Várias associações e instituições do Lumiar subscrevem uma carta aberta enviada hoje ao Vereador do Urbanismo, Arqº Manuel Salgado, intercedendo pela atribuição do pavilhão de madeira da Quinta dos Lilazes à Associação Musical Lisboa Cantat. A concretizar-se, será uma enorme mais-valia para a população da freguesia, uma das mais populosas de Lisboa, tão carente de oferta cultural.
Carta aberta ao Exm.º Sr. Arqº Manuel Salgado, Vereador do Urbanismo
A história do Coral Lisboa Cantat, hoje Associação Musical Lisboa Cantat (AMLC), que conta actualmente com dois agrupamentos distintos (o Coro de Câmara Lisboa Cantat (CCLC) e o Coro Sinfónico Lisboa Cantat (CSLC)), pode resumir-se em poucas palavras: 30 anos de muita dedicação à arte para fazer música coral com dignidade. O objectivo de constituir um coro per si foi largamente ultrapassado. O Coro Sinfónico Lisboa Cantat é hoje o único coro sinfónico amador existente em Portugal. A actividade dos últimos anos supera largamente os objectivos iniciais para os quais foi criado. As apresentações públicas no CCB, na Casa da Música, na Aula Magna, no Teatro Nacional de São Carlos, no Convento de Mafra e em tantos e tantos espaços de Lisboa e do restante país, com uma programação eclética que engloba desde música coral a capella até grandes obras corais sinfónicas (como são exemplo os Requiem de Verdi, Mozart, Fauré, Brahms, Duruflé e Carrapatoso, a Carmina Burana de Carl Orff, a 9ª sinfonia de Beethoven, Maessias de Händel, a Criação de Haydn ou a Cantata de Outubro de Prokofiev, em colaborações com muitas orquestras - das quais se destacam a Orquestra Filarmonia de Espanha, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Nacional do Porto e a Orquestra Sinfónica Portuguesa), trazem uma dimensão profissional a uma associação sem fins lucrativos apostada em servir o cidadão comum. Pelo Lisboa Cantat passaram nestes 30 anos de existência milhares de pessoas. Muitas delas tiveram a partir desse feliz encontro a oportunidade de, com muito mérito, conseguir desenvolver o potencial que lhes era inato e se tornarem músicos profissionais de relevo.
Numa zona que integra bairros com as mais altas e de maior crescimento densidades populacionais da cidade como são o Lumiar e a Alta de Lisboa e Telheiras, com transformações tão profundas quanto rápidas, a criação de pólos dinamizadores de actividade e formação cultural revela-se fulcral para a consolidação do espaço urbano, ajudando à criação de um ambiente saudavelmente vivido, com ofertas diversificadas e funções heterogéneas. Contar com a AMLC no nosso bairro daria a uma população de dezenas de milhar de moradores a possibilidade de, através da aprendizagem e prática ou simples fruição musical, poder desenvolver o seu potencial humano criativo e existencial.
Temos conhecimento que a AMLC mostrou interesse em vir para o Lumiar, tendo decorrido reuniões muito avançadas e visitas ao local com o Dr. Rui Lima, assessor do anterior Presidente da CML, com o propósito de ceder o pavilhão de madeira existente na Quinta dos Lilazes, anteriormente pertencente à EPUL, mas agora sob alçada da CML. Esta sala, segundo a AMLC, reúne condições favoráveis às actividades propostas, difíceis de conjugar na cidade de Lisboa (área ampla capaz de albergar um coro de mais de 100 elementos, profundidade que permita realizar ensaios com orquestra, open-space facilmente moldável às necessidades dos vários projectos sem necessidade de investimentos avultados, tecto oblíquo que confere ao espaço condições acústicas mais favoráveis do que uma sala em cubo, localização afastada da habitação salvaguardando o sossego dos moradores), e constitui uma oportunidade única em muitos anos de existência da associação.
