sábado, 28 de julho de 2007

Mercado de Nyons

Ter sido cravado para carregar um orgão de tubos para a Igreja de Nyons às 8h da manhã fez-se sentir no direito de me baldar a um ensaio previsível, chato e muito doloroso para as cordas vocais. Há pecados que vêm por bem. O Mercado de Nyons é uma festa de cores, sons e cheiros que me recarregou as baterias gastas com duas semanas de ensaios intensos.

Deixo aqui um video que mostra um pouco do ambiente. Está muito longo porque padeço ainda do mal de achar que é tudo muito interessante para exibir, mas quem resistir até ao fim poderá ouvir um dos melhores grupos de rua que já ouvi tocar: Gig Street. Ao vivo são muito melhores que em CD. Adorava vê-los nas Conchas, um dias destes!

Há uns anos, quando as televisões privadas chegaram a Portugal e a qualidade das emissões começou a ser questionada, falava-se muito na pescadinha-de-rabo-na-boca que era as televisões passarem o que o público gostava e o público aprender a gostar do que as televisões passavam. Este mercado de Nyons têm uma gigantesca variedade de artigos porque existe procura, ou esta nasce precisamente da oferta disponível? Lembro-me de já ter argumentado qualquer coisa parecida com um gestor dos frescos num hipermercado por não terem à venda mais ervas do que salsa ou coentros. Ele dizia que não havia procura que justificasse. Felizmente agora já vai aparecendo maior oferta.

Não sei se isto tem alguma coisa a ver com a Alta, mas estamos quase de férias e não vale a pena chatearmo-nos muito com isso. Quem vai à Feira das Galinheiras pode encontrar relações.


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terça-feira, 24 de julho de 2007

Hortas comunitárias


Em La Garde Adhémar, região de Rhône-Alpes, no Sul de França, uma aldeia medieval muito bonita e bem preservada, existe uma horta pública com ervas aromáticas e plantas medicinais. É a própria população que a trata e que decide que ervas plantar, conforme a necessidade.

Há na Alta de Lisboa alguns canteiros com salsa e coentros plantados por moradores. Uma excentricidade, infelizmente. As cidades têm pouco espaço e oportunidade para uma ligação artesanal com a natureza. Gostamos de jardins assépticos, e a partilha, o cooperativismo é um conceito utópico, distante das nossas vidas. É assim com transportes, ligações à net, televisão, espaços públicos e condomínios fechados.

Será porque numa cidade os anonimatos são fáceis e o vandalismo impune? Porque considera tantas gente que não vale a pena investir num bem comum que mais cedo ou mais tarde será destruído durante a noite sem explicação nem culpa formada? E depois desiste-se da procurar razões para isso, buscar soluções, responsabilizar quem atenta contra o bem comum. Mas essa desistência será o nosso fim.

Ora lança-se então aqui a ideia de se juntar as várias escolas da zona, as públicas e as privadas, primárias e secundárias, de aproveitar-se um canteirinho no Parque Oeste, na Quinta das Conchas, na dos Lilazes, e plantar-se e cuidar-se de ervas aromáticas, couves, hortaliças e alfaces.

Se todas as escolas aderirem ao projecto, organizando-se em muitos pequenos grupos, podem inclusivamente tratar dos canteiros todos os dias, numa rotina periódica que não só não afectará os estudos dos alunos com fortalecerá o sentimento de comunidade e a ligação à natureza e introduzirá uma vivência diferente da cidade.

Um projecto que terá muito mais força e viabilidade se instituições como ARAL, CSM, K’Cidade ou CML (Espaços verdes) lhe aderirem. Aqui o blog está inteiramente disponível para levar isto adiante e aceita colaboração.

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domingo, 22 de julho de 2007

Mobiliário urbano

E para que não nos acusem de só dizermos mal do nosso país e venerarmos de forma provinciana qualquer exemplo vindo de fora, aqui fica o postal com um Tesourinho Deprimente. Também em Burgos, uma cidade que se prepara orgulhosa para ser Capital Europeia da Cultura em 2016, houve um alcaide que resolveu conciliar o centro histórico com este modelo de candeeiros de rua. A ideia deve ser iluminar melhor, mas é cá um abortozinho de um candeeiro...

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Ciclovias na cidade


Falou-se de utilização de bicicletas em Lisboa na última campanha eleitoral, mas nem sempre da maneira mais esclarecida. O prof. Marcelo chegou a dizer que se havia cidade onde não fazia sentido falar em bicicletas era em Lisboa. Concordo em parte com ele, as colinas são terríveis, mas Lisboa não se resume a planos inclinados só acessíveis a atletas. Toda a zona desde o Marquês até (imaginem!!!) à nossa Alta de Lisboa, e já agora, Telheiras, Benfica, Expo, incluindo ainda toda a baixa e zona ribeirinha, faz-se perfeitamente de bicicleta. O maior obstáculo é mesmo a falta de condições e segurança que se apresenta a um ciclista no convívio com o resto do trânsito.

