terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Obras mal acabadas



Esta é a Avenida Nuno Krus Abecassis. Longa, actualmente com cerca de 800 metros mas ainda em construção no troço que irá ligar a Praça D. António Ribeiro à Ameixoeira, fazendo também o nó com o Eixo Norte-Sul, como se vê na fotografia em baixo.



Acontece que em meados de Outubro passado foi aberta uma vala para conectar os esgotos do empreendimento dos Jardins de S. Bartolomeu ao colector público. Esta obra implicou o desvio do trânsito para apenas uma via de rodagem, mas causou transtorno menor, já que foi de execução rápida, pouco mais de dois dias. O problema é que são ainda visíveis hoje, a 31 de Janeiro de 2006, quase quatro meses depois, as feridas desta intervenção, num relevo que chega aos cinco centímetros.



Repare-se também no pormenor nas protecções que a rapariga usa nos pés. É a única forma de poder andar a pé nalgumas zonas da Alta de Lisboa sem estragar sapatos e encher depois a casa de terra.

A imagem do troço a concluir da Av. Krus Abecassis mostra o aspecto que qualquer obra tem. É uma situação normal, e o incómodo que provoca é colateral aos benefícios futuros que daí virão. Mas o arrastar durante meses e anos de obras mal acabadas, de arruamentos não concluídos, de passeios inexistentes, são um elemento de enorme prejuizo para o dia-a-dia dos moradores que podia perfeitamente ser evitado. Devia, pela dignidade de todos, pela credibilidade que o projecto merece.

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Bens públicos, interesses privados

É bom começar o dia a saber que mais pessoas acham desnecessária a contradição entre o projecto da Alta de Lisboa e a sua concretização. No Canhoto.

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

A Alta de Lisboa só avança com passeios de lama?

O projecto da Alta de Lisboa é arrojadíssimo. Implica o realojamento de milhares de pessoas, a construção de milhares de fogos, escolas, espaços verdes, equipamentos sociais, vias rodoviárias. Um sem número de obras a decorrer simultaneamente, difíceis de gerir, difíceis de planear, difíceis de conjugar com a vida já existente no bairro, maior que muitas cidades.

Fazer de novo, arrasar casas degradadas, terraplanar colinas, construir estradas, ligações, acessos, prédios de habitação com 9 andares, implica um estaleiro permanente que já foi muito discutido por ser tão incómodo e prejudicial ao dia-a-dia dos moradores actuais. Este estaleiro é uma contingência inevitável de um projecto gigantesco que ainda está a mais de dez anos da conclusão.

No entanto, há situações que não são compreensíveis. É o caso das ligações rodoviárias e pedonais entre a zona Sul e zona Norte. Neste momento, como desde há meses, a ligação rodoviária é feita exclusivamente por esta rua, com um sentido para cada lado. São crescentes os engarrafamentos em hora de ponta, como já foi dito aqui e aqui.



É evidente que os engarrafamentos não ocorreriam se as pessoas preferissem os transportes públicos ao transporte privado. É uma mudança de mentalidades necessária na população portuguesa, mas isto também não ajuda. Para além, obviamente, do círculo vicioso que é a relação dos atrasos pela falta de mobilidade dos transportes públicos pela excessiva utilização do transporte privado. Quanto maior a utilização do automóvel, menor a mobilidade do autocarro, quanto menor a mobilidade do autocarro maior o atraso e desconforto dos passageiros, quanto maior o atraso e desconforto dos passageiros maior a vontade de preferir o automóvel. São necessárias medidas políticas corajosas que defendam a mobilidade e eficácia dos transportes públicos.

Mas os engarrafamentos são uma realidade incontornável no presente, e a única hipótese de lhes fugir, não havendo ainda estruturas que facilitem o uso da bicicletas, é ir a pé. O problema é que o percurso pedonal existente para ligar as zonas Norte e Sul da Alta de Lisboa, para além da rua contígua ao Complexo Desportivo, tem o aspecto que as imagens em baixo mostram.



Para que não pensem que há sempre a hipótese de atravessar a rua e caminhar no outro passeio, aqui fica também a imagem desse lado.



Não se percebe, não se justifica, por mais complexo que seja o planeamento da construção de uma cidade, que se despreze e maltrate assim os seus habitantes. É necessária uma grande capacidade retórica para justificar o esquecimento anos a fio de uma situação destas. Não é digno de um projecto com tantos méritos reconhecidos internacionalmente, com ideais sociais tão apregoados, desleixar a este ponto as necessidades urbanas mais básicas, rementendo a cidade para um nível terceiro-mundista. Não é só a capacidade de escoamento rodoviário da Alta de Lisboa para outras zonas da cidade que está em causa, é a própria mobilidade e vivência dentro do bairro, às vezes na própria rua.

E já agora, com o atraso da finalização do Parque do Vale Grande que neste momento, por estar vedado ao público, funciona como tampão entre os dois hemisférios da Alta de Lisboa, não seria uma atenuante acelerar a conclusão do Eixo Pedonal para o abrir ao público? Seria uma forma simples de minimizar o estado de ilha a que muitos moradores estão actualmente condenados. Mesmo assim, será também necessário adaptar o estaleiro da futura malha 6 para que estas vias possam funcionar.


Todos têm a ganhar com a melhoria das condições de vida na Alta de Lisboa. Os moradores, por serem directamente afectados, a SGAL que quer vender um produto que nitidamente é inferior no campo do que nos panfletos publicitários, e o executivo da CML e UPAL, por lhes ser posteriormente reconhecida a competência no seu papel regularizador e executor da cidade.

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domingo, 29 de janeiro de 2006

Está a nevar!



Neve! A última vez que nevou em Lisboa, disseram logo nas rádios, foi a 2 de Fevereiro de 1954, há quase 52 anos. Esta imagem é insólita para a maioria de nós, que vivemos em Lisboa, mas algo me diz que o desacerto climatérico a que assistimos ano após ano, com consequências cada vez mais radicais, nos irá trazer espectáculos destes com maior frequência.

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sábado, 28 de janeiro de 2006

Associações de Moradores - artigo no PÚBLICO

Para quem ainda não leu, aqui fica o texto integral publicado no Domingo, dia 22 de Janeiro, sobre as Associações de Moradores e importância que têm para a vigilância e cooperação política das cidades.



