domingo, 13 de julho de 2008

Ensinar a viver

Não sou sociólogo, por isso, se alguém conseguir explicar estas questões de modo mais correcto, ou quiser avançar com outras linhas de raciocínio, "be my guests".

Em todas as sociedades existe um núcleo integrado e franjas marginais que interferem com a estabilidade desse núcleo.

O objectivo de qualquer sociedade deve ser, por um lado a integração dessas franjas marginais e por outro controlar o seu crescimento.

Os acontecimentos na zona da Apelação, concelho de Loures, demonstram o que já se sabe há muito tempo: não basta construir casas e recheá-las de gente das tais franjas marginais para que o problema desapareça. Esse é o equivalente urbanístico de varrer o pó para debaixo do tapete.

A repressão e o policiamento como medidas isoladas não são solução.

Este artigo do Diário de Notícias pode servir de base para uma humilde reflexão sobre o assunto aqui no Viver. É um tema delicado e que pode trazer à tona alguns sentimentos menos bonitos.

Vou explicar melhor:

Eu disse "base para reflexão", não disse "chorrilho de insultos e lugares comuns".

Para os mais histéricos, lembro que "limpeza étnica" (traduzido em português corrente como "matar aqueles gajos todos") é um termo mal visto pelo mundo civilizado e constitui um crime contra a humanidade.

21 comentários:

Pedro Cruz Gomes disse...

Eu começaria por essa belíssima frase retirada da promoção do Babel, para dar o mote a esta "reflexão": "Se quer ser entendido, escute".

E escutar, é uma coisa que, em todo o mundo, poucos são ensinados a fazer.

Desde sempre as religiões, ao defenderem como seu o domínio da razão, retiram ao outro o direito à diferença. São os "infiéis", o outro lado da barricada, aqueles que não têem seguramente razão mas que nos querem fazer mal, nos querem destruir, nos querem aniquilar. Os seres ignorantes e alienados sobre os quais é necessário lançar uma "cruzada" ou uma "intifada" ou uma "reeducação".

Igualmente as ideologias se encarregam de definir a sua, como a única correcta, encarregando-se da disseminação do ódio pelo outro, por ser mais rico ou mais poderoso, mais pobre ou mais perigoso. Mais subversivo por ser diferente e pôr em causa os direitos da oligarquia dominante ou se recusar a aceitar reconhecer os direitos da comunidade dominada.

Tememos o que desconhecemos. Desconhecemos o que é diferente de nós. E atacamos antes que o que tememos se transforme em realidade.

O falhanço quase generalizado das operações PER (planos especiais de realojamento) passa muito por essa incompreensão do outro, passa por até mesmo os técnicos e políticos envolvidos - apesar de todas as boas vontades humanisticas e ideológicas que a maioria teria - se encontrarem do outro lado da "barricada": o seu meio, a sua origem, a sua herança cultural e social, eram outros e todas as populações a ser "cuidadas" se situavam num plano exterior ao seu mundo.

Os PER foram intervenções calculadas num único sentido,de fora para dentro, do supostamente "mais informado", "mais tecnicamente habilitado", "mais instruído", para o carenciado, o "desfavorecido", o "humilhado e ofendido".

Os realojamentos foram assim efectuados não tomando em consideração, por um lado, as existentes relações de vizinhança, de comunicação com o espaço urbano, as condições de saúde e familiares e, por outro, considerando como válidas e universais as aspirações que os próprios teriam se, num jogo de faz de conta, fossem eles o objecto de estudo.

A este autismo, juntou-se a crueza dos números - haveria sempre que manter os valores de construção a um nível inferior aos mínimos aplicados na construção civil - e a insensibilidade de pensar que a populações que se estreariam a viver num apartamento de paredes sólidas com água corrente e luz eléctrica, não ficariam afectadas pela falta de conforto visual e urbano. (Porque é que ninguém arrisca uma arquitectura IKEA?)

