Joana, O facto de ser um espaço de debate público dá legitimadade a que outros questionem a pertinência do posts "politicos" / não relacionados com a Alta de Lisboa. Acho mesmo que o tom de contestação tem subido neste blog contra o tor politizado dos posts. Por mim fazam o que quizerem mas se continuam com esta onda podem ter a certeza que deixam de colocar folhas A4 nos nossos elevadores a promocionar o vosso blog e acções em prol da Alta.
Mas a política não faz parte das nossas vidas? A Alta não é Lisboa, os seus moradores não trabalham em Lisboa? Percebo que se discorde da visão política de quem escreve, não percebo é esta recusa em aceitar temas que ultrapassam o umbiguismo da morada. Será que os posts sobre gastronomia ou música também devem ser proscritos ou só os que demonstram opções políticas? E sendo só estes últimos será que é porque colidem e incomodam quem tem visões políticas diferentes? Mas não é a divergência o melhor ponto de partida para a evolução? Espera a maioria leitora deste blog nele apenas encontrar um jornal de parede exclusivamente dedicado às queixinhas e às boas notícias da Alta de Lisboa? Não será essa redução de interesses em si mesma uma ofensa à inteligência de quem nos lê? Porque é que só reagimos com o que nos incomoda? Porque é que os posts sobre urbanismo ou arquitectura têm pouca ou nenhuma participação? Porque é que quando se discutem as propostas sobre mobilidade apresentadas por algumas das candidaturas - que, a serem aprovadas, afectarão grandemente a vida dos moradores com automóvel da Alta - ninguém comenta e uma piada sobre o estádio de Alvalade suscita uma das maiores cadeias de comentários dos últimos tempos à volta da legitimidade do blog em fazer piadas ou falar de arquitectura pirosa? Onde está a energia com que se escrevem tantos comentários quando se discute o tipo de urbanização para Lisboa, as vantagens da reabilitação e do repovoamento do centro da cidade ou a importância dos corredores para ciclistas - tudo com influência directa na qualidade de vida dos moradores na Alta? Força, empenhem-se, discutam, critiquem, apontem alternativas, defendam as políticas que considerem as melhores para a Alta e os seus moradores! Não acham que procurar apenas posts relativos à morosidade do Eixo Pedonal, ao gato que desapareceu ou às placas partidas - por mais relevantes que os assuntos sejam - é um bocado redutor para viver na Alta de Lisboa? E os posts de temática que desprezam não ficariam muito mais rapidamente esquecidos se apenas fossem comentados com silêncio? É que assim só estão a prolongar a discussão dessa temática...
Há uns tempos havia um canal de televisão que se chamava "Viver/Vivir", que era do mais generalista e abrangente que já houve - o famoso canal 18, em que, desde o programa de culinária ao filme pornográfico, passando pelo desenho animado e o documentário sobre a vida selvagem, tudo cabia!
Talvez fosse um bom nome para este espaço de debate cada vez mais generalista (vejam lá, não levem a mal, não está aqui nenhum "salazarista" a impor nada, é só uma sugestão)...
Não tenho condições logísticas para entrar em polémica consigo ou com outro leitor, a quem desde já agradeço a visitinha. Estou fora do país, em trabalho, com acessos à net muito irregulares. Daí só agora ter lido o que escreveu e poder responder.
