sexta-feira, 31 de março de 2006

A morte da cidade - Largo do Rato



Largo do Rato em 1939, antes e depois de uma intervenção de Duarte Pacheco onde, entre outras coisas, foram colocados carris de eléctrico, como se pode ver na segunda fotografia. Anos mais tarde, não me lembro bem quando, mas calculo que tenha sido no início dos anos 80, foi tranformado o Largo do Rato numa enorme auto-estrada.

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Não consigo encontrar referência à obra na net, mas calculo que estejamos em dívida para com o falecido Kruz Abecassis. Corrijam-me se estiver enganado, por favor.




Bem contadinhas, passou a ter-se 11 faixas de rodagem 11 em vez de uma praça, com uns passeios exíguos para os transeuntes. Os eléctricos foram retirados de circulação e mandados para o cemitério, porque a velocidade de arranque dum automóvel não se coaduna com um transporte público tão dolente e poético. Respira-se agora poeira, monóxido de carbono, ensurdece-se com o ruído, perde-se serenidade com tanta agressão.

Fazer uma cidade assim, pensá-la desta forma, não é prestar um bom serviço à população. A obra feita, orgulhosamente exibida como grande (r)evolução na mobilidade da zona, é um engano. Corrige-se um erro, a utilização excessiva do automóvel, com outro erro, o roubo do espaço público para o dar aos automóveis, convidando-os ainda mais a entrar na cidade.

O passo seguinte, na continuidade do raciocínio, é dar ainda mais estrada aos carros. Túneis do Marquês, da Av. João XXI, da Av. da República, alargamento das faixas de rodagem na Av. da Liberdade, na Fontes Pereira de Melo, no Campo Grande. Tudo obras muito úteis à circulação automóvel, com avaliações de grande sucesso inequívocas para os propósitos para que foram construídas, mas no fundo opções cobardes e lesivas da saúde pública e da preservação do espaço urbano. O que devia ter sido feito era investir fortemente na rede de transportes públicos, no equilíbro de distribuição de habitação e emprego e desincentivar o uso do automóvel particular. Um dia, os autarcas responsáveis pelo assassinato de Lisboa ficarão descritos em livros sobre a História da Cidade pelas piores razões. Por enquanto vivem na estúpida ilusão de estarem a fazer uma grande coisa.

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quinta-feira, 30 de março de 2006

Evocar Duarte Pacheco

A propósito de um texto do Pedro Ornelas no Céu sobre Lisboa acerca da resistência e reaccionarismo que sempre existitu nos lisboetas às mudanças da sua cidade, vem a calhar o livro que comprei ontem na Livraria Municipal alusivo aos 50 anos da morte do Duarte Pacheco.



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Assumo a ignorância. Nunca me tinha apercebido da importância, visão e ousadia do homem. Fez mais coisas bem feitas nos quase seis anos que esteve à frente da CML do que muitos dos que se lhe seguiram fariam mesmo que vivessem 500 anos. Deus distribui muito mal a inteligência e talento, e Lisboa tem pago caro por não ter sabido escolher os seu líderes.

O livro é fraquinho, como aliás é assumido logo no início desconcertantemente: "O tempo, extremamente curto, com que nos deparamos para levar a cabo este projecto, não nos permitiu aprofundar devidamente a investigação nem preparar um catálogo bibliográfico existente no GEO (Gabinete de Estudos Olissipenses) sobre Duarte Pacheco." Assim, tal e qual, para a posteridade. É fraquinho, o livro, porque não desenvolve. Resume-se a uma série de fotografias dos vários projectos iniciados por Duarte Pacheco o que mesmo assim vale a pena por nos dar essa ideia de grande capacidade de iniciativa e decisão acertada.

O prefácio do João Soares, ex presidente da CML, na altura ainda Vereador da Cultura, é uma boa síntese evocativa que por valer a pena ler transcrevo aqui:

Duarte Pacheco marcou, de forma decisiva, não apenas a imagem da Lisboa do seu tempo mas também a do País. A sua personalidade e o seu espírito empreendedor foram marcados por uma vontade de modernidade, em contradição com as circunstâncias da época em que viveu. Por estranho que pareça se essas mesmas circunstâncias não o deixam florescer em plenitude, também fizeram com que a sua acção, ainda hoje, se sinta nesta cidade de Lisboa.

Foi Ministro das Obras Públicas e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, chegando a acumular os dois cargos. Foi professor e director do Instituto Superior Técnico, devendo-se à sua acção o grande salto qualitativo da engenharia portuguesa que, felizmente, tem continuado nessa linha de qualidade, inovação e modernidade.

A cidade deve-lhe não apenas o Parque de Monsanto ou o Aeroporto mas uma ideia de cidade cuja expansão, urbanização e arquitectura, entregue a arquitectos prestigiados, assentava numa activa participação do município na definição das regras urbanísticas e no controlo do uso do solo.

A municipalização de solo urbano, feita por si, foi de tal dimensão e importância que ainda hoje se sentem os seus efeitos. Basta comparar o que foi feito, em termos urbanísticos, nos Olivais, já depois da sua morte, pela Câmara Municipal de Lisboa e aquilo que foi, mais tarde a urbanização de iniciativa privada e sem controlo municipal, em Benfica.

Dois exemplos que mostram bem a actualidade dos seus critérios para a organização da expansão urbana, com um claro entendimento de que sem uma efectiva municipalização do solo urbano, é dificil a criação de espaços qualificados onde viver seja algo mais do que morar.

Duarte Pacheco soube reunir à sua volta um núcleo qualificado de grandes artistas, arquitectos e engenheiros que deram forma às muitas iniciativas a que se foi dedicando.
E se a engenharia civil lhe deve muito - o viaduto que tem o seu nome é bem o exemplo da importância de um bom ponto de partida para o grande domínio da engenharia de pontes - a arquitectura teve nele um patrono que permitiu que, na diversidade dos estilos, se exprimissem os grandes arquitectos do seu tempo e que são referências essenciais da arquitectura portuguesa, de Cassiano a Pardal Monteiro e a Keil do Amaral, e deve--lhe o urbanismo uma cidade moderna, voltada ao futuro, de que nem sempre os seus sucessores cuidaram como deviam.