Por outro lado, e porque em Portugal raramente o que se começou com grandes aspirações e objectivos se conclui no mesmo tom, faltou da parte do Estado a continuação do investimento no pós-realojamento, a tal aposta nas "dinâmicas de apoio às comunidades" de que fala a socióloga Maria João Freitas no artigo do DN.

Perante este tipo de paternalismo, que se revelou hipócrita e laxista, seria de esperar outra reacção dos supostos "pobrezinhos e humildemente agradecidos" que não fosse a continuação do desprezo por um espaço urbano e arquitectónico que não sentem como seu, onde não se conseguiram integrar (falemos francamente: algum de nós gostaria de habitar aquelas torres deprimentes, de desenho horroroso, de materiais deteriorados?), feitas pelo outro que, tal como nós, não compreendem nem fazem esforço para compreender porque, tal como nós repito, desde sempre foram habituados e aculturados para considerar como o inimigo?

Se o Estado tanto dispendeu nestes programas - e o Estado somos nós todos e as somas que o Estadeo investiu provieram (e hão-de provir durante os próximos decénios...) de todos os impostos comprados a particulares e empresas - não seria de esperar que deles se exigisse o retorno? Se se aplica dinheiro no realojamento e se esse realojamento é feito para integrar populações, para recuperar populações, para as abrigar no mesmo telhado de classe média da maioria do país, não seria de esperar que esse mesmo país exigisse responsabilidades pelo desbaratamento de capital?

Falando concretamente de Lisboa: como estão todos os bairros criados no âmbito PER e que são responsáveis - eu arrisco: mais do que as loucuras de Santana ou as imprevidências de Carmona... - por parte considerável do buraco financeiro da autarquia que continua a impedir a actual vereação de fazer algum trabalho que se veja na melhoria das condições da cidade? Como foi a integração? De quanto foi a subida do rendimento das famílias após o seu realojamento? Como estão os indicadores de sucesso escolar, de emprego, qual a variação da taxa de suicídios e de mortalidade nos escalões etários mais elevados? Qual a variação da taxa de criminalidade, os índices de toxicodependentes?

Não há dados? Mas então que gestores do dinheiro público são estes os que nós elegemos? Que financeiros são estes que não fazem contas ao retorno do investimento? Que responsáveis políticos são estes que, 5 ou 10 anos depois assobiam de mansinho e lavam as mãos?

Onde estão os responsáveis da coligação que governou Lisboa desde o final dos anos 80 e que chamou a si o lançamento da maioria dos programas PER e, já agora, da reabilitação dos Bairros Históricos, para onde foram canalizados centenas de milhões de euros? Onde estão os presidentes de Câmara e vereadores que lhes sucederam e que, principalmente no caso dos Bairros Históricos, secundaram e aumentaram a política de reabilitação?

Curiosamente, o artigo do DN dá voz a dois dos principais responsáveis, não pelas decisões políticas, mas pelo aconselhamento do Presidente Sampaio e pela reformulação do PDM, FFerreira e TCraveiro. Curiosamente, falam como se nada lhes tivesse passado pelas mãos ou como se sobre nada disso tivessem sido ouvidos em conversas com o Presidente ou em reuniões de trabalho.

O que diz muito do grau de atenção que os poderes decisórios lhes prestavam. Ou da sua distracção. Ou da sua reconversão tardia...

Ana B. disse...

De facto, não basta construir casas e recheá-las de gente, Steed. Esse é apenas o primeiro passo. Um passo importante. O da satisfação das necessidades básicas, o da dignidade das condições de habitabilidade. Mas as necessidades das pessoas não se reduzem a isso e a dignidade também tem outras formas: a respeitabilidade, o reconhecimento, a aceitação pelos outros, pelos pares, pelos vizinhos, pela Sociedade em geral. Tenho para mim que só com essa dignidade é que um processo de realojamento será bem sucedido e só com essa dignidade haverá uma verdadeira integração.

