segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Uma Mudança de Paradigma

Deixem-me começar com uma história que é um exemplo.

Há sessenta anos, a Companhia de Jesus fundou um colégio numa quinta situada no extremo Norte da cidade de Lisboa. (O desenvolvimento da cidade estava ainda tão longe que talvez fosse mais preciso dizer no extremo Norte do concelho de Lisboa). Duplamente elitista pela sua própria natureza e pelas circunstâncias - tratava-se de ensino pago num tempo em que a percentagem de jovens que faziam o percurso escolar era muito reduzida -, a margem de crescimento (e, como tal de criação de massa crítica para a sua viabilidade económica) era muito apertada e cedo o colégio se viu envolvido em dificuldades.


(1968, Arquivo Municipal)


O modo como certas circunstâncias permitiram a sobrevivência da instituição nessas primeiras décadas não é relevante para o exemplo. O que interessa relevar é que, no início da década de setenta, uma parte significativa da quinta foi vendida para urbanização - grosso modo, a fatia paralela à Alameda das Linhas de Torres que começa após o Centro Comercial do Lumiar, hoje ocupada por um conjunto de prédios de habitação e que se estende até aos limites actuais do Colégio.

(Terrenos vendidos. Ao fundo, o actual edifício da Junta de Freguesia do Lumiar, 1968, Arquivo Municipal)


Esteve subjacente a esta venda uma imperiosa necessidade de realizar capital? Sim e não. Mais do que reforçar financeira e, temporariamente, os seus cofres, esta venda correspondeu e fomentou uma mudança de paradigma quase radical, a qual esteve na base da actual dimensão e pujança: ao colégio não lhe bastava ser muito bom se os seus potenciais alunos moravam longe - na hora de escolher, factores como os tempos de deslocação, a distância, pesavam a desfavor face a alternativas mais próximas do centro da cidade. Era necessário alargar tanto o número de potenciais usufrutuários quanto as vantagens comparativas. Com o impulso dado à grande urbanização do Lumiar com esta venda o Colégio atingiu estes objectivos. Objectivos consagrados com a inclusão, nas regras de escolha dos alunos, de um factor ponderativo relativo à proximidade da morada.

A história é mais complexa e muito mais recheada de factos, razões e explicações mas o essencial está indicado e é importante para o que se expõe de seguida.
(Terrenos na actual Alta de Lisboa, 1940, Arquivo Municipal - os edifícios ao fundo ainda existem)


A Alta de Lisboa surgiu como solução para a resolução do grave problema social e urbanístico de uma zona de habitações degradadas e precárias, numa operação auto-financiada em que as venda de apartamentos cobririam as despesas de construção dos fogos de realojamentos e da total urbanização da zona.



(Azinhaga de acesso à Alta de Lisboa, 1968, Arquivo Municipal)

Num processo proactivo de valorização do seu produto, entenderam os seus responsáveis ir mais longe no processo, dotando a área de equipamentos de alguma forma incomuns para standart usual nos processos de loteamento privados em Portugal. A Alta tornou-se pois o que parecia um produto comercialmente viável pela conjugação dos seguintes factores:

- Uma boa conjuntura económica nacional e o crescimento da procura de habitação nova;

- Um projecto urbanístico e arquitectónico atractivo, dentro dos limites da capital;

- Uma bem projectada rede de acessos intra e extra-citadinos, aparentemente sobre-dimensionada.


Como o Colégio, um projecto sólido, desenvolvido e apoiado por bons profissionais e gerador de boas expectativas de retorno pessoal e financeiro (satisfação, valorização do produto).

Presentemente, a sensação da maioria dos envolvidos (isto é, moradores) é a de que o projecto vive num limbo de desenvolvimento, com alguns indicadores - promoções com baixa de preços, incumprimento das datas anunciadas pelo promotor para o início de construção de novos empreendimentos, atrasos profundos na execução de infra-estruturas viárias essenciais para a circulação interna e para os acessos, degradação rápida em alguns equipamentos públicos, falta de manutenção de infra-estruturas - a anunciar um prenúncio de crise que a ninguém traz vantagens, a ninguém interessa.