Bastava o Parque de Monsanto para que Duarte Pacheco fosse uma referência obrigatória para quem tem por missão cuidar da cidade com dedicação, amor e disponibilidade permanente. O que resta da sua acção é mais do que isso: é o exemplo de como a modernidade é sempre factor de progresso e de como a qualidade não é incompatível com o viver na cidade.

A Lisboa de hoje é disso exemplo, nas boas e más venturas do urbanismo que tem suportado as suas transformações, crescimento e expansão.

[...]

João Soares
Vereador do Pelouro da Cultura da CML


Mas o que também impressiona no livro é constatar como está diferente e mais gorda a Lisboa dos nossos dias. E é questionável se é para melhor. Sem querer ser reaccionário ou saudosista também, guardo as melhores recordações de Lisboa no tempo da minha infância, ainda nem há três décadas, quando havia um décimo dos automóveis de agora. Realmente, para além dos assassinatos estéticos do Krus Abecassis nas Avenidas Novas e da degradação do edificado e do êxodo da população para a periferia da cidade, a grande transformação, a mais radical, foi a cedência do espaço aos automóveis. Várias decisões erradas que transformaram ruas em autoestradas, roubando aos lisboetas a qualidade de vida que existia. O aumento do parque automóvel reflete o aumento do poder económico, consequência natural e positiva do degelo salazarista, mas a população não soube conter a voracidade da posse e acabou por matar Lisboa. Agora não há rua desocupada, não há vista sem carros, não há artéria principal sem problemas de poluição excessiva.

Será preciso alguém com coragem e inteligência para tomar as difíceis medidas necessárias para que recuperemos a cidade. Duarte Pacheco moreu prematuramente aos 43 anos num trágico acidente de automóvel. Também nestas coisas Deus escolhe mal as suas vítimas.

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Orientem-se...



Porque fazer o pino durante muitas horas faz mal à cabeça, porque se o Parque Oeste ficar voltado ao contrário ainda lhe cai a água dos laguinhos, e porque nós gostamos muito, mas mesmo muito, de espaços verdes e só queremos que eles sejam úteis e práticos para poderem ser vividos e fruídos pelas pessoas, mesmo que para isso se tenha que dizer à senhora arquitecta que se calhar era melhor pensar numas modificaçõezinhas ao projecto.

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quarta-feira, 29 de março de 2006

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Há dias em que olho para o mundo e o vejo assim.

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O Parque Oeste

E é assim que eu acho que está o projecto do Parque Oeste:


PS: Inibi os comentários pois o Tiago re-abriu esta discussão aqui

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A maturidade das crianças


As crianças também nos ensinam e relembram da existência e importância de palavras como tolerância, solidariedade e cidadania.

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Discutindo o Parque Oeste



Sinto-me bem em espaços verdes e era óptimo que mais houvessem por toda a cidade para atenuar ruído e poluição e para tornar agradáveis as ruas por onde passamos. Mas gostava de perceber algumas opções na criação do Parque Oeste. Gostava de saber quanto custa sustentar tanto relvado, quanta água é necessária para os manter verdes durante o Verão. Portugal não é propriamente como a Holanda, onde chove durante todo o ano, e a água começa a ser aqui um bem dramaticamente escasso. A sombra das árvores poderia atenuar esse problema, mas para além de levarem muitos anos a crescer, não se vê plantadas em toda a área do Parque. Porque será?

Mais dois "conceitos" deste parque que me intrigam:

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1 - não haverá qualquer iluminação nocturna no Parque para além do eixo pedonal. A ideia, segundo nos disse recentemente a UPAL, é dissuadir o uso do Parque à noite para evitar que as pessoas corram riscos. O trajecto nocturno desde a estação de metro da Ameixoeira até à Alta de Lisboa, cerca de um kilómetro de distância, terá de ser feito por estradas se se quiser ter iluminação.

2 - a ausência de bancos com encosto. Segundo sabemos, também através da UPAL, o projecto do Parque não engloba bancos com encosto. Não me vou cansar de dizer isto, mas acho um disparate o argumento de que o banco com encosto é uma imposição inaceitável do arquitecto. Acho preferível sujeitar-me a essa imposição do que não ter o conforto do apoio nas costas. E um jardim é para ser usado de mais formas do a mera circulação ou contemplação exterior. É para parar, para sentar, para ler, para ouvir passarinhos, apanhar Sol, ver pessoas. Para viver.

E já agora, ficamos para quando na abertura do Parque? Tem sido constantemente adiada e é visível a continuação dos trabalhos. Mas nesse caso porque foi apontada como primeira data Setembro de 2005, depois passou para Fevereiro de 2006 e estamos agora à beira de Abril e não se vê fim às obras. Espero também que se lembrem de salvaguardar a continuidade do Eixo Pedonal para que esta barreira entre as zonas Norte e Sul da Alta de Lisboa não se mantenha depois com o início da malha 6.


Finalizando, reparem como são já visíveis as obras do LX Condomínio, por trás do Bairro da Cruz Vermelha.

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segunda-feira, 27 de março de 2006

Viver na Alta de Lisboa vencedor do Bloguitos 2006 - Intervenção Urbana

O Viver na Alta de Lisboa foi distinguido, na noite de Sexta-feira passada, com o prémio para melhor blog na categoria de intervenção urbana durante a cerimónia Bloguitos 2006! Numa gala organizada pelo nosso mui venerado a barriga de um arquitecto, o prémio foi atribuído por unanimidade, como aliás também o foram a todos os outros blogs vencedores das restantes categorias, coincidência que atribuímos mais à qualidade intrínseca dos galardoados do que ao facto do júri ser constituído apenas pelo Daniel Carrapa.