Associações de moradores mobilizam-se em nome de soluções para o seu bairro

As associações de moradores estão cada vez mais atentas aos problemas da cidade. A Internet tornou-se uma arma poderosa para os grupos de residentes lançarem apelos ou mobilizarem moradores para acções de protesto para resolver um problema.

Anabela Mendes

Existem por diversas razões, mas juntam-se quase sempre pelo mesmo motivo: um problema no bairro que leva a "tocar a rebate" e a reunirem esforços para encetar batalhas com a autarquia, com um clube desportivo ou com instituições ou empresas. São associações de moradores ou mesmo cibernautas sempre atentos ao que se passa na cidade ou no seu bairro e que depois do rescaldo das lutas continuam a existir e a persistir pela melhoria de Lisboa.

O Jornal da Praceta, publicação online, é um dos grandes exemplos de como na cidade, através de um computador, se podem denunciar injustiças, encetar lutas, mobilizar cidadãos ou simplesmente informar. Carlos Fontes, director da publicação, é professor de filosofia. Foi dirigente no Instituto do Emprego e Formação Profissional, do Ministério da Cultura, no âmbito das Artes e do Património, e está neste momento a desenvolver um projecto pioneiro de apoio a imigrantes, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, para a produção de material didáctico destinada ao ensino da cultura e língua portuguesa. Em 1995, como representante do Ministério da Cultura, participou na elaboração de um documento estratégico para a sociedade de informação em Portugal. Nessa altura, recorda, já se criticava a ausência da participação dos cidadãos na utilização das novas tecnologias e na chamada "cibercidadania".

"Em 2001 colocou-se no Campo Grande a questão da construção de um parque de estacionamento num jardim público. A revolta levou-me a criar o Jornal da Praceta como elo de ligação e fórum de debate entre os cidadãos", conta Carlos Fontes. "Acontece que os moradores das freguesias de Campo Grande, São João de Brito e Alvalade começaram a solicitar-me, via Internet, que desse voz a outras notícias desta zona da cidade e eu continuei", acrescenta. O êxito inesperado daquele primeiro gesto de raiva levou ao prosseguimento com a publicação, deixando de lado os casos pontuais e passando a ser a voz dos protestos, notícias, informações e histórias daqueles bairros de Lisboa e mesmo de toda a cidade. Todos os dias recebe 20 mensagens de leitores, nas diversas caixas de e-mail que teve de criar para este propósito, e em tempo de uma luta mais acesa as mensagens são incontáveis.

Sendo considerado por muitos movimentos de cidadãos uma referência, a verdade é que Carlos Fontes garante que recebe mesmo mensagens de responsáveis políticos e autárquicos que lhe pedem para ver algumas informações publicadas na sua publicação. Mas isto também causa engulhos a quem não aprecia o exercício da cidadania. Carlos Fontes foi processado por um responsável autárquico na sequência de um texto publicado em 2002, no seguimento de notícias divulgadas na imprensa. O caso não lhe causa estranheza, até porque afirma já ter percebido que "quando a participação do cidadão é muito activa, há que identificá-lo, processá-lo e tentar intimidá-lo, para finalmente, o conseguir calar". Daí a necessidade que sente de resguardar a privacidade, dando a cara pelas causas que defende ou divulga, mas sempre na blogosfera.

"Todos nunca são demais"
O Jornal da Praceta e restantes blogues que criou - a única rede de sites temáticos do país (http://filorbis.no.sapo.pt/) -, tiveram em 2005 mais de um milhão e 600 mil visitantes (sites únicos). Por todos estes motivos, Carlos Fontes considera que "todas as associações, fóruns ou sites onde os cidadãos possam trocar ideias, apresentar sugestões, reivindicações ou exprimir as suas convicções, nunca são demais e são fundamentais para se exercer a cidadania, por menos que o poder goste disso".

Bento Velhinho, do gabinete da presidência da Câmara Municipal de Lisboa, garante que a relação com as associações de moradores têm vindo a ser incentivada pela autarquia desde os últimos quatro anos. De acordo com este responsável, foi criado em 2001 um gabinete de apoio às associações de moradores, dependente da vereadora da Acção Social. O gabinete visava não só estabelecer contactos directos com os dirigentes associativos, mas também criar as condições necessárias para a formação de associações nos novos bairros PER (Programa Especial de Realojamento), sendo-lhes facultado apoio jurídico e apoio financeiro."

A partir dessa altura passámos a considerar as associações de moradores como parceiros sociais válidos, na medida em conhecem o terreno em que estão inseridos, facilitando a relação entre a Câmara de Lisboa e os residentes. Elaborámos várias medidas conjuntas, que visavam nomeadamente conservar o edificado e os espaços envolventes, entre outras", explica. Segundo Bento Velhinho, este trabalho iniciado há quatro anos deve continuar e ser melhorado, "no que diz respeito aos apoios directos às associações e na facilidade de contacto com a autarquia, não se podendo desprezar este valioso exercício de cidadania, até porque os dirigentes associativos são líderes de opinião e representantes de grupos populacionais importantes para a cidade".


Movimento luta pela cidadania no ciberespaço

Conheceram-se pela Internet e deram corpo ao Fórum Cidadania Lisboa em Março de 2005, devido à preocupação com o futuro da Casa Garrett, em Campo de Ourique. Os rostos do movimento são dois jovens economistas, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo, que afirmam que só avançaram com a iniciativa porque sentiram a falta de um ponto de encontro e discussão global que tratasse os problemas da cidade.

Abriram um site, fizeram um blog e mail a mail conseguiram juntar mais de 2300 assinaturas que deram origem a um abaixo assinado para salvar a Casa de Almeida Garrett. Conseguiram trazer a público a questão, que ainda hoje se arrasta na Câmara Municipal de Lisboa e que faz notícia em toda a imprensa, mas afirmam que não têm ilusões. "Na prática, organizações como a nossa e mesmo as restantes associações de moradores da cidade ou até as próprias juntas de freguesia, são completamente ignorados pela Câmara de Lisboa", afirma Pedro Policarpo. E acrescenta: "Não há qualquer espécie de gestão participada e a própria assembleia municipal, que deveria ser um verdadeiro parlamento, não funciona como tal. A carga burocrática é imensa e o tempo reservado para a intervenção dos munícipes é muito reduzido".

Os dois responsáveis do Fórum Cidadania consideram até "normal" que a autarquia não dê qualquer resposta às cartas que enviam. "Se não respondem aos ofícios dos presidentes de junta porque é que haviam de se dar ao trabalho de nos responder a nós?", questiona Paulo Ferrero.