Considero que o paternalismo, tão habitual e tão contraproducente, e o “atestado de menoridade” tantas vezes atribuído aos grupos económica e culturalmente diferentes acentuam a marginalização. Não constrói, não promove… não dignifica. Aposto mais numa natural convivência à volta de interesses e espaços comuns. Criam novos hábitos, rotinas, formas de estar. Mais consistentes e duradouros.

E se é verdade que o urbanismo e a arquitectura não sugerem nem promovem muitas vezes a harmonia, também é verdade que o problema está em não saber contrariar o desenraizamento, em não saber manter ou criar relações de vizinhança, de suporte. Concordo com o que diz o artigo do DN: o acompanhamento das populações de realojamento deve ser feito antes, durante e depois, monitorizando e auscultando as necessidades das pessoas. Em vez disso, são muitas vezes depositadas em prédios numa operação de boa cosmética urbanística e esquecidos para sempre a partir do dia da entrega das chaves. As “dinâmicas de apoio às comunidades” ou não chegam a existir ou, quando existem, não são envolvidas no processo. Perde-se a oportunidade de aproveitar os recursos locais de referência para a população para preparar (antes) a passagem para uma vida nova, para acolher (durante), para integrar (depois).

As redes sociais existem. Serão mais fracas ou mais fortes, mas existem. Todos os bairros têm referências, apoios, uma rede de suporte, uma identidade. E é isso que é importante transportar ou recriar no processo de realojamento. Às vezes basta estar atento e perceber quem são os agentes-chave que poderão ser importantes aliados em processos como estes. Se estivermos de costas voltadas, o caminho será certamente mais difícil para todos.

Anónimo disse...

Acredito que o melhor apoio é o sustentado pelas próprias energias sociais autóctones - porque só essas verdadeiramente constroem dignidade e fomentam RESPONSABILIDADE social - algo que muito falta neste paternalismo nutuamente preverso.

Anónimo disse...

Senhores,

Estes acontecimentos são o reflexo da actual sociedade portuguesa, onde reina o facilitismo (veja-se o caso da Educação), e da impunidade (ateste-se no estado da Justiça em que os responsáveis por crimes graves são "despachados" para casa com TIR - a menos que tentem agredir o juíz na sala de audiência essa corporação q ainda vive com os benefícios do Estado Novo). Numa sociedade desenvolvida o Estado está disposto a apoiar todos aqueles que precisam, mas nunca sem obter destes algumas contrapartidas (Ok. não falemos de França, até pq é o modelo social q Portugal sempre procurou seguir, falemos dos modelos holandês ou dos países nórdicos). Na generalidade dos outros países o Estado concede apoios mas pede contrapartidas aos elementos mais carenciados, seja ao nível da sua inserção educacional, profissional ou social. Em Portugal esta franja da população sempre fez o que quis:

- Na década de 70 construíram barracas com o beneplácito das CMunicipais vermelhas, faziam captação de luz e água por vias ilegais, etc). Ao fim de alguns anos receberam €€€ ou vivendas novas construídas por arquitectos de renome para abandonarem terrenos públicos como foi o caso das Calvanas !!!!;

- Actualmente recebem casas de graça (não, à borla !) ou com rendas sociais de valores irrisórios, obtêm tarifas de luz; gás e água com preços sociais, recebem o RSI; trabalham "off the record" sem realizar descontos, obtendo por isso o dobro dos rendimentos dos cidadãos honestos; possuem boas viaturas normalmente modificadas (tunning) e não se privam de tomar diariamente os pequenos-almoços nos Bacanos, Hortas e afins. Qd se chateiam com os clãs por causa dos negócios ilícitos que dividem "cai o Carmo e a Trindade" !!! dão-se ao luxo de exigir das CMunicipais casas em outros bairros !!!!
Eu tb chego ao fim do mês sem um tostão para pagar a casa e ter comida no frigorífico e se fosse pedinchar para as TV's ou para as Juntas de Freguesia levava logo com um "Não", pq é q esta gente é mais protegida que a generalidade da população que honra com a suas obrigações fiscais ???? Pessoas q não tem o que comer e q mesmo assim se reproduzem como coelhos ???? Pessoas que não querem viver integradas em sociedade devem continuar a ser apoiadas??? Pessoas q recebem casas de "mão beijada" - geralmente dentro das cidades - quando a generalidade das outras pessoas tem q fazer economias e sacrifícios e ainda assim tem q ir viver para a periferia ??? Chama-se a isto justiça, igualdade social ??? Não. Chama-se politiquice barata, de trazer por casa!!! Bem vai fazer o sr. Berlusconi com o cadastro de toda a população de etnia cigana. Até na Roménia (berço desse cancro) essa gente é segregada (eles sabem bem o q lá têm !!!). Quanto a nós, os outros países foram escurraçando essa trupe das suas fronteiras até que o "espertos" encontraram aqui esta República da Bananas q "encaixa que nem uma luva" na sua cultura de laxismo...

