quinta-feira, 30 de junho de 2005

Alameda da Música e Condomínio da Torre

Fotografia tirada do 7º andar do bloco Nordeste do Condomínio da Torre

Outra perspectiva da Alameda da Música, o jardim público que fica entre os cinco blocos de apartamentos do Condomínio da Torre. Já referi a degradação precoce dos relvados e árvores num post anterior, mas aqui é bem visível o contraste entre espaço público e espaço privado.

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quarta-feira, 29 de junho de 2005

Pedido de informação à Carris

Enquanto aguardo que o meu amigo Luís, um intenso apaixonado por autocarros e eléctricos, escreva um artigo sobre o presente e futuro da Alta de Lisboa quanto às redes de transportes públicos, resolvi, como fiz com o Metro, perguntar directamente à fonte:


Boa noite!

Sou futuro morador na Alta de Lisboa e gostaria de saber quais os planos da Carris quanto ao reforço da sua rede de autocarros nessa zona da cidade.
Gostava também de saber se a estação terminal da Musgueira será desactivada no seguimento do plano de reordenação urbana da Alta de Lisboa.

Muito obrigado pela atenção dispensada,
Tiago


Espero não ter, como fui obrigado com os senhores do Metro, a enviar o mesmo email todos os dias até que se dignassem a responder.

Aqui fica também o link para o site da Carris.

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Opções duvidosas no planeamento da rede do Metro

A propósito da expansão da rede de Metropolitano, dei com este texto no Céu sobre Lisboa, blog linkado em baixo. No dia em que um ex-ministro foi constituído arguido por corrupção passiva, entre outras patifarias, não deixa de continuar a ser deprimente e pertubador saber que algum do planeamento urbanístico de Lisboa tem como principais motivações factores obscuros que nada têm a ver com a qualidade de vida dos seus cidadãos.

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segunda-feira, 27 de junho de 2005

Futuras habitações dos habitantes do bairro das Calvanas



Para realojar os cerca de 350 moradores do bairro das Calvanas, estão a ser construídas várias moradias e apartamentos em dois novos bairros da Alta de Lisboa. Um será constituído por 58 moradias unifamiliares (25 T3 e 33 T4) e noutro serão edificados 93 fogos, dos quais 48 são moradias (22 T3 e 26 T4) e os restantes 45 em apartamento (29 T2, 13 T3 e três T4).
Mais detalhes aqui.

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Outra perspectiva do caminho pedonal




Vista do caminho pedonal que irá atravessar a Alta de Lisboa desde da Colina de S. Gonçalo até à rotunda sul do Passeio de Lisboa. São visíveis os empreendimentos da Colina de S. Gonçalo à esquerda, Condomínio do Parque à direita e Jardins de S. Bartolomeu ao centro.

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domingo, 26 de junho de 2005

Avenida Santos e Castro





A avenida Santos e Castro, que irá ligar a 2ª Circular ao Eixo Norte-Sul, começou a ser construída em Maio de 2004 e tem conclusão prevista até ao final de 2005. Ao longo dos seus 3,6 Km com três faixas de rodagem para cada lado, a avenida Santos e Castro irá dispor de nós desnivelados, permitindo a entrada e saída de automóveis por forma a aliviar o tráfego no Eixo Central da Alta de Lisboa.
A avenida será iluminada a partir do separador central e os passeios, com 2,5 metros de largura, serão revestidos em calçada de vidraço, mantendo o estilo típico das calçadas de Lisboa.

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sábado, 25 de junho de 2005

in Público de 25/6/2005

Plano de Urbanização do Alto do Lumiar
Bairro das Calvanas em Lisboa começa hoje a ser demolido


O Bairro das Calvanas, no Lumiar, Lisboa, começa hoje a ser demolido, no âmbito do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar, que inclui a construção da Avenida Engenheiro Santos e Castro, anunciou a Câmara de Lisboa.

