quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Outra perspectiva do Eixo Norte-Sul



O Viver feito pelos seus leitores:

O leitor Pedro Saraiva teve a amabilidade de nos enviar estas fotografias da construção do viaduto do Eixo Norte-Sul. Prevê-se a conclusão desta obra, ainda sem a sinalização, para Março de 2007.

Mais fotografias aqui





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sábado, 26 de agosto de 2006

Pista de ski na Alta de Lisboa?



Vai nevar em Lisboa

A capital portuguesa vai receber a maior pista de ski e snowboard da Península Ibérica. Será na freguesia do Lumiar e espera-se que atraia um milhão de visitantes por ano.
O Independente, Sexta-feira, 25 de Agosto de 2006


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A partir de 2008 vai deixar de ser preciso esperar pelo frio do Inverno para praticar desportos de neve. A cidade de Lisboa vai receber por essa altura um novo complexo desportivo que irá proporcionar aos amantes do ski e do snowboard animação e adrenalina durante 365 dias por ano. Localizado na freguesia do Lumiar, no complexo da Alta de Lisboa, o Snow Word, vai ocupar quatro hectares de terreno camarário junto ao Parque do Oeste, recentemente inaugurado por Carmona Rodrigues e até abrir as portas vão ser gastos na implementação deste centro de lazer qualquer coisa como nove milhões de euros. Quando abrir, será o maior centro do género da Península Ibérica, esperando o promotor que o novo equipamento possa vir a ter 65 mil utilizadores regulares. Nesta altura estão ainda a ser negociadas as contrapartidas da cedência do terreno com a Câmara Municipal estando desde já praticamente garantida a construção do projecto. A autarquia interessa, além da ocupação do espaço que fica ao lado da Pista de Atletismo do Lumiar, o movimento de pessoas que este complexo irá gerar, dado que os estudos até agora efectuados garantem que por ano podem vir a passar pela antiga Musgueira cerca de um milhão de visitantes. Mais 200 mil do que aqueles que anualmente vão ao Castelo de São Jorge, o local mais visitado da cidade.

Falta o frio
A tecnologia utilizada pelos com plexos Snow World em todo o Mundo reproduz na exactidão a neve que todos os Invernos cobre de branco as serras mais altas da Europa. Só não é fria, mas proporciona as mesmas sensações que a neve verdadeira, e em Lisboa irá cobrir quatro pistas, cada uma com 260 metros de comprimento. Em duas a prática de ski nas suas mais diversas vertentes, como os saltos e o “slalon”, serão os desportos em destaque, enquanto que as restantes vão servir para o mais radical snow board. Além das pistas está ainda contemplado no projecto uma escola de desportos de Inverno, restaurantes, cafetarias e ainda uma loja de recordações e do fundamental equipamento para a prática deste tipo de desportos.
A proposta de criação deste espaço saiu das mãos da recém cria da empresa Snow Word - Investimentos Turísticos, Lda., que pediu já à Câmara Municipal uma primeira análise que já foi deferida. Nesta altura ultimam-se os preparativos para apresentação do projecto, estando já os técnicos camarários a estudar a volumetria e o aspecto que o complexo vai ter, bem como a sua implementação nesta zona da cidade. Em cima da mesa estão também a ser colocadas as contrapartidas da cedência do terreno, fase esta, segundo fonte da Câmara Municipal, igualmente bem encaminhada em termos de negociações.

Segurança
A solução encontrada pelos parques Snow World foi desenvolvida pela firma inglesa Briton Engineering e é feita à base de um composto de polímeros e por uma base condutora de uma fibra em mono filamento. Assenta numa camada de amortecimento ao choque que proporciona uma sensação pratica mente igual à da neve verdadeira. Construída em forma de pequenos quadrados, cria uma superfície homogénea que pode ser moldada de qualquer maneira e feitio. Cada componente foi testado até à exaustão, sendo garantida a segurança e a qualidade de cada centímetro deste material. Depois de aplicada nas pistas de ski e snow board, garante mais velocidade do que a neve verdadeira e um controlo efectivo dos esquis e das pranchas de snowbord. Não tem falhas, buracos ou pontas saídas, garantindo assim a sua utilização por pessoas de todas as idades. No caso de quedas, o Snowflex garante ainda uma grande absorção e uma queda suave, coisa que garantidamente irá acontecer a quem tem pouca experiência neste género de actividades desportivas.