Enquanto o Estado não fiscalizar toda essa gente e cortar a subsidio-dependência a quem não merece vai continuar tudo na mesma !!!

PS. Tenho consciência q o meu post vai aqui ser muito criticado mas quem o o critica é o mesmo tipo de pessoas que viu no filme "Tropa de Elite" tendências fascistas contra os coitadinhos das favelas do RJ... é a famosa cassete de q a culpa é da sociedade :)))) Até lá continuemos com um sorriso de "orelha a orelha" a deixar 1/3 dos nossos rendimentos para alimentar essa gente que anda nos pés com ténis de 150 €, pulseiras, argolas, e anéis em ouro, bons carros e plasmas ..... ah e claro, casas novas e à borla (muitas delas já totalmente destruídas interiormente !!) tudo isso à nossa conta !!!! Chama-se a isto o famoso espírito português hospitaleiro ??? não, chama-se burrice, da boa !!!

Pedro Cruz Gomes disse...

Sugiro que deixe de ser burro e construa imediatamente a sua barraca num terreno baldio inserido numa autarquia "vermelha". Deixe de trabalhar e passe a viver de esquemas sem pagar impostos. Reproduza-se alegremente. Saque a electricidade e a água às concessionárias numa ligação clandestina. Vá com os filhos a tiracolo esmolar para a porta da Misericórdia mais próxima.

Se considera que, do outro lado da Lua, se vive assim tão cheio de benesses, irá adorar.

Mr. Steed disse...

criticado? sim. mas construtivamente.

eu compreendo o que diz. a sério que compreendo. posso não concordar com o tom ou com o excesso de pontos de exclamação mas compreendo.

também estou com dificuldade em fazer o dinheiro chegar ao final do mês e é sempre a classe média que paga tudo. OK. Mas vamos tentar ultrapassar essa parte.

vivi quase toda a minha vida perto de ciganos. quando era miúdo cheguei mesmo a levar uns bananos de um grupito de ciganos. não acho a mínima piada ao facto de não mandarem os filhos à escola e não concordo com a cultura de vingança e defesa da honra que defendem.

se tentarmos pensar em soluções - agora que já identificámos o problema - vamos sempre parar aos argumentos da ana, do pedro e àquilo que os sociólogos defendem.

infelizmente, continuamos a gastar mais dinheiro em betão do que em ciências humanas.

é verdade q os bairros sociais não passam de politiquice que só não é muito barata porque sai das verbas dos impostos. mas também é verdade que os ciclos de pobreza só se combatem com educação académica e social. aumento da auto-estima. integração.

no caso dos ciganos, ao contrário do que muitos defendem, passa (e isto já é uma opinião muito pessoal) pela aculturação, por diluir os hábitos ciganos na cultura dominante. e isso não se faz com guetos.

no caso dos afro-portugueses passa pela educação.

no caso dos portugueses (sim também temos portuguesinhos de gema nas margens) passa pela educação.

no nosso caso, passa por nos unirmos em grupos de cidadãos e manter a pressão sobre as elites, os partidos, os governantes. cobrar-lhes diariamente o facto de estarem numa posição de poder. fazer com que estar "no poleiro" como normalmente se diz, seja tão difícil que afaste os oportunistas.

e passa por apoiar os organismos que trabalham no campo com as tais franjas marginais da sociedade. são eles e não a polícia a melhor barreira de defesa contra a violência e o caos social que tanto nos assusta.