A construção do Eixo Central, do Parque Urbano Sul e da Nova Avenida Engenheiro Santos e Castro obrigou à libertação dos terrenos ocupados pelo bairro das Calvanas, construído a partir dos meados da década de 70, e as primeiras famílias começam a ser realojadas em Setembro.

"Hoje será demolida simbolicamente a primeira casa e os realojamento deverão estar concluídos até ao final do ano", disse à Lusa uma fonte da autarquia.

A situação neste Bairro tem vindo a ser acompanhada há vários anos pela autarquia e a solução para o realojamento foi encontrada juntamente com a associação de moradores, que foi constituída em 1983 com o objectivo de participar "activamente na urbanização do Bairro, desenvolvendo as acções necessárias junto dos órgãos representativos".

Para realojar os cerca de 350 moradores, foram construídas várias moradias e apartamentos noutro local do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar.

Numa área está prevista a construção de 58 moradias unifamiliares (25 T3 e 33 T4) e noutra a edificação de 93 fogos, dos quais 48 são moradias (22 T3 e 26 T4) e os restantes 45 em apartamento (29 T2, 13 T3 e três T4).

A construção dos 45 fogos em edifício multifamiliar (apartamentos) e das moradias T3 terá apoio financeiro do Programa Especial de Realojamento (PER), enquanto os logradouros e alguns acabamentos dos T3 – moradia, assim como a globalidade das moradias T4 serão executadas ao abrigo de um contrato celebrado entre a câmara e a Sociedade Gestora do Alto do Lumiar (SGAL).

O prazo de execução pela SGAL dos fogos destinados ao realojamento do Bairro das Calvanas é em Setembro de 2005.

Até à conclusão da obra, a Câmara de Lisboa promoverá o realojamento provisório das famílias para libertar os terrenos para execução das obras do Plano de Urbanização.

Com a demolição do bairro será possível acabar a nova Avenida Engenheiro Santos e Castro, uma via rápida com cerca de 3,5 quilómetros, que permitirá a ligação da Segunda Circular – Porta Sul – em Calvanas, ao Eixo Norte/Sul – Porta Norte – no limite do Concelho, refere a Câmara de Lisboa em comunicado.

O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes vai hoje assistir à demolição simbólica de uma casa, situada na Rua Principal do bairro.

Será ainda assinado um protocolo entre a Câmara de Lisboa, a Associação de Moradores e a Sociedade Gestora da Alta do Lumiar com o objectivo de regular o realojamento das famílias do bairro das Calvanas.

O bairro das Calvanas caracteriza-se por construções em alvenaria de betão e tijolo, com um e dois pisos, situadas nos dois lados da actual Avenida Engenheiro Santos e Castro e limitadas a Nascente pelo Aeroporto da Portela e a Sul pela 2ª Circular.

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quarta-feira, 22 de junho de 2005

O Metropolitano voltou a responder!

Em sequência da troca de emails de ontem, o departamento de Relações Públicas foi muito mais expedito a responder:

Exmo Senhor,

Acusamos a recepção do seu e-mail, o qual mereceu a nossa meljor atenção.

Em resposta, informamos que a informação que pretende não se encontra disponível no nosso site dado que se trata de um prolongamento ainda em estudo.

Segue então informação relativamente às questões colocadas sobre os prolongamentos da Linha Vermelha:

No presente encontra-se aprovado pela tutela e em fase de lançamento o prolongamento Oriente – Aeroporto.
Na mesma Linha estão previstos os seguintes empreendimentos:
a) Aeroporto – Lumiar (inclui a estação Alta de Lisboa)
b) Lumiar – Colégio Militar

Nesta fase não é possível adiantar quaisquer detalhes sobre a localização ou datas de abertura ao público das futuras estações uma vez que ainda estamos a proceder a diversos estudos e, por outro lado, tratam-se de empreendimentos que carecem de aprovação governamental.

