quinta-feira, 26 de junho de 2008

Redes à volta dos lagos no Parque Oeste?

A notícia vem no público de hoje, na página 22, e diz assim:

A segurança das crianças que frequentam o Parque Oeste, no Alto do Lumiar, foi outro dos temas quentes do debate. De fotografias em punho, a autarca do PSD Margarida Saavedra confrontou o vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes (BE), com os problemas de segurança daquele jardim, onde em Novembro morreu uma criança por afogamento. "Prometeram que iria ser colocada uma protecção no lago , mas a verdade é que ontem a rede não existia, o lago estava abandonado e as águas completamente verdes, como se pode ver pelas fotografias que tirei ontem". A intervenção fez Sá Fernandes levantar-se para responder que "a rede está lá debaixo de água para quando alguém cair ao lago não escorregar". O presidente do executivo, António Costa, não ficou indiferente à justificação do eleito do BE: "É preciso uma rede que impeça as crianças de caírem no lago. O senhor vereador tem de insistir com os projectistas nesta reflexão.

Ora, a Margarida Saavedra exaltada, empunhando fotografias alegadamente tiradas por ela para mostrar que é daquelas pessoas que se empenha imenso nos problemas da cidade, é imagem que repugna quem tem um bocadinho mais memória do que um insecto. Esta Margarida Saavedra, que defende agora a segurança dos munícipes, é a mesma que acusou de falta de dignidade uma outra proposta relativa a medidas de segurança para as ruas do Alto do Lumiar, apresentada em reunião de Câmara, chegando mesmo a levantar-se e a retirar-se da sala, inviabilizando a votação. Dizia, na altura, o fax da Lusa, que "Margarida Saavedra criticou o que considera ser o "agendamento de questões particulares" apresentadas à Câmara com "critérios televisivos de desgraças que acontecem ou de um vereador que passa por um buraco e fica aborrecido". A vereadora considera que esse agendamento de propostas "não é justo" porque não contempla as preocupações de "cidadãos que não conseguem chegar à Câmara e particularizar o seu caso". Margarida Saavedra prometeu nesse dia apresentar até Maio de 2008 um "livro negro" da segurança em Lisboa. Não apresentou.

Quanto à proposta de levantar uma rede à volta dos lagos do Parque Oeste que impeça o acesso das criança à água, é absurda. Tivemos oportunidade de apresentar à CML, através do seu Vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, logo a seguir ao afogamento do Loiky, inúmeras soluções para o Parque Oeste que fomentassem a segurança pela presença de pessoas. Criar polos de atracção no Parque, como bancos com encosto, um parque infantil, uma pista de skate, um campo de futsal, um café com esplanada, que atraíssem a população para o espaço, tornando-o por inerência mais seguro. A vereação dos espaços verdes preferiu colocar as redes do fundo do lago e colocar placas tamanho-família a avisar para os perigos de mergulhar nas águas. As placas são inúteis e desfiguram a paisagem. As redes, não sei. Margarida Saavedra considera que a solução é erguer uma rede entre o lago e a relva. Com uns três metros de altura, imagino, para ser mesmo difícil alguém a conseguir transpor.

27 comentários:

Mr. Steed disse...

E tentar uma entrevista com ela aqui para o blogue? A senhora já levou tanta porrada aqui que me parece justo ouvi-la.

Anónimo disse...

Há uns tempos filmei o que lá se passou no dia em que o miúdo se afogou. Digo-vos que mesmo com redes a malta mergulha... Os putos até se atiram da passagem que une os lados cá para baixo. Naturalmente que, nem com redes de 3 metros as coisas mudam, porque infelizmente, os putos não têm nada que fazer!!!

Preocupem-se com a ocupação de miúdos!

pintassilgo disse...

As redes, segundo Sá Fernandes, não são para evitar mergulhos. Servem para que, quem mergulhe, se possa agarrara e regressar à margem, caso não consiga com os seus próprios meios.

Pedro Cruz Gomes disse...