Não parece lúcido imaginar-se um modelo holandês, onde nas cidades não há rua sem ciclovia, e todo o país está ligado também, mas era excelente criar-se uma rede de ciclovias nas artérias principais da Lisboa que permitisse a deslocação segura e saudável para bicicletas. No restantes percursos, pois que se fosse então com cuidado, ou, no limite, com a bicicleta pela mão. Mas esta introdução seria um passo de gigante.

Que na Lisboa Antiga não se pense nisso é compreesível, mas na restante cidade tem sido mesmo falta de vista da CML.

Burgos, no Norte de Espanha, obecede a estes princípios. As ruas não têm ciclovias, mas os principais eixos viários tem uma faixa à parte para bicicletas. As consequências já são palpáveis, a utilização de bicicleta tem crescido nos últimos anos.

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quinta-feira, 19 de julho de 2007

AEROPORTOS

Congonhas, viu nascer o seu aeroporto num altura em que a cidade terminava longe. Como siameses, aeroporto e urbanizações circundantes cresceram em exponencial até os limites de um coincidirem com o término expansionistas das outras.


Congonhas é, hoje em dia, um terminal viário incrustado numa das cidades mais populosas do mundo.


Há 11 anos, um avião de uma companhia nacional caiu, 25 segundos após levantar vôo, num bairro próximo.


Ontem, um avião da mesma companhia, entrou aparentemente em aquaplaning quando aterrava e precipitou-se sobre a avenida contígua, chocando com um prédio.


Como Congonhas, o aeroporto de Lisboa foi implantado quando a cidade fenecia bem ao longe. Perto, só o Bairro da Encarnação, um notável exemplo de urbanismo "auto-suficiente", uma obra social de propaganda do regime, ainda hoje em dia um lugar com uma qualidade de vida acima da média de Lisboa - uma espécie de Alta de Lisboa dos pequeninos, versão anos 40. Como em Congonhas - mas com a discrição de um país sem capitalismo exacerbado - Lisboa cresceu e envolveu o seu aeroporto. Controladamente nalguns casos - mantendo distâncias de alguma segurança como nos Olivais ou na Alta de Lisboa - sem supervisão noutros - como no bairro do Pote d'Água ou em Camarate. Como em Congonhas, um pequeno avião caiu sobre um bairro residencial uns segundos após descolar (lembram-se de 1980?). Como em Congonhas, quase todas as diversas rotas de aterragem sobrevoam a cidade, os seus edifícios, os seus moradores. Dependendo da direcção do vento, é possível perceber a frequência de aterragens e decolagens, o ruído que produz é quase um sinal de normalidade, uma garantia de que a vida continua.


Portugal discute há mais de 30 anos a inevitabilidade de um novo aeroporto, fora de portas. Ultimamente, com a decisão governamental de tornar irreversível a sua construção, o país que pensa parece ter-se dividido em três partidos: os que advogam a sua implantação na Ota; os que advogam a sua implantação o mais perto possível da cidade; os que defendem a adaptação de uma base militar existente para aeroporto complementar, com a manutenção do aeroporto principal em Lisboa - como a esmagadora maioria dos candidatos à presidência da Câmara nas eleições do passado Domingo.


Esgrimiram-se argumentos económicos, técnicos, afectivos, de conforto. Há muito que não oiço falar do único que me parece imbatível: o da (in)segurança de todos os que utilizam a cidade.


Por mais que gostasse de continuar a ter o aeroporto mesmo aqui à mão quando viajo, de ouvir ao longe o bruá de quatro reactores em pleno esforço de descolagem, de ver o aparentemente lento aproximar da pista de mais um Airbus, de me surpreender (como me surpreendi no passado com o Concorde) com a passagem de uma ave rara sobre os céus de Entrecampos, de saber que, economicamente, a sua existência tão perto do centro da cidade, é uma mais-valia importantíssima, perante este argumento fico sem resposta.


Lisboa vai perder agora o seu aeroporto. A alternativa será perdê-lo na sequência de um grave acidente sob pressão da opinião pública .


E quanto aos moradores da Alta: qual é a vossa perspectiva perante a desactivação da Portela? Concordam com a proposta de Costa da transformação do seu espaço em jardim (parque)? Preferiam um prolongamento urbano da Alta, cerzindo-a com a Encarnação, Olivais e Expo? Como convivem actualmente com o ruído? E vocês, oh pretéritos moradores das Calvanas, da Musgueira, actuais moradores do Bairro da Cruz Vermelha - que memórias podem oferecer da proximidade do aeroporto, que memórias têm dos passeios até lá? Paravam nas Calvanas para ver os aviões erguer-se e aterrar? Aquele mundo tão perto e tão longe que se adivinhava para além da cerca e do muro de eucaliptos, aquele mundo que se dizia guardado à noite por cães ferozes que destroçavam os incautos que o resolviam invadir (não vos contavam histórias destas?) o que vos dizia, o que era para vocês?

