quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Por uma nova toponímia

Este é um bairro onde é visível o interesse da CML em, através da toponímia utilizada, realçar a qualidade do empreendimento. Como se, por emprestarem os seus nomes às avenidas, os vultos culturais contemporâneos comprovassem a culturalidade do sítio. Ou dos seus habitantes.

Eu acho muito bem. E, por achar bem, proponho - agora que o vulto franqueou o panteão dos eleitos - que a CML leve até às últimas consequências este empréstimo promocional dos cultos desaparecidos, esta promoção cultural dos sítios emergentes, e renomeiE a nossa Alta.

Que tal a ALTA DE CESARINY?

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Que outro sítio de Lisboa melhor homenageia o artista mais destacado do surrealismo?

Onde mais do que aqui está CESARINY EM ALTA?

- Já se viu melhor aplicação urbanística do cadavre exquis que os variados traçados da Av. Santos e Castro(R) e vias adjacentes onde cada troço é começado por um artista diferente, acabando naturalmente aquelas por nunca se encontrar?

- Já se viu melhor aplicação de um sonho sem ligação à realidade que nas ligações viárias ao resto da cidade, onde rotundas maginificentes unem vias de 4 faixas a vielas onde dois autocarros se conseguem enganchar sem a menor das dificuldades?

- Já se viu maior surrealidade do que defender a ausência de iluminação nocturna num jardim público não-vedado com o argumento de que ele não é para ser utilizado à noite (oh noites invernais de Lisboa que ignorais que o Sol se põe às 17:30!)

- Já se viu melhor lugar onde o engate perfeito (do promotor)se transforma em enfarte provável(do habitante) em cada um dos cruzamentos mal sinalizados, provisórios, inesperados que o atraso dos trabalhos legou?

- Onde vias com 2+2 faixas e separador são transformadas em 1+1 para circulação / separador / estacionamento e acesso aos edifícios, sem outra lógica que não seja a falta dela?

- Onde rectas esplendorosas de 4 faixas terminam em faixas apertadas após abruptas curvas?

- Onde um centro de saúde em que prolifera a insalubridade, o desconforto, o convívio com insectos rastejantes e mamíferos roedores se mantém em funcionamento apesar do espaço que o irá substituir já estar pronto?

- Onde todas as empreitadas que dependem do município pararam porque o município se esqueceu de reservar dinheiro para as acções que programou e acordou com o promotor?

ALTA DE CESARINY: O SONHO QUE LISBOA GUARDOU ATÉ AO FIM!

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quarta-feira, 29 de novembro de 2006

A Casa da Lenha - bilhetes para hoje às 21h30m

Fernando Lopes-Graça é considerado por muitos o grande compositor português do séc. XX. Vítima de sucessivas perseguições políticas e profissionais durante o regime salazarista, Lopes-Graça compôs mesmo assim uma vasta obra que vai desde a música coral, harmonizando melodias populares, à música intrumental, de câmara, e sinfónica.

A Casa da Lenha é uma co-produção do Teatro da Comuna e do Teatro Nacional D.Maria II, com texto de António Torrado e encenação de João Mota. Conta com um vasto elenco de actores e músicos que dão corpo e voz ao percurso de vida de Lopes-Graça, repleto de episódios, histórias e acontecimentos históricos, fazendo interagir as cenas com algumas das mais significativas obras compostas pelo compositor nascido em Tomar em 1906.

Carlos Paulo está sublime na forma densa e trágica como encarna Lopes-Graça. Só por ele já valia a pena ir ao Rossio ver a peça, mas também por todos os outros actores, valiosos na construção das cenas, por Nuno Barroso, ao piano, extremamente doce na leitura da Canção sem Palavras, e ainda pelo Coro de Câmara do Lisboa Cantat, magnífico na abordagem do repertório coral.




(Lopes-Graça, Canção sem Palavras, por Olga Prats)


Serve esta introdução para anunciar com pompa e circunstância que aqui o blog está imparável no serviço pela comunidade e resolveu oferecer bilhetes para a récita desta noite, Quarta-feira, dia 29 de Novembro às 21h30m. Para tal basta enviar um email para viveraltadelisboa@gmail.com e escrever qualquer coisinha na caixa de comentários até às 16h. Podem pedir mais que um bilhete, caso levem companhia. Após isso receberão um email a confirmar a reserva. Caso a adesão dos leitores seja em número superior aos bilhetes disponíveis fica garantida a presença noutra récita em data a anunciar.

