quinta-feira, 31 de julho de 2008

A Oeste nada de n0v0

Há duas semanas, o Pedro Veiga deu aqui novas das obras que decorriam na Azinhaga de S. Gonçalo, mais conhecida pelo FUNIL desde que passou a escoar o trânsito com destino e proveniência da saída da Norte-Sul. Malhas que a falta de planeamento (ou vontade de planear) da CML tece...


Como é bem visível, o cartaz anunciava o dia 28 de Julho como terminal da interrupção.

O que não referia era o motivo das mesmas. "Para a execução do alargamento e implantação de um novo piso", pensava eu e deverão ter pensado todos aqueles obrigados a uma volta ao bairro para substituir o trajecto de 40 metros entretanto obstruído.

Engano, puro engano.

Aqui publicamos as fotos do antes e depois para possibilitar aos nossos leitores uns minutos de entretém num exercício do tipo "descubra as diferenças":

ANTES (Pedro Veiga)

DEPOIS (Hoje)


Resta-nos esperar, resignados, pela próxima interrupção (que seja antes do começo das aulas!) e pela resposta a este enorme PORQUÊ (porque é que não se fez a obra de uma só vez, porque é que a colocação de um ramal de esgoto leva duas semanas), a qual, como de costume, nunca chegará.

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terça-feira, 29 de julho de 2008

Imobiliário em crise?

Crise no imobiliário? Depende de quem faz - ou comenta - a notícia.

E a notícia da SIC há bocado era a de que os bancos estão a apertar as malhas do crédito, reduzindo o valor dos apartamentos avaliados. Resposta pronta do presidente da APEMI (associação de mediadores imobiliários): "Os bancos não podem lutar contra o mercado e vão perder a guerra. O mercado é mais forte do que eles e, se não querem perder o negócio, vão ter e aceitar os preços do mercado". Famous last words?


A questão da veracidade dos valores imobiliários dos apartamentos novos é antiga em Portugal e eu nunca conheci quem a soubesse resolver em definitivo. Existem dois pratos nesta balança: a do efectivo valor (que será o somatório do preço de construção e da qualidade da mesma face a critérios objectivos, por exemplo em comparação com o cumprimento dos regulamentos técnicos e o desvio em relação às áreas mínimas regulamentares arquitectónicas, com critérios de gosto como a localização, o tipo de acabamentos, a imagem arquitectónica) e a do afectivo valor (que ultrapassa esses valores e que tem a ver com o valor máximo que as pessoas estão dispostas a dar pelo bem, independentemente do seu custo).



Ora até à crise do mercado americano, a todos interessava apenas o valor afectivo dos apartamentos: aos vendedores dos terrenos porque lhes garantia um maior valor pelos mesmos; às autarquias porque lhes possibilitava aumentar os valores das taxas municipais; aos promotores porque lhes aumentava a margem de comercialização; ao Estado porque lhe permitia aumentar igualmente as receitas; aos bancos porque lhes aumentava consideravelmente o valor de negócios e os consequentes lucros... e até aos compradores porque a evolução especulativa dos preços lhes permitia obter, ao fim de poucos anos, mais-valias que lhes pagariam a troca por um apartamento maior.


É claro que, estando o crédito mal-parado a aumentar e o mercado de venda a estagnar (porque a população não aumenta e se continuou a construir como se tivéssemos um aumento da população citadina igual ao da China e porque, principalmente, se estancou há uns anos o crédito jovem, origem de todo o ciclo evolutivo de troca de casa que sustentava o mercado), os bancos resolveram moderar-se no seu ímpeto porque, ao contrário do que o senhor apemi quis fazer crer, sabem muito bem como se faz negócio.


Temos assim um mercado a começar a retornar a preços mais consentâneos com a realidade do construído - o que poderá proporcionar uma oportunidade aos investidores que queiram constituir um portfolio de fogos para arrendamento (faltará depois resolver o problema da expulsão dos inquilinos incumpridores mas isso é outra história).


Corre-se apenas um risco - a que eu pessoalmente gostaria de assistir - o da maioria dos endividados se aperceber que devem mais ao banco do que o que o seu apartamento alguma vez poderá valer e que será financeiramente mais atractivo devolvê-lo à entidade emprestadora e passar à condição de inquilinos num outro fogo.


Ora aí está o que seria um verdadeiro imposto Robin Hood - finalmente os ricos, exploradores da classe média, a terem o castigo que merecem.

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

O gueto - mais visões sobre reabilitação e integração social

E um texto algo longo mas bem escrito e estruturado. Mais um modo de ver estes temas da integração e dos bairros sociais. Está no Deictico, um blogue normalmente mais virado para o marketing e a publicidade mas que não foge a outros assuntos.

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LISBOA

Qual é a nossa relação com a cidade? Comemos e calamos, indiferentes na nossa ignorância arquitectónica, distraídos nos nossos prazos diários, acomodados nas nossas quatro paredes egoístas?

Legamos ao futuro uma cidade monótona, burocrática, suja, feia.

Importamo-nos com o juízo que os nossos filhos farão de nós ou temos a certeza que eles serão ainda mais indiferentes, mais distraídos, mais acomodados?

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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Tudo o que muda hoje na compra e venda de casa

Custos caem 50%, os prazos vão ser mais curtos e há registos que são
eliminados, segundo o artigo publicado Diário Económico de hoje (2008-07-21).

"A partir de hoje os custos envolvidos na compra e venda de casa vão ter uma redução média de 50%. Com a entrada em vigor das novas regras para o registo predial é estabelecida uma descida dos custos e são criados preços fixos e únicos para todas as transacções imobiliárias.
Este sistema permite que os utentes saibam desde o início quanto vão pagar para registar uma casa, as quantias envolvidas nestas operações deixam de ser apresentadas numa lista com várias parcelas que tinham de ser pagas a entidades diferentes.

Ao Diário Económico, o secretário de Estado da Justiça, João Tiago Silveira, sublinhou a importância destas medidas lembrando que “são medidas de simplificação para facilitar a vida às pessoas, para reduzir custos”.

Hoje, entram em vigor vários pontos desta reforma, mas as alterações só ficam completas em Janeiro do próximo ano. Nessa altura, além do fim da escritura pública obrigatória, é eliminada a competência territorial do registo predial, o que significa que os cidadãos e as empresas deixam de ter de se dirigir à conservatória de registo predial onde o imóvel está registado para qualquer operação relacionada com esse bem. A partir de 1 de Janeiro de 2009, todos os actos podem ser praticados em qualquer uma das 337 conservatórias do país.