Aqui o pessoal deste pasquim digital quer então agradecer ao Daniel por nos inspirar com o excelente blog que tem e enviar um grande abraço de consideração!

Porque nos enche de orgulho esta distinção, vamos colocar o troféu bem visível na coluna da direita, a ver se conseguimos juntar tantos Bloguitos como as 28 medalhas de ouro consecutivas da Superbock. Daqui a 27 anos voltem cá para confirmar o feito.

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domingo, 26 de março de 2006

Olivais Sul



O Bairro dos Olivais Sul começou a ser construído em 1959. De promoção municipal, abrange uma área de 186 hectares destinada a 38250 habitantes, na maioria em regime de habitação social, distribuídos por 7996 fogos. Tal como na Alta de Lisboa, quis heterogeneizar-se o bairro com edifícios para realojamento e outros de venda livre. Com base nos ideais da Carta de Atenas, com ligeiras alterações ao mais purista e antecessor Olivais Norte, procurou fazer-se um bairro onde os conjuntos edificados estivessem ligados pela estrutura verde, com ruas de acesso restrito para cada bloco ligadas a um esquema viário principal. A qualidade de vida dos moradores foi uma das principais preocupações dos urbanistas do projecto, os arquitectos Rafael Botelho e Carlos Duarte. No entanto, é costume dizer-se que o projecto falhou.

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Não falo por mim, cito de cor. Mal conhecia os Olivais, tinha ido lá umas duas ou três vezes. Mas hoje resolvi passear por lá a pé, que é sempre a melhor maneira de se conhecer as cidades.




As ruas não são largas para os carros. A prioridade é dada à circulação pedonal com largos passeios. Aqui há daqueles bancos com encosto muito confortáveis que o Parque Oeste não vai ter. As árvores são de folha caduca, mas no Verão isto deve ter uma sombra agradável.




Cá está uma das ruas de acesso estrito aos prédios de habitação. Existem vários becos sem saída nesta configuração urbana. Deste modo a circulação automóvel é feita nas ruas principais, longe dos edifícios de habitação, protegendo as pessoas da poluição sonora e atmosférica.




E aqui mais um exemplo da distância entre os prédios e a via de circulação automóvel.




Isto não vos lembra o quarteto de Liverpool?




E esta não tem também ares da Grã-Bretanha?




Aqui está mais uma contribuição para o nosso debate sobre os grafittis. Desta vez uma vaidosa declaração pública de civismo feita por uma vítima de um qualquer acordo ortográfico que eu já não apanhei no Liceu. Ou então por alguém com o dom da levitação.




Encontra-se também trilhos entre os prédios aumentando as possibilidades de deslocação no bairro.

O que terá falhado afinal nos Olivais, segundo Teresa Valssassina Heitor, foi o adiar durante décadas da construção do núcleo central do bairro. Não havendo a devida proporção e relação entre habitação e empregos, os Olivais transformaram-se num bairro dormitório.

Gostava de ler mais sobre isto. Se alguma coisa falhou, o que falhou, o que podia ter sido melhor. Mas desconfio que as opções urbanísticas não podem ser responsabilizadas nesse logro. Que mal fazem as árvorezinhas, as ruas pacatas, os passeios largos e os jardins com bancos de encosto? Porque é que então hoje não se pensa sempre neste moldes?

Teresa Valsassina Heitor aponta Harlow, uma cidade próxima de Londres, como exemplo de sucesso na aplicação da Carta de Atenas. Poderá a Alta de Lisboa ser também um dia apontada como exemplo bem conseguido de um planeamento urbano bem realizado e executado? Quais as condições para que isso aconteça?

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sábado, 25 de março de 2006

A Cidade Imaginada (VII)

Que nossa Autarquia e as Juntas de Freguesia sejam mais expeditas e que funcionem de uma vez por todas direccionadas para os seus utentes (clientes).

Que as palavras qualidade, brevidade, eficiência, rapidez, transparência façam finalmente parte do seu léxico diário e funcional.

Que a cidade cresça e se transforme de uma forma ordenada, virada para o ambiente, mobilidade e para a melhoria da qualidade de vida dos seus munícipes.

Que a Lisboa tradicional e moderna deem as mãos.

Que sejemos orgulhosamente alfacinhas

Imagino não!. Tenho esperança :) ;)

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O Segredo que Lisboa guardou para o fim!


E em título neste post coloquei o pomposo slogan da Sociedade Gestora da Alta de Lisboa que está muito intriseco e "entranhado" na nossa zona. O segredo é hoje um dos maiores muros virtuais que separa as instituições envolvidas neste projecto e os moradores da Alta de Lisboa.

Inércia, Segredo, burocracia, Segredo, dificuldades de comunicação, Segredo, silêncio, Segredo,...

Eis então algumas das sugestões de um morador da Alta de Lisboa:

  • Publicitar os projectos em curso, indicando os respectivos prazos estimados para a sua finalização\duração.
  • Publicitar os projectos em fase final de análise, as respectivas prioridades e as datas para a sua iniciação e claro com os respectivos prazos -previstos- para a sua duração.
  • Que a SGAL, defina definitivamente uma periodicidade certa e fiel à sua publicação "Jornal da Alta de Lisboa" "imprimindo" uma maior qualidade editorial à mesma.
  • Apresentar à sociedade os objectivos públicos que estão presentemente colocados a curto e médio prazo para a zona da Alta de Lisboa.
  • Fidelizar e informar os moradores, pois dessa forma farão concerteza com que nós também nos sintamos uma parte integrante deste projecto.
Os meus votos neste post vão para:

  • Que a comunicação entre as instituições que trabalham no projecto "Alta de Lisboa" e os seus moradores seja agilizada de uma vez por todas.
  • Que a informação flua de forma clara e objectiva por todos os "agentes" envolvidos na Alta de Lisboa.
E a minha nota final é para que:

  • Que se faça da Alta de Lisboa um projecto de sucesso do século XXI!