Desejo-vos um bom espectáculo logo à noite!

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terça-feira, 28 de novembro de 2006

O bypass de Santos e Castro 2

Os acessos da Alta mudam provisoriamente inúmeras vezes antes da sua configuração final. É o custo de se construir tudo ao mesmo tempo, mas também é o resultado de não estarem a tempo construídas as vias circulares. Nestas mudanças, quando mesmo não falta, a sinalização é parca em esclarecimentos, causando essa falha naturais transtornos aos que experimentam o acesso provisório pela primeira vez ou que não circulam na zona as vezes suficientes para configurar o mapa mental desta cidade que cresce a norte de Lisboa.

Foi o que aconteceu ao Pedro, que regressava aqui à redacção após longas férias. Há uma qualquer mania de que os portugueses são pessoas empíricas, pouco dadas a tratados teóricos, daí talvez se preferir que conheçam becos e vielas pelo próprio pé do que por mapas ou sinalização no terreno. Aqui o blog tentou compensar esse ajuste dos moradores mostrando o video do bypass a Santos e Castro, mas, por ser de noite, alguns pormenores ficaram por revelar. Em mais um serviço à comunidade, aqui fica então o novo percurso com ida e volta desde o nó de Calvanas, já de dia, rodando os 180º hipnotizado por um undecaneto de um tyranossauro rex.


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TERRORISMO

Em Portugal, o Estado que tem sido tão imperial a exigir aos seus cidadãos o cumprimento de valores essenciais como a honestidade e a prestação atempada das contribuições devidas, acusa uma notável falta de memória (provavelmente por ser uma entidade, não uma pessoa: toda a gente sabe que as entidades têm uma certa queda para a abstracção) quando se inverte o sentido do dever. É incrível como a velocidade com que decidiu publicar na net os nomes dos maiores devedores de impostos rimou com a opacidade com que se fechou à proposta (demagógica, evidentemente) do PP para que publicasse a lista das suas maiores dívidas.

- Convenhamos que a sua publicação pariria um rato: os maiores devedores da órbita do Estado, mais do que o próprio Estado são as autarquias e algumas empresas públicas -

De qualquer das maneiras, grandes dívidas unitárias implicam grandes credores; e esses - na sua esmagadora maioria instituições bancárias, têm a força, os recursos e o poder para - não se podendo entender com Júpiter - retirarem dos pobres humanos o que os deuses se esqueceram de regularizar.

Mais importantes do que essas, são os pequenos valores que, aqui e ali - e apesar dos contratos assinados, das promessas feitas, das palavras de honra de presidentes e responsáveis - se vão deixando em atraso, à espera de uma conjectura favorável, da mudança dos humores dos serviços ou da resolução de um nó górdio formal através da aplicação de um dos inúmeros "truques" em que esses mesmos serviços são peritos (é tão fácil encontrar muros na lei como desvendar alçapões), e que tanta mossa fazem nas finanças de particulares ou das pequenas empresas.

Vem isto a propósito dos atrasos nas obras da Alta, claro. Aparentemente, os acordos de expropriações que as viabilizarão ficaram fechados na gaveta do vereador Fontão de Carvalho por falta de verba para os pagar. A ser verdade, que magnífica lição! É que mais vale uma população a perder mais meia-hora de carro do que mais uns quantos vigarizados pela volúpia política de meia-dúzia de parlapatões incumpridores.

E eu sei do que falo. Ainda ontem estive a contabilizar calotes... (ai, calotes não, que o Estado paga sempre não é? Nem que seja aos nossos orfãos...!)

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BIMBOS

Não, não bastava a não planeada e pouco estruturada alteração sistemática dos percursos rodoviários na Alta.

Não bastava a nula atenção dada ao melhoramento das vias nas zonas limítrofes do bairro para fazer face à mais que previsível enxurrada de trânsito criada pelo crescimento da sua população residente.