Na expectativa de termos correspondido ao solicitado, apresentamos os melhores cumprimentos

Sónia Cardoso

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terça-feira, 21 de junho de 2005

Alameda da Música

É este o estado lastimável da Alameda da Música, junto ao Condomínio da Torre. Os relvados de cada um dos blocos de apartamentos estão em bom estado, tratados, incluindo o do bloco atribuído a habitação social, mas a Alameda da Música está completamente ao abandono. Manter um relvado exige uma quantidade de água chocante para quem atravessa um período de seca extrema como o nosso país. Até aí compreendo, mas não é admissível que nem as árvores estejam a ser tratadas. São anos de vida perdidos, investimentos deitados para o lixo, apenas pela incompetência de alguns.

É também entristecedor ver o parque infantil completamente vandalizado, mas disso já falámos anteriormente.







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A resposta do Metropolitano chegou!

Referente à pergunta feita, o departamento de Relações Públicas do Metropolitano de Lisboa respondeu:

Ex.mo Senhor

Acusamos a recepção do seu e-mail, o qual mereceu toda a nossa atenção.

Informamos que todos os dados sobre os projectos do Metropolitano de Lisboa se encontram disponíveis no nosso sítio na Internet em,
www.metrolisboa.pt/futuro.htm.

Com os melhores cumprimentos
André Peres


Consultando o site as respostas não são satisfatórias, pelo que respondi:

Muito obrigado pela resposta!

No entanto, as informações que nos chegam são contraditórias. Por um lado o site do Metro apenas tem informação actualizada em 6 de Maio de 2004, por outro foram feitas
declarações por parte do ministro das obras públicas, poucos dias depois, que referiam uma passagem da linha vermelha na Alta de Lisboa, com ligação à linha amarela.

As dúvidas iniciais são as mesmas: se o Metropolitano de Lisboa servir o centro da Alta de Lisboa, quando será, e onde concretamente irão ser as estações?

Uma vez mais, muito obrigado!

Tiago

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sexta-feira, 17 de junho de 2005

|vandalize|você|mesmo|

Fazer um blog à custa de outros é pouco ético, dirão, mas tenho lido os textos mais antigos do Daniel Carrapa n'[a barriga de um arquitecto] e faz-me pena que fiquem por lá guardados quando estão escritos de forma tão elegante e certeira.
A falta de civismo é dos problemas mais graves que vivemos no nosso país. E é dos mais graves porque é o motor de uma série de comportamentos desmoralizadores e degradantes que nos fazem, dia após dia, ter menos forças e vontade para construir um país viável. Mas como continuamos por cá a viver e não queremos andar chateados e amargurados, mais vale pensar seriamente em medidas práticas que possam aumentar os níveis de consciência, civismo e brio nas causas e nas coisas.
Continuo a pensar que os ensinos básico, primário e secundário são determinantes para o sucesso desse objectivo. Devíamos encontrar algumas ideias que pudessem ser aplicadas nas escolas de forma a tornar a aprendizagem mais ligada à vida e ao respeito pelos outros.

Por enquanto, aqui fica o texto do Daniel Carrapa:


vandalizevocêmesmo

Aqueles que já projectaram espaços públicos ou que trabalham em câmaras municipais têm sempre histórias de vandalismo para contar. Chega a surpreender a quantidade e diversidade dos actos que se cometem contra a propriedade pública, desde roubo de mobiliário urbano – não apenas bancos mas também papeleiras, material de iluminação pública e muitos outros – a roubo de plantas de jardim, passando pela destruição de sinalética, quiosques, brinquedos infantis e tudo o que se possa imaginar.
Se alguns casos estão associados ao uso abusivo da população mais jovem e mesmo a situações de delinquência, verificam-se muitos outros em que a explicação é bem diversa: um fenómeno cultural indiferente da idade, que se revela numa profunda desvalorização daquilo que são os bens públicos, como se o que a todos pertence fosse pertença de ninguém. Dito de outra forma, aquilo que nos é dado, não tem valor.
Para compreendermos o vandalismo temos de reconhecer os factores de carácter nacional que conduzem a população a esta atitude de desvalorização da coisa pública (bem diferente, diga-se, da atitude dos nossos vizinhos espanhóis que aprenderam a valorizar tudo aquilo que respeita ao espaço público). Em Portugal observamos aquilo que poderíamos definir como uma falta de sentido de patriotismo: um valor quase sempre polémico e associado a manifestações de nacionalismo bacoco, de contornos que mais parecem vindos do tempo do salazarismo. Afinal, uma falta de patriotismo entendido como o sentido de gosto em pertencer a um país com origem(ns) e cultura(s), valorizando-as.
Tudo isto se reflecte, depois, no excessivo individualismo dos portugueses, e mesmo o egoísmo com que despudoradamente alguns assumem a sua forma de estar na vida. É um individualismo que começa em casa, na educação de cada um. Algo que eu definiria como a antítese da atenciosidade. É ao servirmo-nos à mesa não tirar o bife mais suculento, deixando-o para outrem e retirando o mais esturricado, é ao ir buscar um copo de água perguntar se há mais alguém com sede. Depois em tudo o resto, no modo como nos comportamos no trânsito, ou na fila do supermercado, ou como atendemos alguém no nosso local de trabalho.
A atitude individualista dos portugueses é, de resto, um dos maiores atentados que cometemos à democracia, porque ela se sustenta mais na união cívica dos cidadãos em torno de causas do que na mera execução do voto eleitoral.
Regressando ao tema inicial, julgo ser esta atitude de desvalorização de um sentido comum que nos facilita o gesto de menosprezo para com os espaços públicos, em que não reconhecemos algo que nos qualifica a todos e nos deveria valorizar enquanto cidadãos. É, afinal, toda uma educação que está por fazer. Para que, mais que reclamar, os cidadãos compreendam que também lhes é devida a participação no cuidado e na manutenção das coisas que são de todos.

# daniel em 13.4.04

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quinta-feira, 16 de junho de 2005

Quinta das Conchas

A Quinta das Conchas está a ser recuperada pela SGAL, ao abrigo do protocolo com a CML. O projecto é da professora Isabel Aguirre de Urcola, que é também responsável pelo desenho do Parque Oeste, actualmente em construção.
As diferenças são notórias, havendo agora caminhos de madeira, canais de água, parques infantis, um café e um restaurante. A parte sul da quinta está ainda em recuperação, estando previsto o restauro da casa em ruínas que aí se situa.
Nas fotografias pode ver-se o condomínio do Parque das Conchas, um dos primeiros a ser construído no projecto da Alta de Lisboa e na fotografia vertical é visível uma linha de plátanos recém plantados.

Suscita dúvidas e tristeza a imagem das duas árvores cortadas. Não sei quais foram as razões do abate, nem se percebe porque está construido um canteiro à sua volta, mas quero acreditar que era impossível evitar esta perda.



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quarta-feira, 15 de junho de 2005

Eixo Norte-Sul

Notícia do Diário Económico, de 4 de Maio de 2005

A Estradas de Portugal adjudicou a construção do novo viaduto do Eixo Norte-Sul, em Lisboa, ao consórcio MSF-Lena, por 21,6 milhões de euros, anunciaram hoje as duas construtoras em comunicado. A empreitada, cuja adjudicação foi hoje confirmada pela empresa pública, inclui ainda os trabalhos para as aproximações rodoviárias ao viaduto do Eixo Norte-Sul, sobre a Avenida Padre Cruz, adiantam as empresas. Com uma extensão de 773 metros e 32,41 metros de altura, o viaduto insere-se num conjunto de obras rodoviárias que vão concluir a ligação do Eixo Norte-Sul entre Telheiras e a CRIL (Circular Regional Interna de Lisboa), na zona do Túnel do Grilo.

Aqui fica também o PDF com o estudo de impacto ambiental acerca do viaduto sobre a Avenida Padre Cruz.