Sim, os "serviços" garantiram-nos, na presença de elementos do Gabinete do Vereador Sá Fernandes, que o sistema funcionava muito bem... no Badoka Park. Aqui, não houve nenhum técnico mais afoito que tomasse a iniciativa de demonstrar pessoalmente que um mergulho, acidental ou propositado, nas águas não acabaria em acidente graças às virtudes das redes submersas (que, a avaliar pelo estado dos lagos, já devem estar a caminho de ficar cobertas pelos sedimentos), pelo que não poderemos ter a certeza que o milagroso sistema aconselhado pelos técnicos camarários e adoptado pelo Vereador seja funcional.

Quanto ao evitar de mergulhos, as placas, de acordo, mais uma vez, com os serviços e o Gabinete, é que têm essa função.

Voltando à notícia do Público, quero ainda registar o tom preocupado com que o senhor Presidente aderiu à discussão, recomendando uma insistência junto dos projectistas para que fosse introduzida uma rede. Se não tem assessores à altura que lhe façam o trabalho de casa e que, para além do óbvio, lhe sumarizem as várias hipóteses em jogo, as propostas dos moradores e o previsto no projecto original, então que se abstenha de intervir com adendas que, para além do populismo óbvio correm o risco de, ao serem realizadas o façam cair no ridículo. Por este andar, ainda vão mandar secar o lago.

Anónimo disse...

Foi também decidido, por sugestão CPL, que os serviços consultem a Associação para a Protecção e Segurança Infantil sobre as medidas a tomar.
Esperemos que se não decida, de facto enterrar o lago...

Anónimo disse...

Proponho a colocação duma vala a toda a volta dos lagos, como as que existem nos estádios de futebol, de forma a garantir que as pessoas não vão mergulhar para o lago...

Anónimo disse...

Are you all for real?
I certainly hope not.

Pedro Cruz Gomes disse...

Steed, a propósito da entrevista sugerida à vereadora Saavedra: ela já foi entrevistada por duas vezes - uma colectiva outra individualmente - pelo Viver, aquando do envio das questões sobre Lisboa e a Alta a todos os vereadores e forças políticas com intervenção ou pretensão a, em Lisboa.

Ela esqueceu-se foi de responder.

Carlos Moura-Carvalho disse...

Esta intervenção da Vereadora Margarida Saavedra traduz um lamentável aproveitamento político de uma situação trágica. A intervenção em causa é demonstrativa de um enorme populismo e desconhecimento. Altamente criticável.
A segurança neste Parque, como noutro qualquer, faz-se com vigilância, com vivência, com manutenção dos espaços de forma a estarem serem atractivos.
A ideia da rede é, na minha opinião, um disparate. A projectista igualmente já se mostrou contrária.
Em relação à manutenção dos espaços públicos e para além do Parque Oeste, estive no Sábado no Estádio do Complexo Desportivo, na comemoração da subida de divisão da UDAL, e pude constatar a enorme falta de manutenção do Complexo, a que acresce a da Pista de Atletismo, ainda sem qualquer utilização. É um enorme desperdício de recursos financeiros, que são tão escassos.

Anónimo disse...

Uma coisa é certa, nem as placas nem o facto de ter acontecido uma tragédia, evita que as crianças tomem lá banho. Ainda num destes feriados telefonei para a PSP a avisar que umas crianças estavam a tomar banho. A PSP apareceu minutos depois e as crianças lá sairam e não voltaram. Acontece que, com o início das férias e do calor, é de esperar que elas voltem a mergulhar naquele lago verde. Reforço a ideia de vigilância do parque. Será que com a abertura da segunda fase e o aparecimento de novos lagos, não vão colocar vigilância permanente? Outra questão que queira colocar era a saber a razão do não funcionamento das bombas e respectiva recirculação de água? Não melhoria um pouco a qualidade da água? E as luzes, não se ligam à noite? É pena ver um parque muito agradável e estar tão desaproveitado.
Cumprimentos
Bernardo Oliveira

Anónimo disse...

Plenamente de acordo! Eu próprio telefonei para a polícia há duas semanas atrás e fui confrontado com a seguinte resposta: "Estamos a caminho!" Pena é que só tivessem aparecido 37 minutos depois...

podiam ter morrido 37 putos...

Anónimo disse...