Mais artificial do que se julga
A manutenção das condições da prática do ski levou a que praticamente todas as estâncias internacionais possuam canhões de neve artificial. A falta de nevões em locais como, por exemplo, a Sierra Nevada, em Espanha, fez que os espanhóis equipassem a área com 300 canhões de alta pressão, 38 de baixa pressão e 17 pistas de neve artificial. Na Serra da Estrela, os 48 canhões de neve a’udam a combater o aquecimento global. Danny Silva, o único português que vai estar nos jogos de Inverno de Turim — que também estão preparados para serem disputados com a ajuda de neve artificial —, explica que este tipo de tecnologia já é uma resposta em inúmeros países onde a modalidade se vem desenvolvendo. Nascido nos Estados Unidos, mas regressado a Portugal há 14 anos, Danny Silva disse a uma revista do Comité Olímpico de Portugal que “o nosso país tem um enorme potencial para desenvolver este desporto e a modalidade de fundo, em particular”. Neste momento, acrescenta, “há milhares de pessoas que se deslocam todos os Invernos a Espanha e França para esquiar, há muitas crianças que vêm sendo iniciadas na modalidade, mas apenas por lazer. Desde Março que o português se prepara em exclusivo para os Jogos de Turim depois do Comité Olímpico o ter integrado no Nível 3 do Projecto Olímpico, esclarece aquela instituição. Para além das marcas que o apoiam, Danny Silva treina duas vezes por mês na Serra da Estrela.

Fernando Brandão



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quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Está quase!



Os dias passam e aproxima-se a grande velocidade a chegada de novos moradores à Alta de Lisboa. As escrituras dos Jardins de S. Bartolomeu estão para breve e trarão à zona Norte da Alta de Lisboa mais gente para percorrer ruas, passear em jardins, estimular o comércio. Mais gente para viver e, espera-se, dar mais vida a este bocado de cidade ainda com muitos locais desabitados.

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Entretanto o Parque Oeste vai respirando pacificamente nestes primeiros dias de vida pública. Ainda pouco usado, começa a revelar-se um espaço muito agradável de se percorrer de bicicleta. A pé, convida menos. Fazem falta bancos com encosto para se poder parar, sentar, e contemplar o verde, fazem falta bebedouros para os utilizadores. Fazem falta também bicicletas e uma casa de banho para os guardas do parque.

Mesmo com estas faltas, ver o Parque Oeste de hoje e recordar a evolução num ano é animador. Como estarão as árvores, bambus, buganvílias e outras espécies dentro de um ano?


(Parque Oeste, 25 de Junho de 2005)



(Parque Oeste, 24 de Agosto de 2006)


Um constraste ainda maior, nas fotografias publicadas no Malha 20.1.


Aqui temos uma vista de 360º do lago nascente.



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segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Passeio na mata do Parque das Conchas

Mais um filme com produção independente aqui do blog, desta vez num percurso na mata do Parque das Conchas. Alguns de vós podem acusar-me, com inteira razão, de estar a fazer render ad nausea este género documental que regista a união de dois pontos que limitam um percurso. Começou no Eixo Norte-Sul, depois o eléctrico, a seguir os elevadores e agora outra vez a bicicleta. Temos de mudar o género, aceitam-se sugestões.



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A ousadia, e a má forma física que também prejudica o equilíbrio, quase me custou uma queda, mas acabei por escapar ileso. Para quem não conhece o lugar, aqui ficam alguns momentos importantes. Começa no topo da mata, junto à ruína da antiga casa do guarda da Quinta.

1'' - Vista do empreendimento Parque Lisboa.

19'' - Reparo que ainda tenho a mudança lenta para subidas e resolvo mudar para sentir melhor controlo na bicicleta com os pedais.

38'' - Vista frontal da futura Superesquadra da PSP, actualmente em construção.