Presumo que seja morador nos edifícios da Colina de S. João de Brito. Há tempos um vizinho nosso, morador no seu prédio, enviou-me um email pedindo-me que divulgasse e aderisse a uma causa de interesse da população: a segurança para os peões na Rua Helena Vaz da Silva. Faltava uma passadeira num local de atravessamento óbvio por ser junto a uma paragem de autocarro e alguns carros mais aceleras ameaçavam a vida dos que atravessavam a rua pacatamente. Publiquei a notícia, fazendo referência às diligências do nosso vizinho, e indiquei os emails da CML e JF para os leitores do blog que quisessem aderir à causa o pudessem fazer também. O pedido foi feito ao blog por alegadamente ser uma força de pressão junto das entidades competentes para fazer a alteração. Aceitei lisonjeado o cumprimento, mas alertei que 300 visitas diárias eram manifestamente poucas e não representativas da população afectada com a ausência da passadeira. Propus então ao nosso vizinho que fizesse circular juntos dos restantes vizinhos uma referência ao apelo no blog para que as assinaturas dos vizinhos no post e reencaminhamento de emails servissem de exemplo e fossem massivos. Assim foi feito, com cartazes nos elevadores, como diz. Os cartazes não são de nossa autoria, foi o seu vizinho que os fez. Chamar-lhe publicidade e não divulgação é rebuscado. Pretendeu-se com isto apenas que a adesão fosse maior e se resolvesse o problema. Pelo número de comentários ao referido post, nos quais, com grande pena minha, não encontro o seu nome, depreendo que os cartazes não tenham surtido o efeito desejado. Será que há causas que não merecem o esforço? Talvez quando uma criancinha for atropelada por um acelera venham aqui comentar anonimamente os mesmos de sempre berrando que “faziam e aconteciam”, que os “animais isto e aquilo”, que a “SGAL e a UPAL são uma corja de malandros”.
Pensar e falar da causa pública e da causa política não é fazer política. Francamente, nem percebo o que quer dizer com “fazer política”. Se é exercer o direito de opinião, de participação cívica no espaço colectivo, participar e opinar sobre as decisões políticas que inevitavelmente têm consequências nas nossas vidas, então pode considerar que fazemos política. Votar não é a mesma coisa que apoiar uma equipa de futebol, apesar de na maior parte das vezes parecer. Estamos aqui para aprender, para discutir, corremos o risco de dizer disparates, mas o objectivo é fomentar o debate. Se quiser meter no mesmo saco o exercer pressão junto da CML e JF para que seja pintada uma passadeira que pode salvar a vida dos seus filhos, esteja à vontade. Lamentavelmente há agora muita gente que não gosta de opinião, não gosta de liberdade de pensamento. Há muita gente que se sente incomodada com um blog com apenas 300 visitas diárias. Cada um perde tempo e sono à dimensão do seu espírito. Este blog diverte-nos, tenho pena que não divirta todos os leitores. Haverá um problema de masoquismo em alguns?
E se o incomoda exprimirmos uma opinião, lançarmos o debate para além do cocozinho no passeio ou o buraco na estrada, e se se sente proprietário dos elevadores e do espaço comum do seu prédio para decidir por todos o que pode ou não um vizinho seu afixar, é lá consigo. Faça o que melhor entender em sua consciência, de acordo com os seus princípios. Não lhe impomos outros. Garanto-lhe que não é a mim que está a fazer um favor por afixar os cartazes.
Tiago, O que me incomoda não é a acção reclamada nos papeis colocadas nos elevadores. Quanto a isso tudo bem e espero que ajude a concretizar a instalação de passadeiras e de outros equipamentos em falta. O que me incomoda é que - à boleia disso - adulterem o conteúdo do site com posts politizados. Por outras palavras: os papeis colocados nos elevadores acabaram por ser um excelente meio para que cada vez mais moradores acedam ao blog e tenham maior consciência dos problemas e do que está a ser reclamado (até aí tudo bem e bem hajam). O problema está em depois começarem a usar este blog para politizar ideias, para indicar direcções de voto, etc... As pessoas que começaram a ler este blog e que nele viam uma importante força pró-Alta ficaram disiludidos com o rumo que o blog tomou.
sabe que os principais jornais norte-americanos tomam partido antes das eleições? E que justificam a sua opção? O diário A Capital fez isso nas últimas norte-americanas, mesmo não tendo nada a ver com o assunto, directamente, fez um voto contra o Bush. Não sei se lhe saltaram em cima os leitores porque isso não tinha nada a ver com Lisboa, a Capital. Depois faliu e fechou, é certo. Nós não iremos à falência por termos opinião e por alguns leitores se desmultiplicarem em comentários anónimos e virem para aqui atirar calhaus ou grafitar as caixas de comentários. O Pedro fartou-se de escrever sobre as eleições autárquicas, assunto que nos devia interessar a todos, e os posts mais interessantes não tiveram grande aceitação dos leitores. Issso diz-me mais acerca dos leitores do que do conteúdo dos posts, francamente. Não sei porque faz tanta confusão a algumas pessoas diversificarmos a temática do blog ou termos opinião sobre os mais variados assuntos.