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sexta-feira, 24 de março de 2006

Pelo direito de usar a bicicleta ...

... em Lisboa anunciamos para este domingo mais um passeio aberto a todos.

Contamos aproveitar para testar um possível eixo ciclável entre o Alto do Lumiar e o Terreiro do Paço, juntamente com alguns membros da lista do Lisbon Critical Mass.
Domingo, 26 de Março, 10:00h

Veja como chegar ao ponto de encontro aqui

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quarta-feira, 22 de março de 2006

Tempo

Encontrei aqui, entre bites e bytes desarrumados no meu antigo computador, um pedacinho de música que não resisto a partilhar convosco. É uma gravação do concerto do Scriabin por um pianista russo da primeira metade do séc. XX, Samuel Feinberg. Um poeta da música. Oiço-o e constato que naquele tempo, não havendo ainda a criação de "génios" em massa, virtuosos atletas, havia uma multiplicidade de personalidades artísticas muito mais rica que agora. Talvez por não haver registos sonoros, por não haver forma de comparação, de aculturação global, cada músico seguisse o seu rumo de forma mais livre, mais espontânea. Feinberg tem essa naturalidade de quem faz música como se esta estivesse a nascer naquele preciso momento. Reparem nas oscilações da pulsação, ora mais rápida, ora mais lenta, oiçam a forma como desenha as frases que diz, mostrando tantos estados de espírito diferentes em tão pouco tempo.

[aqui jaz um excerto de música]

O excerto é muito antigo, daí o "fritar" do som. Nestas coisas é preciso espírito aberto, não querer comparar com as maravilhas da tecnologia actual. Oiçam o mestre como quem observa uma obra de arte a precisar de restauro mas fiel à genialidade inata.


Bem, agora podia relacionar isto com a forma de se fazer cidade hoje em comparação com há 50 ou 100 anos atrás. Podia, para encaixar isto num blog temático que se dedica à vida das cidades, mas não o faço agora. Deixo para depois, pode ser?

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terça-feira, 21 de março de 2006

Jardins para ver



Na Expo Sul, numa das inúmeras urbanizações que estão a ser construídas, vi este jardim. Os prédios têm as traseiras voltadas para este espaço verde, enquanto parte das ruas são becos sem saída, para as tornar mais sossegadas sem o trânsito automóvel de circulação. Uma medida inteligente já feita também em Telheiras.
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Mas este jardim que fica no centro dos vários empreendimentos ilustra bem o que temos vindo a discutir acerca das características que levam as pessoas a frequentar espaços verdes. É um jardim bonito, dá gosto ver (nos tempos que correm basta ver clorofila para uma pessoa se sentir mais calminha de tanto ruído e poluição), mas é difícil ficar por lá. Não há bancos, com ou sem encosto, e a área relvada tem este pormenor sádico de ter uma inclinação de 45% para desconvidar os transeuntes. É uma maneira subtil de não pôr as vedações à volta da relva que marcavam os jardins de Lisboa há mais de 20 anos, mas continuar a impedir o usufruto da relva.

O problema é que como ninguém por lá fica, como não há crianças a brincar na relva enquanto os pais se sentam nos bancos a ler ou apanhar sol, os donos dos cães podem adiar a consciência cívica para outra altura.


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segunda-feira, 20 de março de 2006

Grafittis, tags, riscos, códigos


(Amesterdão, Agosto de 2005)

Não fazia ideia do que era a cultura urbana Hip Hop, mas diz-se que tem regras próprias. Haverá uma ética Hip Hop? Estará contemplada nesse livro de estilo a não invasão abusiva do espaço público e privado? Ou prevista a utilização exclusiva de paredes degradadas para pintar?
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Parece-me que nos pintadores de paredes há claramente grupos com motivações e gostos distintos, e não se pode associar a cultura Hip Hip a muitos dos rabiscos que vemos crescer nas paredes dos prédios. O grafitti da fotografia em cima agrada-me, também por ter sido realizado num espaço vazio, num parque de estacionamento, mas desagradam-me os riscos, assinaturas, o que for que invada de forma anárquica as paredes dos prédios e monumentos.

A questão é: o que fazer? Como evitar? Como prevenir? Como impedir? Como dissuadir?

Será a repressão a única, mais eficaz e exequível maneira de acabar com os rabiscos nas paredes, estas formas medíocres de grafitti? Como resolver esta questão sem recorrer à violência, sem dizer disparates "à machão", sem optar por uma solução dispendiosa?

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sábado, 18 de março de 2006

Ferrel 30 anos


Dia 19 de Março comemoram-se os 30 anos da recusa do nuclear em Ferrel, numa homenagem ao povo desta aldeia, e são lembrados os 20 anos de Chernobil, "numa evocação de solidariedade com as vítimas do nuclear".

Todos os cidadãos que queiram marcar a sua posição de rejeição de centrais nucleares em Portugal e a primazia de fontes realmente alternativas e renováveis, com baixos impactos ambientais, podem estar presentes este domingo em Ferrel, no concelho de Peniche, a cerca de 80 km de Lisboa. Saiba mais aqui.

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sexta-feira, 17 de março de 2006

Jardins

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Um dia gostaria de saber para que foram feitos os jardins e parques de Lisboa. Não, a sério, não é para que servem, é óbvio que um jardim, enfim, tem árvores e relva e coiso, um jardim, as pessoas, o ar puro, a poluição, a comunicação com a Natureza... Não é?

Pois, não sei, eu vejo os parques e jardins às moscas (moscas mesmo, estão sempre cheios de merda de cão) basta uma aragenzinha e ai meu deus que se me constipa o miúdo, vem cá brunofilipe!, toca tudo a calafetar portas e janelas, jardins e poças e lama, tocáfugir.

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Voltando ao sério.

Os jardins foram feitos para neles passearem as gentes da cidade? Então porque não passeiam? Traduzo: se a intenção da Câmara é criar um espaço para as pessoas fruirem, porque é que não as obriga a lá estar?