Mais uma vez, alguns factores se podem indicar como principais justificativos para esta situação:

- A diminuição acentuada da bolha de especulação imobiliária em vigor em Portugal nos últimos 20 anos;

- O aumento simultâneo de produtos imobiliários para o mesmo público-alvo na cidade de Lisboa (as promoções da EPUL, a zona da EXPO, a zona a norte do Aeroporto, entre outros);

- O completo desinteresse da Câmara Municipal de Lisboa em cumprir o postulado nos acordos efectuados com a sociedade proprietária da zona, nomeadamente nas expropriações e compras necessárias à disponibilização dos terrenos para implantação das infra-estruturas viárias e nas aprovações, nos prazos previstos por lei, dos processos de licenciamento dos novos produtos;

- A publicidade negativa gerada pela proximidade das zonas de realojamento dos antigos habitantes dos edifícios de venda livre, muita da qual fantasiosa e ou apoiada em receios infundados de quem não conhece o local ou com a intenção declarada de despromover o local face a ofertas concorrenciais.

Como o Colégio, a Alta tem um problema: tem um produto bom que não consegue viabilizar totalmente.

Como inverter a situação?

Pode-se chorar pela perda de solidariedade da CML e esperar que, com a nova vereação, os problemas sejam ultrapassados.

Pode-se fazer como a avestruz e, baseando-se na erosão que o tempo causará em alguns destes problemas, esperar pela era dourada que se anuncia para daqui a dez anos (esquecendo-se que, num mundo que se caracteriza pela velocidade da mudança, esperar 10 anos sem nada fazer é um bilhete para o fracasso).

Pode-se esperar que um sismo desvastador crie uma procura espectacular por novas habitações.

Pode-se continuar a apostar numa baixa de preços que só vem criar animosidade de quem comprou o mesmo mais caro, agravar a imagem de produto de segunda linha e criar uma sensação de incoerência face à propalada excelência do mesmo.

Ou pode-se mudar de paradigma.

Ainda que a Alta tenha sido planeada como uma zona urbana mista, isto é com uma predominância de habitação mas com a inclusão de zonas de serviços, toda a acção da Sociedade promotora tem sido até agora a promover primeiro as zonas de habitação (com áreas quase residuais de serviços e que correspondem esmagadoramente às áreas previstas nos pisos térreos dos edifícios). Os serviços têm sido menosprezados. Isto implica necessariamente que todos os habitantes da Alta trabalhem noutro ponto da cidade o que implica que todos sejam obrigados a duas deslocações diárias as quais, mesmo com a conclusão das vias de acesso ao centro, serão sempre morosas.

Porque não usar o exemplo do Colégio e viabilizar a parte habitacional da Alta com os trabalhadores das zonas de serviços a criar? Não estaria criada um vantagem competitiva esmagadora em relação aos produtos concorrentes? Não se poderia então empregar com toda a propriedade e sem receio de ser entendido como publicidade mentirosa o argumento de que o trabalho estaria a 5 minutos de casa?

O tempo em que se criava uma cidade com um centro administrativo e de serviços rodeado de zonas de habitação (sendo a concepção dos Olivais o expoente lisboeta dessa linha de pensamento) está a morrer. Pela qualidade de vida que não cria. Pela despesa energética gerada pelas deslocações diárias. Pela destruição do comércio local que implica (não há tempo nem horários para a frequência de lojas que, pela sua dimensão, não têm capacidade de abertura aos fins-de-semana ou à noite). O tempo é de uma rede urbana de pequenos pólos habitacionais , dispondo de um completo equipamento local (comércio de proximidade, instalações desportivas e escolares básicas, centro de saúde, pólos culturais, serviços, pequena indústria), e agregados em rede de modo a usufruir dos grandes equipamentos (hospital central, centro de espectáculos de grande dimensão, universidade).



A Alta pode iniciar esse novo paradigma e voltar a significar uma nova forma de fazer cidade. Para isso precisa de urgentemente, inverter o previsto e iniciar rapidamente a construção das malhas previstas no Projecto de Urbanização (PUAL) para zonas de serviços. Aumentar a oferta a empresas e criar condições para a sua instalação no bairro. Deixar a habitação para uma segunda fase, depois de criar mais apetência para a mesma. Negociar a implantação de equipamentos que recorram ao emprego de muitos funcionários (promovendo deste modo o emprego para as populações dos PER e ajudando à sua inclusão social), sendo a proposta para implantação das novas instalações do Instituto Português de Oncologia sugerida neste blog um bom exemplo.