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domingo, 15 de julho de 2007

Lx 2007

Resultados finais para a Câmara Municipal de Lisboa:

Inscritos: 524248
Votantes: 196041 - 37.39%
Em Branco - 4549 - 2.32%
Nulos - 3096 - 1.58%

PS - 57907 votos - 29.54% - 6 mandatos
Lisboa com Carmona - 32734 votos - 16.70% - 3 mandatos
PPD/PSD - 30855 votos - 15.74% - 3 mandatos
Cidadãos por Lisboa - 20006 votos - 10.21% - 2 mandatos
PCP-PEV - 18681 votos - 9.53% - 2 mandatos
B.E. - 13348 votos - 6.81% - 1 mandatos
CDS-PP - 7258 votos - 3.70% - 0 mandatos
PCTP/MRPP - 3122 votos - 1.59% - 0mandatos
P.N.R. - 1501 votos - 0.77% - 0 mandatos
PND - 1187 votos - 0.61% - 0 mandatos
MPT - 1052 votos - 0.54% - 0 mandatos
PPM - 745 votos - 0.38% - 0 mandatos

Na Freguesia do Lumiar:

Inscritos - 30990
Votantes - 12140 - 39.17%
Em Branco 362 - 2.98%
Nulos - 145 - 1.19%

PS 29.29%
Lisboa com Carmona 17.83%
PPD/PSD 14.86%
Cidadãos por Lisboa 12.74%
B.E. 7.92%
PCP-PEV 6.43%
CDS-PP 3.65%
PCTP/MRPP 1.05%
P.N.R. 0.66%
MPT 0.58%
PND 0.52%
PPM 0.30%

Aparentemente, a freguesia do Lumiar é mais desalinhada do que o resto da cidade: as candidaturas independentes e o Zé tiveram percentagens superiores às dos resultados gerais. Igualmente foi superior a percentagem de votos em branco. O discurso da (in)segurança (apesar dos relatos que pela nossa caixa de comentários vão aparecendo) não teve tanto sucesso como no resto da cidade: CDS e PNR baixaram em comparação com o resultado global.

Reacções da noite:

- José Sócrates agradece ao povo de Lisboa (29.54% dos 38% de eleitores que votaram) a estrondosa vitória do PS (6 mandatos em 17) que, pela primeira vez ganhou a presidência da Câmara concorrendo sózinho (fica a 3 vereadores de poder governar sózinho).

- O Zé esquece a sua própria descida e realça a estrondosa derrota de quem governou a Câmara - o ex-presidente, concorrendo numa lista independente, ficou em segundo, o PSD em terceiro, o Zé em sexto - e apresenta as suas condições para se coligar com o PS.

- Jerónimo de Sousa traduz os resultados como um voto de protesto em relação ao Governo mas prepara-se para a coligação.
- Roseta promete um dia por semana para receber toda a gente e ouvir as queixas. Espero que também tenha a capacidade de lhes responder.

- Ninguém (ou quase ninguém) se atreveu a usar a praia como desculpa para a alta abstenção mas muito poucos fizeram mea culpa por essa mesma abstenção.

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sexta-feira, 13 de julho de 2007

Cidadão de Lisboa




No próximo Domingo, não vou à praia; no próximo Domingo vou votar. Em branco.

Valerá a pena explicar porquê?

Comecei a pré-campanha para estas eleições com uma réstea de esperança a intrometer-se no grande deserto do cepticismo que anos e anos de ausência de reflexão urbana política em Lisboa tinham criado. Afinal havia candidatos rebelados contra o monolitismo dos partidos-mãe (pelo menos no campo das aparências). Havia a candidatura do Partido da Terra com a sua pretensão de defesa de mais verde para a cidade. Havia o Zé, com a possibilidade de sobrepôr a denúncia de muitas situações à demagogia que cada vez mais o invade e ao partido que o alberga. Haveria muitos candadatos a propor, a falar, a discutir, a divergir. Havia a percepção de que - concorrência oblige! - era necessário chegar mais perto do eleitor, era necessário um esforço extra para comunicar, era necessário conversar.



Pois, pois, pois, pois. Era mesmo uma atitude naif.

A lista de perguntas que enviei às candidaturas era o princípio da incerteza no meio desta esperança toda em amanhãs radiosos que inventei. Não sei se a enviei para provar que tinha razão em acreditar que a transparência existia e que os candidatos tinham mesmo pensado em soluções para a cidade ou se a enviei para provar que só as moscas tinham assumido uma forma ligeiramente diferente.

Afinal, como comentou alguém por aqui, era o que faltava uma candidatura andar a responder ao primeiro marmelo que lhe aparecesse a fazer perguntas.

E eu marmelo me confesso, as perguntas ficaram sem respostas.

Porque é que me interessava fazer esta perguntas? Porque me permitiriam perceber se, para além dos clichés, das imagens politicamente correctas, da poética das ideias, os candidatos tinham uma noção da realidade e de como elas conseguiriam ser postas em práctica. Porque me permitiriam perceber se estas eleições iriam ultrapassar o plano de jogos florais onde, normalmente, se têm situado as mais recentes campanhas eleitorais.