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sábado, 11 de junho de 2005

[a barriga de um arquitecto]

Descobri este blog e achei-o muito interessante. Os textos que reproduzo em baixo são excelentes na conceptualização dos problemas que temos discutido na última semana. A discussão é cada vez mais urgente, veja-se o caso do arrastão de ontem na praia de Carcavelos.
Encontro em cada texto deste blog uma ideia de cidade com um humanismo raro e cada vez mais importante de ser divulgado e aplicado às nossas cidades. Mesmo que não queiramos pensar ainda nas causas da delinquência e criminalidade, mesmo que queiramos adiar as soluções (talvez ainda desconhecidas e/ou impossíveis de aplicar), podemos organizar, no mínimo, as nossas cidades de modo a que se tornem locais mais agradáveis de viver. Talvez isso, só por si, atenue alguma da violência social crescente.
Este blog dedica-se ao urbanismo da Alta de Lisboa, mas pretende também encontrar na Alta de Lisboa características que a tornem num paradigma de cidade humanizada, saudável. Para identificar estas características como diferenças para o sucesso social do projecto, há que comparar com outros bairros de Lisboa.
E talvez encontrar algumas razões para o fenómeno do gueto. Que famílias de classe média aceitam viver em bairros sem acessibilidades, sem cuidados nos pormenores dos arruamentos? Como pretender então um tecido social heterogéneo?
Aqui vão os textos.


Começar pela comunidade

Um dos aspectos mais negativos da sociedade urbana é a tendência para produzir não-lugares. O fenómeno de não-lugar (placeless-ness) é uma definição criada para realidades fisicamente descaracterizadas sem traços de comunidade ou vizinhança e por isso hostis à vida humana. Um exemplo disto são as estradas suburbanas de vias múltiplas que conduzem a grandes superfícies comerciais ou a zonas residenciais periféricas. Outro aspecto igualmente importante é a irrelevância do indivíduo no contexto das grandes concentrações populacionais: a solidão no meio da multidão.

À medida que a qualidade de vida nestas zonas se vai deteriorando com a congestão rodoviária, a criminalidade ou o aumento do custo de vida, as cidades pequenas ou de média dimensão começam a ser vistas como alternativas desejáveis, ainda que esse ímpeto seja motivado por uma visão culturalmente idealizada da vida fora da grande cidade.As cidades pequenas podem oferecer uma alternativa real à vida dos grandes centros. Mas a realidade é que, para as pequenas comunidades, se levantam os mesmos problemas das cidades maiores. Independentemente do seu tamanho, ela tem de providenciar os mesmos serviços e equipamentos para promover a segurança e a saúde dos seus cidadãos, e tem de desenvolver recursos económicos para suportar esses serviços e estruturas.As cidades pequenas podem parecer ter menos problemas, mas também têm menores recursos para lidar com eles: menos pessoal, menor orçamento, menos capacidade técnica; que afectam principalmente as áreas financeiras e de planeamento.
Para fazer frente a essas desvantagens, elas têm de procurar canalizar as capacidades da comunidade para promover o dinamismo social e económico. Para isso é preciso interiorizar que o mais importante recurso local são, na verdade, os seus próprios residentes.



Construir comunidades

A nossa sociedade tem a capacidade tecnológica e financeira para promover a urbanização de vastas áreas em curtos períodos de tempo. Conseguimos hoje urbanizar em dez anos áreas equivalentes às que antes demoravam séculos a crescer.
A compreensão deste facto devia incutir-nos uma grande responsabilidade. Desejamos que as novas extensões de cidade retenham o mesmo sentido de humanidade, de vivência, de comunidade, que aquelas partes de cidade que se foram consolidando lentamente. Mas isso não acontece por acaso. Para que a cidade nova crie novas centralidades, mantenha carácter e coesividade, é necessário que exista uma intenção que a promova desde o início.