Terá a SGAL a coragem e a capacidade para esta mudança? Terá a vontade? Esperemos pela resposta. Pode ser que apareça.

27 comentários:

Unknown disse...

É o ovo de colombo, não é?

Tiago disse...

Muito bem, Pedro. Seria fantástico que a SGAL e CML se pronunciassem sobre este assunto, não necessariamente ao mesmo tempo. Não é preciso ficarem reféns do que podem ou não dizer. Tenham coragem, assumam ideias, mostrem amor à causa como nós mostramos.

Eu, enquanto morador, subscrevo na totalidade as ideias propostas.

Anónimo disse...

A venda de habitação paga-se a ela própria.

Alguém iria pagar um escritório 3 anos antes ???

Se quiser deitar fora o seu dinheiro diga me, q eu dou lhe um NIB de assistência social.

Pedro Cruz Gomes disse...

Como é que é?

Depreendo - se consegui decifrar o seu português - que argumenta que se consegue vender um fogo para habitação em planta (antes de ser construído) e um espaço para serviços não.

Para além de não ser esse o objectivo deste post - o de alvitrar modos da SGAL ganhar dinheiro, antes contribuir para se inverter a aparente crise que atacou a Alta de Lisboa - devo dizer-lhe que está enganado.

Se os apartamentos já estivessem vendidos em planta não precisaria a SGAL de lançar campanhas de baixas de preços para os "despachar". Se os escritórios nunca fossem vendidos em planta não haveria, como há, uma lista de espera para recompra em algumas promoções de edifícios para serviços, como foi, por exemplo, o caso de um edifício lançado na Alameda das Linhas de Torres.

E o que é um NIB de assistência social? Uma lixeira para onde se deita fora o dinheiro?

Anónimo disse...

Concordo com a ideia de que é necessário apostar mais na área do sserviços. Apenas penso que há um pressuposto errado: o de que os habitantes dos PER querem trabalho...alguns quererão mas o resto prefere continuar a ser sustentado pelo rendimento mínimo e a dispôr de tempo para estragar o que é dos outros...

Moro na Alta de Lisboa desde 2002 e apesar de tudo gosto. Mas há dias em que me apetece fugir, saturada de tanto lixo e de tanta falta de civismo!

Força ao Viver pelo serviço que presta aos habitantes da Alta de Lisboa.

Anónimo disse...

Isso da falta de civismo ser exclusivo dos habitantes dos bairros sociais...

Há os nossos vizinhos da Alta que se fartam de esperar na estrada da Torre e fazem parte do trajecto em contra-mão, as mãezinhas que deitam os cigarros para o chão no parque das conchas enquanto esperam que os filhotes acabem de brincar nos baloiços, os filhos-família que berram dentro do Conchas para encanto dos pais e desencanto dos demais, os que param em segunda fila...

Mas como a anónima anterior, tenho esperança de um dia estar satisfeita com a civilidade DE TODOS.

Anónimo disse...

Em resposta ao Pedro,

a larga maioria dos moradores da Alta pagaram 50% antes de ter a chave da casa, certo ?
Logo estivemos a financiar a construção da casa. Logo a crise não existia pq havia dinheiro a entrar regularmente.
Em relação à época de saldos, a baixa de preços era o isco, já que de tds as casas existentes para venda, apenas 1 ou 2 eram de preços reduzidos, tds as outras eram de valores similares aos normais.

Em relação aos escritórios, se tivermos a falar de empresas como PT's ou Sonae's, então sim, acredito que paguem uma "renda" durante a construção, mas se falarmos de PME's ou mesmo de micro-empresas (90%) do tecido empresarial, não tou a ver alguém pagar empréstimos.
Atenção eu não tou a falar de empresas q irão fazer negócio com a compra do espaço, essas sim, irão pagar td e mais alguma coisa, eu tou a falar das empresas q precisam do espaço para viver o dia a dia.

Eu não penso q as suas ideias sejam más, eu concordo com a maior parte delas. Eu tb preferia demorar 15 ou 20 minutos a pé para ir trabalhar do q demorar 30 minutos no carro ou mm de transportes. No meu caso o tempo é igual, a diferença é mm o conforto e a disponibilidade fora de horas desta meia hora.