A AMLC tem hoje sede alugada à CML em Marvila, numa sala com condições impróprias (ausência de climatização, níveis de humidade no Inverno que a aproximam da insalubridade – há ocorrência de fungos em todas as paredes) para as actividades realizadas e indignas dos pergaminhos da instituição, não podendo por isso avançar com os projectos Escola de Música, Coro Juvenil e do Coro Infantil, que aguardam há mais de dois anos por uma decisão da CML. É neste espaço que Maestros de craveira internacional como Marc Tardue, Martin André, Olivier Cuendet têm vindo trabalhar e naturalmente mostrado o seu desagrado e incredulidade pelas condições que estes agrupamentos têm de suportar em todos os dias de ensaio. (Paradoxalmente, esta sala tinha sido em tempos prometida pela CML ao Clube Oriental de Lisboa, com sede no mesmo edifício, o qual continua a lamentar a falta de palavra demonstrada).
A CML tem agora uma oportunidade rara de, ao beneficiar várias instituições e populações com uma só decisão, valorizar a cidade. Apelamos assim ao Sr. Vereador do Urbanismo, Arqº Manuel Salgado, que determine uma utilização mais proactiva ao agora desactivado Pavilhão de madeira da Quinta dos Lilazes, acordando com a Direcção da AMLC os termos de cedência e utilização pela Instituição que representa.
Carta aberta ao Exm.º Sr. Arqº Manuel Salgado, Vereador do Urbanismo
A história do Coral Lisboa Cantat, hoje Associação Musical Lisboa Cantat (AMLC), que conta actualmente com dois agrupamentos distintos (o Coro de Câmara Lisboa Cantat (CCLC) e o Coro Sinfónico Lisboa Cantat (CSLC)), pode resumir-se em poucas palavras: 30 anos de muita dedicação à arte para fazer música coral com dignidade. O objectivo de constituir um coro per si foi largamente ultrapassado. O Coro Sinfónico Lisboa Cantat é hoje o único coro sinfónico amador existente em Portugal. A actividade dos últimos anos supera largamente os objectivos iniciais para os quais foi criado. As apresentações públicas no CCB, na Casa da Música, na Aula Magna, no Teatro Nacional de São Carlos, no Convento de Mafra e em tantos e tantos espaços de Lisboa e do restante país, com uma programação eclética que engloba desde música coral a capella até grandes obras corais sinfónicas (como são exemplo os Requiem de Verdi, Mozart, Fauré, Brahms, Duruflé e Carrapatoso, a Carmina Burana de Carl Orff, a 9ª sinfonia de Beethoven, Maessias de Händel, a Criação de Haydn ou a Cantata de Outubro de Prokofiev, em colaborações com muitas orquestras - das quais se destacam a Orquestra Filarmonia de Espanha, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Nacional do Porto e a Orquestra Sinfónica Portuguesa), trazem uma dimensão profissional a uma associação sem fins lucrativos apostada em servir o cidadão comum. Pelo Lisboa Cantat passaram nestes 30 anos de existência milhares de pessoas. Muitas delas tiveram a partir desse feliz encontro a oportunidade de, com muito mérito, conseguir desenvolver o potencial que lhes era inato e se tornarem músicos profissionais de relevo.
Numa zona que integra bairros com as mais altas e de maior crescimento densidades populacionais da cidade como são o Lumiar e a Alta de Lisboa e Telheiras, com transformações tão profundas quanto rápidas, a criação de pólos dinamizadores de actividade e formação cultural revela-se fulcral para a consolidação do espaço urbano, ajudando à criação de um ambiente saudavelmente vivido, com ofertas diversificadas e funções heterogéneas. Contar com a AMLC no nosso bairro daria a uma população de dezenas de milhar de moradores a possibilidade de, através da aprendizagem e prática ou simples fruição musical, poder desenvolver o seu potencial humano criativo e existencial.