1'26'' - Primeiro momento de grande tensão psicológica. Um insecto com asas colide na minha orelha, entrando-me no ouvido. Trava-se uma intensa batalha, heroicamente ganha pelo meu indicador direito.

1'32'' - Vista do terreno onde será construído a famosa malha 5, do arq. Tomás Taveira, e, ao longe, o Páteo de S. João de Brito e os edifícios Dolce Vita.

1'55'' - Depois de ganhar algum embalo no declive, constato que o travão que estou a usar é o da roda dianteira. Ocorrem-me pensamentos pessimistas, instala-se o pânico. Recuperando algum do equilíbrio perdido com a vida sedentária dos últimos anos, a curva acaba por ser desenhada e o perigo superado.

2'20'' - Construo portfolio para ser aceite no Dogma 95.

2'50'' - Enfim, a zona plana Parque das Conchas.


Lembrei-me várias vezes dos nosso presidente da CML, Eng. Carmona Rodrigues, quando recentemente aderiu a um evento radical na Costa do Castelo, o Lisboa DownTown 2006. Quando vi o resumo pela primeira vez, já não me lembro onde, apenas vi esta queda:




Depois, graças aqui ao Youtube, lá vi o percurso todo (outra vez o percurso), e acabei por ficar espantado com a destrza, apesar do aparato das quedas. Não percam a do 1'10''.

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quinta-feira, 17 de agosto de 2006

SGAL apresenta prejuízo no relatório de contas



A recente reportagem do Jornal PÚBLICO sobre o relatório de contas da SGAL merece alguma reflexão. A SGAL está com dívidas a fornecedores e à banca e sem liquidez financeira para concluir no tempo previsto o projecto gigantesco chamado Alta de Lisboa. Queixa-se por um lado da crise económica global e na baixa do mercado imobiliário, e por outro, com razão, nas expropriações demoradas que a CML ficou contratualmente de fazer. Tenciona por isso renegociar com a CML o prazo da conclusão de todo o projecto por cinco anos, passando-o para 2020.

Apesar de a Alta de Lisboa, como conceito, projecto e contrato celebrado entre SGAL e CML, ter mais de 20 anos, a maior parte dos lisboetas desconhece-a por completo. Esta pode ser uma das razões para a fraca procura de apartamentos na Alta de Lisboa, que a SGAL diz terem preços mais baixos que em Odivelas ou na Amadora.

No entanto, as declarações Neil Walker, director financeiro da SGAL, revelam a limitação da mensagem que a SGAL tem passado aos potenciais compradores: "Em redor dos prédios de realojamento temos de ter um produto [apartamentos] mais barato, para pessoas que não estejam preocupadas com determinado tipo de vizinhança." Como tiro no pé é excelente, como frase publicitária é desastrosa. Salva-se a honestidade, pelo menos.

No entanto, a Alta de Lisboa, pelo menos da maneira como está apresentada ao público, com a maquete que está no stand de vendas da SGAL e os dois livros sobre o projecto já editados, é muito, mas muito mais do que um conjunto de apartamentos com preços apelativos para compensar a má vizinhança. É sintomático dos diferentes níveis de crença no projecto serem os moradores citados na reportagem a referir os espaços verdes, a densidade de contrução baixa, a coerência urbanística do projecto ou as acessibilidades viárias e transportes públicos previstos.

Aparentemente alguma coisa tem de ser feita para dar a conhecer a Alta de Lisboa aos poucos compradores que restam no mercado imobiliário e fazer chegar a bom porto este projecto que alguns temem vir a tornar-se num elefante branco. Aparentemente a mensagem publicitária está a falhar.

Mas outras núvens negras se avistam do horizonte. Se o colpaso do mercado imobiliário se confirmar, se a oferta se sobrepuser à procura, o que iremos ter no lugar da Alta de Lisboa? Seremos defraudados nas expectativas e no projecto que nos foi vendido? Inevitavelmente. E como poderá ser alterado o plano de urbanização traçado pelo Arq. Eduardo Leira de forma a não prejudicar ainda mais os moradores que apostaram e contribuíram para o projecto vivendo décadas num estaleiro permanente? Como ajustar o plano para que apesar do imenso que falta ainda construir, casas, comércio, serviços, equipamentos, se estabilize um ecossitema humano que assemelhe a Alta de Lisboa a uma cidade com boa qualidade de vida?