Eu não acredito q exista uma crise na venda de casas. Lancem por exemplo a Malha 5 ou mm a 6 e vão ver novamente as pessoas a comprar. Porquê ? porque são apostas ganhas, pq apesar de certas palavras menos boas nos sites, a verdade é q a Alta é uma vitória, não só para a SGAL como para nós moradores.

Eu só acho é q a SGAL perdeu-se um pouco. Enquanto foi só vender e recolher dinheiro trimestralmente, td bem, não era difícil. Quando se começou a falar em pós-venda, assistência e continuidade da relação vendedor-comprador é que foi td mais complicado.

Já agora a lista de espera do tal edifício na Alameda, envolve algum CPCV, com valores em euros transaccionados ?
É que se basta dizer q gostava de um espaço para o ter, então não tamos a falar da mesma coisa.

Anónimo disse...

tenho amigos que vivem e trabalham na Alta: que inveja... mas cadê as esplanadas? Os serviços? O centro cultural?
Concordo plenamente: IPO (há sempre dinheiro para isso e tem poder de atractividade).E malhas comerciais.
Continuo a discordar PROFUNDAMENTE do passeio de Lisboa ou eixo central com 6 faixas (3x3) uma autoestrada no centro de uma zona de habitação é um crime, excepto se for uma solução tipo EXPO - vias laterais lentas (estreitas) e quatro centrais com semáforos de velocidade controlada - para evitar atropelamentos.
Mas acredito que a visibilidade a partir do Eixo NS vai ajudar, tal como o fim do topo do parque oeste.
Mas a SGAL tem de acordar para a NOVA COMUNICAÇÃO - quando começarem a comercializar a zona ribeirinha da doca pesca digam adeus, perdeu-se o Momentum...

Diogo Luis disse...

Já agora, alguém sabe onde se pode ter mais informação sobre a zona ribeirinha da doca pesca?

Anónimo disse...

Caros Bloggers,

Os espaços comerciais já existem, atente-se na quantidade de lojas devolutas no Condomínio da Torre e que se encontranm nesta situação há cerca de 3 anos, as quais pertencem à CML, através de um protocolo celebrado com a SGAL.

A iniciativa de dar vida à Alta terá que partir obrigatoriamente das Entidades Oficiais para assim "catapultar" a iniciativa dos particulares. Se nestes espaços existissem serviços da CML e de outro tipo, certamente que não era necessário a população da Alta de Lisboa (e tb. de toda a zona do Lumiar) tivesse q se deslocar à Calçada de Carriche cada vez que necessita de ir levantar uma carta registada aos CTT, aliás, propunha ao Viver que fosse abordada esta temática num próximo post e fosse criada uma reclamação conjunta a ser encaminhada por todos nós junto dos CTT e da própria JFLumiar.

Outro assunto que se torna necessário chamar à atenção da opinião pública e em particular da comunicação social, prende-se com o incompreensível abandono da super-esquadra da Alta !!! Como é possível que após a conclusão - há 3 meses - de uma infraestrutura desta dimensão e essencial para a segurança de uma vasta área da cidade de Lisboa, a mesma se encontre ainda por inaugurar ??? até o colégio S. Tomás que foi construído em tempo recorde já está a funcionar normalmente e a esquadra está à espera de quê para abrir ??

Ps. - enviei um pedido de esclarecimento ao MAI e à CML e logo que as respostas sejam recepcionadas irei disponibilizá-las num post....o q pode acontecer é q pode demorar alguns meses...

Viva Robert Mugabe, Viva a o Zimbabwe....não, desculpem: Portugal, Portugal... é q em certas coisas somos tão parecidos q às vezes confundo ....