Há uns meses fui à UPAL e ouvi uma secretária falar sem pudores sobre este blog, não sabendo que eu era um dos principais dinamizadores. Fiquei com uma ideia muito clara de como os moradores são vistos. Interessa cabecinhas fracas, poucas ideias, pouca opinião, para ninguém questionar o andamento das coisas. Depois, se for preciso, venha o buzinão e as grandes manifestações populares. Mas que sejam coisas pontuais, sem grande racionalidade.
Não se preocupe tanto com os posts sobre temas fracturantes. Opte por pensar neles, participar na discussão, em vez de perdermos tempo a avaliar se o blog tem o direito de falar sobre isso. É que pôr as coisas nesse pé é tão absurdo que nem sei como não têm noção do ridículo.
Mil cumprimentos para si e votos de novas visitas. Esteja à vontade para propor temas se achar que vêm por bem à Alta de Lisboa.
Ok, aqui vai uma proposta para bem da Alta de Lisboa: Ameaçar a SGAL e a CML de que iremos em massa chamar a atenção da comunicação social para os atrasos que ocorrem no bairro. Ameaça principal: corte da 2ª circular no nó de Calvanas ou várias marchas muito-lentas na 2ª circular entre Calvanas e campo Grande (o suficiente para lançar "legalmente" o caos). Objectivo: colocar a nova CML sob pressão e colocar a SGAL "borrada" de medo que os actuais moradores da Alta possam - com o seu descontentamente - afugentar futuros hipotéticos moradores. É arriscado, pode a curto prazo virar-se contra nós (sobretudo para quem quer vender a sua casa na Alta) mas poderá resultar a longo prazo.
Hmmm... Não me parece lá muito boa ideia, Luís. Não sou grande fã desse modelo de participação cívica antes de esgotar os restantes. Mas, enfim, quem sou eu para o desmotivar? Não sei se a ARAL estaria na disposição de alinhar consigo, mas, desculpe lá, eu não. Acha mesmo que isso seria para o bem da Alta de Lisboa?
Sim. A pressão dos media é tramada... Estou convicto que a CML e SGAL ganhavam vergonha e começavam a mexer-se. Mas claro, pode dar a sensação (a alguns espectadores) que a Alta é um caos... Por isso digo ser arriscado mas é por isso mesmo (a CML e a SGAL não se podem dar ao luxo de passar uma imagem negativa da Alta para o "mercado") que eu acredito que os media podem, pelo menos, minorar os problemas actuais e acelerar as obras.
É isso Luís, atitude! Proponho inclusivamente, em complemento às medidas que sugeriu, que de cada vez que um de nós passe na vizinhança, urine nas soleiras das portas dessas entidades, ou (caso não tenha vontade) que toque à campaínha e fuja, que é para aprenderem!
De cada vez que alguem pensa em comprar uma casa na Alta e faz uma pesquisa no google, depara-se com estas discussões estéreis, que nada acrescentam para a resolução dos problemas, e que só servem para fazer com que as pessoas fujam para Odivelas, Linda-a-Velha ou Cacém (por vezes para casas mais caras...)
Acho bem que se discutam estes assuntos e outros, mas não vos parece que isto é um bocado cuspir na sopa? Não se pode seguir o exemplo do blogue do Parque das Conchas, onde se diz das casas, da Alta de Lisboa e da SGAL o que Maomé não diria do presunto, mas em circuito fechado, com utilizadores inscritos e identificados (sim, ainda tem a vantagem de acabar com essa corja de utilizadores anónimos que aqui vêm covardemente mandar bocarras!), mantendo-se o efeito de divulgação e mobilização sem conspurcar o investimento de cada um???
14 comentários:
Independentemente da pertinência deste assunto, o que é que isto tem a ver com a Alta? Ou isto agora passou a espaço de debate político?
Isto sempre foi espaço de debate público.
E, sinceramente, esta mania de se questionar a adequação dos temas dos posts já cheira mal. Arre!