Sem estas respostas - faça-se aqui uma ressalva para a única excepção, a de Manuel João Ramos, nº2 da lista encabeçada por Roseta e em "risco" de vir a ser eleito (é uma private joke) que, sem me conhecer, aceitou entrar no jogo da franqueza e revelar a sua visão para a cidade; pressinto que a sua condição de não-político terá sido a principal razão de tanta transparência( e de tanto risco) - fiquei reduzido à leitura dos programas para informação. Li quase todos, comentei alguns... devo ter sido dos poucos a lê-los porque se houvesse a mínima suspeita de que a população lisboeta os leria e discutiria com um mínimo de seriedade e conhecimento quase nenhum teria visto a luz do dia. De tão ... fracos que são. Impraticáveis. Utópicos. Irreais.

O que vale é que não há muita tradição de cumprir programas em Portugal.

O que vale é que, com a necessidade de coligações que se prevê, se terá um excelente guarda-chuva para justificar o que não se pôde fazer.

Porque não escolho eu um "mal menor" e evito essa negação aparente da escolha que é o voto em branco? Porque não escolho uma candidatura de aparente ruptura como as do BE, dos CpL ou do PCTP? Porque não dou o meu voto a uma candidatura aparentemente ecológica como a do MPT? Porque não dou o meu voto a quem tem as costas quentes (e as verbas providenciais) do Governo?

Valerá a pena acreditar na ruptura de alguma das candidaturas? Que ruptura apresenta Roseta quando trouxe para a sua lista, adoptando a sua visão, o responsável pela política de reabilitação urbana da colição PS/PCP? Concordo eu com ela? Face aos resultados (não me venham dizer que PSL deu cabo de tudo: o PSD adoptou a política de reabilitação urbana do PCP - limitou-se a mudar as pessoas!) alguém pode concordar? Que ruptura poderá o BE trazer se se coligar com António Costa?

Valerá a pena pensar no MPT? Onde estão as ideias para além do 7 pontos peregrinos que apresentaram? Que visibilidade têm os votos numa candidatura invisível?

E poderei eu em consciência dar o meu voto a quem acha natural a migração do aeroporto da cidade para tão longínqua localização, a quem nunca se pronunciou sobre a machadada para uma série de actividades que essa migração vai significar, a quem como valência para o urbanismo da cidade traz o responsável pelos planos da EXPO e do POLISCACÉM (é aquela solução que eu quero para a minha cidade?)



Vi um mínimo de pensamento global para a cidade em alguma das candidaturas? Não vi.

Vi em alguma a consciência de que só mudando paradigmas profundos na maneira de gerir a cidade e a região se pode inverter a morte anunciada de Lisboa? Não vi.

Vi, para além da aparência de ouvir, a capacidade de escutar e discutir?

E por isso, meus renitentes leitores, o meu boletim será dobrado sem um risco de caneta. Só espero que não exista nenhuma mãozinha milagrosa a acrescentar a posteriori uma cruzinha nada inocente.

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Finalmente o video do funil da Alta de Lisboa

Pequena auto-massagem ao nosso ego: O Viver foi convidado a participar neste passeio e falou com propriedade sobre alguns dos problemas de escoamento de trânsito. Ficam assim os leitores a saber que lá estivemos e do que foi conversado.

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quinta-feira, 12 de julho de 2007

Eixo Central a todo o vapor!



Avança muito depressa o trabalho de remoção de terras para o início da obra do Eixo Central. A Alta de Lsiboa precisa desta avenida. Inspirada no modelo das Avenidas da Lisboa (Av. da Liberdade, Av. Fontes Pereira de Melo, Av. da República), o Eixo Central será porém bastante mais agradável de fruir, já que dispõe de três faixas de rodagem automóvel para cada sentido (número bastante inferior ao actual das que lhe deram o molde), não permite estacionamento à superfície, garantindo uma respiração visual muito maior, dispondo também de um enorme tabuleiro central onde serão plantadas inúmeras espécies de árvores e fixados bancos com encosto para os transeuntes descansarem.

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Viver (e Participar) na Alta de Lisboa

Como membro da direcção da ARAL, embora tenha a tentação, inibo-me de utilizar este blog para divulgar a associação. Neste post contudo, gostava de passar a minha visão pessoal, apaixonada e nada institucional de como tenho vivido estes primeiros meses de experiência associativa.

Ao longo dos meus quase 41 anos sempre tive uma perspectiva um tanto egocêntrica do mundo. Entre solicitações profissionais, família, e dificuldades que, por mais que se queiram evitar, estão sempre a surgir, é fácil e quase justificável pensarmos que não há tempo para mais nada. A determinada altura e um pouco por culpa do “Viver” comecei a querer envolver-me mais nos assuntos do nosso bairro, a contribuir para algo, não para mim ou para a minha família, mas para a comunidade. Ofereci-me inicialmente como voluntário para o programa de empreendedorismo do K’Cidade e comecei a conhecer outras realidades bem distintas da minha. Infelizmente não tenho a arte para descrever aqui o gozo, o prazer, a satisfação e também o orgulho que tive em colaborar (mesmo que pouco) com alguns moradores realojados que iniciaram os seus próprios negócios. Foi uma experiência importante que me fez querer envolver ainda mais com a comunidade.