FX

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente os comentários construtivos aqui deixados.
Vivo na Alta de Lisboa há mais de um ano e posso dizer que estou cada vez mais entusiasmado com o projecto. A este propósito, sem dúvida que a abertura do Eixo N/S foi uma mais valia.
Claro que a dinamização (esplanadas, lojas, serviços) da zona dos Condomínios do Parque, S. Gonçalo e Jardins de São Bartolomeu é fundamental para "mudar a cara" do enquadramento Avª Nuno Krus Abecassis- Rua Tito Morais, e esta dinamização tarda em se desenvolver, ao contrário, por exemplo, da Rua Helena Vieira da Silva, onde (apesar dos prédios estarem à sombra todo o dia...) se vendem os edifícios Evolution a preços exorbitantes, mas inseridos numa rua com restaurantes, clube de vídeo, cabeleireiros, cafés, lojas diversas, bancos. Quem por lá passa, vê, para já, uma imagem mais atractiva do que quem faz, por exemplo, a Tito Morais.
E não venham falar dos realojados: mesmo ali ao lado, está o café do Marcão, sempre repleto de gente à porta encostada à parede, o que não é certamente o melhor "cartão de visita". Assim como há realojados dispersados por variadas zonas da cidade de Lisboa (Telheiras, Alameda das Linhas de Torres, Avª Brasil, etc), facto que parece querer ser habitualmente ignorado - uns , porventura, porque têm algum interesse em denegrir a imagem deste projecto fantástico, outros, muitas vezes residentes, porque gostam de auto-mutilar o seu investimento na esperança de que, falando mal de tudo e de todos, possam ter alguma resposta mais eficaz das entidades responsáveis pelo projecto.
Evidentemente, o "civismo" e a valorização do projecto está nas pessoas e as pessoas têm a faculdade de agirem bem ou mal: também não me agrada ir passear ao Parque Oeste, zona verde, com um lago e passeios de calçada, e constatar, todos os dias, que um vizinho dos prédios realojados estaciona o seu camião TIR cheio de contentores coloridos ao longo do estacionamento que deveria ser para veículos ligeiros em espinha! Assim como um vizinho do prédio da frente dos Jardins de São Bartolomeu que insiste em colocar nas janelas uns lençois brancos de cama mal pendurados!
A valorização cabe a todos: a nós, cabe-nos fazer a nossa parte , já agora, pressionar as demais entidades para fazerem a parte delas (as infraestruturas viárias, um departamento comercial da SGAL criativo e não um "departamento de saldos", construção de espaços comerciais, de serviços e de cultura, etc).
Mas "pressionar" não significa, todavia, depreciar este grande activo que é, e cada vez mais será, a Alta de Lisboa!

Unknown disse...

As pessoas não se podem esquecer que a Rua Helena Vaz é das mais antigas. Só agora está assim, viva. Há coisa de 2 anos tinha apenas 1 ou 2 lojas. É de repente. Mas é verdade que o comércio e serviços de proximidade dão mto jeito. Só nessa rua uso os cafés, a lavandaria, o talho, a peixaria, o videoclube, os bancos e corto ocasionalmente (não sou cliente fiel). Já é mta coisa ao pé de casa.

Em relação aos CTT, como alguém referiu, seria na verdade uma mais valia para a zona. Ainda esta semana perdi uma carta registada pq saio de casa antes da Calçada Carriche estar aberta e só chego depois. Há o serviço Siga dos CTT (www.ctt.pt/siga) que nos envia as coisas para outra estaçao ou outra morada mas é pago e é preciso saber dele.

Anónimo disse...

No SIGA é 1,75 €, só em cartas do IRS já esses senhores encheram a barriguinha connosco !!! ah e o horário dessa estação dos correios é inacreditável !!! até fazem pausa para almoço e tudo !! e às 18h, ala q se faz tarde !!!

Anónimo disse...

Essa estação é mesmo do cú de Judas! E o horário!... Até já tive que almoçar no tasco do lado à espera que abrisse (acho que vivem dos forasteiros que vão aos ctt). Para quem não tem carro como o je é uma verdadeira expedição ir levantar uma encomenda. CTT na Alta de Lisboa precisa-se urgente. Até pode ser aqui na colina de s gonçalo que eu não me importo.

Anónimo disse...

Bora lá, um post sobre os CTT! Petit à petit on mange le gateau...

Anónimo disse...

Bora lá, um post sobre os CTT! Petit à petit on mange le gateau...

Anónimo disse...