Porque será? Arre!
Joana,
O facto de ser um espaço de debate público dá legitimadade a que outros questionem a pertinência do posts "politicos" / não relacionados com a Alta de Lisboa.
Acho mesmo que o tom de contestação tem subido neste blog contra o tor politizado dos posts.
Por mim fazam o que quizerem mas se continuam com esta onda podem ter a certeza que deixam de colocar folhas A4 nos nossos elevadores a promocionar o vosso blog e acções em prol da Alta.
Mas a política não faz parte das nossas vidas? A Alta não é Lisboa, os seus moradores não trabalham em Lisboa? Percebo que se discorde da visão política de quem escreve, não percebo é esta recusa em aceitar temas que ultrapassam o umbiguismo da morada. Será que os posts sobre gastronomia ou música também devem ser proscritos ou só os que demonstram opções políticas? E sendo só estes últimos
será que é porque colidem e incomodam quem tem visões políticas diferentes? Mas não é a divergência o melhor ponto de partida para a evolução?
Espera a maioria leitora deste blog nele apenas encontrar um jornal de parede exclusivamente dedicado às queixinhas e às boas notícias da Alta de Lisboa? Não será essa redução de interesses em si mesma uma ofensa à inteligência de quem nos lê?
Porque é que só reagimos com o que nos incomoda? Porque é que os posts sobre urbanismo ou arquitectura têm pouca ou nenhuma participação? Porque é que quando se discutem as propostas sobre mobilidade apresentadas por algumas das candidaturas - que, a serem aprovadas, afectarão grandemente a vida dos moradores com automóvel da Alta - ninguém comenta e uma piada sobre o estádio de Alvalade suscita uma das maiores cadeias de comentários dos últimos tempos à volta da legitimidade do blog em fazer piadas ou falar de arquitectura pirosa? Onde está a energia com que se escrevem tantos comentários quando se discute o tipo de urbanização para Lisboa, as vantagens da reabilitação e do repovoamento do centro da cidade ou a importância dos corredores para ciclistas - tudo com influência directa na qualidade de vida dos moradores na Alta?
Força, empenhem-se, discutam, critiquem, apontem alternativas, defendam as políticas que considerem as melhores para a Alta e os seus moradores!
Não acham que procurar apenas posts relativos à morosidade do Eixo Pedonal, ao gato que desapareceu ou às placas partidas - por mais relevantes que os assuntos sejam - é um bocado redutor para viver na Alta de Lisboa?
E os posts de temática que desprezam não ficariam muito mais rapidamente esquecidos se apenas fossem comentados com silêncio? É que assim só estão a prolongar a discussão dessa temática...
Há uns tempos havia um canal de televisão que se chamava "Viver/Vivir", que era do mais generalista e abrangente que já houve - o famoso canal 18, em que, desde o programa de culinária ao filme pornográfico, passando pelo desenho animado e o documentário sobre a vida selvagem, tudo cabia!
Talvez fosse um bom nome para este espaço de debate cada vez mais generalista (vejam lá, não levem a mal, não está aqui nenhum "salazarista" a impor nada, é só uma sugestão)...
Engano seu, o canal ficou um puquinho mais curto, chama-se 17b
Vizinho Luís Pastor, cidadão Luís Pastor, proprietário Luís Pastor,
Não tenho condições logísticas para entrar em polémica consigo ou com outro leitor, a quem desde já agradeço a visitinha. Estou fora do país, em trabalho, com acessos à net muito irregulares. Daí só agora ter lido o que escreveu e poder responder.
