segunda-feira, 14 de julho de 2008

LISBOA RODOVIÁRIA

Que política rodoviária gostaríamos de ver implementada na nossa cidade?

A avaliar pelos comentários que por este blog têm passado, creio que a posição de cada um variará ao longo da semana de acordo com a condição com que circulará na cidade, se peão se automobilista.

Os radares introduzidos nas vias rápidas pela anterior vereação pouco mais foram que medidas de cosmética e propaganda: convenceram alguém de que se tinha passado a circular abaixo do limite de velocidade em toda a 2ª Circular os dois radares colocados num só sentido entre Benfica e a Rotunda do Relógio?

Pessoalmentre acho idiotas todas estas medidas repressivas, por não serem contínuas e por mais parecerem uma forma pouco dissimulada de criação de um novo imposto de circulação do que traduzirem uma efectiva vontade de reduzir a sinistralidade. Será eficaz criar um ponto de diminuição de velocidade numa via cujo traçado indicia velocidades de projecto (a velocidade máxima a que será possível circular em toda a segurança) da ordem dos 120 km/h? Não conhece a Câmara formas passivas de diminuição de velocidade? Que sinais contraditórios são estes quando com uma mão se alargam vias e se desconstroem constragimentos à fluidez (os túneis da Av. da República, por exemplo) e com a outra se obrigam a velocidades de 50 km/h que seriam precisamente as velocidades possíveis antes da eliminação desses constrangimentos?

A ACA-M (Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados) emitiu um comunicado sobre o assunto que introduz questões importantes e denuncia a paralisia da actual vereação no que ao assunto diz respeito (como muito bem temos comprovado aqui na Alta... afinal parece que não há tantas diferenças assim neste centrão Carmona-Costa). Por todos os dias sermos usufrutuários das ruas da cidade, será relevante a sua leitura:

Vários radares fixos da cidade de Lisboa estão avariados, e milhares de coimas estão por processar e por cobrar.

A ACA-M acaba de enviar um Requerimento à CML pedindo informação sobre os radares fixos avariados desde há meses na cidade de Lisboa, e sobre as recorrentes falhas de transmissão entre os equipamentos e o posto de comando da Polícia Municipal (ver http://www.aca-m.org/w/images/8/88/CartaCMLJul08.pdf).

Acabámos também de enviar à ANSR um requerimento pedindo informação sobre o número de coimas que ficaram por processar e por cobrar em 2007 e 2008, relativamente a infracções por excesso de velocidade detectadas pelos radares da CML - isto é, por aqueles que ainda funcionam (ver http://www.aca-m.org/w/images/6/66/CartaANSRJul08.pdf).

Num acto de demagógica propaganda, a CML anunciou ontem que os " 21 radares em Lisboa registaram 80.307 excessos de velocidade no primeiro semestre deste ano, o que traduz uma diminuição de 69,3 por cento face às 261.770 ocorrências registadas no segundo semestre de 2007".

Mas tal não significa que os radares sejam um efectivo indutor de redução de velocidade. Significam sobretudo que o sistema está - voluntária ou involuntariamente - a funcionar mal. Há cada vez mais condutores a não ligarem aos radares, e a CML não tem contracto de manutenção com a empresa que os montou - o que resulta em que as reparações são demasiado onerosas e, porque feitas avulsamente, tardam a ser efectuadas.

Bastou um ano para que a CML conseguisse descredibilizar o sistema que tinha montado. É perigoso para os utentes e é um atentado aos contribuintes.
Mas a presente vereação da mobilidade da CML não se limitou a descredibilizar o sistema de radares. Não querendo assumir a política de segurança rodoviária da vereação anterior, tem demonstrado uma preocupante incapacidade para executar as medidas aprovadas pelo executivo e/ou anunciadas pela vereação:
- não sabe o que fazer aos radares e por isso criou uma comissão que não funciona e nada decide;
- não concretizou a medida das zonas trinta, vinda da vereação anterior;
- desfez algumas das alterações dos semáforos que beneficiavam o peão - nas Av. República e Av. Liberdade;
- não cumpriu a promessa de melhorar a segurança na 2ª Circular;
- não cumpriu a promessa de resolver até Maio deste os vinte pontos negros que identificou;
- não cumpriu a promessa de repintar todas as passadeiras junto das escolas;
- a medida da tolerância zero ao estacionamento em segunda fila não teve consequência; após duas ou três semanas de fiscalização em Setembro/Outubro, está hoje suspensa;
- não procedeu à expansão da rede de faixas BUS;
- não concretizou praticamente nenhuma das medidas que o executivo camarário aprovou desde Agosto de 2007.

1 comentário:

Mr. Steed disse...

isto não é da responsabilidade da tal vereadora Margarida Saavedra? A funcionária do PSD que reclama por as propostas serem pouco dignas e que se comprometeu a apresentar um plano todo pipi?