Temos conhecimento que a AMLC mostrou interesse em vir para o Lumiar, tendo decorrido reuniões muito avançadas e visitas ao local com o Dr. Rui Lima, assessor do anterior Presidente da CML, com o propósito de ceder o pavilhão de madeira existente na Quinta dos Lilazes, anteriormente pertencente à EPUL, mas agora sob alçada da CML. Esta sala, segundo a AMLC, reúne condições favoráveis às actividades propostas, difíceis de conjugar na cidade de Lisboa (área ampla capaz de albergar um coro de mais de 100 elementos, profundidade que permita realizar ensaios com orquestra, open-space facilmente moldável às necessidades dos vários projectos sem necessidade de investimentos avultados, tecto oblíquo que confere ao espaço condições acústicas mais favoráveis do que uma sala em cubo, localização afastada da habitação salvaguardando o sossego dos moradores), e constitui uma oportunidade única em muitos anos de existência da associação.
A AMLC tem hoje sede alugada à CML em Marvila, numa sala com condições impróprias (ausência de climatização, níveis de humidade no Inverno que a aproximam da insalubridade – há ocorrência de fungos em todas as paredes) para as actividades realizadas e indignas dos pergaminhos da instituição, não podendo por isso avançar com os projectos Escola de Música, Coro Juvenil e do Coro Infantil, que aguardam há mais de dois anos por uma decisão da CML. É neste espaço que Maestros de craveira internacional como Marc Tardue, Martin André, Olivier Cuendet têm vindo trabalhar e naturalmente mostrado o seu desagrado e incredulidade pelas condições que estes agrupamentos têm de suportar em todos os dias de ensaio. (Paradoxalmente, esta sala tinha sido em tempos prometida pela CML ao Clube Oriental de Lisboa, com sede no mesmo edifício, o qual continua a lamentar a falta de palavra demonstrada).
A CML tem agora uma oportunidade rara de, ao beneficiar várias instituições e populações com uma só decisão, valorizar a cidade. Apelamos assim ao Sr. Vereador do Urbanismo, Arqº Manuel Salgado, que determine uma utilização mais proactiva ao agora desactivado Pavilhão de madeira da Quinta dos Lilazes, acordando com a Direcção da AMLC os termos de cedência e utilização pela Instituição que representa.
Respeitosamente, os abaixo-assinados
Associação A PAR
Associação de Moradores João Amaral
Associação de Residentes do Alto Lumiar
Associação de Residentes de Telheiras
Centro Social da Musgueira
Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária
Viver na Alta de Lisboa
Associação A PAR
Associação de Moradores João Amaral
Associação de Residentes do Alto Lumiar
Associação de Residentes de Telheiras
Centro Social da Musgueira
Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária
Viver na Alta de Lisboa
P.S. [8/1/2008] Entretanto chegou-nos por email a adesão a esta carta por parte da Associação de Residentes do Alto Lumiar (ARAL), o que muito nos alegra.
P.P.S. [9/1/2008] Também o Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária (ISU) quis dar o seu apoio a este movimento. Apesar de a carta ter sido já enviada com os apoios possíveis recolher no momento, continuamos interessados em juntar mais entidades à lista de signatários para o peso ser cada vez maior.
P.P.S. [9/1/2008] Também o Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária (ISU) quis dar o seu apoio a este movimento. Apesar de a carta ter sido já enviada com os apoios possíveis recolher no momento, continuamos interessados em juntar mais entidades à lista de signatários para o peso ser cada vez maior.
7 comentários:
É surpreendente que a carta não esteja, também, subscrita pela ARAL.
Ou talvez não....
Miguel
Será que a ARAL não tomou conhecimento desta carta?
Esta carta foi enviada para muitas instituições, núcleos políticos e associações da zona, entre as quais evidentemente (por muito prezarmos a sua colaboração) a ARAL, a 28 de Dezembro de 2007.