O nosso modelo de planeamento urbano assenta no carácter centralizador do Estado. Independentemente do facto de isto trazer aspectos positivos e outros negativos, a realidade é que esta é a nossa referência de como se produz espaço urbano em Portugal. Um dos problemas que resultam deste sistema é que, em grande parte, ao privado cabe apenas o papel de ser um optimizador do seu espaço particular, e quase sempre essa optimização é financeira e nada mais. O Estado pode queixar-se disso, mas a verdade é que o sistema que criou (legislativamente e no seu modo de operar) deixa pouco espaço à participação do privado e é pouco aberto à interacção com as diferentes forças vivas da comunidade.
Apesar de tudo, existem movimentos que tentam contrariar esta falta de dinâmica. Os processos da Agenda Local (para o desenvolvimento sustentável, ou Agenda 21) são exemplos de novas doutrinas e novas mentalidades na forma de actuar na gestão dos diversos assuntos importantes para a colectividade. Mas esses processos são ainda minoritários e por vezes usados apenas para promover a ideia de que se está a fazer algo, do que para o fazer realmente. Ao nível do urbanismo, a metodologia das agendas locais ou a participação cívica não só não tem tradição em Portugal como se conhecem poucos exemplos de boas práticas que daí tenham resultado.

O tecido da cidade é assim produzido à medida das obrigações legais e não resultado de uma visão planeadora com finalidade global. A doutrina que resulta desta mentalidade é que a legislação definida para os mínimos aceitáveis se torna uma norma de projectar. Se a rua mínima é de 6 metros, a rua será de 6 metros. Se o passeio mínimo é de 2.25 metros, o passeio será 2.25 metros. Promove-se assim um urbanismo e uma arquitectura dos mínimos, e não da qualidade e da excelência.
É necessário romper com esta mentalidade, e fazê-lo de uma forma assertiva. É necessário dramatizar este problema, que o urbanismo tem de resultar de uma visão que o sustente. Que deve promover o sentido da comunidade. O território da cidade não é um lugar abstracto que resulta da aplicação de determinados índices de ocupação. É antes o tecido de uma realidade sociológica que deve ser valorizada e protegida.

Para que a comunidade possa, de facto, acontecer.

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quarta-feira, 8 de junho de 2005

Não há nada como perguntar!

Acabei de enviar um email ao departamento de relações públicas do Metropolitano de Lisboa:

Boa tarde!

Gostaria de saber quais são os projectos do Metropolitano de Lisboa quanto ao alargamento da rede para a Alta de Lisboa. Gostaria de saber, se assim for possível, que linhas serão usadas, que estações estão previstas e onde exactamente na Alta de Lisboa.

Muitíssimo obrigado!

Tiago



Se quiserem fazer mais perguntas ou insistir nesta, é só usar o email: relacoes.publicas@metrolisboa.pt

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Escultura de Fernando Botero no Parque Oeste




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Caminho pedonal da Alta de Lisboa



A Alta de Lisboa terá um caminho pedonal em linha recta que atravessa o Parque Oeste numa ponte sobre o lago. Na fotografia, veêm-se à esquerda o empreendimento do Condomínio do Parque e à direita os Jardins de S. Bartolomeu.

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segunda-feira, 6 de junho de 2005

Dúvidas acerca do Eixo Norte-Sul:

- Quando estará concluído?
- Por onde irá passar para chegar à Avenida Padre Cruz? No Lumiar? Colado a prédios já existentes?

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Atrasos na avenida 7?





A avenida 7 parte da rotunda Cardeal D. António Ribeiro e passa pelos empreendimentos do Condomínio do Parque, Colina de S. Gonçalo e por uma escola primária. Esperava-se que em Abril estivesse já pronta mas estamos em Junho e os acabamentos parecem para durar. Deverá ser concluída certamente quando se realizarem as escrituras da Colina de S. Gonçalo.