Passado algum tempo, e depois de um desafio da Ana Louro neste blog, o Zé, a Rodrigo, o Luís, a Isabel e eu, que não nos conhecíamos, começamos a encontrar-nos aos fins de semana a pensar na constituição ARAL. Em Dezembro fizemos a escritura da associação e, acreditem, nestes últimos sete meses (parecem 5 anos!) muita coisa se passou. Começamos por conhecer e darmo-nos a conhecer as várias instituições locais, a primeira foi a Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha do Lumiar, seguiram-se as Juntas de Freguesia do Lumiar, Charneca e Ameixoeira, a Associação de Residentes de Telheiras, as secções locais dos vários partidos, a K’Cidade , ISU, a SGAL, a UPAL e muitas outras. Comecei a perceber como havia muita gente boa a trabalhar no terreno, com empenho e grande profissionalismo. O convite para a ARAL integrar o Grupo Comunitário da Alta de Lisboa e a partilha de projectos permitiu a consolidação do relacionamento pessoal com os elementos das outras instituições, talvez este tenha sido esse um dos aspectos mais gratificantes de toda esta aventura.

Os contactos estabelecidos com os vários candidatos à Câmara Municipal de Lisboa também foram positivos. Apresentamos as virtudes do PUAL e os seus principais problemas e parece-me que contribuímos para lhes dar a conhecer melhor a realidade do Alto do Lumiar,. Esperemos (Isto é o eu lado optimista a escrever) que no futuro haja mais informação, diálogo e abertura por parte da C.M.L., pelo menos agora já nos conhecem e sabem quem nos somos.

Mesmo com algum sacrifício profissional e familiar, não questiono se o que estou a fazer vale a pena, tenho aprendido bastante, conhecido muita gente boa e mais importante de tudo, tenho consciência que o pouco que dou pode fazer realmente a diferença.

Nota: Temos muitas ideias e projectos para implementar, mas queremos mais ideias e mais pessoas para trabalhar connosco, passem pelo blog da ARAL (vejam como ser associados) e apareçam.


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terça-feira, 10 de julho de 2007

A Alta de Lisboa é mais conhecida agora do que há dois anos?

Para quem ainda se lembra, nas últimas eleições autárquica que deram vitória a Carmona Rodrigues, numa lista do PSD que não resistiu às sucessivas constituições de arguido dos seus vereadores, quase nada se falou da Alta de Lisboa. Poucos candidatos passaram por cá, pouco conheciam da Alta de Lisboa, limitando-se aos chavões tipo "um excelente exemplo de reinserção social", sem fazer a menor ideia se de facto estava a funcionar, se havia atrasos, se antigos e novos moradores comungavam da mesma opinião.

Passados dois anos, com esta massa crítica que cresce, o aparecimento da ARAL, o crescimento do Viver, a assunção, divulgação e trabalho realizado pelo GCAL, a Alta de Lisboa passou a fazer parte do mapa político das várias candidaturas, resultando em visitas a convite da ARAL, a convites à participação de colaboradores do Viver para esclarecimento à comunicação social.

Muita coisa boa, apesar do notório e lamentável incómodo que esta participação cívica causa nas cúpulas da UPAL e SGAL. Um dia será unânime que o mais importante de uma cidade são os moradores e utentes e não as entidades. Um dia será da consciência colectiva que as entidades só fazem sentido pelas pessoas. Tenho a certeza que quem trabalha no Centro Social da Musgueira percebe isto à primeira, mas duvido que uma ideia tão simples seja um leitmotiv na SGAL e UPAL. Infelizmente para nós, moradores. Infelizmente para eles, que se sentem verdadeiramente ofendidos, embora sem razões defensáveis pela razão.

Serve este post para linkar de seguida todas as referências que surgiram na comunicação social nos dias mais recentes, ilustrando um prazer cívico e orgulho de aos poucos conseguirmos formar (todos os referidos que são a favor da cidade e ainda os leitores) um movimento heterogeneamente organizado de defesa dos interesses da população. Não lancemos porém os foguetes ainda. Visitas em tempo de campanha são tão habituais como o esquecimento e distanciamento posterior à noite eleitoral, mas a diferença de há dois anos para cá faz-nos pelo menos sentir optimistas.

27 Jun - Sol - Telmo Correia alerta para falta de creches
5 Jul - JN - Unir diferenças na Alta da Cidade
6 Jul - JN - Três Cidades...

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Boxe no Bairro - novo trailer



Mais um trailer do Boxe no Bairro, uma reportagem feita nos treinos de boxe do Grupo Desportivo do Bairro da Cruz Vermelha a sair depois do Verão. Um grupo de boa gente, muitos moradores do bairro, muitos outros de bairos adjacentes. Um grupo muito bem disposto, muito amigo do seu amigo, um exemplo de companheirismo. Uma faceta interessante da Alta de Lisboa.

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Pontos negros da Alta de Lisboa referidos na SIC



É esta a reportagem da SIC sobre a visita da candidatura Cidadãos por Lisboa à Alta de Lisboa, onde se falou com conhecimento de causa do atraso da Av. Santos e Castro, as más ligações à 2ª circular e do funil na ligação à Ameixoeira.