Queríamos ter dado mais tempo para todos pudessem reflectir e deliberar em sede própria o seu apoio à carta, mas, perante a iminencia da tomada de decisão por parte do vereador, achámos importante que ele tivesse mais este dado sobre a mesa: a da vontade de uma série de entidades locais em ver a AMLC no Lumiar em vez de mais uma repartição pública.
Prezado Arq. M. Salgado
Oiça bem a voz do Povo
A repartição noutro lado
Fará o Lumiar mais novo
Fui Presidente da Direcção do Coro Lisboa Cantat durante seis anos, deixei de o ser por razões de falta de tempo resultantes da ingressão, para além da profissão que exerço, no Curso oficial de Canto no Conservatório de Lisboa.
Fui eu que, juntamente com a minha Direcção e a colaboração do Maestro Jorge Alves, conseguimos junto da CML este espaço (Marvila). Na altura ficámos radiantes e muito agradecidos, porque não tínhamos nenhum. Éramos 100 pessoas itinerantes em espaços de outrem (Aproveito para deixar uma palavra de apreço ao Exmo. Pároco da Igreja do Largo do Rato e muito especialmente ao Padre Fernando Camelo Ferreira que nos deu tecto durante perto de 4 anos ). Estivemos também ca. 2 anos nas instalações da OML num Protocolo.
Na altura, fizemos umas obras de beneficiação sumárias, não tínhamos verba para mais e pensámos que era o local ideal para a continuação da nossa Missão:
1- Local com condições digno para o Coro Sinfónico (não é fácil, precisamos de não incomodar vizinhança e ter um espaço muito grande e amplo com facilidades de estacionamento, para albergar Coro de ca. 100 pessoas e Orquestra-porque somos dirigidos frequentemente por Maestros de renome estrangeiros e suas orquestras que também ensaiam ali, é verdade, é uma vergonha, somos óptimos anfitriões, são muito bem recebidos de facto, mas não com dignidade)
2-Proporcionar veículos de Formação DE QUALIDADE acessíveis a QUALQUER CIDADÃO que lhe permitam ingressar numa vida musical através do Canto e da Formação Musical
3- Aposta também em Coro e Formação Musical de crianças e jovens, os músicos de amanhã.
O Projecto vai muito para além do que acabei de referir, mas por agora preocupemo-nos com estes 3 items.
Depressa nos apercebemos, Primeiro: que o local estaria prometido a outra associação; Segundo: com a chegado o Inverno proliferava a criação de salitre e fungos que com os seus minúsculos filamentos empurravam e arrancavam a tinta das paredes, inacreditável, parece algodão, normal em locais muito húmidos.
Calcule-se o que fará este tipo de ambiente a cantores que durante horas exercitam sua voz e um tipo de respiração que suporta o canto, que é uma respiração particular sendo constantemente profunda.
Temos notado, mais coralistas que ficam de lado a assitir ao ensaio porque estão doentes da garganta e aparelho respiratório.
Continuo a fazer parte do Coro e farei sempre, com muito orgulho, mas constato, com alguma tristeza, que aqui está um Coro e Profissionais de Altíssima qualidade a trabalhar, com possibilidades infinitas de realizar uma obra digníssima, que não nos envergonha em lado nenhum do Mundo( já constatámos isso em Festivais em que participámos no Estrangeiro), não podem seguir em frente porque não têm o espaço correcto para trabalhar.
É Pena... que quando aparece gente com qualidade, as entidades responsáveis não se apercebam da raridade, da grandeza e da sorte de tal facto e continuem a perder tempo.
Helena Carvalho Pereira
As novas instalações são fundamentais para a continuação do bom trabalho do coro. Não será difícil verificar as condições precárias em que trabalhamos, e perceber os riscos que corremos ao contactar com fungos que crescem no chão, humidade nas paredes e pó do caruncho que corrói as traves do tecto... Talvez o Sr. Vereador do Urbanismo, cujo silêncio nos ensurdece, se sinta impelido a visitar-nos, e a ouvir-nos... (Antes que o tecto nos caia em cima...)
Força! Não desistam! Viva a música!
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