Anónimo disse...

Tanto bate boca e tanta teorização.

Fiscalização!. É aí que está neste momento o maior dos problemas. Não há fiscalização e "eles" fazem o que querem. Onde anda a fiscalização da GEBALIS/CML? Onde anda a PSP? Onde anda a Polícia Municipal? E a Junta, porque nada aparenta fazer?

E depois se tiverem de os pôr na rua por incumprimento das regras, como é? Vão para um bairro social de 2ª categoria, and so on, até irem parar à rua? Há pois é! Não podem ir parar à rua pois é isso que diz a nossa constituição.

Não se esqueçam que em todas as classes sociais há muitas bestas e alguns bestiais.

E sim, concordo e acredito na componente da educação social. O problema é que isto é uma "pescadinha de rabo na boca" e a vontade politica de melhorar não é nada eficiente.

Mr. Steed disse...

é verdade. muito bate boca e muita teoria. aqui é o local certo para essas duas actividades visto que se trata de um blogue.

no entanto, o viver faz mais do que isso.podem ser picadelas de mosquito mas este movimento cívico tenta pedir responsabilidades a quem foi eleito. tenta mexer com as pessoas (vide CineConchas) e está aberto a sugestões.

Anónimo disse...

O "bate boca e a teorização" não era para o Viver. Continuem o bom trabalho

Mr. Steed disse...

ora então as minhas desculpas por ter sido uma mariazinha armado em sensível :)

Anónimo disse...

Pois concordo com tudo o que diz o nosso conviva agastado.

A força da etnia cigana é a sua forte identidade. Daí a quase impossível aculturação (nem eles querem, pois se vivem só com a sua lei e com os nossos benefícios!)
Nem a comunidade africana os atura!!!

A classe média vai continuar a pagar cada vez mais sendo a única contribuinte líquida. Ser trabalhador dependente e estar no escalão A é risível (é que eu não tenho carros topo de gama, gasóleo e jantaradas em restaurantes de luxo por conta da «empresa», como os liberais...).

Chego ao fim de dez dias já quase sem dinheiro, depois de pagar 1300 euros de impostos à cabeça, a prestação da casa- outro tanto-, colégios e os seguros. A escolha é minha? Não, porque para alojar essa gente tão tolerante e bem educada e agradecida pelos impostos que nós pagamos, sou escorraçado para condomínios fechados (segurança) e escolas privadas (segurança) com muito, mesmo muito SACRIFICIO próprio.

Ninguém me paga ATLs nem explicações às crianças e por que não mandá-os para a escola pública onde são pontapeados e assaltados por esse escol? - não obrigado, nunca mais!

Revolta? Sim. Porque ninguém faz contas do que damos a essa fatia de 'inválidos sociais'. Ninguém mede o efeito desse «investimento na integração social». Eles, que não são parvos, rapidamente aprendem a pedinchar constantemente.
Ora, vão trabalhar honestamente e deixem-se de negociatas paralelas e tráficos ilícitos, isso sim!

Tenho mais pena da terceira idade pobre e abandonada, quer na cidade quer no campo, esses sim, mereciam o nosso apoio e respeito porque trabalharam para o bem comum, muitos, de sol a sol.

E vocês, do Viver, desculpem a franqueza, mas deixem de ser tão preconceituosos e aceitem opiniões diferentes - que são normalmente recebidas com sarcasmos e mesmo, ponderem e reconheçam - intolerância. Claro que só deixam ficar o que agrada à linha editorial.

Mas julgo não ter sido mal educado. Disse o que sinto (diferente do que pensava - idealisticamente - há uns anos atras). Pior é aceitar com paternalismo o vandalismo e abuso dos 'desfavorecidos'. O discurso do 'coitadinho' é que é verdadeiramente xenófobo. Peçam contas aos beneficiados do que resulta do nosso investimento no seu bem-estar. Exijam responsabilidade. Ser pobre não é vergonha, vergonha é ser pedinte.