Que simbiose existe entre moradores, SGAL e CML? Não interessam as palavras, interessam os actos.


Cliquem aqui para ler então a notícia do PÚBLICO



Alta de Lisboa sem dinheiro para terminar no prazo previsto nova cidade do Lumiar.
Ana Henriques
PÚBLICO, dia 13 de Agosto de 2006

Apesar dos preços baixos os apartamentos da vendem-se pouco, o que vai adiar pelo menos por cinco anos a conclusão desta nova cidade dentro de Lisboa. Sem dinheiro, a sociedade promotora vai ter de recorrer a um aumento de capital.


A empresa responsável pela Alta de Lisboa vai negociar com a câmara um adiamento do prazo de conclusão do mega-empreendimento imobiliário do Lumiar, onde até 2015 deviam estar a morar cerca de 65 mil pessoas. Motivo: as vendas de apartamentos são muito inferiores ao previsto, apesar dos baixos preços, praticamente sem igual no resto da cidade.

Lançada no tempo de Kruz Abecasis, nos anos 80, a Alta de Lisboa, então designada Alto do Lumiar, corresponde à ambição do antigo presidente da câmara de criar nestes 300 hectares - delimitados pela 2ª Circular, pelo aeroporto, pela Alameda das Linhas de Torres, pelo Eixo Norte-Sul e pela fronteira com Loures - uma nova cidade, ou melhor, o prolongamento do eixo Av. da Liberdade-Av. da República-Campo Grande. Duas décadas depois a Alta de Lisboa continua a ser desconhecida de parte significativa dos lisboetas, apesar das dezenas e dezenas de prédios já construídos, dos parques verdes e de alguns nomes sonantes da arquitectura como Manuel Salgado, Frederico Valsassina, Daciano Costa, João Paciência e Tomás Taveira terem sido contratados para desenhar parcelas do empreendimento.

Fruto de uma parceria entre a Câmara de Lisboa, detentora de grande parte dos terrenos, e uma empresa privada constituída para o efeito, a Sociedade Gestora do Alto do Lumiar (SGAL), a Alta de Lisboa pertence em grande parte ao magnata macaense do jogo Stanley Ho. Outro dos sócios é a construtora A. Silva & Silva. Em troca da entrega faseada dos terrenos camarários a custos baixos, esta sociedade escolhida pela autarquia através de concurso comprometeu-se a urbanizar 80 por cento dos terrenos livres das freguesias do Lumiar e da Charneca. Isto incluía não só os prédios, como os equipamentos necessários - escolas, centros de saúde e equipamentos desportivos, por exemplo - e respectivos arruamentos.

O director financeiro da SGAL, Neil Walker, explica que, para que tudo ficasse pronto em 2015 a empresa teria de vender 700 casas por ano. Mas há cinco anos que a procura está muito aquém deste patamar: em 2002 só foram vendidos cem apartamentos, no ano passado apenas 215 e de Janeiro até agora 80. A sociedade diz ter neste momento 600 unidades para vender, 370 das quais em construção.


Preços mais baratos que em Odivelas

Os preços são aliciantes: há T1 a partir dos 125 mil euros. "São próximos dos que se praticam na Amadora", explica o presidente da Unidade de Projecto da Alta do Lumiar, que é o serviço camarário que fiscaliza o cumprimento do plano de urbanização aprovado pela autarquia. "Até Odivelas tem preços mais altos desde que lá chegou o metro", salienta Neil Walker.

O director financeiro da SGAL atribui a redução da procura de fogos na Alta de Lisboa à recessão económica. Mas tanto ele como todos os que estão de alguma forma ligados ao empreendimento admitem que os prédios que ali cresceram para realojar antigos moradores que já viviam nesta zona da cidade em condições precárias - e que surgiram, na maioria dos casos, antes de as chamadas casas de venda livre e os equipamentos sociais estarem prontos - contribuíram para a falta de atractividade desta zona da cidade.