Das medidas mais emblemáticas destacam-se ainda a criação de balcões únicos. As medidas para o sector imobiliário abrangem as cerca de 250 mil operações que se realizam por ano.

De acordo com dados do Ministério da Justiça, todos os anos são abertos 230 mil processos de compra e venda de casa e cerca de 20 mil transferências de crédito bancário entre entidades."

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Comunitertuliar

"As conversas de café passam-se agora nos blogues", oiço a Teotónio Pereira na TSF. (Teotónio, um dos decanos da arquitectura lisboeta - há uma arquitectura lisboeta por oposição à escola portuense? - autor da minha Igreja - lisboeta - favorita (Sagrado Coração de Jesus) e de obras tão marcantes na cidade como o edifício "Franjinhas" na rua Braancamp.

Pode ser que sim, mas são tão unívocas (mesmo com as caixas de comentários abertas, mesmo com o ocasional mail com a troca - mais a frio - de argumentos ou a concordância dos mesmos).

Comunicar é olhar nos olhos e só assim perceber se a ironia foi entendida como tal e não como afirmação séria, se a firmeza das palavras é fruto apenas da convicção e não da dureza da ofensa, se a contradição da resposta é apenas resultado de conceitos divergentes e não da gratuidade do anonimato.

Por isso pergunto: passaram-se as tertúlias dos cafés citadinos, onde nasceu grande parte da cultura lisboeta (e também da não-cultura lisboeta) para os blogues?

E é esta frágil troca de piropos e piscadelas de olho, de ofensas e desvarios que ocorrem na caixa de comentários o bastante para o considerarmos conversa em vez de prelecção?

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domingo, 20 de julho de 2008

Lisboa Condomínio

Obras paradas...

Lisboa condomínio

Lisboa condomínio

Lisboa condomínio

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Estrada de S. Bartolomeu

São 2 semanas de obras. Está prometido!

Estrada de S. Bartolomeu

Estrada de S. Bartolomeu

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Ao Amor e aos Afectos!


Com chave de ouro temporil e casa compostíssima, encerrou ontem a série 2008 do Cine Conchas.
Objectivos plenamente conseguidos (eu diria ultrapassados), esperamos que desfeito de vez o mito de que há barreiras que não se podem ultrapassar. Se queremos ser ouvidos, basta-nos escutar.
Para terminar, aqui fica este tributo imagético ao tema que norteou o ciclo, ao Amor e aos Afectos.
PS - A partir de Outubro, mais filmes (desta vez com conversas interessantes) no CineCidade. Não percam a embalagem e continuem a disfrutar!

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Estilo de vida

Estilo de vida
Lumiar, 13 de Julho de 2008

Somos um povo "apertadinho". Gostamos de viver com tudo próximo de casa, nem que seja uma auto-estrada. É tão "Zen"!

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Em três anos, um grupo de escolas problemáticas transformou-se num modelo a seguir

Se os males da Quinta da Fonte entravam na escola, a escola tinha de descer ao bairro
20.07.2008, José Manuel Fernandes e Raquel Abecasis (Renascença)

Em três anos, um grupo de escolas problemáticas transformou-se num modelo a seguir


Félix Bolaño conhece a Quinta de Fonte por dentro e por fora. E os seus habitantes também. Como presidente do Agrupamento de Escolas da Apelação, mudou as escolas e empenhou-se em mudar o bairro. O seu trabalho levou mesmo o Presidente da República a visitar a escola para aí falar sobre como, mesmo numa zona difícil, é possível mobilizar os jovens para a cidadania. O que mostra que poucos conhecerão tão bem aquele bairro, os seus males e as suas virtudes como Félix Bolaño.

Ficou surpreendido com o tiroteio da semana passada?
Sim e não. O trabalho de intervenção social só tem resultados a longo prazo e é um caminho com altos e baixos. O que interessa é que se progrida, que não se desista.

As autoridades querem que a população que fugiu regresse, esta recusa-se. O que aconselha?
Para cada problema é preciso encontrar sempre uma solução, e cada problema tem de ser visto como uma oportunidade. Neste caso, a oportunidade é tentar que aumente o diálogo com os que têm mais dificuldade de integração. O que verifico no terreno é que se geraram ondas de solidariedade dentro do bairro e que este está mais disposto a aceitar as pessoas de etnia cigana. Por isso, o problema é eles aceitarem voltar e trabalharmos para fazer daquele bairro um bairro cada vez melhor.

Como é que se trabalha numa zona daquelas?
Há problemas de polícia, há carências sociais (90 por cento das famílias beneficiam de apoios sociais), mas também parece haver quem tenha um nível de vida que não se esperaria encontrar num bairro social...
O meu papel é o de criar, em conjunto com todas as entidades que estão no terreno, oportunidades de inclusão, mesmo para os criminosos. Cada marginal que opta por cumprir com as regras da sociedade representa uma vitória para nós. E, quando isso sucede, normalmente os que se tornam cidadãos cumpridores tornam-se também nos nossos melhores aliados no terreno.

Como é que, em quatro anos, transformou a escola num agente de intervenção social?
Quando aqui cheguei, e formei a minha equipa, deparei com uma escola fechada, que tinha virado as costas aos problemas do bairro. Por isso, o clima do bairro e da escola piorava de ano para ano.

O que se passava na escola?
Indisciplina, agressividade, a percepção pelos alunos de que a escola lhes queria mal...

O que é hoje a Quinta da Fonte? De fora parece um bairro com uma qualidade de construção e do espaço urbano bem superior à de muitos outros bairros sociais...
Sim, porque esteve para ser uma cooperativa de habitação. Mas depois o Estado despejou lá as pessoas desalojadas pela Expo, sem um mínimo de preparação.

Isso potenciou os problemas dos bairros de barracas?
A passagem da horizontalidade de um bairro de barracas para a verticalidade de um bairro social cria sempre problemas se não for bem acompanhada. Num bairro de barracas eu tenho a minha, ao meu lado está um amigo, criam-se comunidades onde os membros se entreajudam. Lá dentro, com os de dentro, nem costuma haver criminalidade. Mas, quando se passa para a verticalidade, as relações de vizinhança desfazem-se e as famílias são colocadas junto de vizinhos que não conhecem, muitas vezes com formas de vida diferentes.

Passaram, entretanto, dez anos...
É difícil recriar esses laços sem uma intervenção adequada. Quando voltei à escola apercebi-me de que a conflitualidade do bairro vinha para dentro da escola.