Não bastavam os atrasos na conclusão dos nós de ligação, do viaduto da Norte-Sul, das obras da Alameda das Linhas de Torres.

Era mesmo imperioso cortar o acesso à Santos e Castro pela rua periférica, paralela à Quinta das Conchas. E UM SINALZINHO A AVISAR, NO INÍCIO DA MESMA, OS INCAUTOS MOTORISTAS??? SERIA PEDIR MUITO?

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domingo, 26 de novembro de 2006

Bypass colocado em Santos e Castro

O Pedro Veiga tinha toda a razão. Na altura pensei que fosse o início do tramo Sul do Eixo-Central, anunciado dias antes pela SGAL face ao caos instalado nos acessos à Alta de Lisboa em hora de ponta após a decisão da CML de fechar a ligação entre a Av. Eugénio de Andrade e a Av. Maria Helena Vieira da Silva para a construção do Colégio de S. Tomás. Mas para esse tramo Sul acontecer, um troço já definitvo, já desenhado no projecto, é necessária a deslocação dos moradores do bairro de Calvanas para as novas casas construídas junto ao bairro Sete Céus, e como isso tarda em ser feito, vamos vendo a futura-ex-Av. Santos e Castro ser operada com bypass atrás de bypass para melhorar a circulação. Aqui fica um video nocturno com uma boa banda sonora.

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sábado, 25 de novembro de 2006

Passeio de bicicleta




Depois da tempestade, a bonança. Se a manhã de Domingo estiver tão aprazível como a de hoje, querem dar um passeio de bicicleta? Aceita-se sugestões de percurso.

Proponho como ponto de encontro a zona mais baixa do Parque Oeste, junto à rotunda Cardeal D. António Ribeiro, às 10h55m, com saída às 11h da manhã.

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sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Passado recente e antigo da Alta de Lisboa

Em jeito de prenda de Natal aqui mostro algumas fotografias que retratam alguns aspectos da Alta de Lisboa nos anos de 2002 e de 2003.
Apesar de todos os contratempos e dificuldades a cidade nova tem crescido e ganho maturidade…

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Empreendimento Condomínio da Torre em acabamentos e parte da Rua Helena Vaz da Silva a ser asfaltada (12 de Outubro de 2003)

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Estrada da Torre com o respectivo condomínio ainda em acabamentos (12 de Outubro de 2003)



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Empreendimento Colina S. João de Brito e Rua Helena Vaz da Silva sem estabelecimentos comerciais abertos (12 de Outubro de 2003). Actualmente nos dias mais complicados, na hora de ponta da manhã, esta rua está frequentemente cheia de automóveis a caminho do centro de Lisboa.


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Monte de S. Gonçalo visto da Av. Krus Abecassis (22 de Junho de 2006). Estes terrenos estão actualmente ocupados pelos empreendimentos Colina de S. Gonçalo e Condomínio do Parque. Em último plano vê-se a escola primária do Monte de S. Gonçalo em construção.




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Terreno hoje ocupado pela escola da Misericórdia de Lisboa e pelo empreendimento Condomínio do Parque. Ao fundo vêm-se os edifícios do Plano Especial de Realojamento e o terreno delimitado destinado à construção do empreendimento Colina de S. Gonçalo (14 de Julho de 2002).




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Empreendimentos Colina de S. Gonçalo (em primeiro plano) e Condomínio do Parque (em segundo plano à esquerda). O empreendimento Jardins de S. Bartolomeu ainda não estava a ser construído. Vista do Monte de S. Gonçalo (4 de Maio de 2003).



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Imagem idêntica à anterior obtida a 13 de Julho de 2003



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Esta fotografia mostra os empreendimentos Colina de S. Gonçalo (primeiro plano), Jardins de S. Bartolomeu (em segundo plano ainda nos andares mais baixos), Condomínio da Torre (em terceiro plano) e ao fundo é visível o edifico do Hotel Sheraton - Picoas (27 de Julho de 2003).


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Empreendimento Colina de S. Gonçalo e a meio plano vê-se o estado de avanço dos Jardins de S. Bartolomeu (conjunto que é servido pelas ruas Melo Antunes e Tito de Morais). Fotografia de 16 de Novembro de 2003.