Neste fórum, que funciona através da Internet e em que a maior parte dos 300 membros não se conhece, não há qualquer espécie de formalidade, mas muita vontade e expectativa de "contribuir para a melhoria da cidade e da vida dos que aqui vivem, aqui trabalham ou simplesmente a visitam". Paulo Ferrero e Pedro Policarpo, que já travaram algumas lutas por Lisboa em outros grupos, garantem que transportam o desgosto de viverem "numa cidade pior do que aquela em que viveram os pais", mas também a esperança de deixarem "uma cidade melhor para os filhos" e, por isso mesmo, prometem não baixar os braços e continuarem a lutar pelo bem de Lisboa.

Gastam muitas horas com o Fórum Cidadania, que confessam roubar à vida familiar, mas também afirmam que só com a Internet é possível desenvolver o trabalho a que se propuseram e que conta com a adesão de muitos cidadãos, mesmo residentes no estrangeiro e que continuam a querer uma Lisboa melhor. O fórum continua a sua luta pela Casa Garrett, esperando pelos próximos desenvolvimentos, mas já prepara as intervenções seguintes: a restrição do trânsito da Avenida da Liberdade até à Praça do Comércio e as várias vertentes de requalificação da Baixa.

Para trás, sem resposta, fica o documento que entregaram ao presidente da câmara, Carmona Rodrigues, no dia da sua tomada de posse: "16 Propostas Concretas para Uma Lisboa Melhor". Ali apresentavam soluções para a Casa Museu Almeida Garrett, Cinema Paris, Bairro de Alvalade, Bairro Azul, Campo de Ourique, Palácio da Ajuda, envolvente e Tapada, Passeio Público da Avenida da Liberdade, Príncipe Real, Convento e Bairro da Graça, Acesso à colina Oeste do Castelo de São Jorge, Paço do Lumiar, 15 medidas para uma Lisboa mais estética, zonas de oportunidade, acesso à zona ribeirinha, património cultural municipal e símbolos ao abandono (Arco da Rua Augusta, Aqueduto das Águas Livres, Teatro Itália).

"Uma resposta ao apelo à cidadania", feito pelo então candidato do PSD Carmona Rodrigues em campanha eleitoral, mas que Paulo Ferrero e Pedro Policarpo não viram acolhida, até ao momento, com grande entusiasmo.


Bairro Azul procura tempo perdido
Depois de lutarem contra o Corte Inglés, enfrentam o metro para salvar plátanos

Edgar Piló e Ana Alves de Sousa são membros da Comissão de Moradores do Bairro Azul desde a data da sua constituição, em 2001. Coordenadores do "núcleo duro", dez elementos que realmente se dedicam à comissão, explicam que nesta reunião de boas vontades não há presidentes. São todos iguais, os cerca de 350 associados, só que "uns trabalham mais que outros". "O bairro foi tomado de assalto por causa do Corte Inglés. O trânsito tornou impossível a circulação, o lixo largado pelos frequentadores da loja começou a dar um ar muito desleixado às ruas e resolvemos agir", recordam os dois coordenadores. A luta que travaram com a autarquia deu frutos e hoje o trânsito está condicionado no bairro, tendo sido mesmo cortada a saída que permitia o atravessamento da Rua Fialho de Almeida para a Av. Sidónio Pais, conferindo algum sossego aos moradores. Mas a comissão continua activa. Atenta aos lixos, aos espaços verdes e às relações de boa vizinhança que procuram alicerçar, por exemplo, com a mesquita de Lisboa, estão a organizar visitas guiadas ao templo, para explicar aos moradores a realidade de uma religião diferente da que professam. Estão também empenhados em ajudar a escola Marquesa de Alorna, com quem estabeleceram algumas parcerias de trabalho, depois de um pedido de ajuda lançado pelo estabelecimento de ensino. Alguns moradores, psicólogos, voluntariaram-se para dar apoio a crianças, professores e mesmo encarregados de educação, ao mesmo tempo que estão a tentar, junto do Ministério da Educação e da Câmara de Lisboa, conseguir a requalificação do edifício, a propósito do 50º aniversário, que terá lugar em 2008.

Mas outras guerras estão na forja. Neste momento enfrentam o Metropolitano de Lisboa, na tentativa de salvar os plátanos do bairro, cujo abate foi anunciado por aquela entidade. Elaboraram um abaixo-assinado e exigem que lhes sejam mostrados os planos das obras. Lutam pela classificação do Bairro Azul como património municipal, "para evitar delapidações patrimoniais e reaver o espírito de unidade" que já viveram noutros tempos.

O estacionamento continua na ordem do dia, estando a comissão nesta altura a tentar que a autarquia transforme dois logradouros, actualmente ocupados por oficinas e viaturas de rent-a-car, em parque de parqueamento para residentes, com capacidade para 90 carros. "Queremos ser facilitadores e não executores", garante Edgar Piló, que explica que este espírito de intervenção lhe advém do facto de nunca ter tido feitio para "barafustar sem fazer nada". Ana Alves de Sousa reconhece que foi um discurso de Jorge Sampaio, enquanto presidente da câmara, apelando à cidadania, que a levou a uma posição mais interventiva.


Telheiras luta pelo bairro prometido
Ganharam batalhas, perderam lutas. Mas garantem não baixar os braços

Foi a intenção de fazer um acesso da Segunda Circular ao Bairro de Telheiras, mesmo em frente ao hipermercado Euromarché, agora Carrefour, que levou os residentes a mobilizarem-se para impedir que tal acontecesse. O intento foi conseguido e as sementes para a formação da Associação de Residentes de Telheiras estavam lançadas, tendo sido formalizada a sua criação em 1989.

Na altura, recorda Guilherme Pereira, vice-presidente, os problemas relacionavam-se com a falta de infra-estruturas e espaços verdes mas, em 1995, quando a associação resolveu fazer a avaliação do plano de urbanização do bairro, os problemas saltaram à vista. Falta de estacionamento, andares a mais, polidesportivo por construir, piscina inexistente. Dessa altura ainda resta uma velha "guerra" que diz respeito ao prolongamento do jardim da Quinta de Santana, um local classificado no Plano Director Municipal como zona verde, mas em cujo local a Empresa Pública de Urbanização de Lisboa tem planos para construir um prédio de cinco andares.