E como reagiram?
Abrindo a escola à comunidade. Não para pedir, antes para oferecer. Por exemplo: sabendo que a Segurança Social não tem meios, oferecemo-nos para ser interlocutores, para fazer tudo o que fosse necessário como mediadores porque conhecíamos melhor o bairro. O mesmo com a Câmara de Loures e por aí adiante, criando uma rede social com os nossos parceiros...

Que parceiros?

Para além da câmara e da Segurança Social, os clubes, a Pastoral dos Ciganos, a Ajuda de Mãe, os Médicos do Mundo, a PSP. Estas instituições estavam soltas, cada uma actuava pontualmente e de forma dirigista. O que fizemos foi sentar todos à mesa e passarmos a actuar de forma coordenada.

Mas não há choque entre as comunidades de origem africana e as de etnia cigana? O que falhou no vosso esforço de integração?
Integrar comunidades é muito difícil, sobretudo quando trabalhamos com pessoas de etnia cigana, que é mais fechada e a quem não podemos exigir que mude a sua forma de ser e de estar.

Quando o Presidente veio à vossa escola, nas imagens só se viam africanos, não ciganos...
Perto de 90 por cento dos alunos são de origem africana, até porque nos 2.º e 3.º ciclos a etnia cigana tem tendência a desistir da escola e temos feito tudo para a convencer de que vale a pena continuar. Para isso temos de combinar a educação formal, a que o Ministério nos obriga, e a educação não formal, que tem tanta ou mais importância que seguir os currículos.

O que é a educação não formal?
É transmitir competências sociais tão importantes como saber estar em grupo, conseguir ser diferente do grupo, ser capaz de ser minoritário e respeitar os outros, sabendo que os outros o respeitam, conseguir formular um projecto de vida, dizer o que se quer ser quando se for adulto. É também saber resolver problemas de relacionamento, saber pedir ajuda, não ter vergonha, no fundo, responder aos problemas de um bairro onde há muitos ilegais que têm medo e não sabem o que fazer. A nossa preocupação é dar-lhes ferramentas para viverem melhor na nossa sociedade.

E há famílias desestruturadas?

Muitas, sobretudo devido à instabilidade e às exigências do mercado de trabalho. Muitos pais trabalham longe e não podem regressar para as famílias, muitas mães fazem horários nas limpezas que as impedem de estar com os filhos. E há também os que nem estão preparados para ter filhos...

Mães adolescentes?
Sim, muitas, mas isso passa-se em quase todos os bairros sociais. Aqui, como em Espanha ou na Alemanha. Não podemos é ficar agarrados aos problemas. Se conseguirmos dar outras perspectivas de vida às pessoas, elas aderem. Hoje temos ex-alunos que, em vez de ficarem num bar a beber cerveja, colaboram, trazem-nos pessoas, trabalham para a comunidade. Um bairro social tem líderes como não há em muitas outras zonas, e são lideranças fortes. Se conseguirmos que venham para o lado da comunidade, e não para o da criminalidade, são lideranças com um potencial fantástico.

"Não houve nem um conflito étnico nem uma troca de tiros entre gangues"


Ainda há ciganos a viver no bairro, já há jovens africanos disponíveis para acolher os que fugiram. Félix Bolaños acredita na "gente boa" da Quinta da Fonte.

Como explica o que aconteceu?

Primeiro que tudo é preciso saber o que realmente aconteceu. A minha leitura pessoal é que nem houve um conflito étnico nem uma troca de tiros entre gangues. Tudo começou, ao que pude apurar falando com as pessoas do bairro, com uma discussão, quinta--feira à noite, entre um marido e uma mulher que gerou uma confusão; no meio da confusão, um dos que se envolveram estava mais alcoolizado, tinha uma arma e começou a disparar indiscriminadamente. Ora, como outros que lá estavam também têm armas em casa, foram buscá-las para se defenderem.

Mas isso envolveu ciganos e africanos?

O indivíduo que estava alcoolizado era de etnia cigana e, depois do tiroteio, a comunidade cigana ficou à espera de uma retaliação da comunidade de origem africana. Que não houve, só que tiveram medo e saíram do bairro. O que depois aconteceu foi uma pilhagem, pois muitos aproveitaram-se das casas dos que saíram terem ficado vazias. Houve um grupo de delinquentes que o fez ali, como podia ter feito nos melhores bairros. Na sexta-feira os ciganos regressaram, armados, à espera da tal retaliação. Quando chegaram não foram recebidos com tiros, mas quando viram o espectáculo degradante das suas casas pilhadas, foram para a rua e dispararam, mas dispararam contra ninguém. Ninguém do outro lado foi buscar uma arma, e podemos perceber que não houve troca de tiros se virmos as imagens com atenção. Ninguém dispara e se esconde, viram as costas e vão-se embora tranquilamente. Por isso é que digo que não houve troca de tiros: houve um descarregar de raiva da etnia cigana quando viu as suas casas destruídas e roubadas.

Como se conserta o mal feito?

Uma das qualidades que procurámos desenvolver foi a resiliência, a capacidade de enfrentar dificuldades e não desistir, e essa resiliência está a permitir que a comunidade esteja a reagir bem, a dizer que quer um bairro melhor e a fazer uma série de actividades para mostrar que o bairro continua a progredir. Há aqui muita gente boa, honesta, trabalhadora, com capacidade de liderança, e que se está a organizar. O que se pretende transmitir aos que saíram da Quinta da Fonte é que o bairro não é o que apareceu naquelas imagens, antes quer arrancar para uma vida melhor. A população está a ir ter com a etnia cigana, os jovens estão a dizer-lhes para voltarem. Mas claro que ainda há tensão e a etnia cigana tem de querer voltar para o bairro.

Por que é que, mesmo antes destes incidentes, o número de membros da etnia cigana já era muito menor do que há dez anos?
Porque gostam de estar numa posição dominante no seu espaço e, por isso, conforme ia aumento a desproporção relativamente aos africanos, iam-se sentindo menos à-vontade. Mesmo assim, nem todos saíram do bairro: há famílias ciganas que continuaram lá depois dos incidentes, calmas e tranquilas.

A intervenção da escola parece ter-se traduzido mais no apoio a organizações que já existiam, em ter ajudado a coordenar o seu trabalho com outras organizações da sociedade civil e em aproveitar programas que também já existiam. Já se tem escrito que é necessário investir muito dinheiro em bairros como a Quinta da Fonte. É um problema de dinheiro ou de forma de trabalhar com as pessoas?
De forma de trabalhar com as pessoas. É evidente que é preciso dinheiro, mas não tem sequer de vir todo do mesmo lado. Fazemos um desafio à sociedade civil, pedimos o seu envolvimento, e até temos conseguido o apoio de empresas privadas. A participação é o mais importante.