Interessante o post. Como antigo aluno do Colégio, desconhecia esta parte da história, embora discorde da visão da proximidade de residência. Aliás, basta uma leitura atenta dos sucessivos Anuários do Colégio para confirmar que uma grande parte dos alunos (antigos e actuais)não mora na zona do Lumiar. Quanto á questão elitista também revela desconhecimento profundo mas não vou escrever sobre o tema. Em relação à Alta de Lisboa, recordo apenas que :
1. A mesma é um projecto privado ligado ao empresário Stanley Ho; 2. A decisão de habitar a zona é livre;
3. Já há cerca de 40 anos que os "musgas" vivem na zona;
4. Que como projecto empresarial visa o lucro;
5. Que equipamentos como esplanadas são de investimento privado e portanto de quem tome a decisão de os concretizar;
6. Que quem pretende habitação com preocupações sociais deve recorrer a outras entidades.

Pedro Cruz Gomes disse...

Caro anónimo (e, pelos vistos colega da AAACSJB), o meu comentário também vai fugir do tema do post (mas como é o hábito por estas paragens, não vem grande mal ao mundo).

Quanto a desconhecimento de temas: espanta-me que, tendo sido aluno do Colégio nunca tenha ouvido nenhum responsável (faz parte do "discurso" oficial - e oficioso -) referir-se à vontade da entidade em incentivar a frequência da escola pelos habitantes vizinhos. É óbvio que seria difícil que em mais de 1300 crianças a esmagadora maioria fosse habitante do Lumiar mas se consultar os anuários (e retirar obviamente os descendentes de antigos alunos que moram noutros pontos da cidade) comprovará o que escrevi. E se se der ao trabalho de fazer uma estatística ao longo dos anos, verá que os números de alunos moradores na freguesia aumentaram desde os anos 70. No entanto, não é esse o ponto. Para o exemplo que eu quis dar, bastava a vontade declarada da direcção do Colégio, expressa ao longo dos anos, de dar prioridade (em condições de igualdade nas outras variáveis tomadas em conta na candidatura) aos moradores da Freguesia.

Quanto ao elitismo, por favor fale lá dele e diga do que discorda e onde está o desconhecimento. Discorda que um estabelecimento de ensino privado no Portugal do final dos anos 40, com propinas elevadas e numa altura em que não havia escolariedade obrigatória e onde a maioria dos alunos parava na então 4ª classe, fosse elitista?
Se esta justificação não chega, consulte lá os seus anuários e veja os nomes de família dos que o frequentavam.

Quanto aos pontos que recordou, para além de serem verdadeiros, servem para comprovar ou contestar o quê?

Anónimo disse...

Apenas um reparo,

o Colégio SJB dispõe de uma quota de vagas destinadas aos filhos dos funcionários em regime diurno, sendo que no regime nocturno qq pessoa se pode inscrever e não paga um tostão, e olhem q sõ mesmo muitas pessoas a frequentar essa instituição em regime nocturno ! E q tal se o S. Tomás tomasse a mesma iniciativa, hem ??

Anónimo disse...

Em resposta ao Sr. Pedro, diga-me nos cerca de 1500 alunos que anualmente frequentam o Colégio quantos pertencem às familias que quer evidenciar ? E essas familias que percentagem representam desses 1500 alunos ? Seguramente uma infima parte. De resto a grande maioria são filhos de pessoas e familias "anónimas", ao contrário da tese do elitismo, que de vez em quando vem à baila não sei porque razão. É capaz de me explicar ? Não sei quantos anos andou no CSJB mas pelos vistos não consultava o Anuário. Ele está à disposição quer na AAACSJB quer no actual edificio da Infantil.

Pedro Cruz Gomes disse...

É com grande pesar que verifico que o nível de ensino no Colégio está a decrescer - já contribui com ex-alunos para as estatísticas de analfabetismo funcional deste país.

Anónimo disse...

Toda a gente sabe que só se tem vaga nos privados - sjbrito, doroteias ou mbernardes - sendo filho de antigo aluno, conseguindo vaga na infantil...ou com muita e boa cunha!
Sempre morei no lumiar, tive meu filho pré-iscrito três anos e não teve vaga no 5º ano!
E sim , há de tudo, embora as elites prefiram o ensino inglês, francês ou alemão.
Nos privados, em geral, há filhos de famílias esforçadas e...muito novo-rico.

Anónimo disse...