Porque é que não os ilumina à noite? Porque é que não lhes dá segurança? Porque é que neles não instala bancos-poltrona confortáveis para uma pessoa se esparramar como se estivesse no sofá da sala?

Porque é que não acerta certeiros pontapés-no-cú dos donos dos cães que os levam em procissão a adubar as zonas verdes, as mesmas zonas verdes onde infantes em princípio de aprendizagem ensaiam passos e quedas?

[Intervalo para publicidade: a ex-paris-lisboa conseguiu a proeza de melhorar o que já era bom: agora é quase sempre jazz]

[90.4, pá]

Continuando. Os jardins de Lisboa estão, normalmente, vagos de gente, tirando os aglomerados de adeptos dos campeonatos de sueca patrocinados pela Segurança Social e os aglomerados de adolescentes que tentam pôr em práctica a matéria teórica das aulas de informação sexual. Isto na Primavera. No resto do tempo, folhas secas (das árvores; as provenientes do PCP estão a ganhar dinheiro na Iberdrola ou outra qualquer PME), poças de água, negrume.

Portanto: para que foram feitos os jardins e parques da minha cidade?

Veja-se o caso da Mata de Benfica.

Andei anos a ouvir este nome. No meu imaginário, era uma espécie de Monsanto dos pequeninos, uma Sintrinha à beira-casa, um segredo bem guardado, idílico espaço de descanso e prazeiteirice. Há umas semanas visitei-a, finalmente. Ia um bocadinho apreensivo porque não levava nem farnel, nem botas especiais, enfim nada daquelas coisas que um passeante experiente leva para esta coisa dos passeios a matas. Ainda bem!

É que a "mata" de Benfica é assim um bocado como se tem revelado o "MATA!" daquele senhor que parece que manda no Benfica: é mais o nome que os resultados... Na verdade, a "Mata" não passa de um cabeço orlado de árvores e ameaçado de patos-bravos de todos os lados que, de tão vazia, dá a impressão que, por detrás de cada árvore que passamos nos irá surgir um Heathcliff tresloucado uivando pelo seu amor perdido. Tem, no entanto, pormenores engraçados,

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como este senhor que ninguém se interessou em me esclarecer quem foi (de facto, os jardins lisboetas são principalmente cemitérios de memórias oitocentistas)

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ou este "chalet" em tijolo burro que parece desesperar por não ser pagode (e, talvez por isso, foi condenado a ser albergue de sanitários)

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e que transporta nos alçados curiosas sínteses entre a estética das Caldas e a visão arte-nova do namoro.

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Tem eucaliptos fabulosos, uma resposta da natureza portuguesa aos desesperos torcionatos dos maneiristas da primeira fase.

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E estes pontos de fuga paradigmáticos: arquitecturas que envergonham o mais distraído, mercados que de tão alienados assumem formalmente a sua condição ovni, bancadas manhosas para manhosas expectativas de vida.

E, portanto, digam-me lá: para que raio se fizeram os jardins da capital?

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Perceber os Tags








Throw-ups na Alta de Lisboa

O post Riscos nas Paredes do Tiago deixou-me curioso acerca dos Tags, por isso resolvi vaguear um pouco pela Internet para saber mais sobre este fenómeno. Percebi então que os tags são bem mais que riscos na parede, tem uma história, obedecem a regras e acima de tudo são uma forma de afirmação individual. Partilho aqui o pouco que já sabia e o muito que aprendi entretanto, não quero avaliar se são bonitos ou feios os se quem os faz devia ou não ir para a prisão, é um pequeno texto muito básico sobre as assinaturas que vimos espalhadas por todos os cantos da cidade (ou será do mundo ocidental?).

No final dos anos 60 na cidade de Nova York vários indivíduos começaram a escrever o nome nos edifícios e nas estações de metropolitano. O primeiro writer a ganhar notoriedade foi um jovem de descendência grega de nome Demitrius que encheu a cidade com o seu tag TAKI 183. Em 1971 o jornal New York Times encontro-o e conseguiu entrevista-lo, numa tentativa de perceber e explicar o estranho fenómeno.

Os Tags acabam por ser assinaturas que tal como graffitis estão intimamente associados a cultura HIP HOP, que assenta em três bases – Rap, Break Dance e Graffiti. A cultura HIP HOP tem vindo a desenvolver-se deste meados dos anos 70 e tem actualmente uma força imensa, empresas multinacionais de roupa e artigo desportivos vigiam atentamente e inspiram-se neste movimento que acaba por ser uma referência em termos de estilo para os jovens de todo o mundo.


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Há uma terminologia especifica para cada tipo de intervenção, os Tags são os mais simples e consistem exclusivamente na assinatura do writer , depois há o throw-up , que é também o nome do writer desenhado rapidamente a duas cores, a base normalmente é branca e tem letras arredondadas desenhadas por cima numa segunda cor . Por fim temos a piece, que para quem não está por dentro chama grafitti ou seja, um trabalho de maiores dimensões desenhado normalmente com várias cores.