A sua atitude é uma raridade?
Não, mas também não encontro outra forma de actuar numa escola que se encontrava perto daquele bairro social e tinha todo o tipo de problemas. Até por protecção, pois a melhor forma de proteger a escola era conhecer o bairro, interagir com o bairro. Sentimo-nos protegidos pelo conhecimento que temos das próprias pessoas. Para além de acreditarmos que a escola tem de ter um papel líder na sociedade e, especificamente, na sua comunidade.

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sábado, 19 de julho de 2008

Alameda da Música - espaços verdes?

Bom dia,

Sou leitora habitual do vosso blog e aprecio o carácter interventivo e simultaneamente de coesão social que tem. Por isso mesmo, venho pedir-vos o vosso apoio no sentido de denunciar uma situação que se passa no nosso bairro e que se prende com os espaços verdes.

Infelizmente não tenho como documentar a situação em causa com fotos porque não tenho os meios para o fazer, mas conhecendo a vossa determinação, certamente tratarão de o fazer. Trata-se de um pequeno espaço verde junto ao café “Bacano” que já foi objecto de alguns posts vossos. Se tiverem oportunidade, convidava-vos a visitá-lo e constatarem como se encontra absolutamente abandonado com a relva morta, as árvores sem qualquer tipo de tratamento ou manutenção. A rega só hoje começou a funcionar após cerca de 2 meses sem que uma pinga de água saísse dos aspersores. Aspersores. Sistema de rega que permite que a mesma se faça por aspersão, certo? Errado, estes jorram água inundando o jardim e o pavimento em vez de, pelo menos, chegarem às árvores que estão no alto dos montículos e são os únicos seres vivos que teimam em sobreviver.


Naturalmente disto foi dado conhecimento à Junta de Freguesia (anexo os e-mails mais recentes que enviei), mas aparentemente a única medida tomada depois de muita insistência por parte de outro vizinho, foi a rega que funciona tal como descrevi. A mim própria não foi dado qualquer tipo de resposta.

Apelava à vossa intervenção na esperança de que se consiga fazer algo por este espaço que é de todos. Obrigada.

Com os melhores cumprimentos,
Ana Ferreira





Exmos. Senhores,

Como poderão ver pelo e-mail infra, comuniquei-vos uma situação que se passa na nossa freguesia no dia 26 de Junho. Passado quase um mês sem qualquer tipo de resposta ou de acção para resolver o problema abaixo descrito, vejo que o sistema de rega do jardim começou a funcionar esta manhã. Uma vez que a relva por falta de rega secou por completo, não tendo qualquer possibilidade de recuperação, tinha esperança que pelo menos se salvassem as poucas árvores que teimam em sobreviver. Contudo, os aspersores não estão em condições jorrando água e derramando-a sobre o pavimento de cimento que é o que menos necessita de ser regado. Com os aspersores a funcionar desta forma, a água certamente não chegará às árvores.

É lamentável que ninguém venha verificar o estado e funcionamento do material, nem sequer fazer uma limpeza periódica ao jardim que frequentemente acumula lixo sem que as entidades competentes façam alguma coisa por isso. É lamentável que exista uma empresa municipal que se dedique exclusivamente aos espaços verdes dos PER e que os restantes fiquem ao mais completo abandono pela Junta de Freguesia que deveria olhar por eles. Será necessário criar-se outra empresa municipal que trate dos espaços verdes que não pertencem aos PER, confirmando-se assim a incapacidade da Junta de Freguesia de dar conta do recado? Por último, é lamentável que o munícipe se dirija à sua Junta de Freguesia através de um e-mail publicado no respectivo site e não receba qualquer retorno às suas preocupações.

Pergunto: quando serão consertados os aspersores para que a rega do jardim se processe correctamente?

Quando plantarão relva para substituir aquela que deixaram morrer?

Quando cuidarão das árvores existentes que, sem estacas, correm o risco de não sobreviver?

Quando plantarão árvores para substituir aquelas que, também por falta de tratamento, sucumbiram?

Agradeço que me seja dado efectivo retorno a este e-mail e naturalmente algumas respostas às perguntas que aqui coloco.


Com os melhores cumprimentos,
Ana Ferreira

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De: Ana Ferreira
Enviada: quinta-feira, 26 de Junho de 2008 23:47
Para: 'info@jf-lumiar.pt'
Assunto: Espaços verdes
Importância: Alta


Exmos Senhores,


Sou moradora no Condomínio da Torre (malha 15.2) e é com profundo pesar que tenho visto o pequeno jardim existente no início da Alameda da Música, onde se situa a Farmácia Alto do Lumiar, degradar-se a cada dia que passa. Já não bastava terem sido destruídas algumas das árvores que aí foram plantadas e serem praticamente deixadas ao abandono as restantes que teimam em vingar, como agora a relva secou por completo por falta de rega.

Como é possível que se trate tão mal os nossos poucos espaços verdes e que têm a difícil tarefa de tornar mais agradável o espaço que os cidadãos habitam? Deixar em total desmazelo, sem qualquer tipo de manutenção estes espaços contraria tudo quanto é política de cidade e sobretudo de bairro.

Por favor façam alguma coisa pelos espaços verdes da nossa freguesia, em especial do Alto do Lumiar que tantas vezes parece estar votado ao abandono e ao esquecimento por parte da maioria dos nossos autarcas.

Na expectativa de ter um retorno a este meu pedido que considero legítimo, apresento os melhores cumprimentos,

Ana Ferreira

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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Moon over Bourbon Street

(Lisboa, ontem)

Com este calorzinho nocturno a - finalmente! - persistir, tudo se conjuga para que as próximas noites de 6ª e Sábado na Quinta das Conchas sejam mais concorridas que Bourbon Street em tempo de Mardi Gras.

Será uma apoteose em cheio para o CineConchas 1.0, justo prémio para os operários da construção que o ajudaram a pôr de pé (e foram muitos! e entusiasmados!) e para suas almas mater, a Ana e o Tiago.

Por isso, vão cedo, deitem-se na relva a ver esta Lua enorme, fumem umas coisas em frente ao altar (ehr... esqueçam a última frase, foi o meu lado Reininho a assomar à janela do blog por breves instantes...) e disfrutem.