Guilherme Pereira recorda que ao longo dos anos várias foram as lutas ganhas, mas também já se contabilizam algumas perdidas. Conseguiram impedir a construção de uma estação de serviço em plena praça central de Telheiras, mas não conseguiram evitar que a construção do novo estádio de Alvalade lhes "roubasse" a ciclovia ou que o trânsito invada o bairro em dias de jogos de futebol. Estes são apenas dois exemplos de longa batalhas travadas, com convocação de manifestações e muitas páginas de jornais preenchidas.

A associação, com 700 sócios que pagam uma quota anual de 18 euros, tem várias comissões formadas, como a de segurança, protecção civil ou as de espaços verdes e higiene urbana. Reúne todas as últimas quartas-feiras de cada mês, dando conta aos moradores que queiram assistir dos desenvolvimentos conseguidos pelos vários grupos de trabalho.

Duas vezes por ano publicam um boletim, com uma tiragem de 12 mil exemplares e distribuição porta a porta. Na sede da associação têm lugar as mais variadas actividades: aulas de guitarra, coro, danças escocesas, danças africanas, danças latinas, artes plásticas e yoga, para além de um grupo de teatro e um de fotografia. Têm uma tertúlia, que organiza conferências e debates e ainda arranjam tempo para coordenar os festejos dos santos populares, no mês de Junho.

Neste momento lutam pela colocação de barreiras acústicas na saída do Eixo Norte-Sul para o Alto da Faia. Guilherme Pereira garante que o saldo da associação é muito positivo, "porque o bairro de Telheiras está mais atento e mobilizado".

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Massa Crítica - Bicicletada


MASSA CRÍTICA / BICICLETADA

27 DE jANEIRO
LISBOA - 18h00 no Marquês de Pombal

PORTO - 18h30 na Praça dos Leões


No próximo dia 27 de Janeiro, como em todas as últimas sextas-feiras do mês, realiza-se mais uma Massa Crítica. Bicicletas, skate, patins (e outros transportes não poluentes) desfilarão pela cidade de Lisboa conduzidos por cidadãos comuns.

A Massa Crítica é um evento que se tem vindo a realizar todos os meses,com um número crescente de aderentes. Apelamos a todos que se juntem a esta grande festa! Ornamentem o vosso meio de transporte, tragam instrumentos musicais, e tudo o que possa transmitir alegria e boa disposição.

A "Massa Crítica" pretende ser um movimento capaz de congregar todos os cidadãos inconformados com a supremacia automóvel. O objectivo primordial é realizar uma marcha de bicicletas, e outros meios de transporte não poluentes, com uma forte componente reivindicativa, que transmita uma mensagem pedagógica e exija a criação de políticas de mobilidade mais vantajosas para a utilização de meios de transporte ecológicos (bicicletas, patins, andar a pé).

A "Massa Crítica" é um movimento espontâneo e livremente organizado, e insere-se numa filosofia mundial de reivindicação dos direitos dos cidadãos face ao despotismo do automóvel e às políticas ecologicamente subdesenvolvidas, divulgando a existência de alternativas viáveis à utilização de transportes motorizados privados. Pretende, para além disso, ser o início de um movimento mais amplo e estruturado de activismo ecológico e social.

A "Massa Crítica" não requer grande capacidade física (dado que é uma iniciativa de grupo com uma forte solidariedade entre todos os seus membros). É aconselhável a utilização de capacete de ciclista, máscara anti-poluição e levar água. Muito mais que um protesto, a "Massa Crítica" é uma acção directa saudável, pacifica, didáctica e divertida.

Contactos: www.massacriticapt.net
massacritica-lx@riseup.net
(recebido por email)

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Bancos com encosto



Chegou ao fim a nossa sondagem sobre os bancos com encosto. Com 100 votos, sem qualquer rigor estatístico dada a artesanalidade deste tipo de sondagem, supostamente 88 pessoas gostariam de ver bancos com encosto nos referidos parques, mas 12 dos votantes não gostariam.

O tema foi levantado aqui, com o pressuposto errado de que não haveria bancos com encosto na Quinta das Conchas. Distracção minha, porque a verdade é que há. No entanto, pelo que nos foi dito por entidade oficiais, no projecto do Parque do Vale Grande, ou Parque Oeste, não estão previstos este tipo de bancos.

Todas estas questões são discutíveis, cada um há-de encontrar razões para a necessidade dos bancos com encosto, outros poderão achar que representam um perigo público ou um elemento dispensável na vivência do jardim. Mas é curioso ver a evolução que o mobiliário urbano tem tido nas últimas décadas, desde a abundância de oferta do Jardim da Estrela, à inexistência de bancos no Parque Oeste.

Acabo mostrando-vos este exemplo engaçadíssimo, na Praça da Batalha, na lindíssima cidade do Porto, onde estão colocados uns cadeirões individuais de forma desordenada, simulando o ambiente informal de uma conversa de amigos.

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Passeio de Domingo às 10:00

Por muita gente pensar que é uma violência acordar tão cedo ao Domingo, o passeio de bicicleta vai ser desta vez às 10 da manhã.

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Terraplanagem nas Calvanas



Se há obras que tardam a acabar ou mesmo a começar, já o movimento de camiões carregados de terra na zona das Calvanas é verdadeiramente impressionante. Vai-se preparando o terreno para a construção da zona verde do Campo Novo e da grande avenida que irá ligar a 2ª circular à Rotunda Sul.


(mapa roubado ao Pedro, já há uns meses)

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terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Passeio de Bicicleta no Domingo



Como chegar à Rua Adriana de Vecchi? aqui.

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

LX Condomínio avança







O mais recente empreendimento a ser construído na Alta de Lisboa, o LX Condomínio, avança a bom ritmo. Situa-se junto ao Bairro da Cruz Vermelha, ficando com o Parque Oeste a um passo. Na imagem do projecto, surripiada ao David e posteriormente adaptada, o LX Condomínio está assinalado a vermelho, ficando à direita outro empreendimento que fará a continuação da malha 6.

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sábado, 21 de janeiro de 2006

Esquadra da Polícia - notícia do PÚBLICO



Na 5ª feira, dia 19 de Janeiro de 2006, falou-se do atraso do início da obra da esquadra da Alta de Lisboa no jornal PÚBLICO. Desta vez não transcrevo o texto, mas clicando na imagem consegue ler-se razoavelmente.