Glossário (muito, muito resumido):
Crew – grupo organizado de writers
Piece – Diminutivo de masterpiece, trabalho mural onde são normalmente utilizadas várias cores.
Tag – A forma mais simples de “graffitar” consiste no desenho da assinatura do writer
Throw-ups – asssinatura do writer a duas cores, normalnente em fundo branco
To Bomb – Consiste em fazer um elevado numero de tag ou throw-ups
Writer - Aquele que faz graffitis ( Incluindo todos os tipos de graffitis mesmo Tags)

Em Portugal todos os termos utilizados são todos em Inglês.

referências:
h2t
ethnograffiti
wikipedia
Art Crimes



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"Promoções"

Eis mais uma prova da dificuldade em vender apartamentos em Portugal:

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Esta é uma segunda versão das célebres "promoções" da SGAL.
Durante o tempo em que a taxa de juro descia em Portugal fizeram-se fortunas no ramo do imobiliário. Era fácil: comprava-se por 10 e passados 4 anos vendia-se por 20. O novo comprador tinha dinheiro para comprar porque podia pedir mais emprestado, sem ficar com o seu orçamento muito apertado, pois o juro a descer disfarçava.
Ainda me lembro do meu primeiro empréstimo para habitação com uma taxa de juro a rondar os 13% (ano de 1994).
Ora bem, eis que a taxa de juro bate no fundo, a oferta de habitação está em alta e a classe média que pode comprar casas é cada vez mais reduzida. Tudo junto obtemos o resultado que hoje está bem visível na palavra mais lida nas nossas ruas: VENDE-SE.
Portugal vive um paradigma no domínio da habitação: tem milhares de casas vazias esperando e desesperando por um comprador e, por outro lado tem, seguramente, muitos milhares de pessoas com necessidade urgente de uma habitação condigna.
Falta uma política habitacional e de ordenamento urbano digna desse nome. Para quando senhores governantes?

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quinta-feira, 16 de março de 2006

Livros sobre Lisboa

Este livro oferece ao leitor um estudo inédito e inovador sobre como um espaço público urbano é apropriado e vivido pelos cidadãos que o cruzam.

Beneficiando do distanciamento do seu olhar face à realidade do trânsito em Portugal, a socióloga Hélène Fretigné apresenta-nos a história da transformação, pela autarquia lisboeta, de uma praça acolhedora em inóspito local de passagem, e analisa detalhadamente as tensões, os riscos e os conflitos de uso que opõem peões a automobilistas, ambos reclamando o seu direito a esse território alcatroado.

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O livro divide-se em duas partes:

A primeira parte é uma análise histórica da evolução da praça no contexto do desenvolvimento urbanístico novecentista das Av. Novas, e a polémica da demolição do Monumental, nos anos oitenta, quando a autarquia lisboeta prometeu aos munícipes a “devolução da praça aos peões”.

A segunda parte analisa a situação actual da praça, feita de agressão contínua aos peões nas suas tentativas de a atravessar, agressão essa em que a CML tem responsabilidade, já que autorizou, a partir dos anos oitenta, a construção de 3 centros comerciais cortados por uma via rápida, e não oferece aos cidadãos condições de travessia confortável e segura, e muito menos disponibiliza as condições para o usufruto condigno do equipamento urbano que é uma praça central da cidade.

O livro contém um caderno de fotografias, um mapa de ocupação do espaço da praça, diversas plantas e quadros com tempos de atravessamento, velocidades praticadas, etc.

Título: UMA PRAÇA ADIADA
Subtítulo: Estudo de fluxos pedonais na Praça do Duque de Saldanha
Autoria: Hélène Fretigné
Coordenação: Manuel João Ramos
Introdução: Manuel Delgado (Universitat de Barcelona)
Para: urbanistas, cientistas sociais, técnicos de segurança rodoviária e todos os interessados no estudo das relações peões-automobilistas
Distribuição: Assírio & Alvim Editores (http://www.assirio.com)
Preço de capa: € 14
Número de páginas: 125
Número de fotos: 25
Vários mapas, plantas e quadros
ISBN: 972-37-1090-0


Este recebi-o por email, limitei-me a copiar o texto. O mesmo fiz com este outro que descobri através do Céu sobre Lisboa:


Para quem se interessa pela história urbana de Lisboa, este é um livro indispensável. Encontrei-o por acaso na feira do livro no ano passado, e suponho que deve ter sido o último livro editado pela CML no tempo do João Soares. Talvez exista na Livraria Municipal. Apesar do título abstruso, trata-de uma série de pequenos ensaios, escritos por especialistas reconhecidos como Hélder Carita para a época manuelina ou Ana Tostões para o Estado Novo. Especialmente interessantes, também pela raridade, são os artigos sobre o século XIX de Raquel Henriques da Silva, a maior especialista neste período (e que, não sei porquê, nunca mais publica a fundamental tese de doutoramento sobre este tema, que só conheço em versão policopiada na BN) e, mais ainda, o de Teresa Valsassina Heitor sobre Chelas, o maior falhanço em planeamento urbanístico da história de Portugal. TVH explica muito bem toda a história do plano, os antecedentes, os percalços e o descalabro final, do qual um dos principais responsáveis é nada mais nada menos que Nuno Portas.

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quarta-feira, 15 de março de 2006

O Muro

Dentro em breve, Lisboa contará com dois novos aglomerados urbanos no seu interior. Com o início da construção do troço de auto-estrada que atravessará o Lumiar, começa a tornar-se visível a futura fronteira entre "Lumiar Norte" e "Lumiar Sul". Consistindo num esbelto tabuleiro em betão à vista, engalanado por estéticas chapas "corta-ruído", a fronteira constituirá uma poderosa barreira visual entre as duas comunidades para além de eliminar qualquer tipo de diálogo nas proximidades dados os elevados níveis de poluição sonora obviamente previsíveis.

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Amigos e vizinhos começaram já a preparar jantares de despedida, circulam abaixo-assinados para se dividir o código postal das ruas de acordo com a sua localização em função do muro, muitas mentes recordam as imagens da Berlim ocupada aquando da sua separação. "Nada mais será como dantes", referem os mais velhos, resignados. Idosas senhoras, cujo principal divertimento era olhar a vizinhança do conforto da sua varanda, resignam-se a um futuro cinzento, totalmente preenchido com os programas da TVI ("E de janelas fechadas, senão não há botão de volume que consiga fazer-nos ouvir alguma coisa...", avisam).