E recuando muito mais no tempo:

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Ostras do Miocénico (vertente num troço da nova Avenida Santos e Castro)

Que aprazível deveria ser este local há uns bons 15 a 20 milhões de anos. Esta imagem mostra ostras fósseis do Miocénico. Nesta altura a região de Lisboa estava a uma latitude inferior à actual e o clima era tropical. Agora imaginemos uma enseada amena de águas quentes transparentes a transbordar de vida. Praias e recifes de corais a perder de vista numa zona de estuário com franca influência marinha. Tudo isto sem qualquer vestígio de poluição… algo semelhante ao que hoje se vê naqueles catálogos a anunciar férias em locais tropicais longínquos acessíveis a umas horas de avião.

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quinta-feira, 23 de novembro de 2006

A periferia a fazer-se cidade

Aos poucos, à velocidade dos que vão chegando e usando as ruas, surgem também empreendedores com espírito de negócio, que abrem lojas onde trocam serviços ou produtos. No Condomínio do Parque já existe um banco, com caixa multibanco, um café, e futuramente abrirá um atelier de tempos livres para crianças que promete ser uma excelente forma de as estimular com actividades extra-curriculares realmente enriquecedoras.

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Também nos Jardins de S. Bartolomeu irá abrir um minimercado, uma loja que já existe do outro lado do Parque Oeste, provando que a aposta na zona está a valer a pena.


Na Colina de S. Gonçalo existe já um café com bolos muito bons, um clube de video com últimas novidades, uma parafarmácia e futuramente uma farmácia.


Mas comércio já existia, nos blocos de realojamento, há muito tempo. Uma loja de peixe congelado, aqui.


Um talho e um café.


Um pequeno mercado, o chamado "lugar", onde se pode comprar frutas, hortaliças e derivados, segundo avisa o toldo.


E ainda um snack bar que também vende frangos para fora.


As fronteiras entre edifícios de habitação social e de venda livre são notórias, e a guetização também se reflecte nalgum comércio. A desconfiança mútua adia a homogeneização do espaço público, e o estigma dos "ricos" e dos "pobres" persiste. Um estigma que não se sente na cidade antiga, já mais cristalizada, como Alfama ou Bairro Alto, onde junkies, castiços de bairro, jovens casais arrendatários e dondocas "queques" partilham passeios, jardins, cafés e esplanadas e compram alfaces nos mesmos lugares. Falta isto ainda à Alta de Lisboa: humanizar o espaço público, homogeneizá-lo, torná-lo de todos, ensinando e aprendendo permanente e pacientemente a tolerância, civismo e cidadania. De todos, sem excepção, porque há bons e maus exemplos em todo o lado. Talvez seja por isto a minha desconfiança perante os condomínios fechados; pela demissão e desistência de lutar por um espaço público seguro e saudável. Abdicando do usufruto do espaço público, marginalizamo-lo, tornando-o dia após dia menos convidativo e menos seguro. E andamos depois histéricos com o número de rondas diárias do segurança da empresa privada que faz a vigilância do condomínio. Bah! Uma cidade só é segura se não a vivermos hermeticamente fechados num automóvel entre as garagens do escritório e do T2. É por isso também que me assustam os avanços de alguns moradores em tornar menos público algum do espaço que viram vandalizado. São compreensíveis as motivações, mas duvido que sejam os muros a solução para o problema.

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domingo, 19 de novembro de 2006

Apartamentos em saldo

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O mercado está cheio de casas para venda e parece cada vez ser mais difícil vender um apartamento onde quer que ele esteja localizado, excluindo as casas a preços de luxo, segmento que continua a vender bem.
Mudei-me para uma casa nova há pouco mais de um ano e das minhas janelas consigo contar para cima de uma dezena de apartamentos em venda “desesperada”.
Ontem, ao abrir as páginas de um conhecido jornal encontrei este surpreendente anúncio:

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Fiquei a saber que um apartamento igual ao meio está em saldo. O promotor (SGAL) baixou os preços em 6 %!
Pois bem, isto de sinalizar um apartamento a 50 % dois anos antes de ser escriturado parece não compensar nos tempos que correm, sobretudo porque os juros estão a subir e há cada vez menos pessoas com capacidade de se endividar até às orelhas! O mercado está a ditar as regras!