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Blog do Vereador António Prôa



A democracia consiste, entre outras coisas, na eleição, por sufrágio universal, das pessoas que ocuparão os lugares de decisão. Pretende-se que a escolha seja feita pela vontade da maioria e não por linha sucessória hereditária, como é uma monarquia, por poder económico, como é numa qualquer empresa cotada na bolsa, ou à lei da bala, como uma ditadura.

No entanto, a verdadeira Democracia não deverá limitar-se a esta escolha, ficando depois os governantes eleitos a tomar decisões sem prestar contas a quem quer que seja até à eleição seguinte, anos depois.

Não sendo ainda possível uma democracia directa, por excessiva burocratização dos sistemas ou por desinteresse dos cidadãos, é mesmo assim importante que os governantes não adquiram tiques despóticos, tomando decisões a partir dos seus gabinetes sem ter em conta as pessoas que participaram no processo eleitoral que os elegeu.

Uma abertura verdadeira às opiniões dos cidadãos, a capacidade de ouvir, reflectir e decidir em conformidade com o interesse público é o que qualquer político devia ter como princípio base do seu comportamento. E se infelizmente muitos têm sido os exemplos que fazem aumentar a descrença e desilusão no sistema político português, há por vezes pessoas que, só por ter este tipo de humildade, se destacam positivamente no panorama geral.

É o caso do Vereador António Prôa, que criou um blog para estreitar a relação com os munícipes, independentemente dos canais que a própria CML coloca ao dispor. O texto de abertura é bastante esclarecedor das boas intenções do autarca.

É esta vontade de comunicação que deve existir sempre, em simbiose, cúmplice, com objectivos comuns. Esta porta deverá ser usada por nós, que procuramos que a Alta de Lisboa cresça saudavelmente, onde se pense o amanhã sem esquecer o dia de hoje.

Se esta iniciativa é uma mera operação de imagem ou uma vontade e capacidade de realizar o melhor possível as funções para as quais foi eleito, é o que o tempo e a interacção que munícipes e vereador tiverem irão provar. Por agora, enquanto iniciativa, é de louvar.

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Superesquadra

23 de Setembro de 2005: lançamento da 1ª pedra da esquadra da Alta de Lisboa.



Cerimónia com muitos convidados, jornalistas presentes, um discurso lembrando a urgência do equipamento dado o período conturbado vivido nesse Verão naquela zona de Lisboa.

Prazo previsto para a finalização da obra: 18 meses

Nº de dias que faltavam para as eleições autárquicas de 9 de Outubro de 2005: 15


18 de Janeiro de 2006: A esquadra, tal como a conhecíamos a 23 de Setembro, um murinho de 4X6 tijolos, tombada.



Passaram quase 4 meses e da esquadra temos pouco mais do que esta imagem. Algumas perguntas surgem agora:

O prazo de 18 meses dado era para a duração ou conclusão da obra?

Se foi para a duração, abrem-se duas possibilidades, ou existe já um atraso de pelos menos 4 meses, ou, iremos ver obras em horas-extraordinárias para concluir a obra num período de tempo mais curto. Ou seja, ou atraso ou derrapagem de orçamento.

Se foi para conclusão, então para quê este hiato de pelo menos 4 meses? Para quê aquela cerimónia com tanta gala, se a obra só iria começar 4 meses depois?


Continuamos a ver grande parte da acção política pautada pelo sensacionalismo, pela promessa gorada, pelos atrasos e derrapagens de orçamento e não pela conjugação de esforços para servir as pessoas, verdadeira e única razão da existência das classes políticas governativas.

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terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Passadeiras para quando?

Um post do José Rodrigues no seu blog Noticias do Alto do Lumiar, alerta-nos (e bem) para a falta de passadeiras na nossa zona.

Temos de tentar actuar no sentido de evitarmos que a nossa Alta fique com "pontos negros".

Lanço desde já um desafio a todos os leitores e comentadores deste blog que tenham câmara fotográfica digital e que morem na Alta de Lisboa:

Porque não tirar umas fotos de locais com falta de passadeiras?

Depois, cada um poderia enviar a referida fotografia acompanhada por um texto descritivo, para:


Nota: Estamos interessados em divulgar os vossos esforços, se estiverem igualmente interessados, façam um forward para publicarmos as fotografias aqui no blog.

É um acto de cidadania que está à distância de uns cliques...

Boas sessões fotográficas!

Foto: Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico de Pinhão-Cel
Título: "O Tiago já sabe atravessar nas passadeiras. Ele só atravessa quando o sinal para peões está verde."

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Uma Divisão...Uma Miragem(?)

Lisboa, 23 de Setembro de 2005, estamos em plena (pré) campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Lisboa e é lançada com pompa e circunstância a 1ª pedra para a nova Divisão da PSP na Alta de Lisboa.

Relembremo-nos então do que foi dito e escrito nesse mesmo dia:

«Câmara lança primeira pedra da nova Divisão da PSP da Alta de Lisboa

A Alta de Lisboa vai ficar mais segura. A primeira pedra da nova Divisão da Polícia de Segurança Pública (PSP) da Alta de Lisboa foi lançada, no dia 23 de Setembro, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Carmona Rodrigues. P
resentes na cerimónonia estiveram, ainda, o vereador Fontão de Carvalho, o comandante do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, Francisco de Oliveira Pereira, o Director Nacional Adjunto da Polícia Judiciária, Baltazar Pinto, o presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Nuno Roque, e o presidente da Junta de Freguesia da Charneca, David Rua de Castro.

Sita na Avenida Maria Helena Vieira da Silva, junto ao Parque de Material e Oficinas das Calvanas e perto do Parque Urbano Sul e da Quinta das Conchas, esta esquadra pretende dar resposta à insegurança vivida no bairro devido à criminalidade existente naquela zona da cidade. Orçada em 2,5 milhões de euros, as obras da esquadra estão a cargo da Sociedade Gestora da Alta de Lisboa, a SGAL, ao abrigo das contrapartidas previstas no contrato que esta empresa tem com a autarquia.

Para Carmona Rodrigues, “sempre foi um desígnio maior tornar Lisboa numa cidade solidária, justa, equitativa, sem exclusão, sem marginalidade, digna de todos os seus habitantes, independentemente dos seus credos, convições ou condições sociais”. Assim sendo, a autarquia pretende dotar esta “nova área da cidade que está a nascer” de forças policiais, já que “elas funcionam, à priori, como um elemento fundamental, no sentido que representam um forte contributo para cimentar a percepção da estabilidade e segurança nas populações”.

