sexta-feira, 17 de março de 2006

"Promoções"

Eis mais uma prova da dificuldade em vender apartamentos em Portugal:

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Esta é uma segunda versão das célebres "promoções" da SGAL.
Durante o tempo em que a taxa de juro descia em Portugal fizeram-se fortunas no ramo do imobiliário. Era fácil: comprava-se por 10 e passados 4 anos vendia-se por 20. O novo comprador tinha dinheiro para comprar porque podia pedir mais emprestado, sem ficar com o seu orçamento muito apertado, pois o juro a descer disfarçava.
Ainda me lembro do meu primeiro empréstimo para habitação com uma taxa de juro a rondar os 13% (ano de 1994).
Ora bem, eis que a taxa de juro bate no fundo, a oferta de habitação está em alta e a classe média que pode comprar casas é cada vez mais reduzida. Tudo junto obtemos o resultado que hoje está bem visível na palavra mais lida nas nossas ruas: VENDE-SE.
Portugal vive um paradigma no domínio da habitação: tem milhares de casas vazias esperando e desesperando por um comprador e, por outro lado tem, seguramente, muitos milhares de pessoas com necessidade urgente de uma habitação condigna.
Falta uma política habitacional e de ordenamento urbano digna desse nome. Para quando senhores governantes?

3 comentários:

Pedro Cruz Gomes disse...

Tem ainda uma terceira coisa, Pedro: preços que não caiem. O que indica uma de duas situações: promotores teimosos que nem burros a preferirem manter os imóveis em seu poder em vez de diminuirem a margem de lucro ou promotores entalados (que também os há) que não podem baixar preços porque não têm suporte contabilístico que justifique uma venda com prejuízo.
(recordo que, com as alterações e a "atenção redobrada" fiscais dos últimos anos, uma venda "com prejuízo" é sempre suspeita).

Pedro Veiga disse...

Nas casas novas não têm decrescido, bem pelo contrário. Nas casas mais antigas há situações em que se consegue fazer bons negócios, o que podrá estar a dificultar a venda das novas. Isto é só uma interpretação, dado que não conheço dados que provem isto.

d. disse...

Eu penso que se trata um pouco mais de excesso de oferta do que dificuldade em vender. É tal e qual os escritórios.