sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Um sonho

...infelizmente muito longe da nossa realidade. Temos muito que aprender com cidades como Amsterdão, Copenhaga ou Curitiba.

7 comentários:

Anónimo disse...

Estamos mesmo muito longe muito mesmo infelizmente. Quem me dera andar por ai de bicleta ou mesmo de transportes e sair em algum sitio avontade sem ter que tar a olhar para o lado esquerdo ou direito a ver se vem carros ou não.

http://www.transportesemmovimento.com/

Tiago disse...

Há poucos anos ainda, reclamar que o fumo do tabaco ficasse arredado dos locais de trabalho ou espaços fechados era discussão certa e perdida. Agora é cada vez mais impensável acender um cigarro num escritório. Há locais próprios para isso, para que os não fumadores não sejam prejudicados.

A discussão sobre o uso das bicicletas parece-me similar. É certo que os países nórdicos têm vantagens geográficas, pela superfície plana, em relação a Portugal, mas a diferença´existe sobretudo no esclarecimento da população e dos governos.

Lisboa, o nosso exemplo, não convida o uso da bicicleta. Não tanto pela geografia acidentada, mas sobretudo por não estar preparada em infra-estruturas que facilitem a circulação e parqueamento de bicicletas. A bicicleta em Lisboa é vista como invasora, um elemento exótico no mar de automóveis, um capricho de quem o utiliza, um meio de transporte recreativo e não utilitário. E por isso as opções urbanas têm passado ao lado dos exemplos de "Amsterdão, Copenhaga ou Curitiba".

A Alta de Lisboa é uma zona com uma oportunidade ímpar para marcar uma diferença e iniciar a a tranformação de hábitos de transporte em Lisboa. Seria bom que a SGAL lançasse essa ideia à discussão, já que da CML vemos que não nos espera mais que umas visitas esporádicas e oportunistas para mostrar como suas obras que outros fizeram.


É inevitável relacionar o tema do uso das bicicletas com os problemas de trânsito que motivaram o abaixo-assinado promovido aqui no blog. Andamos há meses a criticar o uso do automóvel e agora faz-se um abaixo-assinado para, entre outras coisas, exigir a conclusão de uma auto-estrada? Parece paradoxal, mas não é. As grandes vias rodoviárias circulares são necessárias para afastar o trânsito local do centros urbanos. O trânsito agrilhoado que assistimos na Alta de Lisboa, um trânsito altamento poluidor, estagnado, lado a lado com zonas residenciais, não existiria se as vias circulares estivessem prontas. Ou se a utilização de transportes públicos fosse incentivada com a eficiência das faixas BUS exclusivas, ou se houvesse infra-estruturas para a utilização de bicicletas.

Claro que esse trânsito irá depois invadir a cidade, ocupando ruas desfiguradas pelos sucessivos governos camarários, com um número de faixas de rodagem exagerado, passeios exíguos e ocupados com estacionamento abusivo. E, claro, sem faixas BUS eficazes ou ciclovias.

Vi na Holanda inúmeras auto-estradas e vias rápidas. Todas tinham para além das barreiras sonoras de metal próprias da estrutura, duas filas de árvores contíguas ao traçado que ajudavam minimizar os efeitos nocivos da poluição.

Anónimo disse...

Só e preciso uma coisa força de vencer todos juntos vamos la se a alta de lisboa conseguir fazer ciclovias etc etc isto pega "moda" em em todo o Portugal como já e habitual.

Pedro Veiga disse...

Excelente, excelente, excelente post!!!
Tenho feito algumas (poucas) viagens de bicicleta casa-trabalho (entre a Alta de Lisboa e a rua da Escola Politécnica na zona do Largo do Rato). É uma aventura enfrentar este mar de automóveis indisciplinados! São 50 minutos a pedalar escolhendo as melhores ruas para não ser atropelado pelo excessivo tráfego automóvel.
Em relação a estes países (Holanda, Dinamarca e outros) estamos com mais de 50 anos de atraso porque a mentalidade portuguesa continua a pensar que queimar petróleo em engarrafamentos é que é inteligente e sustentável! Isto porque temos o hábito de pensar que a energia fóssil que vem de fora do nosso país sempre virá em quantidades abundantes e a preços reduzidos. Mas tudo está a mudar, a começar pelo período que estamos a viver conhecido pelo “oil peak period” (ver http://www.odac-info.org/ ). A natureza vai em breve impor regras para consumirmos energia de uma forma mais racional.
Para lá disto eu sinto que a mentalidade está a mudar porque cada dia que passa observo mais pessoas a usar a bicicleta. Por exemplo, o movimento massa crítica pretende alertar para estes problemas (http://www.massacriticapt.net/drupal/?q=node/16).
Ainda no último dia de greve de metro quando vinha a pedalar a caminho do trabalho pude cruzar-me com vários ciclistas que faziam o mesmo. Isto era impensável há uns anos atrás! Desde que vim morar para a Alta de Lisboa comecei a usar a bicicleta de uma forma muito mais assídua. Ao fim de poucos meses comprei uma nova com quadro de alumínio (mais leve), por cerca de 170 euros, que considero um óptimo investimento.
A Alta de Lisboa deveria dar o exemplo tanto mais que ao fim de semana já são muitas as dezenas de ciclistas a pedalar nesta parte de Lisboa. Se o betão e o automóvel invadiram Lisboa nas últimas décadas é agora o momento do verde, dos caminhos pedonais e cicláveis invadirem a cidade e expulsarem o excesso de poluição. E porque não começar de norte para sul?

Rodrigues disse...

Eu vi, ao vivo, em Copenhaga e Amsterdão. Emocionei-me ao ver gente de todas as idades e profissões pegar na bicicleta para ir para o trabalho, a escola, o parque... É um sonho, um grande sonho.

Anónimo disse...

O caminho entre o sonho e a realidade é tanto mais curto quanto maior for a vontade. A Alta de Lisboa pode ser o exemplo que falta à cidade de Lisboa. Um caso de sucesso de mobilidade, integração e cidadania. Nós é que temos que estar dispostos a fazer o esforço. Na minha perspectiva, este e outros blogs contribuem para criar o sentimento de pertença, falta dar o passo seguinte: ser uma verdadeira comunidade.

susana disse...

Já tenho dito várias vezes que estas são as únicas cidades em que eu poderia viver além de Lisboa e precisamente por estes motivos apresentados no vídeo.

Tomei a liberdade de adoptar o vídeo para o meu blog: http://greengoing.blogspot.com/ onde sugiro algumas soluções de ciclovias em percursos humanamente possíveis.