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sábado, 18 de novembro de 2006

Se as eleições autárquicas fossem hoje, em quem votaria para a CML?

É esta a pergunta do novo inquérito aqui do Viver, colocada no canto superior direito da página. Não se pretende saber se mudava o voto de um para outro candidato, porque isso implicava um número de hipóteses gigantesco. Assim decidimos colocar os mesmos principais candidatos das eleições de Setembro de 2005, acrescentar os dois presidentes anteriores e o Eng. Duarte Pacheco, por quem nutrimos saudade, admiração e carinho. A proposta é light, sem pretensões a ter validade científica, mas serve para purgar algum desagrado que possam sentir com a situação actual da CML.

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Parque Periférico I

Gonçalo Ribeiro Telles
PARQUE PERIFÉRICO

(retirado do Boletim Lisboa Urbanismo nº1 - Ano 1998)


Na configuração espacial da estrutura ecológica de Lisboa, o Parque Periférico apresenta um traçado circular em relação à cidade.

O Parque Periférico é constituído por uma estrutura contínua reticulada que vai desde o Parque de Monsanto até à Ameixoeira.

Abrange quintas notáveis, os conjuntos históricos de Carnide, Paço do Lumiar e Ameixoeira, a Estrada Militar, cemitérios e áreas industriais que se estendem ao longo da faixa limítrofe norte do concelho de Lisboa.

Na configuração espacial da estrutura ecológica de Lisboa, o Parque Periférico apresenta um traçado circular em relação à cidade. O Parque Periférico é constituído por uma estrutura contínua reticulada que vai desde o Parque de Monsanto até à Ameixoeira. Abrange quintas notáveis, os conjuntos históricos de Carnide, Paço do Lumiar e Ameixoeira, a Estrada Militar, cemitérios e áreas industriais que se estendem ao longo da faixa limítrofe norte do concelho de Lisboa. Apoiando-se em diversas quintas e lugares consolidados, estende-se ao longo de três sistemas lineares:

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- Estrada Militar, que corresponde à linha panorâmica de crista;
- Talvegues das águas que correm para o Vale de Alcântara (antiga Ribeira de Alcântara) e para a Calçada de Carriche, que correspondem ao sistema húmido;
- Estrada histórica que liga Carnide, Paço do Lumiar e Ameixoeira (antiga Estrada do Paço do Lumiar).

Sempre que possível, azinhagas ou espaços de uso colectivo ligam radialmente os sistemas atrás citados.

O sistema panorâmico e o sistema húmido, para além da Estrada Militar e das linhas de água que os definem, deverão ser percorridos por caminhos para peões e bicicletas.A estrada histórica (antiga Estrada do Paço do Lumiar), deverá ser percorrida por trânsito local condicionado a viaturas e bicicletas. As ligações radiais deverão ser também destinados exclusivamente a trânsito automóvel de emergência, bicicletas e peões. De uma forma global, o Parque Periférico deverá desempenhar as seguintes funções:

- Regularização do regime hídrico e cintura verde
- Recreio, desporto e turismo
- Cultura e educação
- Produção
- Humanização de espaços por vezes já muito degradados


1. Regularização do regime hídrico e cintura verde

A expansão das edificações em Lisboa deverá, para além de se sujeitar a índices de dimensionamento e volumetria, respeitar a pré existência de uma estrutura ecológica que permita: a existência de solo permeável como interface entre a crosta terrestre e a atmosfera, com todas as consequências daí resultantes; a presença de uma rede de vegetação que irá possibilitar uma melhoria do clima local e contribuir para a diminuição da poluição; a circulação da água pluvial a céu aberto em linhas de água que servirão de agentes activos de depuração, bacias de deposição de materiais sólidos e regularização dos caudais, funcionando em articulação com os esgotos convencionais



Fig.1
Sistema Panorâmico sobre a Campina de Loures. Estrada Militar.
Caminhos de peões na crista de protecção da estrada militar e de bicicletas no lado oposto.
Recuperação histórica de bastiões e dos paióis de pólvora.
Manuela Raposo de Magalhães in- Morfologia da Paisagem



Fig.2
Sistema húmido: curso de água acompanhado de vegetação ripícola e de caminho de peões e bicicletas
Sistema transversal: constituído por azinhagas ou novos percursos arborizados
Sistema histórico: estrada que liga Carnide, Paço do Lumiar e Ameixoeira




2. Recreio, desporto e turismo

A estrutura ecológica e cultural do Parque Periférico permite desenvolver determinados aspectos de recreio, especialmente passeios a pé ou de bicicleta, quase sempre separados do trânsito local de viaturas. O exercício da marcha e da corrida encontrará, nos caminhos do parque, extensos percursos que possibilitam a sua prática nas desejáveis condições de um ambiente saudável.