Apesar de, nalguns casos, os prédios do Plano Especial de Realojamento até serem exactamente iguais aos restantes. "Em redor dos prédios de realojamento temos de ter um produto [apartamentos] mais barato, para pessoas que não estejam preocupadas com determinado tipo de vizinhança", explica Neil Walker.

O convívio entre as diferentes classes sociais é um dos pressupostos do projecto. Na prática, o convívio já é pouco entre muitos dos que adquiriram casa no mercado de venda livre, e menor ainda entre estes e os menos favorecidos. Por outro lado, viver num local que ainda se encontra em construção - nuns casos faltam vias de comunicação eficazes, noutros centros de saúde, noutros ainda limpeza de ruas - e que nunca estará consolidado enquanto cidade senão daqui a uns bons cinco anos tem incómodos que nem todos estão dispostos a suportar. Há espaços públicos escalavrados e terrenos baldios abandonados, à espera do próximo prédio novo ou simplesmente de que alguém se lembre deles.


Situação não pode manter-se, diz empresa

Como diz Ana Louro, que faz parte da comissão instaladora de uma associação de moradores da Alta de Lisboa, o projecto é ideal, mas a sua aplicação no terreno deixa muito a desejar, até por causa dos atrasos que tem sofrido. Seja como for, as vantagens de viver na Alta de Lisboa não ficam só pelo preço das casas. Os parques verdes existentes ou em construção são magníficos e a densidade de construção nos 300 hectares não ultrapassa, de acordo com o director do gabinete de projecto, Rosado de Sousa, os 0,7. As ruas são amplas e a proximidade do aeroporto impede os prédios subirem acima dos sete andares.

O último relatório e contas da SGAL não deixa dúvidas sobre a complicada situação financeira da empresa. Em 2005 teve um prejuízo de 5,7 milhões de euros, o que vai obrigar a um aumento de capital já no mês que vem e à realização de mais parcerias com empresas de fora, com vista ao prosseguimento das obras. As dívidas a fornecedores totalizavam 50.903 milhares de euros, o que, segundo Neil Walker "é uma situação mais ou menos normal" no mercado imobiliário. Os empréstimos contraídos junto da banca ascendem a 119.508 milhares de euros. O mesmo documento dá conta de que os atrasos da autarquia na entrega de terrenos impõem à actividade da SGAL "graves restrições de ordem comercial e financeira".

"A situação de desequilíbrio contratual em que nos encontramos não poderá manter-se", avisa a administração empresa no relatório. A autarquia explica os atrasos com a necessidade de comprar a particulares terrenos que não lhe pertenciam e com as demoras nos registos. O director da unidade de projecto afiança que tudo ficará resolvido em Setembro, enquanto o director da SGAL se queixa da lentidão com que os processos correm na autarquia, e da "incapacidade de decisão" dos seus serviços. "Com estes obstáculos não vai ser possível ter tudo pronto em 2015. As vendas terão de se prolongar por mais cinco anos", afirma Neil Walker. "Estamos a preparar a renegociação do contrato com a câmara".