Com uma área total de mais de 7.000 metros quadrados, o edifício, com quatro pisos, irá albergar uma esquadra, uma zona para a Brigada de Acidentes, além de áreas para operações de segurança, logística e apoio geral, quartos de detenção, administração e finanças, ginásio, carreira de tiro, garagem e zona de parada. A obra terá uma duração de 18 meses, pelo que se espera que esteja concluída no primeiro semestre de 2007.

Esta nova esquadra irá servir toda a zona da Alta de Lisboa, que se encontra em franco crescimento. No momento, vivem já na área mais de 20.000 pessoas e espera-se que, até 2015, esse número ascenda às 60.000. Com o objectivo de abranger uma maior área, incluindo a zona do Lumiar, a nova Divisão da PSP da Alta de Lisboa deverá articular-se com a esquadra de Telheiras e com a pequena esquadra localizada no Bairro da Cruz Vermelha.»

[Fonte]


«A obra terá uma duração de 18 meses, pelo que se espera que esteja concluída no primeiro semestre de 2007»

Ora, não é necessário ser-se um brilhante Gestor de Projecto para perceber que se a obra não começar ainda este mês, corre o risco de derrapar e mais uma vez lá irá a SGAL entregar uma obra com atraso. Dito isto, tomei a liberdade de questionar por e-mail a SGAL e a CML, pedindo um ponto de situação sobre este mesmo assunto que como todos nós sabemos foi uma promessa política efectuada pelo actual Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Prof. Carmona Rodrigues.

Quero crer, que tudo está a decorrer como planeado e que a Divisão da PSP da Alta de Lisboa irá estar realmente em funcionamento no primeiro semestre de 2007!

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domingo, 15 de janeiro de 2006

Centro Cultural - notícia do PÚBLICO

Na edição de hoje, Domingo, nas páginas do Local, é dada a notícia sobre o Centro Cultural que irá ser construído na Alta de Lisboa, conforme tinha sido já dito aqui. Deixo a transcrição integral da notícia já que o PÚBLICO não permite links.

Siza Vieira projecta centro cultural "polivalente" para a Alta de Lisboa
O arquitecto, que está a trabalhar com Rogério Cavaca, destaca a localização privilegiada do equipamente e refere que "a grande valorização terá de vir da riqueza espacial"

Inês Boaventura

O arquitecto Álvaro Siza Vieira prevê concluir até ao final do ano o projecto do Centro Cultural da Alta de Lisboa, um complexo com duas salas de espectáculos numa área de construção de 8500 metros quadrados que está a desenvolver com o arquitecto Rogério Cavaca. A intenção, adianta ao PÚBLICO, é criar um equipamento “polivalente”, em que “a grande valorização terá de vir da qualidade espacial’.

O contrato entre o arquitecto eu Sociedade Gestora da Alta de Lisboa (SGAL), promotora da urbanização de 300 hectares que se prolonga desde o Aeroporto da Portela até à Alameda das Linhas de Torres e da Segunda Circular até às portas do concelho de Loures, foi assinado no final de Dezembro de 2005, como o PÚBLICO noticiou na passada semana.

Mas o projecto já vinha sendo de desenvolvido há vários meses por Siza Vieira, em associação com Rogério Cavaca, arquitecto que tinha anteriormente projectado um conjunto habitacional para a mesma área da cidade.

O complexo inclui um centro cultural e um prédio de apartamentos, que se desenvolvem em dois blocos distintos, ambas com uma altura máxima de sete pisos, e que serão separados por um “pequeno” espaço ajardinado. Como explicou Siza Vieira, a altura do primeiro bloco, que “não é raso”, é “variável”, enquanto o segundo tem a forma de um paralelepípedo.

Sala para 1200 pessoas
O Centra Cultural da Alta de Lisboa vai ficar localizado “entre o eixo principal do conjunto [o Eixo Central] e uma rua perpendicular, num lote no prolongamento do qual há um parque público [o Parque Oeste]”, o que para o arquitecto constitui uma “situação muito interessante”.

“É um espaço com muito significado, um local muito bem indicado para este equipamento”, diz Siza Vieira, defendendo que “vai mover muito esta parte da cidade”.

A infra-estrutura, acrescenta, inclui duas salas de espectáculos: uma com 1200 lugares, que ”é polivalente, serve para teatro, ballet, ópera”, e um auditório com capacidade para 450 pessoas. Tem ainda ama cafetaria e “uma zona ampla de foyeur, distribuído por dois pisos, onde está previsto que se realizem outras manifestações artísticas.

O edifício do centro cultural, que “no seu ponto máximo” tem uma altura de sete pisos, inclui também camarins, salas de trabalho, salas de ensaio e uma área reservada a administração. Na cave vão ficar instalados os armazéns.

“Polivalência” é a palavra escolhida por Siza Vieira para explicar a forma como foi projectado o espaço, já que se pretende “rentabilizar ao máximo o uso do edifício”. Assim, sendo possível, por exemplo, manter as duas salas de espectáculos em funcionamento ao mesmo tempo e utilizar a cafetaria em qualquer situação.

“Estamos numa fase de programa base. O que temos já desenvolvido diz respeito a uma diz respeito a uma coisa fundamental, que é funcionar bem, e à definição dos espaços”, explicou o arquitecto quando questionado sobre os materiais de construção a utilizar.

Ainda assim, Siza Vieira adiantou que “a ideia é que o exterior seja em betão branco” e que no interior do edifício a aposta será “mais na qualidade espacial do que na riqueza dos revestimento”. Ao lado do centro cultural vai nascer um pequeno jardim, que será “sobretudo um relvado com umas zonas de estar” e alguns arbustos, por baixo do qual será construído um parque de estacionamento com dois pisos e 203 lugares.