Desportos tradicionais e a céu aberto, recintos equipados com aparelhos de ginástica e circuitos de manutenção encontrarão lugar na rede de corredores e espaços que constituem o parque.

Também miradouros poderão ser criados nos antigos bastiões da estrada militar, assim como a implementação de apoios com restaurantes e sanitários irão decerto facilitar o uso do parque.

A criação de espaços destinados á implantação de pombais também deverá ser um objectivo do Parque Periférico, dada a popularidade dos concursos de pombos correios.


3. Cultura e educação

A Estrada Militar, percorrendo a crista do desfiladeiro que separa Lisboa da Campina de Loures, é um dos elementos estruturantes do parque. Poderão alguns bastiões e paioes serem recuperados e utilizados como memória militar da defesa da cidade, assim como a instalação de um museu no Forte da Ameixoeira.

Também é importante a recuperação de algumas das ocorrências ainda existentes da paisagem rural dos arredores (olivais, sebes, culturas hortícolas), assim como a vegetação ripícola das linhas de água a recriar, acarretando um enriquecimento da fauna silvestre, especialmente das aves. Tanto a possibilidade de reencontrar a paisagem viva e de observar a vida silvestre num ambiente "urbano" são valores de grande importância a considerar numa política de educação]




Fig.3
O "Parque Periférico" constitui uma estrutura reticulada que tem por
objectivo a construção de uma paisagem assente nos valores do lugar e
projectada para o futuro.
As áreas integradas de recreio e produção (hortas sociais) surgem intercaladas nos tecidos consolidados



A integração de quintas e dos sítios históricos de Carnide, Paço do Lumiar e Ameixoeira numa estrutura contínua é uma acção que por si só justificaria a criação do Parque Periférico.


4. Produção

Muitas camadas das actuais populações urbanas necessitam de ter, para além dos seus salários e algumas reformas exíguas, outras fontes de rendimento. A mais procurada é a de exploração de hortas que, não só permitem à família um abastecimento fácil de alimentos frescos (vitaminas) e de venda de produtos tradicionais (flores e plantas envasadas), como proporcionam o reencontro com raízes culturais que não convém ficarem ausentes, mesmo no meio urbano.


5. Humanização de espaços por vezes já muito degradados

Nas áreas atingidas pela rede estruturante do Parque Periférico existem bairros que irão ser beneficiados pelo tratamento da sua envolvente e dos espaços públicos interiores.

Por outro lado, as populações residentes poderão encontrar no parque um espaço de recreio que contribuirá para a melhoria da sua qualidade de vida.

A integração de espaços industriais numa estrutura verde irá não só valorizar esses espaços como também eliminar aspectos contrastantes com a paisagem do parque que, já hoje, desvalorizam alguns destes lugares.

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sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Tolerância - Um Valor Universal

Já é possível ver o programa Sociedade Civil que passou no Canal Dois no passado dia 16 de Novembro. Foi abordado o tema da tolerância e a Alta de Lisboa esteve em foco.

Para ver o programa - aqui , se não conseguir visualizar experimente por aqui.

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Estatística interessante e alerta de consciências


Descobri esta estatística na Internet (http://www.worldwatch.org/node/4057 -“Matters of Scale - Bicycle Frame”) e não resisti em adaptá-la para a língua portuguesa.