I don't care much for extremely expensive and exclusive schools where no-one but the best connected gets in. From conversations with many teachers (I know a few) and having taught many students from these schools, I can promise you the schools are nothing special. Only a way of reinforcing social class barriers that are due to fall (if Portugal ever follows the rest of Europe).
Anyway back to the more important topic ..CTT. I couldn't agree more we need a POST OFFICE here. However, should we get one, I will miss my pleasant walks through Parque Oeste (or is it Vale Grande) and then Quinta Sta Clara and down the numerous stairs to Cçda Carriche. (I am not being cynical I love this walk. :-) )

Anónimo disse...

Além de desconhecer por completo o mercado imobiliário também tem parcos recursos a nível informático. Esta ferramenta - Blog - foi criada como meio de interactividade entre os utilizadores da internet. No entanto permite para aqueles que não querem ou não têm bagagem possam suspender os comentários aos posts ou alterar a palavra "Comentário". Aqui deveria ser "Comentário de quem concorda comigo". Permita-lhe recordar apenas o "Magis", ou seja, fazer o melhor, especialmente nos que concerne ao respeito pelos outros. A clarividência não é o seu forte seguramente. Porque não informa os leitores de que aos habitantes da freguesia do Lumiar é atribuida uma pontuação de 1 valor na candidatura ao Colégio ? E que para entrar no mesmo é necessário pelo menos até ao 7º ano possuir cerca de 55 pontos dentro dos critérios de admissão? É o "ponto" atribuido aos moradores do Lumiar que vai identificar alguma vontade do CSJB em que os filhos dos mesmos entrem no Colégio ? Mas pela ausência de resposta da sua parte compreendi o problema que o aflige. E acredite que o entendo perfeitamente. Quanto à AAACSJB, lamentávelmente nas reuniões das mesmas estão os elementos dos Orgãos Sociais e pouco mais. Não bastar ter andado no Colégio para chamar à conversa a Associação. Só mais uma coisa : Não fui mal educado. Não seja também.

Pedro Cruz Gomes disse...

Confirma-se. Para além da incapacidade em interpretar os textos dos outros também revela alguma falta de arte em verbalizar o que lhe vai na alma.

Comecemos pelo elementar: o post que publiquei visava a mudança de um dos paradigmas que norteiam o desenvolvimento da urbanização da Alta de Lisboa por parte da Sociedade Gestora, tendo recorrido ao passado do Colégio para os leitores mais facilmente identificarem a proposta contida no texto. Leia bem: o Colégio era um exemplo, não era o objecto do texto. O texto era sobre a Alta de Lisboa, não era sobre o Colégio.

Conhecendo eu, no entanto, o tipo de reacções desproporcionadas e algumas vezes despropositadas que surgem nos comentários, tive o cuidado de avisar que "A história é mais complexa e muito mais recheada de factos, razões e explicações mas o essencial está indicado e é importante para o que se expõe de seguida." Pensei que, para bom entendedor estas palavras bastavam; esqueci-me dos maus entendedores e dos que sempre preferem discutir os pormenores por falta de bagagem para discutir o essencial.

Entendeu protestar depois de, com uma leitura apressada, concluir que eu estava a atacar o elitismo do Colégio. Entendeu discordar da "interpretação" que eu faço da atitude do Colégio perante os moradores da envolvente.

Tentei explicar-lhe que mencionei como elitista um ensino nos anos 40 porque
1. acontecia numa época em que não havia escolariedade obrigatória e onde a maioria dos alunos parava na 4ª clase e
2. era pago (e bem pago).

Se parasse para pensar, teria logo percebido que aqui "elitista" não significava "um termo pejorativo usado com frequência pelos comunas para denegrir uma acção de qualidade" antes o que formava uma elite, ou seja, o que formava o que há de melhor numa sociedade - dinheiro e formação superior juntos, percebe? Se parasse para pensar veria que era apenas uma constatação, não uma contestação. E para que não restassem dúvidas, convidei-o a ler os nomes de família dos alunos desse tempo. Desse tempo, pois o "elitismo" a que me referia era, obviamente (será que já percebeu que é aos anos iniciais do colégio que eu ainda me estou a referir?) o dos anos 40/50.