Rumores correm de que se prepara na clandestinidade a reactivação de uma antiga organização com 32 anos formada por alunos madeirenses a estudar nas universidades de Lisboa no pós-25 de Abril influenciados pelo exemplo dos seus pais. O MILu - Movimento para a Independência do Lumiar - autor de várias acções de agit-prop nos tempos quentes de 75, parece disposto a regressar e a bater-se pela qualidade de vida que parece esvair-se do centro da freguesia. "Lumiar é só um!", consta que serão as primeiras palavras de ordem. Encapuçados, numa conferência de imprensa muito pouco divulgada ("por causa da repressão sovietoide da polícia municipal") terão afirmado: "Se o cubano do senhor presidente da Câmara gosta tanto de auto-estradas à frente da janela porque é que não põe uma na Praça do Município? Ou porque é não estende o prolongamento da Estados Unidos da América em viaduto sobre a Gago Coutinho e Entrecampos como tinha estado previsto? Uns são amigos e os outros são do Lumiar? E porque é que o Lumiar não merece o mesmo tratamento do Bairro de Santa Cruz?"

Contactado para responder, o Eng. Carmona escusou-se "Agora não tenho tempo, tenho o assunto do carro do Pedro para tratar. Olha... carros, auto-estrada... acho que fiz uma chalaça..."

A população lumiarense inquieta-se.

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terça-feira, 14 de março de 2006

Riscos nas paredes


Na Alta de Lisboa, com as fronteiras tão bem definidas visualmente entre condomínios de venda livre e edifícios de realojamento, as generalizações são muito óbvias. O elaborado raciocínio "é dos nossos ou é dos outros" prevalece ao esforço e paciência para encontrar as causas das coisas. Essa simplificação subsiste de parte a parte, mas agora parece que também, como já era previsível dada a natureza do preconceito, de condomínio de venda livre para condomínio de venda livre.

Esta fotografia, tirada em Alfragide, é para aqueles que, tendo um espírito gregário muito forte, acham que os grafitti são todos feitos por "pretos que deviam voltar para a terra deles".

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A Primavera no Parque das Conchas

Num ápice, o anticiclone dos Açores estendeu a sua crista e eis que a Primavera aparece um pouco por todo o lado!

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Parque das Conchas, 12 de Março de 2006

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Árvores abatidas II

Foram abatidas porque estavam doentes e constituíam um perigo para quem ali passasse. Não eram eucaliptos eram uns cedros gigantes. A fotografia em baixo documenta o aspecto destas árvores em meados de Janeiro deste ano (já preparadas para o abate).
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segunda-feira, 13 de março de 2006

Árvores abatidas


Não sei se é verdade que a reabilitação do Parque das Conchas representa o início do fim do parque pela destruição das raizes das árvores e pela interrupção de lençóis freáticos com a construção dos caminhos e estruturas em cimento, como foi dito em comentário no post anterior, mas é verdade que as árvores que aqui estavam há dezenas de anos foram recentemente abatidos por razões fitossanitárias, como indica um pequeno cartaz que a divisão de matas da CML lá pôs.

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domingo, 12 de março de 2006

Parque das Conchas


O Parque das Conchas, antes da reabilitação, era frequentado por uma previlegiada minoria que gostava de espaços verdes. Agora está a tornar-se um sucesso de massas. Fico bastante feliz por ver tanta gente a passear ao ar livre ao Domingo, mas pergunto-me onde andariam antes desta descoberta. E que fenómeno faz uns jardins serem tão frequentados e outros tão pouco? Será só pela reabilitação?

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sexta-feira, 10 de março de 2006

A CIDADE IMAGINADA (VI)

Um dia, quando as cicatrizes não forem mais do que pequenas saudades na memória dos mais velhos,


quando há muito se tiver extinguido o ruidoso soerguer das relíquias voadoras que costumavam ser usadas para transportar as gentes entre dois pontos do Globo,


quando as oposições entre cidade e subúrbios, centro e arredores, rede ou radialidades tiverem sido substituídas por neologismos mais consonantes com as teorias vigentes.......


Haverá viajantes que

- passando pelo sítio que foi da Alta de Lisboa -


repetirão os mesmos gestos de hoje
de apreciação e desejo

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levando consigo e partilhando objectos tão do passado quanto este, linhas tão solenemente expostas, modos de ver e construir o espaço que, de tão postos em desuso, serão absolutamente referenciais.

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Associações

No sentido de darmos a conhecer as associações com actividade na Alta de Lisboa divulgamos agora a Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha do Lumiar.

O bairro da Cruz Vermelha integra-se na Urbanização do Alto do Lumiar, tem 700 fogos com cerca de 6.000 habitantes. A Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha do Lumiar foi fundada a 12/05/1994 e conta actualmente com 461 sócios.


A associação nasceu com o objectivo de “criar e melhorar as infra-estruturas de apoio directo à comunidade residente”, nomeadamente iluminação pública, segurança policial, limpeza urbana, recintos desportivos e zonas verdes; resolver os problemas ligados à habitação, nomeadamente com a sua degradação, de forma a melhorar a qualidade de vida dos moradores, promovendo o aperfeiçoamento social, cultural, físico e cívico.

De acordo com os estatutos da associação podem ser sócios efectivos todas as pessoas singulares ou colectivas residentes ou com sede no bairro, ou todos os indivíduos que tenham com ele interesses directos ou afins. Podem ainda ser sócios apoiantes aqueles que ajudarem monetariamente a associação (não intervindo na sua actividade).

Em 2005 foram realizadas diversas actividades entre as quais dois torneios de snooker, um torneio de sueca, participação em torneios de Futsal (feminino e masculino), promoção de encontros de paintball e realização da festa da associação em Maio, onde se integrou o passeio de Cicloturismo (com bicicletas) organizado anualmente. No âmbito das acções de índole social destacamos a entrega quinzenal de fruta e produtos hortícolas a famílias carenciadas (em parceria com a Gebalis e o MARL) e as explicações dadas a alunos do 1º, 2º e 3º ciclos.

Das iniciativas que estão a ser desenvolvidas actualmente refira-se o curso de alfabetização (iniciado em 2005) e o início de um curso de informática (com noções no âmbito do Windows, Internet Explorer, Word e Excel).