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segunda-feira, 9 de julho de 2007

Cidadãos em Lisboa

Saude-se a vontade (dentro dos limites possíveis da política e de uma campanha eleitoral) da candidatura "Cidadãos por Lisboa" de dar voz às diferentes vozes de cidadãos que insistem em romper a desmobilização que a vidinha induz e em lutar por algo mais que a satisfação dos seus problemas ... de umbigo.


Hoje, numa volta necessariamente rápida (porque os tempos da comunicação social assim o obrigam) mas aparentemente proveitosa, a campanha voltou a passar pela Alta de Lisboa, dedicando a sua atenção aos problemas da mobilidade e das acessibilidades viárias.


Especialmente focados os atrasos na construção da Porta Sul, a paragem dos trabalhos na Santos e Castro e, principalmente, o "funil", aquela saída em forma de azinhaga protegida, companhia diária para todos os que pretendem entrar ou sair da Alta via Ameixoeira /Lumiar.

(Pedro Veiga)



Correspondendo a um amável convite do nº2 da lista, Manuel João Ramos, responsável pelos assuntos de mobilidade e o único candidato que, até agora, se disponibilizou para responder ao nosso questionário, o Viver esteve presente, intervindo para esclarecer os presentes quanto aos acessos e sua relação com a envolvente bem como para apontar as responsabilidades nos atrasos na finalização dos acessos que, quase esmagadoramente, pertencem - desta vez não à SGAL! - mas à senhora dona Câmara Municipal (a história (quase) completa da Santos e Castro, aqui).


Aproveitando a ocasião, foi também percorrida a rede viária do Lumiar paralela às obras da Norte-Sul tendo sido verificado por todos o abuso para a população residente que será a presença de uma infra-estrutura daquela dimensão por cima das suas cabeças tendo Helena Roseta evidenciado a implantação do viaduto "bem por cima da Junta de Freguesia e do mercado". Vá lá, que não sou só eu a achar isso...


Assim tivessem os outros candidatos a mesma disposição em ouvir... e talvez para a Alta se avizinhassem dias melhores.



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Eleições Viciadas?, de João Ramos de Almeida


Por um voto se ganha, por um voto se perde. As eleições autárquicas de 2001 representaram o fim de um ciclo político. Por uma vantagem de 856 votos na noite eleitoral, o PSD foi a principal força política na capital e Pedro Santana Lopes tornou-se presidente da Câmara Municipal, no lugar do socialista João Soares, contribuindo para a demissão do primeiro-ministro António Guterres. As suspeitas de fraude eleitoral levaram o Ministério Público a investigar e, por fim, a encontrar indícios, «se não de uma conduta intencionalmente falseadora da verdade eleitoral, pelo menos grosseiramente negligente do desempenho das funções de membro da assembleia de apuramento geral».

Este livro é o resultado de uma análise exaustiva dos documentos eleitorais dessa votação e d recolha de depoimentos de autarcas e pessoas ligadas à campanha de Lisboa. Da sua leitura, sobressairão numerosas discrepâncias reveladoras de um processo de escrutínio eleitoral – desde o recenseamento até à publicação dos resultados em Diário da República – significativamente permeável a erros, à adulteração, intrusão ou intenção dolosa de alterar o sentido de voto dos eleitores, eventuais actos que tornam impossível afirmar com segurança quem, efectivamente, ganhou as eleições de 2001 em Lisboa.

Texto da contracapa do livro Eleições Viciadas? – O frágil destino dos votos – Autárquicas de 2001 em Lisboa, de João Ramos de Almeida, publicado pela D. Quixote em Junho de 2007.


Opinião de José Pacheco Pereira, aqui.

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sexta-feira, 6 de julho de 2007

Cadelinha abandonada no Bairro das Calvanas

"Foram-se embora e não me levaram, depois de tantos anos agora estou só, sem casa ou lugar para onde ir, estou doente e preciso de ajuda."

Quem pode (ou sabe de quem possa) ajudar esta cadelinha?

Ler mais AQUI.

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Mais um rival do CanaLta 17b!

Foi descoberto mais um video sobre a Alta de Lisboa, desta vez alusivo à famosa e sebastianica Malha 5, um enorme complexo comercial, habitacional e de escritórios da autoria do Arq. Tomás Taveira. Seguramente mais uma encomenda da SGAL, colocada online talvez antes de tempo, mas o Viver, consciente da avidez dos seus leitores por infomaçãozinha actual e pertinente, antecipa-se ao site oficial na divulgação de mais estas imagens.

Desta vez a música já é outra, deixando o espectador dividido entre uma incontrolável vontade de invadir a Polónia (a piada não é minha) ou fazer surf nas ondas nas praias do Vietnam. Quanto ao projecto, à arquitectura, pronunciem-se os leitores. Damos voz à vossa opinião.


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Eixo Central, enfim!


Esta semana é pródiga em bons indícios para esta zona Norte da capital, chamada Alta de Lisboa. Têm sido avistadas retroescavadoras em trabalhos de remoção de terras ali junto ao Centro Social da Musgueira, a Nascente do tótil Parque Oeste. Mais uma vez este blog foi à página oficial da SGAL tentar ler uma linha que fosse. Nada. O novo site ainda está no aconchego maternal e teremos de ser pacientes. Seremos. Entretanto o Eixo Central, um magnífico boulevard que é um dos emblemas do projecto, começa a ganhar forma. E o Viver dá a notícia em primeira mão!