Empresa acusada de autismo pela junta

Rodrigo Bastos, um informático de 34 anos, diz que se soubesse o que hoje sabe ponderaria melhor a sua mudança para o apartamento do Condomínio da Torre, na Alta de Lisboa. "Apesar de estar a gostar e morar cá", acrescenta. Os seus motivos prendem-se não só com o facto de viver ainda num pedaço de cidade em construção, mas também com a dificuldade em comunicar com a empresa, um queixa comum a quase todos os que compraram casa à Sociedade Gestora do Alto do Lumiar. A presidente da Junta de Freguesia da Charneca não hesita em falar de autismo a propósito do alegado alheamento da empresa relativamente à realidade que a rodeia, uma descrição que Luís Lucena, um cliente da SGAL que dá aulas de marketing, considera perfeita. Tanto o docente como Rodrigo Bastos fazem parte da comissão instaladora da associação de moradores da Alta de Lisboa e criaram ou participaram em blogs e sites sobre a vida dos habitantes destes 300 hectares. Foram muitas as vezes que Luís Lucena já teve de entrar em contacto com a empresa para resolver problemas de todo o tipo, desde a saída de vento das tomadas - por causa da entrada de ar da rua nas paredes - à falta de manutenção de alguns espaços verdes. E não tem dúvidas: "Para eles o cliente é um troglodita". Ana Louro, da mesma comissão, conta que um problema de ruído no sistema de ventilação do seu prédio demorou dois anos a ser resolvido. "A dificuldade de comunicação com a SGAL é aflitiva", considera Luís Lucena. O director da Unidade de Projecto do Alto do Lumiar aconselha todos os que quiserem vir para para aqui habitar a serem tolerantes - afinal mudaram-se para uma cidade que ainda não está pronta - e a conhecerem melhor o plano urbanização, para perceberem com o que podem contar no futuro. E é precisamente de demasiada tolerância para com a SGAL que Luís Lucena acusa este serviço camarário: "Devia ter sido mais rigoroso relativamente aos espaços públicos". O seu anterior director transitou directamente do gabinete camarário para a SGAL, o que não foi visto com bons olhos por alguns dos moradores. O director financeiro da SGAL desvaloriza as queixas dos moradores. "Segundo uma sondagem de um blog a maioria dos nossos clientes voltaria a comprar-nos as casas", sublinha. Segundo um artigo publicado recentemente na revista Mobiliária, e citado pela SGAL, a Alta de Lisboa é um dos locais mais apetecíveis para residir na capital. As razões apontadas pelos compradores incluem a relação preço/qualidade, a organização urbanística e a situação geográfica.


Há polidesportivo mas não há centro de saúde

A presidente da Junta de Freguesia da Charneca, uma das duas freguesias em que está a ser construída a Alta de Lisboa, não percebe por que razão já ali foi construído um recinto polidesportivo sem que os habitantes tenham sequer um centro de saúde. A assistência médica é, de resto, também uma preocupação do presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Nuno Roque, que explica que os moradores da zona têm de se governar com uma extensão de saúde que por enquanto ainda funciona em condições precárias, "num barracão meio abandonado". No antigo bairro de barracas da Musgueira não destoava, observa, mas hoje, entre os prédios novos, "é degradante".

Dentro em breve a extensão de saúde deverá mudar para uma loja de um prédio. O autarca fala de outras necessidades: um posto de limpeza, para as ruas andarem mais asseadas, e mais autocarros para o centro do Lumiar. Só que o director da unidade de projecto da Alta do Lumiar pensa que o posto de limpeza não é uma prioridade. A Alta de Lisboa não é toda igual, e na freguesia da Charneca é maior o número de realojamentos que na freguesia do Lumiar.

Para a presidente da Junta da Charneca, Graça Ferreira, o empreendimento corre o risco de se tornar um "elefante branco", dada a fraca procura de apartamentos. Além disso, verifica-se um outro fenómeno comum a várias zonas novas da cidade, como o Parque das Nações: a compra das casas por investidores, que as mantêm vazias até conseguirem um preço mais alto do que aquele pelo qual as compraram. "É preciso dar vida à zona. E isso pode ser feito abrindo mais comércio. Mas protegido", ressalva, numa referência aos problemas de segurança nalgumas zonas do empreendimento. Só no ano que vem deverá abrir uma divisão da PSP.

A autarca defende que a Sociedade Gestora do Alto do Lumiar não se empenhe apenas na construção de novos prédios e estenda a sua acção à reabilitação, em especial dos palacetes que pertencem às antigas quintas do Paço do Lumiar. "As casas reabilitadas podiam funcionar como um ex-libris da zona". "Mas a SGAL teve falta de visão e agora tem dificuldade em vender as casas", observa, ao mesmo tempo que critica os novos habitantes da Alta de Lisboa que optam por fazer toda a sua vida fora dali, só lá indo dormir. "Mas eu se calhar também me fechava em casa se sentisse insegurança", admite. Sandra Rodrigues, uma produtora de publicidade de 31 anos, mora no Condomínio da Torre mas raramente lá pára.