Esta associação tem a sede na Rua Maria Carlota, nº 8 - LOJA A/B e os seguintes contactos:
217588913 (tel.), 217588908 (fax), ambcvlumiar@sapo.pt

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quarta-feira, 8 de março de 2006

Centro de Saúde da Alta de Lisboa

Com o rápido crescimento demográfico da Alta de Lisboa, a situação actual do Centro de Saúde salta para o primeiro plano das preocupações da população. Legitimamente, dada a precariedade do edifício actual.


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Também os acessos pedonais são pouco convidativos e de difícil acesso para pessoas com pouca mobilidade ou em cadeira de rodas.



Já existem planos e projecto para o futuro Centro de Saúde. Ficará situado no Montinho de S. Gonçalo, no extremo Norte do caminho pedonal que percorre a Alta de Lisboa, e será construído, como a grande maioria das obras da Alta de Lisboa, pela SGAL, ao abrigo do PUAL.



Mas parece que alguns entraves burocráticos têm atrasado o início da obra.

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segunda-feira, 6 de março de 2006

A Meg já apareceu!

Tudo acabou em bem. A Meg foi encontrada para os lados das Galinheiras e já está ao pé do seu dono.

Podem conhecer com mais detalhes toda a história, aqui.

Adenda: O Pedro alertou em comment neste post sobre os detalhes desta "aventura" a qual tive agora oportunidade de ler com mais detalhe ao final do dia. A forma como tudo se desenrolou é merecedora de reflexão...

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sexta-feira, 3 de março de 2006

Alguém viu a Meg?


Foi vista no Alto do Lumiar. Alguém que gosta muito dela sente saudades e gostava de a reencontrar. Quem a vir por favor contacte os nº: 21 764 73 01 / 91 952 18 03 / 96 544 25 99 / 91 970 09 36. Toda a história aqui e aqui, com informação mais actual.

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quinta-feira, 2 de março de 2006

Sábado à tarde

No próximo Sábado vai haver festa na Alameda da Música e nas ruas junto ao Condomínio da Torre. É a inauguração do Centro de Inovação Comunitária da Alta de Lisboa, do programa K'Cidade. Se o tempo ajudar, promete ser uma tarde animada, com danças, pinturas e jogos. Mesmo daquelas em que apetece estar na rua, principalmente quando se é miúdo.

Estou muito entusiasmada com este programa. No domingo passado sempre fui almoçar ao Bairro Alto, e gostei bastante do que vi, de conversar com a equipa, de ver os miúdos que organizaram aquilo tão entusiasmados. Mais tarde farei um post sobre isso. De qualquer modo poderão conhecer vários deles no espectáculo de Sábado.
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Entretanto, deixo aqui em baixo a apresentação formal do K'Cidade e o programa provisório que animará a inauguração. E um pequeno alerta aos moradores do Condomínio da Torre para estarem atentos a avisos e informação sobre o eventual condicionamento de estacionamento em algumas das ruas, durante o fim de semana.

Inauguração do Centro de Inovação Comunitária da Alta de Lisboa
próximo dia 4 de Março

O K’CIDADE – Programa de Desenvolvimento Comunitário Urbano vai inaugurar no próximo dia 4 de Março, pelas 17.00h, o Centro de Inovação Comunitária na Alta de Lisboa, um espaço aberto à população residente na Alta de Lisboa, que servirá como pólo catalizador de diversas actividades de promoção do desenvolvimento das populações mais vulneráveis.

Este evento contará com a presença de Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio e de vários Ministros e Secretários de Estado, associações empresariais, bem como outras individualidades.

Contará também com a presença das organizações a trabalhar neste território e de moradores da Alta de Lisboa que irão participar activamente no evento, quer na preparação da exposição das actividades das organizações locais, quer no programa de animação.

O Centro de Inovação Comunitária do K’CIDADE é composto por 4 lojas, cedidas pela Câmara Municipal de Lisboa. As lojas terão as seguintes funções/valências: atendimento ao público, desenvolvimento de actividades comunitárias, espaço administrativo de apoio à equipa de terreno, sala de formação, apoio ao empreendedorismo, ao associativismo e outros projectos comunitários, em função das necessidades identificadas pela comunidade. O Centro terá também à disposição da população um espaço digital, onde serão desenvolvidas actividades no âmbito da formação e certificação de competências na área da informática, bem como acesso à internet com apoio especializado.

A festa de inauguração terá início pelas 14h, com o seguinte programa provisório:

15h00
- Atelier de Dança Africana
- Atelier de Percussão (por confirmar)
- Atelier de balões/jogos pedagógicos

16h00
- Atelier de Ranchos Folclóricos (por confirmar)
- Atelier de Freestyle
- Atelier de pinturas faciais

17h30
- Inauguração do Centro de Inovação Comunitária

18h00
- Intervenções

18h30 - Cocktail e Espectáculo:
- Canhão d’ África
- Grupo de Teatro do Centro Social da Musgueira
- Wesa
- Grupo de Danças Ciganas
- 100% BCV
- Grupo de Danças do Centro Social da Musgueira
- Rancho Folclórico dos Inválidos do Comércio (a confirmar)
- Lançamento CD “No Bairro”
- Gatos Fedorentos do CAF
- Chullage (a confirmar)

O K’CIDADE é um Programa de Desenvolvimento Comunitário que tem como missão contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações mais vulneráveis, residentes nas áreas urbanas de Portugal, capacitando-as no sentido de identificarem necessidades e conceberem, elas mesmas, soluções que contribuam para o seu desenvolvimento. O K’CIDADE é uma iniciativa da Fundação Aga Khan em parceria com diversas entidades, designadamente a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Câmara Municipal de Lisboa, a Câmara Municipal de Sintra, a Hewlett-Packard, a Central Business, a Associação Criança e a Associação de Comércio e Indústria de Sintra. O K’CIDADE é também co-financiado pela Iniciativa Comunitária EQUAL.

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