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quinta-feira, 5 de julho de 2007

Centro de Saúde sem vacinas

Hoje de manhã desci alegremente as escadas com o Luis à pendura (que eu sou muito adepta do babywearing) a pensar "Vou ali num instante às vacinas, agora que é no meu prédio, tomo café ao lado, e ainda saio à hora do costume de casa". E isto, carregando apenas as chaves e o boletim amarelo. Que prático!

Afinal, ainda não há vacinas ali, só há consultas por enquanto. Tenho que ir ao Lumiar. Um dia qualquer da semana que vem, claro, que o trabalho que tenho nesta não se coaduna com uma manhã perdida na sala de espera. E assim atraso mais um pouco o plano de vacinação que já está atrasado mais de 1 mês. É caso para dizer que perdi a pica!

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Grupo Comunitário da Alta de Lisboa deu festa de debutantes


É sem dúvida a melhor notícia da semana. O Grupo Comunitário da Alta de Lisboa, constituído por diversas instituições como o Centro Social da Musgueira, a K'Cidade, a ARAL, entre muitas, muitas outras, deu-se ontem a conhecer à sociedade civil, ao fim de quase três anos de actividade. O GCAL tem como missão diagnosticar e intervir nos principais problemas da zona, como se sabe, ainda por estabilizar aos níveis sociais e urbanos. Um trabalho que se pretende ser para toda a população e tem um já mérito enorme. Ontem, na sessão de apresentação pública, foi explicado o que é o GCAL e apresentado o site Memórias Com Vida, que já está linkado ali ao lado. Quando tivermos o PowerPoint de apresentação disponibilizá-lo-emos para os leitores. Mais apresentações serão dadas futuramente pela Ana Barata e pelo João Tito, nossos queridos escribas do blog, e elementos de destaque do CSM e ARAL, respectivamente.

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Começou há precisamente três meses a construção do Eixo Pedonal!

(fotografiazinha tirada hoje, 5 de Julho de 2007, precisamente três meses depois da notícia)

A notícia é segura, dada oficialmente pela SGAL. Mas, infelizmente, os moradores ainda não viram nada.

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Conjunto de fogos da Alta de Lisboa premiado pelo INH/IHRU


Francamente, não sabemos ao certo se é o novo Bairro de Calvanas. A notícia não é explícita, porém diz que nenhum projecto municipal foi premiado. Ficámos confusos. Fomos ao site da SGAL, um motivo de orgulho tão grande seria certamente publicado com rapidez. Afinal não. A última notícia tem três meses e dá conta do início da construção do eixo pedonal. Seja como for, porque somos um blog a favor da Alta de Lisboa e quantos mais prémios mais contentes ficamos, aqui fica um hurra hurra.

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Concertos de Jazz na Quinta das Conchas


É giro. Põem uns puffs na relva, a malta deita-se a ouvir música, boa onda. Vale apena como fim de tarde de Domingo. Se não chover, como no anterior. Parece-me que não.

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quarta-feira, 4 de julho de 2007

Outras Vizinhanças

Por obra das forças do Universo que nos encaminham para as novas vias que a vida nos oferece, vim dar comigo nesta terra que foi, durante muitas épocas da História, apetecida e subjugada por potências estrangeiras.

Como em muitas outras regiões da Europa, a História começa a ser contada com a chegada dos Romanos, que com eles trouxeram a escrita (e por isso a memória Histórica), as instituições, o urbanismo, enfim, a Civilização. Ora o que nos contam os Romanos é que esta região era povoada por Celtas. Esta mistura entre Romanos e Celtas veio ainda a sofrer transformações com os ataques das tribos Germânicas, que limitavam, a oriente, o avanço do Império Romano e que acabaram por ser determinantes na sua queda.


Após a era das invasões das tribos Germânicas, a civilização lá se foi reerguendo, tendo aquela região passado pelo império Merovíngio que deu lugar ao Carolíngio, tendo ainda passado pelas mão de Espanhóis, Austríacos, Franceses e Holandeses tendo finalmente adquirido a sua independência em 1830. Mesmo após a obtenção dessa independência, a região Vlaanderen, que significa Flandres em Flamengo, continuou subjugada pela homóloga Francófona, minoritária, mas mais aristocrática e administrativa.


A afirmação dos habitantes da Vlaanderen passou entretanto pelas conquistas das preservações política/cultural da língua e defesa da religião – o Catolicismo – que os distingue dos seus vizinhos Protestantes Calvinistas Holandeses (que, dizem as más línguas, falam mais alto que os Flamengos) – e pelo desenvolvimento da Indústria e do Comércio, tendo enorme destaque e reconhecimento cidades como Antuérpia, Bruges ou Gent.

A sua história já do séc. XX foi marcada pela polémica expansão em África, no Congo (que havia sido iniciada no séc. XIX), e sofreu ainda, e uma vez mais, uma nova invasão, desta vez protagonizada pela Alemanha.