Número de bicicletas por 1000 habitantes (em meados da década de 1990):
EUA: 385
Alemanha: 588
Holanda: 1000

Percentagem de percurso urbano feito por bicicleta (ano de 1995):
EUA: 1%
Alemanha: 12%
Holanda: 28%

Percentagem de adultos obesos (ano de 2003)
EUA: 30.6%
Alemanha: 12,9%
Holanda: 10,0 %

Percentagem do produto interno bruto em gastos com a saúde (ano de 2002):
EUA: 14.6%
Alemanha: 10,9%
Holanda: 8,8 %

Pessoas por hora que “one meter-width-equivalent right-of-way” pode albergar em diferentes modos de transporte (não consegui traduzir este termo):
Automóvel no meio de trânsito misto (ligeiros e pesados): 170
Bicicleta: 1500
Autocarro em trânsito misto (ligeiros e pesados): 2700
Peão a andar a pé: 3600
Comboio suburbano: 4000
(Não há referência ao metro urbano mas presumo que deverá ter um valor idêntico ao comboio)

Energia utilizada por passageiro por milha (em calorias; 1 milha≈1,6 km):
Automóvel: 1860
Autocarro: 920
Transporte por carris (comboio e metro): 885
Deslocação a pé: 100
Bicicleta: 35

Agora, caros políticos e decisores executivos, digam lá o que se deve fazer nas nossas cidades?
Devem ser implementadas políticas de gestão do trânsito citadino que evitem este desperdiçar diário de energia que vem, sobretudo, de um recurso finito e não renovável – o petróleo (cada dia que passa o mundo queima 85 milhões de barris de petróleo).
Deixo aqui um link que serve para abrir as nossas consciências face às inevitáveis leis da natureza. É um alerta para tornarmos a vida do nosso dia-a-dia mais racional do ponto de vista do consumo energético. O autor, Richard Heinberg, é um especialista na área da ecologia e do desenvolvimento sustentável. Autor do recente livro: “The Oil Depletion Protocol: How to Avert Oil Wars, Terrorism and Economic Collapse”. É interessante conhecer as opiniões deste especialista, independentemente das nossas convicções políticas. Eu penso que hoje muitos dos problemas que afectam a humanidade estão relacionados com o limite geológico do planeta no que se refere aos recursos energéticos e materiais. A nossa sobrevivência como espécie está dependente da forma como gerimos estes recursos.

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quinta-feira, 16 de novembro de 2006

O princípio do fim?

O que nasce torto tarde se endireita: PSD rompe coligação com CDS-PP na Câmara de Lisboa. Quantos dos que deram a vitória ao executivo de Carmona Rodrigues votariam da mesma forma se fossem hoje as eleições? E alternativas, há? Apaguem a luz...

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terça-feira, 14 de novembro de 2006

Tolerância na Alta de Lisboa


















Na próxima 5ª Feira, 16 de Novembro, o programa Sociedade Civil abordará o tema "Tolerância- um valor universal". As filmagens decorreram na Alta de Lisboa e foram entrevistados moradores do PER e da recém criada A.R.A.L. (Associação de Residentes do Alto do Lumiar).
O programa do canal Dois é apresentado por Fernanda Freitas e vai para o ar as 14:00.

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segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Águias da Musgueira - UDAL



Queria ter assistido ao embate entre o Águias e a UDAL, relatar aqui o jogo e pôr uma fotografias, mas obrigações profissionais impediram-me de o fazer. Agora nem o resultado de tão ansiado confronto sei. Alguém sabe? Alguém foi ao jogo?

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sexta-feira, 10 de novembro de 2006

E após 17 dias sem resposta

Exmos. Srs. Vereadores,

Foi enviada a V. Exas, no dia 24 de Outubro de 2006, uma carta abaixo-assinada pedindo-vos celeridade na resolução de alguns pontos que estão a bloquear o desenvolvimento normal de um projecto urbanístico lançado pela CML. A carta está publicada online, com a lista de assinaturas aberta na caixa de comentários, no seguinte endereço:
http://viveraltadelisboa.blogspot.com/2006/10/abaixo-assinado-para-cml.html

Não tendo recebido até agora de vossa parte qualquer resposta, solicito novamente informação relativa à situação descrita na carta, incluíndo as razões para os atrasos e prazos para a resolução definitiva dos pontos em questão.

