quinta-feira, 16 de março de 2006

Livros sobre Lisboa

Este livro oferece ao leitor um estudo inédito e inovador sobre como um espaço público urbano é apropriado e vivido pelos cidadãos que o cruzam.

Beneficiando do distanciamento do seu olhar face à realidade do trânsito em Portugal, a socióloga Hélène Fretigné apresenta-nos a história da transformação, pela autarquia lisboeta, de uma praça acolhedora em inóspito local de passagem, e analisa detalhadamente as tensões, os riscos e os conflitos de uso que opõem peões a automobilistas, ambos reclamando o seu direito a esse território alcatroado.

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O livro divide-se em duas partes:

A primeira parte é uma análise histórica da evolução da praça no contexto do desenvolvimento urbanístico novecentista das Av. Novas, e a polémica da demolição do Monumental, nos anos oitenta, quando a autarquia lisboeta prometeu aos munícipes a “devolução da praça aos peões”.

A segunda parte analisa a situação actual da praça, feita de agressão contínua aos peões nas suas tentativas de a atravessar, agressão essa em que a CML tem responsabilidade, já que autorizou, a partir dos anos oitenta, a construção de 3 centros comerciais cortados por uma via rápida, e não oferece aos cidadãos condições de travessia confortável e segura, e muito menos disponibiliza as condições para o usufruto condigno do equipamento urbano que é uma praça central da cidade.

O livro contém um caderno de fotografias, um mapa de ocupação do espaço da praça, diversas plantas e quadros com tempos de atravessamento, velocidades praticadas, etc.

Título: UMA PRAÇA ADIADA
Subtítulo: Estudo de fluxos pedonais na Praça do Duque de Saldanha
Autoria: Hélène Fretigné
Coordenação: Manuel João Ramos
Introdução: Manuel Delgado (Universitat de Barcelona)
Para: urbanistas, cientistas sociais, técnicos de segurança rodoviária e todos os interessados no estudo das relações peões-automobilistas
Distribuição: Assírio & Alvim Editores (http://www.assirio.com)
Preço de capa: € 14
Número de páginas: 125
Número de fotos: 25
Vários mapas, plantas e quadros
ISBN: 972-37-1090-0


Este recebi-o por email, limitei-me a copiar o texto. O mesmo fiz com este outro que descobri através do Céu sobre Lisboa:


Para quem se interessa pela história urbana de Lisboa, este é um livro indispensável. Encontrei-o por acaso na feira do livro no ano passado, e suponho que deve ter sido o último livro editado pela CML no tempo do João Soares. Talvez exista na Livraria Municipal. Apesar do título abstruso, trata-de uma série de pequenos ensaios, escritos por especialistas reconhecidos como Hélder Carita para a época manuelina ou Ana Tostões para o Estado Novo. Especialmente interessantes, também pela raridade, são os artigos sobre o século XIX de Raquel Henriques da Silva, a maior especialista neste período (e que, não sei porquê, nunca mais publica a fundamental tese de doutoramento sobre este tema, que só conheço em versão policopiada na BN) e, mais ainda, o de Teresa Valsassina Heitor sobre Chelas, o maior falhanço em planeamento urbanístico da história de Portugal. TVH explica muito bem toda a história do plano, os antecedentes, os percalços e o descalabro final, do qual um dos principais responsáveis é nada mais nada menos que Nuno Portas.

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