Presumo que seja morador nos edifícios da Colina de S. João de Brito. Há tempos um vizinho nosso, morador no seu prédio, enviou-me um email pedindo-me que divulgasse e aderisse a uma causa de interesse da população: a segurança para os peões na Rua Helena Vaz da Silva. Faltava uma passadeira num local de atravessamento óbvio por ser junto a uma paragem de autocarro e alguns carros mais aceleras ameaçavam a vida dos que atravessavam a rua pacatamente. Publiquei a notícia, fazendo referência às diligências do nosso vizinho, e indiquei os emails da CML e JF para os leitores do blog que quisessem aderir à causa o pudessem fazer também. O pedido foi feito ao blog por alegadamente ser uma força de pressão junto das entidades competentes para fazer a alteração. Aceitei lisonjeado o cumprimento, mas alertei que 300 visitas diárias eram manifestamente poucas e não representativas da população afectada com a ausência da passadeira. Propus então ao nosso vizinho que fizesse circular juntos dos restantes vizinhos uma referência ao apelo no blog para que as assinaturas dos vizinhos no post e reencaminhamento de emails servissem de exemplo e fossem massivos. Assim foi feito, com cartazes nos elevadores, como diz. Os cartazes não são de nossa autoria, foi o seu vizinho que os fez. Chamar-lhe publicidade e não divulgação é rebuscado. Pretendeu-se com isto apenas que a adesão fosse maior e se resolvesse o problema. Pelo número de comentários ao referido post, nos quais, com grande pena minha, não encontro o seu nome, depreendo que os cartazes não tenham surtido o efeito desejado. Será que há causas que não merecem o esforço? Talvez quando uma criancinha for atropelada por um acelera venham aqui comentar anonimamente os mesmos de sempre berrando que “faziam e aconteciam”, que os “animais isto e aquilo”, que a “SGAL e a UPAL são uma corja de malandros”.
Pensar e falar da causa pública e da causa política não é fazer política. Francamente, nem percebo o que quer dizer com “fazer política”. Se é exercer o direito de opinião, de participação cívica no espaço colectivo, participar e opinar sobre as decisões políticas que inevitavelmente têm consequências nas nossas vidas, então pode considerar que fazemos política. Votar não é a mesma coisa que apoiar uma equipa de futebol, apesar de na maior parte das vezes parecer. Estamos aqui para aprender, para discutir, corremos o risco de dizer disparates, mas o objectivo é fomentar o debate. Se quiser meter no mesmo saco o exercer pressão junto da CML e JF para que seja pintada uma passadeira que pode salvar a vida dos seus filhos, esteja à vontade. Lamentavelmente há agora muita gente que não gosta de opinião, não gosta de liberdade de pensamento. Há muita gente que se sente incomodada com um blog com apenas 300 visitas diárias. Cada um perde tempo e sono à dimensão do seu espírito. Este blog diverte-nos, tenho pena que não divirta todos os leitores. Haverá um problema de masoquismo em alguns?
E se o incomoda exprimirmos uma opinião, lançarmos o debate para além do cocozinho no passeio ou o buraco na estrada, e se se sente proprietário dos elevadores e do espaço comum do seu prédio para decidir por todos o que pode ou não um vizinho seu afixar, é lá consigo. Faça o que melhor entender em sua consciência, de acordo com os seus princípios. Não lhe impomos outros. Garanto-lhe que não é a mim que está a fazer um favor por afixar os cartazes.
Tiago,
O que me incomoda não é a acção reclamada nos papeis colocadas nos elevadores. Quanto a isso tudo bem e espero que ajude a concretizar a instalação de passadeiras e de outros equipamentos em falta.
O que me incomoda é que - à boleia disso - adulterem o conteúdo do site com posts politizados.
Por outras palavras: os papeis colocados nos elevadores acabaram por ser um excelente meio para que cada vez mais moradores acedam ao blog e tenham maior consciência dos problemas e do que está a ser reclamado (até aí tudo bem e bem hajam). O problema está em depois começarem a usar este blog para politizar ideias, para indicar direcções de voto, etc...
As pessoas que começaram a ler este blog e que nele viam uma importante força pró-Alta ficaram disiludidos com o rumo que o blog tomou.
Luís,
sabe que os principais jornais norte-americanos tomam partido antes das eleições? E que justificam a sua opção? O diário A Capital fez isso nas últimas norte-americanas, mesmo não tendo nada a ver com o assunto, directamente, fez um voto contra o Bush. Não sei se lhe saltaram em cima os leitores porque isso não tinha nada a ver com Lisboa, a Capital. Depois faliu e fechou, é certo. Nós não iremos à falência por termos opinião e por alguns leitores se desmultiplicarem em comentários anónimos e virem para aqui atirar calhaus ou grafitar as caixas de comentários. O Pedro fartou-se de escrever sobre as eleições autárquicas, assunto que nos devia interessar a todos, e os posts mais interessantes não tiveram grande aceitação dos leitores. Issso diz-me mais acerca dos leitores do que do conteúdo dos posts, francamente. Não sei porque faz tanta confusão a algumas pessoas diversificarmos a temática do blog ou termos opinião sobre os mais variados assuntos.