Um grupo cada vez maior de moradores de Lisboa participa activamente na vida da Cidade, num exercício de cidadania saudável que V. Exas tanto incitam e louvam no mês imediatamente anterior às eleições autárquicas. Queiram agora V. Exas. estender à duração do vosso mandato esse mês idílico nas relações entre população e candidatos à sua representação autárquica.

Aguardando resposta,
Os meus melhores cumprimentos,

[assinatura]

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quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Moradores unem esforços para cuidar dos espaços públicos



Os moradores do Moinho do Guizo, na freguesia da Mina, Amadora, fartaram-se de esperar que a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal tratassem dos espaços verdes das suas ruas e juntaram-se no passado fim-de-semana para plantar algumas árvores e flores. A CMA desresponsabiliza-se da inacção alegando não ter ainda recepcionado a obra e por isso não poder intervir nos espaços públicos que ainda não o são.

Esta justificação não nos é estranha. A personalidade jurídica dos espaços urbanos sobrepõe-se à sua função e utilidade pública. E nestes atrasos, ingerências e trapalhadas, quem perde são os cidadãos.

A história tem um lado muito positivo: as pessoas sentirem que está nas suas mãos parte da qualidade de vida das suas cidades; mas tem outro muito negativo: colocar mais uma vez em causa a validade e necessidade de existência de uma administração pública pesada, onerosa e ineficaz.

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terça-feira, 7 de novembro de 2006

A pressão junto da CML aumenta



Aos inúmeros emails enviados para a CML por moradores da CML indagando os atrasos burocráticos que impedem a evolução de um projecto pensado de raiz, junta-se agora uma voz com um peso maior que a de um mísero munícipe. Se o silêncio e indiferença foi o melhor que o executivo de Carmona Rodrigues conseguiu dar até agora como resposta a 20000 habitantes da cidade de Lisboa, pode ser que o requerimento feito pelo Deputado Pedro Quartin Graça directamente ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ao abrigo das disposições aplicáveis da Constituição da República Portuguesa e do Regimento da Assembleia da República, tenha melhor sorte. A bem da democracia e da cidadania.

O requerimento pode ser lido aqui.

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Águias da Musgueira seguem imparáveis no 1º lugar!



O Musgueira lidera isolado o campeonato da 1ª divisão de AFL. Com a melhor defesa e um dos melhores ataques, o Águias deu este último Domingo um importante passo para as aspirações à subida de divisão, batendo o Algés, terceiro classificado, por 1-0. Não tão feliz tem sido a carreira da UDAL, ainda irregular nos resultados.

No próximo Domingo, dia 12, joga-se o sempre electrizante, sempre emocionante e imprevisível, um clássico do Alto do Lumiar, um derby imperdível: o Musgueira-Alta de Lisboa! Veremos se este embate marca a recuperação da UDAL ou se é a confirmação do bom momento de forma do Águias. É também uma boa oportunidade para se conhecer um pouco melhor o bairro onde vivemos e visitar um complexo desportivo que é recomendado pela FIFA.

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sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Um sonho

...infelizmente muito longe da nossa realidade. Temos muito que aprender com cidades como Amsterdão, Copenhaga ou Curitiba.

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quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Recenseamento

O João Pinto, do Empreendimento das Galinheiras, salientou neste post a importância de estarmos todos recenseados na nossa área de residência.

Confesso que era uma tarefa que andava a adiar para "um destes dias" (apesar do transtorno que foi ir votar a Évora nas últimas presidenciais) mas os argumentos apresentados pelo João Pinto convenceram-me da real urgência desta regularização burocrática. Se andamos a fazer abaixo-assinados onde criticamos (e bem!) a CML pela sua inércia burocrática na resolução dos nossos problemas, nada mais lógico que vencermos nós, também, a nossa inércia burocrática. Afinal, em muitos casos, não é só uma questão de representatividade da respectiva Junta de Freguesia, mas da própria Câmara. Quantos de nós somos realmente eleitores daqueles a quem hoje exigimos acção?

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Trânsito parado - the movie

Na passada terça-feira, dia 31 de Outubro, pelas 9h30m da manhã, uma manhã de nevoeiro, a Rua Eduardo Covas apresentava-se com este aspecto. Há momentos que parecem fotografia, de tão estáticos e imutáveis. Respostas da CML ao abaixo-assinado? Nenhuma, até agora.


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