terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Obras mal acabadas



Esta é a Avenida Nuno Krus Abecassis. Longa, actualmente com cerca de 800 metros mas ainda em construção no troço que irá ligar a Praça D. António Ribeiro à Ameixoeira, fazendo também o nó com o Eixo Norte-Sul, como se vê na fotografia em baixo.



Acontece que em meados de Outubro passado foi aberta uma vala para conectar os esgotos do empreendimento dos Jardins de S. Bartolomeu ao colector público. Esta obra implicou o desvio do trânsito para apenas uma via de rodagem, mas causou transtorno menor, já que foi de execução rápida, pouco mais de dois dias. O problema é que são ainda visíveis hoje, a 31 de Janeiro de 2006, quase quatro meses depois, as feridas desta intervenção, num relevo que chega aos cinco centímetros.



Repare-se também no pormenor nas protecções que a rapariga usa nos pés. É a única forma de poder andar a pé nalgumas zonas da Alta de Lisboa sem estragar sapatos e encher depois a casa de terra.

A imagem do troço a concluir da Av. Krus Abecassis mostra o aspecto que qualquer obra tem. É uma situação normal, e o incómodo que provoca é colateral aos benefícios futuros que daí virão. Mas o arrastar durante meses e anos de obras mal acabadas, de arruamentos não concluídos, de passeios inexistentes, são um elemento de enorme prejuizo para o dia-a-dia dos moradores que podia perfeitamente ser evitado. Devia, pela dignidade de todos, pela credibilidade que o projecto merece.

4 comentários:

Pedro Veiga disse...

Bravo Tiago. É mesmo isto que deve ser dito e fotografado para que se saiba preto no branco como está o Alto do Lumiar. As doces palavras que enchem os folhetos publicitários da Alta de Lisboa devem ser sempre confrontadas com a realidade no terreno. Esta é sem dúvida uma forma de responsabilizar as instituições e empresas envolvidas neste colossal projecto imobiliário da cidade de Lisboa.

Unknown disse...

Pergunto-me se, legalmente, não são até obrigados a manter o estaleiro com outras condições. Afinal há uma responsabilidade civil, não? (não percebo nada de direito).

Quando infelizmente acontecem coisas graves em zonas de obra (ou de má manutenção) - normalmente acidentes com crianças - há sempre um processo e uma responsabilização. Não se pode aplicar o mesmo conceito qd os danos são outros? Estas obras dão origem a situações de transito confusas, mal sinalizadas... são concerteza responsáveis por muitas pequenas batidas, se não coisas mais graves.

Pedro Cruz Gomes disse...

Parece-me claro que os atrasos actuais se prendem com os reflexos que a presente crise imobiliária tem nas vendas dos apartamentos da Alta e, consequentemente, nas receitas da SGAL. Igualmente clara, mas inaceitável, é a complacência da CML perante as dificuldades de tesouraria do promotor; o consumidor não tem culpa nenhuma da megalomania do projecto. Mas, como sempre em Portugal, a culpa morre solteira.

Ana Louro disse...

Pois eu acho que o problema é mesmo esse, a culpa morrer solteira. Caso contrário não haveria tanta incompetência, constrói e destrói, gastos desnecessários, desresponsabilização, jogo do empurra, etc.. E não creio que haja dificuldades financeiras (de tesouraria talvez, mas pelo menos quando se falou aqui dos atrasos na Av.Santos e Castro parece que houve injecção de capital na SGAL. Se já gastaram tudo devem ser péssimos gestores e nem sequer se preocupam em proteger os investimentos, sem visão de curto prazo. Quanto há CML ainda quero dar-lhe o benefício da dúvida (o que não quer dizer que já não esteja farta de ver as evidências dessa complacência).