Associamos hoje à Bélgica a qualidade de muitos dos seus produtos para exportação como os chocolates, os gelados, a indústria alimentar em geral, ainda os diamantes e a famosa produção de Banda Desenhada, que traz a muitos de nós boas recordações, com heróis como o Tintin, o Spirou, o Gastão, o Lucky Luke, entre muitos outros.

É interessante verificar que, com muita frequência, pessoas com formação universitária normal dominam, o Flamengo materno (num dos muitos dialectos do Neerlandês – também conhecido por Holandês), o Francês e o Inglês (em geral) sendo ainda muito normal o domínio de uma quarta ou mesmo quinta língua, como o Alemão (língua “prima” da germânica Neerlandesa), o Espanhol ou o Italiano.
No dia-a-dia, a utilização da bicicleta é uma realidade (lembram-se dos outros posts?): crianças, adultos e menos jovens; cavalheiros e senhoras; casual ou com gravata, utilizam de forma generalizada este simpático e prático meio de transporte.

Não se pode propriamente dizer que “existem pistas para os ciclistas”. É mais correcto dizer que as “pistas e a sinalização para este meio de transporte fazem parte integrante de todas as vias públicas”, do mesmo modo que o passeio para o peão e a estrada para o automóvel.

Em geral, o urbanismo desenvolve-se também em harmonia com o território plano e baixo, isto é, os edifícios, normalmente, não são altos.



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terça-feira, 3 de julho de 2007

Grupo Comunitário da Alta de Lisboa
























Há muitas instituições e muito trabalho na área social a ser desenvolvido no Alto do Lumiar. O Grupo Comunitário permite não só a troca de informações como a partilha de projectos. Quem quiser assistir a apresentação do Grupo só tem de confirmar a sua presença através do 217 551 707 ou altadelisboa@kcidade.com

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Santos e Castro - até quando?

Falar da Av. Santos e Castro sem ser redundante é tarefa difícil. Os avanços são poucos, os meses vão passando, e o atraso de todo o projecto da Alta de Lisboa, tão dependente de acessos rodoviários, pesa sobre todos.

Os pontos negros são os mesmos de sempre: fronteira com Concelho de Loures, a parcela de terreno dos Armazéns Ruela e a gigantesca obra da Porta Sul.

O avanço tem sido notório no troço desde o Eixo Norte-Sul até ao Campo das Amoreiras. O problema há meses era o acordo entre CML/UPAL e CM Loures para a colocação de um pilar que teria de ser colocado em terrenos desta última. Não sendo óbvio se a burocracia foi já tratada, pouco falta no entanto para concluir esta secção.

Problema maior e muito mais difícil de resolver é a compra dos terrenos que são propriedade dos Armazéns Ruela. A CML está falida, com dívidas de curto prazo das quais depende o seu funcionamento interno, e será pouco provável que se avance nos próximos meses ou anos com o pagamento de uma indemnização estimada em cerca de 10 milhões de euros, 2 milhões de contos na moeda antiga. Há certamente na CML quem questione este valor, considerando um preço demasiadamente inflacionado para o valor real do terreno. Lamentar-se-á porventura ter-se começado com a construção da infra-estrutura antes de estarem asseguradas todas as parcelas de terreno necessárias para a sua conclusão, deixando campo aberto para a especulação. Uma solução possível para este matar este quisto é a SGAL avançar com a verba, pagando directamente aos proprietários do terreno. Importa saber se os prejuízos dos atrasos provocados serão maiores que o custo do terreno.

Dor de cabeça não menor que a anterior é saber como e quando começar a obra da Porta Sul. Uma gigantesca rotunda que fará a intersecção entre a Santos e Castro e a 2ª Circular, uma obra complicada que vai dar muito que falar, que vai mexer muito com o trânsito em Lisboa e que será referida de hora a hora na TSF. E que espera ainda pelo entendimento entre CML, LNEC e Metropolitano de Lisboa quanto a outras parcelas de terreno. Papéis e mais papéis, que esperam por vontades e vagares de homens colocados à frente dos destinos da Cidade.

Desde que se começou a escavar e asfaltar a nova Av. Santos e Castro, esperava-se que estivesse concluída em Dezembro de 2004 (dois mil e quatro, para que não haja enganos). Em que Dezembro circulará realmente o primeiro automóvel nesta ligação já tão considerada urgente por vários especialistas? O que teria sido da Alta de Lisboa se tivessem cumprido esse prazo?

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domingo, 1 de julho de 2007

Águas paradas

Se se fizesse um video promocional do Parque das Conchas certamente iriam aparecer imagens destes canais de água pujantes, a mostrar um parque vivo, bonito. Mas a verdade é que as imagens imaculadas estão guardadas para videos ou dias de inauguração. No Parque das Conchas todos os regatos de água estão ou vazios ou com águas putrefactas.

Apetece perguntar porque se gasta dinheiro (que mais tarde de esfrega na cara dos utentes) em soluções tão esbeltas se não existe depois sustentabilidade financeira para as manter a funcionar?

E esta água que aqui devia passar é de um furo, de uma cisterna própria do Parque ou é da rede da EPUL ou do IPPAR?

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