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domingo, 5 de junho de 2005

Parque Oeste







(fotografias tiradas a 2 de Junho de 2005)

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Placas de betão cartonado no Condomínio da Torre








Aqui estão as fotografias das placas de betão cartonado referidas nos comentários do post anterior. Mais uma vez, reafirmo que não quero alarmar ninguém com isto. O meu entusiasmo por ir viver para a Alta de Lisboa mantém-se intacto. (Pelos visto é mais resistente que as placas usadas neste condomínio...).
A propósito das discussões acerca dos habitantes dos PER, não se pode generalizar: bastam uns poucos de miúdos para fazer isto. Há que ser pragmático, como disse o Pedro Ferreira, e usar materiais mais resistentes. Também me foi dito que a SGAL se comprometeu a substituir estas placas, o que me deixa bem impressionado.

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Coabitação

Confesso que tentei escrever alguma coisa sobre os comentários feitos no último post, mas acabei por desistir. Ainda não moro na Alta de Lisboa e não sei o que é viver na Alta de Lisboa junto a prédios de realojamento social. Quero ser optimista, quero ser idealista, mas não me apetece dizer uma série de lugares comuns politicamente correctos.
Mesmo assim, não estou tão convencido que a criminalidade e vandalismo advenham da raiva ou inveja dos mais carenciados. Se assim fosse, qualquer um de nós que comprámos casa na Alta de Lisboa em condomínios para classe média iria provocar distúrbios nas moradias de luxo do bairro do Restelo, ou, mais perto, no condomínio fechado do Parque das Conchas. Ou seja, acho que essa raiva e inveja podem existir, mas sobretudo em pessoas amordaçadas pela sua condição socio-económica extremamente degradada. Pessoas com estruturas familiares instáveis e violentas, sem exemplos de civismo e ética. Pessoas sem perspectivas de vida diferentes ou suficientemente motivantes para fazer face à integração numa sociedade marginal e com uma cultura própria.
Não faço ideia como são os habitantes dos PER, não sei como viviam na realidade, não sei como vivem, não sei o que sentem. Acredito que alguns tenham tido experiências muito diferentes das nossas, mas não acredito que todos ou a sua maioria sejam potencialmente maus exemplos sociais.
A situação urbana da Alta de Lisboa é agora diferente da que sempre foi. A questão é saber se isso é suficiente para acabar com a tensão social necessária à marginalidade, se o entrosamento com os novos moradores da Alta de Lisboa poderá também alterar as formas de aculturação de todos.
Para que a Alta de Lisboa sejam um bairro agradável para se viver, seguro, bem conservado, é necessário que todos os seus habitantes o queiram. Ou seja, que todos tenham pela Alta de Lisboa a mesma estima que nós temos. É preciso também que todos saibamos respeitar e preservar os bens comuns e os dos outros.
Como consegui-lo é um dos grandes desafios da Alta de Lisboa. Se for bem sucedido poderá tornar-se, este sim, um exemplo social a aplicar noutros bairros desfavorecidos e guetizados.

Proponho à discussão as medidas práticas a tomar para tornar possível este sonho.

Saudações calorosas a todos!

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sexta-feira, 3 de junho de 2005

Comentário de Pedro Veiga

Espero que o Pedro Veiga não se importe, mas achei este comentário tão acertado e lúcido que me dá pena vê-lo escondido no seu blog. Daí que me apeteceu mostrá-lo por aqui.


Caros futuros vizinhos,

De facto vivemos numa sociedade de classes e cada vez este aspecto está mais saliente devido, principalmente, ao aumento do desemprego e do emprego precário.
Apesar dos inconvenientes que possam existir com a presença de prédios de realojamento (PER), eu prefiro viver numa cidade feita para todos a viver numa cidade inundada de condomínios privados. Se Lisboa se for enchendo de condomínios privados rapidamente atingirá um nível de criminalidade típico do Rio de Janeiro ou de S. Paulo.
Em Lisboa faltam mais espaços públicos de qualidade que sirvam os cidadãos, onde seja fácil e convidativo andar a pé, sentido o pulsar da cidade. Atendendo aos bons projectos previstos para a Alta de Lisboa, espero que esta zona da cidade se torne num bom local para viver e não num dormitório cheio de insegurança. Para isso já nos bastam as famosas zonas do bairro de chelas.Muitas coisas poderão mudar nos próximos dois anos com a conclusão dos principais acessos à Alta de Lisboa: eixo norte-sul, passeio de Lisboa, portas sul e norte e avenida Santos e Castro. Esperemos que a CML dê uma ajuda contribuindo para a ligação da malha antiga com a malha nova da cidade.