Projecto inclui edifício de habitação

O projecto de Siza Vieira, desenvolvido em associação com o arquitecto Rogério Cavaca, inclui um edifício de habitação com 24 apartamentos de tipologias T3 e T4. O bloco de apartamentos, com a forma de um paralelepípedo e “totalmente envidraçado nas duas frentes mais longas”, vai ter um piso térreo com dois núcleos de acesso, um dos quais contempla um anexo onde ficará instalada uma cafetaria, com “possibilidade de esplanada” e “vista sobre o jardim”. Os apartamentos, que se distribuem pelos restantes seis andares, têm áreas de 186 ou 258 metros quadrados, além de varandas e terraços. Existirá ainda um parque subterrâneo com 66 lugares. O objectivo de Siza Vieira é concluir o projecto encomendada pela Sociedade Gestora da Alta de Lisboa até ao final de 2006, a que sublinha ser “bastante apertado” por se tratar de “um projecto complexo”. Na semana passada, fonte da empresa tinha adiantado ao PÚBLICO que as obras de construção do complexo, comum prazo estimado de “18 meses”, iriam arrancar “provavelmente este ano”.

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Um pedido para 2006

Que as grandes obras a serem desenvolvidas na Alta de Lisboa não ofusquem as pequenas reparações e decisões que ainda estão por efectuar.

Este meu pedido segue direitinho para a SGAL e UPAL.

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

As Borboletas de Sá Nogueira



Está a cair aos bocados o painel de azulejos da autoria do pintor Rolando Sá Nogueira no prolongamento da Avenida dos Estados Unidos da América, junto do Parque da Bela Vista. É preciso que a CML aja rapidamente porque mais uns meses e não vai haver painel para recuperar.

Sá Nogueira deixou na cidade de Lisboa quatro (salvo erro) grandes trabalhos de arte pública, esta intervenção, a estação do Metropolitano das Laranjeiras , o passeio de Neptuno no Parque das Nações e um grande painel em pastilha no acesso ao Oceanário.

Ainda este ano a C.M.L. homenageou o pintor inaugurando em Março de 2005 a Rua Sá Nogueira no novo Pólo Universitário da Ajuda. Preservar a sua obra, que é para património da cidade, será seguramente uma homenagem bem mais válida e significativa.

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Parque do Monteiro-Mor

Um dia depois do Pedro exultar com o Parque das Conchas, venho mostrar-vos outro jardim fabuloso da cidade de Lisboa, bem perto do Alto do Lumiar.



O Jardim pertence ao Museu Nacional do Traje e da Moda, mas a entrada pode fazer-se também pelo Museu Nacional do Teatro. Ficam perto um do outro, no Paço do Lumiar. No mapa é visível a Av. Padre Cruz, a separar a imagem verticalmente, com os vários empreendimentos da Alta de Lisboa à direita e o jardim bordado a vermelho à esquerda.

O jardim é visitável pela módica quantia de 1,5€, e é um local aprazível para passar uma bela tarde de Domingo. O Museu do Teatro, instalado no Palácio do Monteiro-Mor, tem também uma cafetaria que serve almoços. Aconselho vivamente a vasta variedade de sobremesas!









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sábado, 7 de janeiro de 2006

Alta de Lisboa emprega jovens


Um projecto comunitário vai apoiar a população jovem, desempregada e carenciada da Alta de Lisboa

«São jovens, vindos dos bairros degradados da Charneca e do Lumiar, com baixa escolaridade e por isso mais sujeitos ao estigma do desemprego. Para combater a discriminação e as desigualdades no mercado de trabalho sentidas por esta população desempregada e residente na Alta de Lisboa está a ser implementado um projecto — o e-re@l — financiado pela União Europeia e promovido por várias entidades portuguesas.

«Este projecto está inserido na iniciativa comunitária Equal e conta com uma parceria de desenvolvimento, composta por várias entidades, entre as quais o Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária, Associação Empresarial da Região de Lisboa (Aerlis), Universidade Católica, Câmara Municipal de Lisboa e empresa informática Keops», refere Ana Adega, coordenadora do projecto.

«O projecto está em fase de arranque e a ideia é criar uma bolsa de empregadores para estes jovens, através das empresas municipais e da Aerlis, que faz a ligação ao tecido empresarial», pormenoriza a responsável. Além dos contactos com as empresas, o «e-re@l» pretende criar ainda um portal do emprego, com dicas e sugestões que permitam acompanhar o processo de inserção profissional destes jovens, bem como promover cursos de formação «pensados à medida para este público-alvo, que tenham em conta as capacidades e as competências destes jovens», sublinha Ana Adega.

Com uma população de 10.300 pessoas, os realojados na Alta de Lisboa são essencialmente jovens (42% têm menos de 25 anos), em regra com baixas qualificações escolares (35% não completaram a escolaridade obrigatória) que os arrastam para uma taxa de desemprego significativamente superior à cidade de Lisboa (24% para os homens e 21% para as mulheres). A estrutura profissional da população activa tende a ser pouco qualificada, estando os homens ligados à construção civil e à reparação e as mulheres aos serviços e trabalhos não qualificados. »

Marisa Antunes in Expresso Emprego

Informação Adicional:

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Texto sobre o Alto do Lumiar do Dr. Moura Carvalho

Leiam este texto muito completo referente a uma intervenção do Dr. Moura Carvalho no âmbito do 1.º congresso sobre a habitação social.Aqui fica o link para o texto:"Modelo da Upal: Projecto da Alta de Lisboa"

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Jogo da Malha

O meu filho gosta muito de passar o tempo a encaixar umas coisas dentro de outras coisas mas, quando lhe damos para a mão um jogo de formas, próprio para o efeito, pouco liga.

Parece ser um sentimento transversal à idade este, de que algumas coisas, quando perdem a espontaneidade, perdem também a graça.


Quando vim viver para a Alta de Lisboa, costumava ver muitas vezes neste espaço - nessa altura um "terreiro" aberto - alguns senhores entretidos a jogar à malha. Fizeram-me lembrar o meu avô, que por acaso não jogava à malha, mas que me ensinou outros jogos de rua como o jogo do prego e a lançar o pião.

Algum tempo depois, este campo de jogo da malha foi dotado de "oficialidade": delimitou-se o espaço e colocou-se este cartaz a anunciar o seu propósito. E nunca mais vi lá alguém a jogar.


Tenho pena que não seja usado. Não é comum construirem-se campos de jogo da malha por aí. Por isso, apesar de não ter certeza sobre o destino pensado inicialmente, este parece-me ter sido um genuíno esforço de adaptação do projecto às pessoas, ao invés do habitual contrário. Um fruto da observação da utilização espontânea do espaço pelos moradores. E este tipo de iniciativa merecia ter mais sucesso.

Pode ser que eu esteja errada. Que seja o inverno a manter os jogadores em casa, ou eu é que não passo por lá às horas certas. Espero que seja isso.