Mr. Steed disse...

não há nada a desculpar. a franqueza é encorajada e acho que falo por todos quando digo que já somos todos crescidos, com capacidade para ouvir opiniões contrárias.

compreendo a sua frustração embora, tal como noutros comentários, não concorde com muito do que diz.

não concordo com o facto de os ciganos terem identidade forte ou de o facto de serem uma comunidade fechada os tornar mais fortes. se calhar isso funciona contra eles. marginalizam-nos e impedem que progridam. não vejo de todo isso como um sinal de força.

não é verdade que a insegurança seja responsabilidade exclusiva dos ciganos.

O maior problema da sua posição acaba por ser a admissão da sua incapacidade para fazer algo e a delegação dessa responsabilidade em terceiros.

Quando diz "peçam contas" o correcto se calhar seria "vamos pedir contas". Quando diz "exijam responsabilidade" se calhar deveria dizer "Vamos exigir responsabilidades". Se não gosta deste, junte-se a outro movimento de cidadania ou crie o seu próprio movimento. Se quiser vir cá e dar a sua opinião esteja à vontade.

Por fim, no que diz respeito aos sarcasmos e à selecção de opiniões garanto que não são apagados comentários que sejam bem educados, que apresentem ideias e que não sejam apenas uma torrente de insultos ou disparates. Claro que no final do dia o critério é subjectivo e pode haver quem goste de ler insultos.

Abraço.

JRui disse...

Boa noite
Ontem coloquei um post neste artigo no qual me constituia critico acerca da forma como o seu autor se dirigia aos vizinhos essencialmente e a alguns especialmente como "histéricos"numa proposta de análise a este tema.
Por dificuldades com a minha plataforma que não me reconheceu como Blogger o texto seguiu como anónimo e foi colocado com sucesso.
À noite passei por aqui e reparei que havia sido removido.
Na duvida e porque me incomoda ser injusto gostaria de vos perguntar quais os motivos pelos quais retiraram o meu post?
Cumprimentos

Mr. Steed disse...

é fácil. repita o seu comentário de ontem. se reparar que foi apagado novamente então não foi engano. foi apagado por considerarmos que não merecia estar aqui.

os critérios são das pessoas que escrevem neste blogue porque são elas as responsáveis pelo seu conteúdo.

por exemplo, ainda agora apagámos dois comentários. porquê? porque eram parvos e histéricos. só por isso. porque acho os meninos da FN e do PNR (ou armados em tal) uns idiotas que nem sabem do que estão a falar.

Imensas pessoas visitam este blogue. A maior parte sabe dialogar. uma pequena maioria não.

como na vida.

Anónimo disse...

Proponho que a ciganada de Loures venha toda para a Alta...aposto que a SGAL iria adorar. Seria mais um novo fôlego no seu (e da CML) brilhante programa de realojamento e integração social.
Venham, venham todos que o Parque Oeste tem muito espaço para acampar. Ou então é começar a ocupar as casas no Condominio do Parque, sempre se lhes dá uso...dá dó ver tanta casa daquelas vazia e por vender...

Anónimo disse...

Existem uns teóricos ou ingénuos q consideram ser possível que culturas tão opostas possam viver em harmonia ! Em nenhum país do mundo, por mais tolerante q seja se passa dessa forma. Quem é q está interessado em comprar uma habitação num bairro em q os vizinhos só resolvem os assuntos à lei da bala ?

