sábado, 5 de janeiro de 2008

Hamburgo - Cidade de vento em popa

Com a Hafencity, Hamburgo lança-se no projecto de desenvolvimento urbano mais importante da Europa. Isto numa cidade em que, já hoje, o número de turistas não pára de crescer.

FRANKFURTER ALLGEMEINE ZEITUNG
Frankfurt
(publicado no Courrier Internacional nº143, de 28 de Dezembro de 2007)


HAMBURGO é uma cidade em pleno desenvolvimento. Pelo menos é a impressão que se impõe cada vez mais aos visitantes. Provavelmente, em primeiro lugar porque o número de turistas está em crescimento constante. Depois, porque certos projectos de construção e de investimento — por exemplo, o novo bairro de «Hafencity» [Cidade do porto]. em frente à «Speicherstadt» os armazéns históricos] —, são testemunho do regresso de urna grande confiança. Duas notícias vieram reforçar esta última no fim do mês de Setembro: Ole von Beust, o presidente da Câmara da cidade, colocou a primeira pedra do «Überseequartier» [bairro ultramarino] que, segundo ele próprio referiu, é nada menos do que «o coração da Hafencity». Na véspera, Gunnar Uldall, o seu adjunto responsável pelas questões económicas na assembleia municipal. tinha feito questão de sublinhar que, nos últimos anos, o turismo se tornou «um dos motores essenciais do crescimento económico em Hamburgo».

Os números falam por si: entre 2001 e 2006, a cidade registou um crescimento de 50 por cento nas dormidas. Visivelmente, Hamburgo está mais atraente do que nunca. Com 105 milhões de dormidas por ano, a cidade atinge recordes. Assim, o sector, que emprega 105 mil pessoas a tempo inteiro, tornou-se uma verdadeira «máquina de empregos». O volume de negócios ronda os 5,8 mil milhões de euros e ainda tem potencial de crescimento. Os investimentos efectuados no aeroporto, a ampliação do parque de exposições e do centro de congressos, as salas de concertos e agora o desenvolvimento da Hafencity, de que o Oberseequartier será o primeiro elemento, estão entre os principais factores desta saúde ostensiva do turismo.

Em quase oito hectares, numa área situada entre o Elba e o porto de Magdeburg, surgirão, até 2011, 400 fogos, escritórios, lojas e restaurantes. Directamente nas margens do Elba será construído um novo porto destinado aos navios de cruzeiro, que virá reforçar ainda mais o turismo. Do programa constam igualmente um centro de investigação científica e um aquário. Aos cerca de 300 convidados presentes, Ole von Beust declarou: «Depois da filarmónica do Elba, das esplanadas Marco Polo e do metro, hoje colocámos a primeira pedra de uma nova obra impressionante». O que foi corroborado por um dos responsáveis da SARL Hafencity Hamburg: «O Überseequartier é o projecto privado mais importante de Hafencity».

O consórcio de investidores Gross & Partner, INGReal Estate e SNSPropcrty Finance investiu um total de 800 milhões de euros neste projecto. O trio impôs-se no concurso de 2005 com a sua ideia da grande avenida central a descer até ao Elba.

Ao longo do tempo, nascerão lá 16 edifícios que representam 280 mil metros quadrados de superfície, uma área 15 vezes maior do que a obra da Potsdamer Platz, em Berlim. É um bairro totalmente novo que vai crescer em antigas instalações portuárias desactivadas, 155 hectares de superfície em apenas 800 metros de distância em linha recta a partir da Câmara Municipal de Hamburgo, e que deverá estar concluído em 2020. Se os planos dos urbanistas se concretizarem como previsto, será o local de residência de mais de 12 mil pessoas e de emprego de cerca de 40 mil. A primeira parte, Am Standortkai, está concluída. A segunda, Dalmannkai, encontra-se em fase de construção. Os primeiros prédios já estão ocupados. Até 2008, o bairro deverá ficar completo. Entretanto, estão a ser executados os trabalhos de terraplenagem para as construções previstas nos bairros Am Sandtorpark e Brooktorkai. A maior parte dos concursos de arquitectura já está concluída e os investidores são conhecidos. Nestes cinco bairros, incluindo o Oberseequartier, 1300 habitações serão afectas ao mercado livre e 40 a 50 por cento ao mercado de arrendamento. Para as famílias com crianças, está prevista uma escola do ensino básico.

A construção dos escritórios também já está muito avançada: depois do pioneiro de Hafencity, o editor de «software» SAP, que veio instalar-se em 2003, a empresa de logística Kühnei-Nagel tem lá a sua sede alemã desde o Outono de 2006. Além dos especialistas cm construção, outros grupos como o Germanische Lloyd, o grupo Neumann, o grupo de comunicação Spiegel e a Unilever decidiram estabelecer lá domicílio.

Carsten Knop e Petra Schhitt

2 comentários:

Anónimo disse...

A brincar com o Google maps apercebi-me do enorme "tumor" que o aeroporto da portela e na cidade de Lisboa. A sua desactivacao permitiria a extensao da zona verde Conchas/Parque sul ate a rotunda do relogio e a ligacao entre a zona da Alta e Olivais/P.Nacoes. P.exemplo, a extensao da Av. Krus Abecassis/Parque Oeste liga naturalmente com a Av. Berlim, assim como a Av.Alfredo Bensaude com a rotunda norte de acesso ao Eixo N/S, etc...

Anónimo disse...

O Sr. vive em Portugal?
Tem acompanhado os eternos debates sobre o novo aeroporto de lisboa?
os interesses imobiliarios na zona e a discussao sobre o metro e as suas estacoes no aeroporto e alta?