Nunca se sentiu insegura, só que os afazeres mantêm-na longe dali grande parte do dia, e aos fins-de-semana vai para fora. Diz-se satisfeitíssima com o negócio: há cinco anos o T1 onde agora reside custou-lhe, ainda em planta, 85 mil euros. "Como tenho seguro de saúde nem sei onde é o centro de saúde", explica. Só a aborrece a gestão do condomínio, dificultada pelo elevado número de habitantes do prédio. "Mas temos de ser realistas", observa. "Comprei a casa por um valor muito inferior ao do mercado".


[notícia copiada via Olissipo]

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sábado, 12 de agosto de 2006

"Na sequência deste post um grupo de residentes do Alto do Lumiar decidiu dinamizar uma tertúlia pública no Parque das Conchas que foi amplamente publicitada nos seguintes blogs/sites sobre a Alta de Lisboa/Alto do Lumiar (Alta de Lisboa; Condomínio da Torre; Malha 20.1; Notícias do Alto do Lumiar; Portal dos Moradores da Alta de Lisboa; Viver na Alta de Lisboa). Um dos objectivos da tertúlia visava a criação de uma comissão instaladora de forma a que se desse início aos passos legais necessários à criação de uma associação de residentes do Alto do Lumiar. Assim, é com muita satisfação que vimos desta forma informar-vos que se conseguiu juntar um grupo de pessoas disposto a formar e dinamizar uma comissão instaladora. Para vosso conhecimento, estamos de momento a preparar e a accionar os trâmites legais necessários para a constituição de uma associação e contamos num futuro próximo estar em condições de vos poder dar ainda mais novidades.
Até já!
Com os nossos melhores cumprimentos,
A comissão instaladora"

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quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Ascenção em Lisboa



Para atenuar o impiedoso declive das colinas de Lisboa, foram construídos, há mais de um século, vários ascensores, também chamados funiculares, que percorriam as inclinações que os "americanos", carros que rolavam sobre carris puxados por cavalos, não conseguiam fazer. Chegaram a existir seis, contando com o de Santa Justa, o único que é verdadeiramente elevador, mas duas das carreiras funiculares foram entretanto substituídas. Uma delas ligava o Largo do Camões à Estrela, percurso que agora é feito pelo eléctrico nº28, e outro atravessava a Mouraria, unindo o Martim Moniz à Graça.

O Ascensor do Lavra foi o primeiro a ser instalado, em 1884. Une o Largo da Anunciada, junto à Avenida da Liberdade, à Travessa do Forno de Torel, já no cimo da colina, junto do Campo dos Mártires da Pátria.



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O Ascensor da Bica liga a Rua de S. Paulo ao Largo do Calhariz, junto ao Bairro Alto.






E o Elevador de Santa Justa abrevia a Rua do Carmo, unindo o Largo do Carmo à Baixa Pombalina.






Falta mostrar o Ascensor da Glória, mas as obras no túnel do comboio na Gare do Rossio impede-o, por enquanto, de circular. Estes transportes públicos foram considerados Monumentos Nacionais em 2002, o que os salva de uma qualquer loucura que os substitua por outro veículo mais rápido, eficiente e cómodo. Sendo cada vez mais utilizados por turistas encantados com a poesia que escorre nas colinas de Lisboa, devem ser bem mais rentáveis assim.

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quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Mais, mais Parque Oeste

Agora o Alto do Lumiar está mais rico. Já tem mais caminhos pedonais.

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Escultura de Fernando Botero


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terça-feira, 1 de agosto de 2006

Mais Parque Oeste



Só o tempo dirá se é exagerado o cepticismo que alguns de nós sentem perante o Parque Oeste. Pode ser pelo entusiamo da novidade, mas a verdade é que o Parque Oeste já vai sendo usado como espaço de lazer.

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Também se veêm pessoas a correr e a andar de bicicleta.




Nesta grande área será instalado um borboletário, segundo ouvi dizer. Uma má notícia: a morte de algumas palmeiras que não se adaptaram.




O caminho pedonal é ainda, e será durante uns anos, enquanto se estiver a construir a malha 6, a única ligação do Parque Oeste à zona Sul da Alta de Lisboa. Está por acabar, ainda em gravilha.

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