P. Veiga

02 Junho, 2005 17:29

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quinta-feira, 2 de junho de 2005

Motivações para um blog

Os blogs têm sido um local fértil de intercâmbio de ideias e conjugação de esforços. Sinto pessoalmente uma enorme motivação em pensar, reflectir e agir na Alta de Lisboa, meu futuro bairro, actual bairro de muita gente com vidas provavelmente diferentes das nossas, com quem iremos coabitar nos próximos anos.

Sempre me seduziram projectos criados de raiz pela possibilidade de planeamento prévio de todas as infrastruturas e acessibilidades para que a vida das pessoas seja de qualidade, para que estes anos que passamos por cá sejam mais felizes e saudáveis. Poderá este discurso parecer pateta para alguns, mas para mim isto faz imenso sentido... Portugal deu-nos ao longo da sua longa História inúmeros exemplos de desvirtuamento e corrupção de excelentes intenções iniciais.

Acho que vivemos também, fruto da nossa história mais recente, tempos de silêncio conformado, de desalento, frustração e impotência perante entidades abstractas. José Gil faz uma magnífica explanação deste medo de existir, de falar e gostar de viver no seu recente livro Portugal, hoje.

Daí que me comova sempre que as pessoas se juntam para reivindicar ou projectar algo que irá melhorar a vida de todos. Acredito que é possível uma via que nos leve a um mundo melhor, e apesar de ser um lugar comum dizer-se que não se consegue mudar o mundo sozinho, acho que podemos sempre juntar-nos e começar por melhorar o nosso bairro.

A experiência cívica da crítica construtiva, da mobilização positiva, é extremamente gratificante e regeneradora. Acho que todos passámos por experiências deste tipo nas nossas vidas. Infelizmente, experimentámos também a tristeza e frustração das empreitadas mal sucedidas, mas é precisamente isso que gostaria de evitar num bairro que está a nascer e crescer e onde podem ser evitados os erros graves que vemos demasiadamente banalizados pela cidade.

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Rede de Metro na Alta de Lisboa

Nestas coisas nunca se sabe o que é uma boa intenção, o que são estudos, o que são prazos realistas ou exequíveis; mas, querendo saber o futuro da rede do metro na Alta de Lisboa, dei com isto no google.

Passo a citar o que nos interessa:

"A Linha Vermelha será, ainda, a que vai receber maiores ampliações. Deste modo:

- foram já concluídos os estudos e será brevemente apresentada a candidatura ao Fundo de Coesão para o seu prolongamento entre a Gare do Oriente e o Aeroporto da Portela (os concursos internacionais serão lançados no 4º trimestre deste ano), prevendo-se a conclusão da obra no final de 2007;

- está já em estudo a ligação entre a estação do Lumiar e a futura estação do Aeroporto, que a partir de 2009 irá servir a zona da Alta de Lisboa e estabelecer correspondência com a Linha Amarela e foi já analisada uma possível ligação a Sacavém;

-foram também já dadas instruções ao Metropolitano de Lisboa para estudar as opções de extensão a partir do Lumiar, levando em conta as orientações decorrentes dos estudos de reestruturação do Sistema de Transportes da Área Metropolitana de Lisboa, recentemente realizados.

Deste modo, a Linha Vermelha constituir-se-á numa dupla circular que, com as outras linhas radiais, se constituirá numa verdadeira rede, melhorando significativamente a cobertura da área urbana de Lisboa e a conexão entre as linhas, permitindo percursos mais racionais."

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