Disfrutem a vida, a companhia, o espaço, os filmes e a fortuna de viver num país e num tempo onde, apesar de tudo, se ainda podem fazer e viver coisas assim.

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Respondo porém duvido

Vivemos num país de Pinóquios Oficiais, não por lhes crescer o nariz de cada vez que lhes sai uma mentira pela boca fora (lá se ia o resto das florestas tropicais para acrescentos em madeira exótica) mas por terem a cara de pau de dizer as mais extraordinárias coisas sem que ninguém lhes caia em cima a exigir explicações.

Ainda estou a remoer os notáveis argumentos de ministra e secretário de estado a propósito da melhoria de conhecimentos dos alunos do secundário expressa na subida das médias de exame. Ontem, dei uma vista de olhos a várias provas do 12º ano e pude comprovar à custa de quê essa subida de conhecimentos surgiu. Mais preocupante é o nível que é esperado de quem se apresta ou a entrar no mundo do trabalho ou a entrar no escasso clube (de acordo com as estatísticas europeias) dos licenciados portugueses.

Só alguns exemplos:

1. Prova de Francês - "Iniciação" (o que, presumo, significará para alunos com 3 anos de Francês)
a) Fotografia da montra de uma livraria, com a seguinte legenda (traduzindo) "A sopa dos livros" ; Livros antigos compra-venda

Pergunta por escolha múltipla: "A sopa dos livros é
a)uma biblioteca;
b) um restaurante;
c) uma livraria;
d) uma papelaria"

Se o exame fosse feito para crianças do 4º ano... Não será de esperar que um marmanjo com 18 anos saiba reconhecer a diferença entre uma montra e uma biblioteca ou que, quase só pela fonética, perceba que "livre" é "livro"? Que grau de dificuldade ou exigência de compreensão de um texto numa língua estrangeira é este?

É a pergunta inserida para cuidar que ninguém tenha um zero na pauta ou a expectativa de inteligência é tão baixa que - repito, são alunos com 18 anos - se tem de mastigar a pergunta até ficar nesta papa?

2. Prova de Português
a) "Com a afirmação «esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre» (linha 14), o autor quer dizer que
A. se sentia marcado para toda a vida por aquela frase e por aquela cena.
B. transportava consigo, sempre que viajava, um livro sobre David Crockett.
C. se lembrava daquela frase e daquela cena sempre que viajava.
D. tinha aquela frase gravada na pasta que usava em viagem."

b) "A perífrase verbal em «e ao longo dos últimos anos fui publicando» (linhas 1 e 2) traduz uma acção
A. momentânea, no passado.
B. repetida, do passado ao presente.
C. apenas começada, no passado.
D. posta em prática, no momento."

Pelas alternativas em jogo e pelas frases das quais se procura perceber se o leitor as compreendeu, podemo-nos aperceber da imagem de iliteracia em jovens de 18 anos que os interrogadores têm dos alunos submetidos a exame.

No entanto, o mais extraordinário é este exemplo:

"O uso repetido do nome «David Crockett» (linhas 6, 7, 12-13, 16, 20, 24)
A. constitui um mecanismo de coesão lexical.
B. assegura a progressão temática.
C. constitui um processo retórico.
D. assegura a coesão interfrásica do texto."

Repare-se como se duvida se um aluno percebe o que "ao longo dos anos fui publicando" quer dizer mas se espera que o mesmo saiba exactamente o que um "mecanismo de coesão lexical" ou uma "coesão interfrásica" querem dizer. Notável.

Mais dois exemplos, tirados do mesmo grupo de questões (assinalar como verdadeiro ou falso; "V" para verdadeiro e "F" para falso):

"O segmento textual «Este livro reúne alguns dos textos que mensalmente e ao longo dos últimos anos fui publicando» (linhas 1 e 2) constitui um acto ilocutório directivo."

"Em «molhando-lhe a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma» (linhas10 e 11), as formas verbais «molhando», «tratando» e «vigiando» traduzem o modo continuado como a índia cuidava de David Crockett."

No mesmo plano de dificuldade, saber indentificar essa personagem misteriosa que dá pelo nome de acto ilocutório e se o gerúndio traduz ou não uma acção continuada. (Estou a imaginar um examinando a pensar "lá que é uma cena ilocutória, claro, tá-se a ver agora se vigiando é só uma vez ou mais...").

Ainda mais um: "O conector «Porém» (linha 22) introduz uma relação de oposição entre o que anteriormente foi dito e a ideia exposta posteriormente." É aceitável que ainda se pergunte o significado de "porém" a alguém que fala e escreve e lê português há pelo menos 12 anos?

Com este grau de exigência/facilitismo que leitores de textos poderemos esperar encontrar nos serviços públicos e privados de aqui a alguns anos? Se a nossa relação com os serviços públicos são o que são hoje em dia, como será no futuro conseguir o licenciamento de uma obra, ver atendida uma reclamação de impostos ou esperar que um governante/autarca resolva os problemas sob seu pelouro?

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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Corrida, lançamentos e saltos.

A Pista de Atletismo Moniz Pereira já dispõe de instalações de apoio que poderão permitir uma maior dinamização de todo o complexo.
No complexo ficará ainda a sede da Associação de Atletismo de Lisboa (AAL), responsável pela gestão das actividades do espaço.

Situada em frente ao Parque Oeste, a obra representou um investimento da Sociedade Gestora da Alta de Lisboa, de aproximadamente 4,3 milhões de euros, tendo já sido homologada pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA).

A pista de atletismo pretende homenagear o mais carismático treinador de atletismo Mário Moniz Pereira, já agraciado com a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa.

Mais um contributo para reforçar a imagem da Alta de Lisboa e a qualidade de vida de todos os que cá vivem. Que isto nos recorde que o Projecto Alta de Lisboa é acima de tudo uma maratona onde a persistência é essencial.

Até breve

Para quem tiver curiosidade em saber mais, clique aqui e aqui.

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Habemus Submarinum

Hoje foi lançado ao mar o primeiro dos dois novos submarinos que irão integrar a armada portuguesa.

O NRP Paulo Portas foi baptizado nos estaleiros navais de Kiel na presença de baixas, médias e altas individualidades, civis e militares.

Podem ler a notícia completa no Diário de Notícias.

O que é que isto tem a ver com a Alta? Meus amigos, tudo está relacionado...tudo...

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Não se chateiem, meninos, e venham ao cinema!