Quanto à questão do Lumiar. Primeiro deixe-me citar o texto inicial:
"Era necessário alargar tanto o número de potenciais usufrutuários quanto as vantagens comparativas. Com o impulso dado à grande urbanização do Lumiar com esta venda o Colégio atingiu estes objectivos. Objectivos consagrados com a inclusão, nas regras de escolha dos alunos, de um factor ponderativo relativo à proximidade da morada."

E agora o seu:
"Como antigo aluno do Colégio, desconhecia esta parte da história, embora discorde da visão da proximidade de residência. Aliás, basta uma leitura atenta dos sucessivos Anuários do Colégio para confirmar que uma grande parte dos alunos (antigos e actuais)não mora na zona do Lumiar."

Repare: não é de mim que está a discordar. Eu digo que o Colégio procurava alargar a "base de recrutamento" - obviamente no final dos anos 60 que é quando a venda foi feita - vá lá ler a legenda das fotografias - e que tinha conseguido esse objectivo com o impulso que a urbanização do Lumiar sofreu com a venda de parte dos terrenos da quinta - objectivo consagrado com a inclusão de um factor ponderativo relativo à proximidade da morada. Você convida-me a ver os anuários e verificar o número de alunos do Colégio que moram no Lumiar? Não está a discordar comigo, está a dizer-me que, do campo das intenções à realidade vai uma grande distância e que os jesuítas não cumprem o que anunciaram! Contesta os objectivos do Colégio na venda dos terrenos? Não contesta (aliás, não poderia, já que afirmou desconhecer a história - e eu ouvi-a, alguns anos depois, a um dos seus responsáveis, tendo partido do princípio que era verdadeira (ainda que lho possa perguntar novamente, já que ainda está vivo e de óptima saúde)). Contesta a existência de um factor ponderativo? Não contesta - até a confirma nesta sua última resposta.

Apesar destas chamadas de atenção - julgava eu que perceptíveis - contidas na minha primeira resposta, continuou a confundir "frequentavam" com "frequentam" e numa cambalhota temporal convidou-me a apresentar nomes "de família" dos alunos de hoje. Mas se eu - volto a dizê-lo pela enésima vez - não me estava a referir a hoje! Percebe a diferença de tempos verbais? Aparentemente não. E foi por isso que eu me referi ao seu analfabetismo funcional - que é precisamente a falta de capacidade de entender um texto que se lê (pelo menos é o que se pode depreender quando alguém lê uma forma verbal no passado e a traduz como uma acção passada no presente). Mais uma vez não é contestação, é constatação. Mas pode ser que esteja enganado e tudo tenha sido apenas produto de uma leitura apressada e de um impulso de cruzada que lhe tenha surgido.

Quanto à sua última resposta fiquei na dúvida: acusa-me de eu não aceitar comentários discordantes mas, aparentemente, está perturbado por eu ter discordado da sua discordância?

Segunda dúvida: Qual foi a pergunta que fez antes à qual eu não respondi e que lhe possibilitou perceber a minha aflição? E o que é que me aflige?

Eu sei que me aflige o processo da Alta estar muito atrasado em relação aos prazos anunciados, eu sei que me aflige a perspectiva de todo este empreendimento falhar nos seus objectivos - foi por isso que escrevi este post sobre a Alta e não sobre o Colégio - mas em relação ao Colégio... hum... não, não estou a ver nada... (bom, aflige-me o decréscimo de qualidade de ensino mas não vou entrar por aí outra vez).

Para terminar: depreendo pelo início da sua resposta que conhece profundamente o mercado imobiliário (e, possivelmente, urbanismo e sociologia). Então, porque é que, em vez de alinhavar meia-dúzia de lugares-comuns sem os ligar ao post, não interviu contrapondo à tese do post argumentos válidos e sólidos, contribuindo assim para uma análise séria das que podem ser soluções realistas para a Alta? Ainda vai a tempo!

Anónimo disse...

Frase contida em toda e qualquer publicidade a projectos imobiliários na Alta de Lisboa :"Os elementos constantes neste prospecto não constituem vinculo contratual".

Anónimo disse...

palavras (posts) para quê? estou como o Tom, isto da Alta é um filme...de ficção!Mas eu gosto de aqui viver. E VAI MELHORAR ;)