E' claro que se esta iniciativa tivesse sido tomada por um membro da CPL teria muitas palmas por aqui.

A questao importante e' saber se a medidas tomadas por JSF serao suficientes para prevenir outra tragedia. Eu nao sei, mas, aparentemente, muita gente acha que nao. Incluindo Antonio Costa.

Mr. Steed disse...

Suponho que a maior parte das pessoas que aqui vem nem sabe o que é a CPL...

Começamos é a conhecer o nome de Margarida Saavedra. Eu acho-a uma excelente activista política e defensora do seu partido. Infelizmente, pelo que tenho lido aqui, também me parece ser uma péssima vereadora.

Posso estar enganado. Talvez se ela comunicasse connosco, população, fosse mais fácil compreender o que pretende.

De qualquer modo as placas por si só não impedem ninguém de tomar banho no lago. Como o Carlos diz, só mesmo dando utilização ao parque, tornando-o mais user friendly. Como está é um pequeno oásis que funciona como um deserto.

Mr. Steed disse...

ah e para o senhor que pergunta se nós somos for real?

Bom...na verdade não. Eu sou um gnomo de jardim, o Carlos é um vampiro, o Pedro um duende e o Tiago habita numa lâmpada e só aparece quando a esfregam. O cpl não sei, mas pelo nome deve ser um robô da Guerra das Estrelas e o pintassilgo como toda a gente sabe é um passarinho.

Anónimo disse...

"If you are not a socialist by the time you are 25, you have no heart. If you are still a socialist by the time you are 35, you have no brain."
Winston Churchill

Anónimo disse...

O parque das conchas é bonito e tem muita afluência. Mas, para mim o parque oeste, apesar de todos os inconvenientes já amplamente enunciados, é de longe um dos melhores locais de recreio de LX. Os parques não têm nem devem ser todos iguais. O oeste permite esticar as pernas no fim do dia de trabalho, fazer desporto sozinho ou em família ou simplesmente comtemplar os amplos relvados.
Quanto a mim, os espaços são o que as pessoas quiserem e neste momento parece que ninguém (moradores compradores) quer aproveitar o que já existe (não há cafés, não é?). Eu estou ancioso que a 2ª fase termine para poder andar, correr pelo parque fora - com ou sem cafés, com ou sem encostos - da charneca ao lumiar, do lumiar à ameixoeira.
Luís

Mooviz disse...

é uma boa maneira de ver as coisas :)

Anónimo disse...

Apoio o Luís 100%

"for real"
Não quer dizer
serão estas pessoas reais?
mas sim
estarão estas pessoas a falar a sério?!


Aproveito para traduzir a frase de Churchill
talvez ajude

Se aos 25 anos uma pessoa não for socialista, não tem coração. Aos 35 se ainda o for não tem cérebro.

Já viram este blog
www.jardinsdesbartolomeu.blogspot.com?
Tem uma tradução engraçada!

Pedro Cruz Gomes disse...

Para não se estarem a repetir argumentos recomendo vivamente aos intervenientes anónimos "novos" neste debate do parque oeste a leitura dos posts relativos ao tema e respectivos comentários publicados neste blog no ano passado, especialmente entre os meses de Setembro e Novembro. Está lá (quase tudo); infelizmente só faltam as palavras da senhora projectista, Arq.ª Isabel Aguirre, pronunciadas na sessão do CineCidade onde complementou as informações existentes e, indirectamente, confirmou as opiniões deste blog.

Sim, não postámos nada sobre essa conversa, nossa culpa nossa culpa, mas às vezes o tempo não dá pra tudo. Vossa culpa, vossa culpa também, tivessem aparecido que foi uma sessão memorável.

Anónimo disse...