- que atiram o lixo pela janela,

- q vão aos cafés e vêm deitar o lixo à porta dos estabelecimento;

- que sobem os passeios com os carros e colocam-nos em cima dos jardins com musíca aos berros e ficam impunes;

- que se sentam no chão das ruas e não nos bancos, como se tratassem de animais;

- q destroem os parques infantis em vez de brincarem neles,

-q as crianças roubam ou destroem e os pais aprovam ou defendem-nos fisicamente qd confrontadas com os queixosos;

A aliar a isto um Estado tolerante (suportado pelos estudos dos tais sociológos de trazer por casa) e onde as forças de segurança foram manietadas pelo poder judicial e este pelo poder político. O sentimento de impunidade é geral, mata-se e fica-se com TIR, faz-se carjacking e no dia seguinte desce-se a escadaria do tribunal de Loures a acenar e a rir para as cameras de televisão, realizam-se 200 crimes à mão armada, aliados a sequestros e carjacking e são todos ilibados ou saem com pena suspensa.... é nisto q vivemos ! ninguém é responsabilizado por nada e a sociedade civil não exige ao governo medidas concretas (nem q se alugassem as cadeias espanholas para meter essa gente) para solucionar os problenmas.

Ocupam-se casas pq não se gosta de viver nas outras q a CMLoures tinha oferecido ...

Defende-se que o assunto só se resolve a "passar a mão pelo lombo" a esta gente, a saber ouvir e a dialogar quando em qq Estado de Direito terá sempre q exigir o cumprimento da Lei, mesmo com medidas repressivas, por mais duro q isso custe a alguns ....
alguém já viu o corpo de intervenção da polícia espanhola a entrar em accção ??? que eu saiba no dia seguinte não surguiram no parlamento espanhol queixas de brutalidade e os media a tomar partido dessa gente q provoca desacatos (meninos anti-globalização, hooligans, etc)

Relembro q em Inglaterra (para não falar dos EUA) já desapareceu a inimputabilidade aos 16 anos e as ditas "crianças" que andam armadas e não se importam de matar por meia dúzia de tostões são julgados como se adultos se tratassem e sem contemplações !!! A França vai pelo mesmo caminho, vai alterar a sua lei, por cá vão todos para casa e no mesmo dia estão novamente a cometer crimes, até se riem dos juízes :)))

Depois dizem-nos aqui q isto não é o Ruanda, pois não é a Somália :)))

Mr. Steed disse...

portanto o resumo do seu comentário é de que o estado português necessita de mais repressão e de um sistema judicial mais severo?

até posso concordar. a última reforma não agradou a quase ninguém.

vou mesmo aceitar que me chame de ingénuo porque até me agrada.

continuo a achar que repressão sem políticas para reduzir a população marginal não conduz a lado nenhum.

ao contrário do que pensa, o tal trabalho dos sociólogos e outros que tais não foi levado a cabo. e eles não pregam a tolerância e o laxismo.

o problema foi exactamente a ausência de políticas sociais consistente. é disso que temos falado aqui. que não basta mudar as pessoas de barracas para casas e dizer-lhes "então agora adeus e boa sorte". ou seja, fez-se a casa e poupou-se no sociólogo.

quanto ao último parágrafo bom, é um disparate comum e um exemplo do que eu refiro como "histeria".

Aconselho uns dias de férias em Mogadiscío para poder avaliar bem as diferenças.

Ouvi dizer que existem lá uns Bed & Breakfast muito bons. Com vista para as crateras de bombas e para os destroços de 20 anos de guerra civil.

JRui disse...

Mr Steed.
Realmente o seu comentário resposta ao meu é tão infantil e primário que ficamos por aqui ok?
Cumprs.

Anónimo disse...

O artigo da Esther Mucznik de hoje, no final do Público, lança um debate interessante que o politicamente incorrecto nos impede de empreender...

Mr. Steed disse...

jrui, não sei que lhe responda. bilu bilu bilu?

Cumprimentos.

Mr. Steed disse...

Anónimo disse...

O artigo da Esther Mucznik de hoje, no final do Público, lança um debate interessante que o politicamente incorrecto nos impede de empreender...

Quinta-feira, 17 de Julho de 2008 11H30m WEST



não percebi muito bem é o politicamente incorrecto que não nos deixa avançar pelo caminho mencionado pela Esther ou pretendia dizer "o politicamente correcto"?