O Steed chamou betolas ao nome de um colaborador do Atlântico. Paulo Pinto Mascarenhas respondeu e chamou ainda mais betolas ao nome do Steed. Já há quem compre pipocas e tome partido na querela, mas o director comercial do Viver está alvoroçado de alegria com o simpático link que o Atlântico nos dedicou. Não é todos os dias que um blog com mais de 3000 page views diárias nos reencaminha os leitores.

E aproveitando então a enchente de hoje, antecipo o convite que ia fazer amanhã aos que aqui passassem. O CineConchas termina este fim de semana, com dois grandes filmes. Apareçam! Todos, ricos e pobres, betos e chungas, de direita ou de esquerda, venham aproveitar as noites quentes que finalmente prometem ficar. Porque o tema do CineConchas deste ano é o Amor e o Afecto, amem-se muito e não se irritem que faz mal ao coração.

CineConchas
cinema ao ar-livre 21h30 entrada gratuita
Quinta das Conchas - Alta de Lisboa


Esta semana:
18 de Julho, A Ciência dos Sonhos, de Michel Gondry
19 de Julho, Match Point, de Woody Allen






Como chegar à Quinta das Conchas?

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terça-feira, 15 de julho de 2008

A cobertura noticiosa dos acontecimentos na Quinta da Fonte

Prometo que não coloco aqui mais nada sobre o assunto mas o Jorge Mourinha escreveu dois pequenos textos (um e dois) sobre o modo como as televisões noticiaram os acontecimentos.

São também duas boas bases de reflexão sobre o jornalismo tablóide das televisões.

É só clicarem nos links.

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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Curriculum Vitae

O Atlântico normalmente irrita-me tanto como os seus equivalentes de esquerda. Mas às vezes, assim uma vez por ano,conseguem ter piada.

Um dos mocinhos que lá escreve (com nome de betola), achou de particular interesse o currículo de um dos colaboradores da revista Ops!,

Engenheiro Civil, urbanista, consultor em Planeamento, Ordenamento do Território, Transportes e Ambiente. Coordenador de grandes projectos. Ex-Inspector Geral do MHUC; ex-auditor ambiental do MEPAT. Ex-administrador de empresas públicas e privadas, entre as quais a NAER, SA; ex-director da EGF, SA, da Parque-Expo, SA; e do ICERR; articulista e escritor."

Chama-lhe "currículo tipicamente socialista".

Direi mesmo mais meu caro Dupont, encontrará CV's parecidos em qualquer um dos partidos que estiveram no poder nos últimos 30 anos.

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Mais notícias sobre as questões de realojamento e integração social

A única coisa positiva que se pode retirar do tiroteio na Quinta da Fonte é a reflexão sobre as políticas de integração social.

No site da RTP mais alguns especialistas falam sobre o assunto.

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Parque Oeste - redes

Esta imagem não é a que Margarida Saavedra empunhou irritada na reunião de 25 de Junho último, quando acusou o Vereador Sá Fernandes de não ter cumprido a palavra quanto às redes de protecção dos lagos do Parque Oeste. Margarida Saavedra queria uma rede visível e exterior que impedisse o acesso à água. Sá Fernandes respondeu que os lagos tinham redes submersas.

Ninguém tem razão. Apenas um dos lagos, dos quatro existentes, tem rede de protecção. Os técnicos que adoptaram a solução do Badoca Park garantem que quem caia ou se atire ao lago consegue trepar pelas malhas da rede, mas os limos que entretanto cresceram parecem diminuir a eficácia prometida quase ao nível da proposta inestética de Margarida Saavedra.

Em Novembro de 2007, quando Loiky, de 9 anos, faleceu na consequência do afogamento do lago, foram discutidas e propostas inovações no Parque Oeste. Ficou a Vereação dos Espaços Verdes de contactar a Arq. Isabel Aguirre, autora do projecto, para encontrar forma de as concretizar com o seu aval. Isabel Aguirre afirmou publicamente que foi contactada pela CML, mas não ouvira qualquer proposta de alteração do Parque. Se este Verão se repetir algum acidente nos lagos será difícil compreender esta inacção.


Entretanto a 3ª fase leva um atraso visível, apesar do aparente bom ritmo de construção. A obra começou em Maio de 2007, tinha duração prevista de 15 meses, mas falta bastante mais de um mês para o seu final. Este braço do Parque Oeste será fundamental para atenuar os problemas de escoamento que afectam o Lumiar desde sempre, em dias de chuva torrencial. A sua bacia de retenção está preparada para conter essa pluviosidade excessiva, fazendo-a escoar lentamente. Por muitas críticas de concepção que possamos fazer ao Parque Oeste, nomeadamente na falta de diversidade de utilizações do público, há que louvar as preocupações ambientais no aproveitamento dos lençóis freáticos para rega e nos lagos para contenção de cheias.

É provável que depois de concluído, à semelhança do que aconteceu na 1ª fase, se mantenham as redes da obra por uns meses para deixar as vegetação vingar serenamente. Mais um ano para a sua abertura ao público?

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LISBOA RODOVIÁRIA

Que política rodoviária gostaríamos de ver implementada na nossa cidade?

A avaliar pelos comentários que por este blog têm passado, creio que a posição de cada um variará ao longo da semana de acordo com a condição com que circulará na cidade, se peão se automobilista.

Os radares introduzidos nas vias rápidas pela anterior vereação pouco mais foram que medidas de cosmética e propaganda: convenceram alguém de que se tinha passado a circular abaixo do limite de velocidade em toda a 2ª Circular os dois radares colocados num só sentido entre Benfica e a Rotunda do Relógio?

Pessoalmentre acho idiotas todas estas medidas repressivas, por não serem contínuas e por mais parecerem uma forma pouco dissimulada de criação de um novo imposto de circulação do que traduzirem uma efectiva vontade de reduzir a sinistralidade. Será eficaz criar um ponto de diminuição de velocidade numa via cujo traçado indicia velocidades de projecto (a velocidade máxima a que será possível circular em toda a segurança) da ordem dos 120 km/h? Não conhece a Câmara formas passivas de diminuição de velocidade? Que sinais contraditórios são estes quando com uma mão se alargam vias e se desconstroem constragimentos à fluidez (os túneis da Av. da República, por exemplo) e com a outra se obrigam a velocidades de 50 km/h que seriam precisamente as velocidades possíveis antes da eliminação desses constrangimentos?