Realmente, colocar uma rede à volta do lago é a sugestão mais idiota possível! Vejam o Campo Grande: tem um lago há dezenas de anos e não me lembro de ninguém sugerir uma barbaridade dessas. Pode argumentar-se: ah,mas lá nunca ninguém se afogou! Pois não faço ideia, mas se calhar não é essa a questão. O lago do CG é menos fundo (pelo menos parece) mas para se afogar basta alguns centímetros. O que se passa é que o lago não é usado da mesma forma que o lago do parque Oeste, quer dizer, como piscina de saltos, e além disso tem muito mais gente a circular por lá. Também já vi miúdos a atirarem-se da ponte, logo uma rede não ia solucionar o problema, quando muito seria um desafio para aqueles que gostam de emoções fortes e de quebrar regras. Acho que duas das propostas que li acima poderiam ajudar a resolver a questão: uma é tornar o parque mais vivido, com gente que pode "controlar" de alguma forma o que lá se passa; e outra é tentar arranjar forma de manter os miúdos ocupados com actividades que achem interessantes. Aqueles miúdos passam o dia entregues a si próprios, e sem nenhum tipo de controlo parental (os pais estão a trabalhar a maior parte do tempo e não os controlam). Todos nós já fomos miúdos e de certeza que também quebrámos umas quantas regras na nossa infância e adolescência. O desafio faz parte. Não podemos tirar do caminho todas as pedras ou escolhos, correndo o risco de nunca deixarmos de rastejar (se nos leva de A para B porquê tentar andar?) Não faço ideia de onde mora essa senhora vereadora, mas não deve ser nossa vizinha de certeza, senão não estaria a sugerir de ânimo leve uma solução que disvirtua completamente o propósito de ter ali um espelho de água (um pouco verde, convenhamos, mas pronto...)Estas são oportunidades para repensarmos a educação para a cidadania, não para taparmos o sol com a peneira.

Anónimo disse...

Perhaps building a swimming pool might help???!
Luis... I agree with your comment .

Anónimo disse...

Anónimos novos???

como é que sabe se são novos?

Anónimo disse...

O Parque Oeste até tem bastante vida. Todos os dias pessoas vejo pessoas lá a correr, crianças a jogar à bola... O que eu acho é que que podia haver mais. Eu, que não gosto de correr, preferia uma esplanada onde me pudesse sentar e conversar o rest da tarde. É essa diferença do Parque Oeste e a Quinta das Conhas. Para além de se poder correr um bocado pode-se ficar parado e ver as crianças de todas as idades brincar num parque infatil com condições. Um parque verde com 20ha merece mais do que ser só um caminho de passagem entre as duas zonas da Alta.
Com os melhores cumprimentos
Bernardo Oliveira

Anónimo disse...

A alta só tem uma zona!
Discriminação???

Alta Unida
Jamais será Vendida

ops!!!

Vencida!!!

Anónimo disse...

Não costumo responder a anónimos que não se identificam mas hoje até me apetece. Discriminação? Acho que não. O parque sem dúvida que corta a Alta em duas zonas. Eu moro num lado e trabalho no outro. Todos os dias atravesso a ponte que liga as duas zonas mas isso não significa que não considero a Alta só uma. Faço a minha vida toda aqui e isso só me leva a querer o melhor para o meu bairro. Eu não quero ser considerado um separatista, mas se acha que a Alta unida jamais será vencida porque não promover a Alta de Lisboa a freguesia? Facilitaria as coisas ou criava mais "tachos"? Seria com certeza injusto para o Lumiar, Charneca e Ameixoeira.
Com os melhores cumprimentos
Bernardo Oliveira

Anónimo disse...

Ó senhor anónimo Bernardo Oliveira isso de trabalhar num lado e viver no outro é problema seu! Se verificar o projecto Alta de Lisboa é só um!
Cumprimentos

Anónimo disse...

Eu confesso que vou deixar de responder a anónimos... Primeiro: se me apresento deixo de ser anónimo. Segundo: Mas por acaso eu disse que considero que trabalhar de uma lado e morar do outro um problema meu. Deve ser um GRANDE problema ter a vantagem de morar a 5 minutos do trabalho, poder ir a pé, poupar o meio-ambiente... e podia continuar que as vantagens são muitas. Terceiro: para terminar com esta troca de posts (de certo modo injusta porque só eu me apresento) fique "Ó senhor anónimo" (desculpe se o trato assim mas não sei quem é o senhor) a saber que sei muito bem que a Alta só tem um projecto e cabe a todos os moradores ajudar com que este se torne realidade.
Cumprimentos
Bernardo Oliveira