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terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Balanço de vida no Alto do Lumiar (ano de 2005)

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Mais um ano que terminou ficando as grandes promessas para o Alto do Lumiar ainda por cumprir.
Para mim foi um ano da mudança, pois, finalmente, consegui fazer a escritura do meu apartamento depois de mais de quatro anos de espera e de muito dinheiro pago em juros ao banco.
Quando assinei o contrato de promessa compra e venda, em Julho de 2001, fiquei impressionado com a qualidade do projecto de urbanização do Alto do Lumiar, nomeadamente, com a promessa da construção de muitos equipamentos educativos, sociais, desportivos e de lazer. Foi isso que me convenceu a trocar de morada deixando de ser um habitante dos subúrbios de Lisboa para regressar à cidade onde nasci.
Uma vez ultrapassada a fase de adaptação a uma nova rotina já estou em condições de fazer um pequeno balanço sobre as impressões dos dias vividos neste bairro de Lisboa.
São muitos os dias em que me desloco de transportes públicos para o meu local de trabalho. Nestes momentos facilmente deparo com os absurdos de um bairro novo onde tudo deveria ter sido pensado para quem nele habita, trabalha ou está, simplesmente, de visita. Apesar da frequência dos autocarros ser muito aceitável (nas horas de ponta), é possível verificar que ao longo do percurso das carreiras são muitas as paragens ainda sem qualquer abrigo. Há também ainda grandes extensões de ruas e avenidas sem passeios: Krus Abecassis, Eduardo Covas, Sérgio Vieira de Mello, isto só para citar as mais próximas do meu apartamento. Passagens de peões nem vê-las!
O famoso parque oeste (ou do vale grande) continua em obras, constituindo um obstáculo entre a zona norte e a zona sul desta Alta de Lisboa. É estranho habitar um bairro cuja propaganda diz ser planeado ao pormenor, a pouco mais de 500 metros de uma estação de metropolitano e, nas horas de ponta da manhã, ter que frequentemente perder cerca de meia hora para fazer 500 metros enfiado num autocarro ou num automóvel, no insuportável pára e arranca!
Já fiz a experiência e aconselho-a vivamente a todos os que gostam de andar e sabem os benefícios que esta actividade dá ao nosso corpo: por vezes, saio do autocarro na zona do condomínio da torre e vou a pé até à estação de metropolitano da quinta das conchas. Não são mais do que uns 15 minutos a andar calmamente, o que significa que a zona central da Alta de Lisboa está a menos de 30 minutos a pé do Campo Grande! Perante isto questiono: para quando a existência de caminhos pedonais e cicláveis? Para quê este sofrimento do transporte rodoviário que se amontoa nas horas de ponta em cruzamentos de azinhagas com meias avenidas cheias de buracos? Será que é assim tão dispendioso criar alternativas ao ineficaz transporte rodoviário que circula em ruas sempre esburacadas? Infelizmente, urbanizações com este tipo de redes viárias existem por todo o lado no nosso país e, por isso mesmo, a Alta de Lisboa já devia marcar a diferença neste aspecto!
Foi em Dezembro último que tive a feliz oportunidade de contactar com um alto responsável da UPAL. Fiquei a saber, entre muitas coisas, que: o parque oeste só abrirá (na sua primeira fase) lá para o Carnaval de 2006; a Avenida Santos e Castro só estará pronta daqui a um ano ou mesmo ano e meio, na melhor das hipóteses; o eixo norte-sul está pendurado pela conclusão do viaduto do Lumiar cuja sua construção só agora dá os primeiros passos (e ainda há expropriações a fazer!); o passeio central ainda vai levar mais uns bons anos até ser construído; a construção da entrada sul da Alta está dependente do fim do bairro das calvanas cujos realojamentos ainda não começaram (as novas casas estão em fase de acabamento). Perante este cenário a SGAL está a planear lançar mais empreendimentos de venda livre durante 2006. Ora, pelo que se vê, esta empresa está a apostar em vender, vender e vender sem se aperceber dos desequilíbrios urbanos que existem neste empreendimento que se pretende que tenha qualidade acima da média.
Apesar de todos estes problemas ainda penso que daqui a cinco anos esta área de Lisboa poderá estar mais equilibrada, apesar da densidade de construção prevista. Desejo que não se torne num bairro fantasma e inseguro à semelhança dos que pululam um pouco por todo o mundo. Oxalá a aposta da Alta tenha sucesso! Desejo a todos os votos de um excelente ano de 2006!

P. Veiga

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domingo, 1 de janeiro de 2006

O muro



O Parque do Vale Grande, uma enorme e importante área verde, está localizado a meio da Alta de Lisboa, separando-a em duas zonas que poderemos considerar como as zonas Norte e Sul da Alta de Lisboa. A construção de raiz do Parque começou há cerca de um ano e desde aí que a ligação entre as duas zonas da Alta de Lisboa se faz unicamente pela rua ainda em tosco que passa à frente do complexo desportivo, sem grande fluidez rodoviária por ter apenas uma via em cada sentido e sem quaisquer condições para a circulação pedonal.

A abertura ao público do Parque do Vale Grande, prevista para Setembro de 2005 mas sucessivamente adiada, será importante para acabar com parte do isolamento a que os moradores da zona Norte estão sujeitos neste momento.

No entanto, prevê-se que o próximo empreendimento a ser lançado pela SGAL seja precisamente a Malha 6, a faixa longitudinal que separa o Parque do Vale Grande da zona Sul da Alta de Lisboa, ao longo da rua 3, projecto muito interessante que darei conta num post próximo. Mas apesar do interesse do conjunto de edifícios, o início desta obra constituirá o adiamento da mobilidade tão necessária às populações já residentes.


(imagem pedida em silêncio ao blog do David)




Num projecto gigantesco como a Alta de Lisboa, construído praticamente na totalidade desde há cerca de 8 anos mas que só ficará concluído dentro de 10 anos, são naturais as perturbações e desconforto de viver rodeado de um permanente estaleiro. Mas dado o crescimento rápido da população, do consequente aumento de circulação rodoviária e pedonal, torna-se cada vez mais importante garantir os meios atenuantes das contingências provocadas pelas obras.

Assim, seria oportuno pensar desde já na possibilidade de intersectar o estaleiro da obra da malha 6 com um acesso pedonal que ligasse a Rua 3 ao Parque. Será tecnicamente possível?

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