A ACA-M (Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados) emitiu um comunicado sobre o assunto que introduz questões importantes e denuncia a paralisia da actual vereação no que ao assunto diz respeito (como muito bem temos comprovado aqui na Alta... afinal parece que não há tantas diferenças assim neste centrão Carmona-Costa). Por todos os dias sermos usufrutuários das ruas da cidade, será relevante a sua leitura:

Vários radares fixos da cidade de Lisboa estão avariados, e milhares de coimas estão por processar e por cobrar.

A ACA-M acaba de enviar um Requerimento à CML pedindo informação sobre os radares fixos avariados desde há meses na cidade de Lisboa, e sobre as recorrentes falhas de transmissão entre os equipamentos e o posto de comando da Polícia Municipal (ver http://www.aca-m.org/w/images/8/88/CartaCMLJul08.pdf).

Acabámos também de enviar à ANSR um requerimento pedindo informação sobre o número de coimas que ficaram por processar e por cobrar em 2007 e 2008, relativamente a infracções por excesso de velocidade detectadas pelos radares da CML - isto é, por aqueles que ainda funcionam (ver http://www.aca-m.org/w/images/6/66/CartaANSRJul08.pdf).

Num acto de demagógica propaganda, a CML anunciou ontem que os " 21 radares em Lisboa registaram 80.307 excessos de velocidade no primeiro semestre deste ano, o que traduz uma diminuição de 69,3 por cento face às 261.770 ocorrências registadas no segundo semestre de 2007".

Mas tal não significa que os radares sejam um efectivo indutor de redução de velocidade. Significam sobretudo que o sistema está - voluntária ou involuntariamente - a funcionar mal. Há cada vez mais condutores a não ligarem aos radares, e a CML não tem contracto de manutenção com a empresa que os montou - o que resulta em que as reparações são demasiado onerosas e, porque feitas avulsamente, tardam a ser efectuadas.

Bastou um ano para que a CML conseguisse descredibilizar o sistema que tinha montado. É perigoso para os utentes e é um atentado aos contribuintes.
Mas a presente vereação da mobilidade da CML não se limitou a descredibilizar o sistema de radares. Não querendo assumir a política de segurança rodoviária da vereação anterior, tem demonstrado uma preocupante incapacidade para executar as medidas aprovadas pelo executivo e/ou anunciadas pela vereação:
- não sabe o que fazer aos radares e por isso criou uma comissão que não funciona e nada decide;
- não concretizou a medida das zonas trinta, vinda da vereação anterior;
- desfez algumas das alterações dos semáforos que beneficiavam o peão - nas Av. República e Av. Liberdade;
- não cumpriu a promessa de melhorar a segurança na 2ª Circular;
- não cumpriu a promessa de resolver até Maio deste os vinte pontos negros que identificou;
- não cumpriu a promessa de repintar todas as passadeiras junto das escolas;
- a medida da tolerância zero ao estacionamento em segunda fila não teve consequência; após duas ou três semanas de fiscalização em Setembro/Outubro, está hoje suspensa;
- não procedeu à expansão da rede de faixas BUS;
- não concretizou praticamente nenhuma das medidas que o executivo camarário aprovou desde Agosto de 2007.

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domingo, 13 de julho de 2008

Ensinar a viver

Não sou sociólogo, por isso, se alguém conseguir explicar estas questões de modo mais correcto, ou quiser avançar com outras linhas de raciocínio, "be my guests".

Em todas as sociedades existe um núcleo integrado e franjas marginais que interferem com a estabilidade desse núcleo.

O objectivo de qualquer sociedade deve ser, por um lado a integração dessas franjas marginais e por outro controlar o seu crescimento.

Os acontecimentos na zona da Apelação, concelho de Loures, demonstram o que já se sabe há muito tempo: não basta construir casas e recheá-las de gente das tais franjas marginais para que o problema desapareça. Esse é o equivalente urbanístico de varrer o pó para debaixo do tapete.

A repressão e o policiamento como medidas isoladas não são solução.

Este artigo do Diário de Notícias pode servir de base para uma humilde reflexão sobre o assunto aqui no Viver. É um tema delicado e que pode trazer à tona alguns sentimentos menos bonitos.

Vou explicar melhor:

Eu disse "base para reflexão", não disse "chorrilho de insultos e lugares comuns".

Para os mais histéricos, lembro que "limpeza étnica" (traduzido em português corrente como "matar aqueles gajos todos") é um termo mal visto pelo mundo civilizado e constitui um crime contra a humanidade.

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sábado, 12 de julho de 2008

Se quer ser entendido, escute.

Babel, de Alejandro González Iñárritu, será o próximo filme do CineConchas. Com Brad Pitt e Cate Blanchett, hoje, às 21h30, na Quinta das Conchas.

Ver aqui como lá chegar.

O CineConchas é patrocinado pela Junta de Freguesia do Lumiar, SGAL e Gebalis.
O CineConchas é organizado pela EGEAC, Centro Social da Musgueira e Viver na Alta de Lisboa.
O CineConchas é um evento integrado nas Festas de Lisboa 2008.

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sexta-feira, 11 de julho de 2008

Moulin Rouge no CineConchas, hoje às 21h30

Moulin Rouge, um filme teledisco ou uma arrebatadora história de amor? Venha saber, hoje à noite, no CineConchas, às 21h30. Nicole Kidman, Ewan McGregor e John Leguizamo. A não perder.

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quarta-feira, 9 de julho de 2008

INCREDULIDADES


Há poucos dias, discutia com colegas a aparente incongruência de, face às crescentes dificuldades do crédito, à diminuição do rendimento disponível das famílias, à generalizada – e visível – diminuição da procura no mercado imobiliário, se continuar a apostar no segmento médio da construção civil.

Que se aposte no segmento alto – ainda que o “luxo” por cá anunciado de luxo tenha muito pouco para além do valor de venda pedido – ainda se percebe: pelo menos na aparência as classes mais favorecidas passam incólumes por estes períodos de recessão, ainda que, sendo por natureza um mercado mais restrito, algumas cautelas se continuem a impor para quem nele queira apostar.

Que se construa para o segmento baixo depende quase exclusivamente da vontade e da acção política, sendo portanto não um mercado de risco, antes um mercado de oportunidades para empreiteiros e não para construtores civis.

Mas para a classe média, quando não faltam no mercado de primeira ocupação unidades e unidades há meses (ou anos) à espera de comprador?


Veja-se o caso da Alta: quantos dos que nos lêem e que por aqui habitam não têm no seu prédio um ou mais apartamentos desde sempre desocupados?


