições para dar. Porque a corrupção não se faz sentir só quando há dinheiro a circular debaixo das mesas. Estes atrasos, tantos na história da Alta de Lisboa, representam custos de qualidade de vida para uma população que vê adiada a cidade em que apostou, prejuízos para o investidor privado com quem a CML fez um contrato que não cumpre, e são uma chaga purulenta para a credibilidade do próprio Estado, do sistema democrático e da viabilidade do país.

E se essa corrupção feita em parques de estacionamento subterrâneos é mais difícil de investigar, já a corrupção por incompetência e desleixo é mais fácil de perceber e apurar. Tem nomes e tem rostos. Basta perguntar aos principais prejudicados de quem estão à espera para receber as licenças de estaleiro, as licenças de obra, os documentos necessários para as escrituras dos terrenos. Se quiserem mesmo saber, sabem.

O tempo passa, devagar, devagarinho, mas ainda assim estonteante face ao andar das coisas. Incompetência, desleixo, sabotagem? Uma consequência inerente à dimensão exagerada da Câmara?

António Costa tem uma oportunidade curta mas exequível de actuar de forma a que um dia seja lembrado como o homem que resgatou a CML de um coma profundo.

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terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Adeus 2007, olá 2008!

Sem grandes considerações, porque a digestão de tanto doce dos últimos dias nos rouba disponibilidade verbal, aqui fica a lista das Boas Ideias para 2007.

Realizadas:
Abertura do Centro de Saúde
Comparência da SGAL nas assembleias de condomínio
Entrega das chaves do novo Bairro de Calvanas
Mais árvores na Alta de Lisboa
Reabertura da Quinta dos Lilazes

Não realizadas:
Desbloquear Armazéns Ruela
Edifícios amigos do ambiente
Informação actualizada no site da SGAL
Metro na Alta de Lisboa
Passadeira na R. Helena Vaz da Silva
Requalificação do Parque Oeste
Início da construção da Malha 6

Em realização:
Eixo Central
Eixo pedonal

Esta ideia das Boas Ideias para 2007 não correu como esperávamos. Havia muito mais coisas a dizer, para todos os lados. Ficou portanto no amarelo, também. Mas 2008 é um ano bissexto, teremos mais um dia para realizar tudo o que nos proposermos. E aqui a redacção está cheia de boas ideias para apresentar aos leitores muito em breve. Contamos convosco para as concretizar.

Bom ano de 2008!

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