Há uns meses fui à UPAL e ouvi uma secretária falar sem pudores sobre este blog, não sabendo que eu era um dos principais dinamizadores. Fiquei com uma ideia muito clara de como os moradores são vistos. Interessa cabecinhas fracas, poucas ideias, pouca opinião, para ninguém questionar o andamento das coisas. Depois, se for preciso, venha o buzinão e as grandes manifestações populares. Mas que sejam coisas pontuais, sem grande racionalidade.
Não se preocupe tanto com os posts sobre temas fracturantes. Opte por pensar neles, participar na discussão, em vez de perdermos tempo a avaliar se o blog tem o direito de falar sobre isso. É que pôr as coisas nesse pé é tão absurdo que nem sei como não têm noção do ridículo.
Mil cumprimentos para si e votos de novas visitas. Esteja à vontade para propor temas se achar que vêm por bem à Alta de Lisboa.
Ok, aqui vai uma proposta para bem da Alta de Lisboa: Ameaçar a SGAL e a CML de que iremos em massa chamar a atenção da comunicação social para os atrasos que ocorrem no bairro. Ameaça principal: corte da 2ª circular no nó de Calvanas ou várias marchas muito-lentas na 2ª circular entre Calvanas e campo Grande (o suficiente para lançar "legalmente" o caos).
Objectivo: colocar a nova CML sob pressão e colocar a SGAL "borrada" de medo que os actuais moradores da Alta possam - com o seu descontentamente - afugentar futuros hipotéticos moradores.
É arriscado, pode a curto prazo virar-se contra nós (sobretudo para quem quer vender a sua casa na Alta) mas poderá resultar a longo prazo.
Hmmm... Não me parece lá muito boa ideia, Luís. Não sou grande fã desse modelo de participação cívica antes de esgotar os restantes. Mas, enfim, quem sou eu para o desmotivar? Não sei se a ARAL estaria na disposição de alinhar consigo, mas, desculpe lá, eu não. Acha mesmo que isso seria para o bem da Alta de Lisboa?
Sim. A pressão dos media é tramada... Estou convicto que a CML e SGAL ganhavam vergonha e começavam a mexer-se.
Mas claro, pode dar a sensação (a alguns espectadores) que a Alta é um caos... Por isso digo ser arriscado mas é por isso mesmo (a CML e a SGAL não se podem dar ao luxo de passar uma imagem negativa da Alta para o "mercado") que eu acredito que os media podem, pelo menos, minorar os problemas actuais e acelerar as obras.
É isso Luís, atitude! Proponho inclusivamente, em complemento às medidas que sugeriu, que de cada vez que um de nós passe na vizinhança, urine nas soleiras das portas dessas entidades, ou (caso não tenha vontade) que toque à campaínha e fuja, que é para aprenderem!
De cada vez que alguem pensa em comprar uma casa na Alta e faz uma pesquisa no google, depara-se com estas discussões estéreis, que nada acrescentam para a resolução dos problemas, e que só servem para fazer com que as pessoas fujam para Odivelas, Linda-a-Velha ou Cacém (por vezes para casas mais caras...)
Acho bem que se discutam estes assuntos e outros, mas não vos parece que isto é um bocado cuspir na sopa? Não se pode seguir o exemplo do blogue do Parque das Conchas, onde se diz das casas, da Alta de Lisboa e da SGAL o que Maomé não diria do presunto, mas em circuito fechado, com utilizadores inscritos e identificados (sim, ainda tem a vantagem de acabar com essa corja de utilizadores anónimos que aqui vêm covardemente mandar bocarras!), mantendo-se o efeito de divulgação e mobilização sem conspurcar o investimento de cada um???
Se calhar valia a pena pensarem nisso...
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