Chegaram-me estas perplexidades depois de encontrar pelo segundo dia consecutivo uma campanha cuidadosamente dissimulada como aparente notícia sobre um novo empreendimento a ser lançado brevemente no espaço da Alta de Lisboa por um promotor externo à SGAL. O conceito subjacente é a de que os dois edifícios são diferentes de tudo o que já existe, mercê de uma aposta num conceito filosófico de vida alternativo, com materiais “de última geração” e uma liberalidade de escolha de materiais de revestimento interiores de acordo com o desejo dos compradores. Mas será assim tão diferente? Confesso que a referência a amplas áreas envidraçadas e as imagens publicadas dos alçados me fazem lembrar as áreas envidraçadas aplicadas em alguns edifícios já existentes – e os horrores de calor que o efeito de estufa subsequente provoca nos seus habitantes, superior ao prazer que as vistas amplas do Parque Oeste lhes provocam.


Investir no imobiliário em Portugal parece, quando nos colocamos um pouco à margem da emotividade e das relações de conhecimento, profissionais ou de amizade que este país diminuto necessariamente provoca, uma actividade de amadores. Amadores que, malgré nous!, somos quase todos os que compramos, atirados para a compra por um Estado displicente e uma Banca ávida de lucros. Mas amadores os empreendedores também, fruto da pouca exigência do cliente e da morosidade na resolução dos processos litigiosos. Quantos queixosos em Portugal se viram ressarcidos pelos defeitos de concepção, construção ou manutenção dos seus apartamentos?

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Dois reforços de peso para o Viver

Duas contratações de Verão para o Viver, numa operação relâmpago com a assinatura dos contratos rodeada do maior secretismo para ludibriar a concorrência. Mr. Steed vem desempenhar funções de trinco, ligeiramente à frente dos centrais. Henrique Relógio trará uma energia alternativa ao sector intermédio da equipa.

Duas razões para este BI cívico se regozijar.

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terça-feira, 8 de julho de 2008

SGAL consegue empréstimo de 150 milhões de euros

A SGAL anunciou a abertura de duas linhas de crédito de médio prazo no valor de 150 milhões de euros para conseguir «a reestruturação do passivo da empresa e dotá-la dos meios necessários para o desenvolvimento dos novos projectos e concretização da estratégia aprovada, tendo em vista garantir o seu reposicionamento» no mercado.

Agora falta a CML deixar de empatar.

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Viver concorre ao SuperBlog Awards e precisa do seu voto!

O Viver na Alta de Lisboa é um dos candidatos ao Super Blog Awards 2008, organizado pela SuperBock. A primeira fase de votações é feita pelo público.

Pensámos deixar este post assim, sem mais nada, e confiar na iniciativa dos leitores, mas gostávamos mesmo de ganhar grade de bejecas do 1º prémio. Daí o apelo: Estimado leitor, se aprecia o Viver na Alta de Lisboa, vote em nós! (Se não gosta do Viver e até passa algumas horas do dia a escrever-nos insultos, vote em nós também. Conceda-nos o mérito de servir de bolinha anti-stress durante o seu período laboral.)

O Viver na Alta de Lisboa - BI cívico concorre na categoria Sociedade.

Precisarão de se registar no site e é provável que esse passo vos deixe tentados a desistir da ideia de nos dar o voto. Mas temos um último argumento para se decidirem por nós: vá lá. Vá lá, vá lá! Votem em nós, vá lá!



Pleeease... Vá lá!

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sábado, 5 de julho de 2008

Agente Secreto 007 vem hoje à Quinta das Conchas!

O mais recente filme da sequela do agente secreto 007, estreado em 2006, mostra-nos na verdade o primeiro episódio da carreira de James Bond enquanto agente secreto britânico. Casino Royale é um filme repleto de private jokes para os aficionados da série, mostrando que os gostos requintados, o domínio das regras de etiqueta, o refinamento do personagem, levaram anos de depuração.


Casino Royale mostra-nos também que o James Bond afectivamente solitário, sedutor incorrigível, incapaz de relacionamentos amorosos mais profundos é fruto de uma traumatizante experiência.


O início do filme evoca outro cinema. Orson Welles pelos enquadramentos arrojados e fotografia cuidada; Matrix pela cena de pancadaria da casa de banho e no reinventar de coeficientes de resistência absurdos dos materiais de construção e do osso humano. E, por ser a preto e branco (só mesmo este início, o resto tem muitas cores), é também uma forma de dar continuidade ao filme de estreia do CineConchas, o magnífico Angel-A, de Luc Besson, que tanto sucesso obteve na noite de ontem.



Esta estética cinematográfica fina-se na introdução, mas não se pense que o filme perde fulgor. Casino Royale é seguramente um dos melhores filmes de sempre da série.

Hoje, no CineConchas, na Quinta das Conchas, às 21h30, com entrada livre. Apareça e traga a família e os amigos.

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Já começou. E foi TÃO giro!

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sexta-feira, 4 de julho de 2008

Angel-A, hoje às 21h30 no CineConchas!

André Moussah tem 28 anos e vive em Paris, em busca do sucesso através de negócios pouco claros. Mas tudo lhe corre mal. Perseguido por dívidas, André, desesperado e sem esperança, encontra no Sena o caminho final a seguir. Mas um mergulho para o definitivo, para a resolução final dos seus problemas, transforma-se de repente numa viagem de aprendizagem pessoal, de reconquista do amor-próprio. Angel-A mudará a vida de André. Mas conseguirá também André mudar a vida a Angel-A?

Hoje, às 21h30, no CineConchas, Angel-A, de Luc Besson
Quinta das Conchas
Metro - Linha Amarela - Estação da Quinta das Conchas

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quarta-feira, 2 de julho de 2008

CineConchas - Filmes, horários e outras coisas

O CineConchas começa já esta próxima 6ª feira, dia 4 de Julho.

4 de Julho, Angel-A, de Luc Besson
5 de Julho, Casino Royale, de Martin Campbell
11 de Julho, Moulin Rouge, de Baz Luhrmann
12 de Julho, Babel, de Alejandro González Iñárritu
18 de Julho, A Ciência dos Sonhos, de Michel Gondry
19 de Julho, Match Point, de Woody Allen


Será sempre às 21h30, com entrada gratuita, no palco de cimento da Quinta das Conchas.


O CineConchas é um evento integrado nas Festas de Lisboa 2008, sendo uma parceria da EGEAC, Centro Social da Musgueira e Viver na Alta de Lisboa-BI cívico.

São patrocinadores oficiais do CineConchas a Junta de Freguesia do Lumiar, a SGAL e a GEBALIS. Media Partner: AEIOU. Apoio: CARRIS.

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