quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Primeiro dia de aulas

Estreei-me como mãe mais ou menos na mesma altura que me estreei moradora aqui na Alta de Lisboa. Ao princípio achei óptimo: tantas creches, tantas escolas novas no projecto! Depois, na prática, tem sido rizível a minha tentativa, ano após ano, de inscrever os meus filhos (sim, agora já são dois) numa creche ao pé de casa. Uma peregrinação de IPPS em IPPS, que decorre usualmente no mês de Maio, e não passa de um descargo de consciência porque não há hipótese de conseguir uma das 2 ou 3 vagas disponíveis para tanto miúdo que precisa. Para ser honesta, não acho que esta escassez de instituições seja apanágio da Alta de Lisboa. Ou sequer de Lisboa. É, infelizmente, condição generalizada de que padece o país inteiro. Mas numa zona de habitação orientada aos jovens casais em princípio de vida, onde não há patamar de prédio sem crianças ou mulheres grávidas, era também boa aposta aumentar mais a oferta. Digo eu.

Entretanto tudo se torna ligeiramente mais fácil a partir dos 3 anos. Aqui na Alta de Lisboa existe o Jardim de Infância do Centro Social da Musgueira de que ouvi falar a primeira vez ao Tiago na altura em que escreveu este post. Fui lá, entusiasmei-me a sério - mesmo a sério! - com o trabalho, o espaço disponível e a certeza de instalações novas ainda mais espaçosas e adequadas para breve. Além disso, poder levá-lo a pé e sentir o ar fresco da manhã na cara torna-me logo mais produtiva.

Inscrevi o mais velho, esperámos ansiosamente que passassem as férias, e hoje estreou-se na escola nova. E sem bibe - ali não há bibes - e o Pedro preza muito a oportunidade de mostrar a t-shirt que escolhe pela manhã. E eu também sou adepta de encorajar a sua individualidade, mesmo que as cores não combinem muito bem.



Quando o fui buscar passou a correr por mim para dizer “Não quero ir embora!”. Parece que estamos contentes com a opção. Agora é esperar que o mais novo também cresça.

11 comentários:

Tiago disse...

Fixe! Tinha a certeza que iam gostar! Seria excelente se o CSM tivesse condições para ter uma escola primária também.

Unknown disse...

Antes de mais acho que seria excelente se tivesse condições para ter uma creche!

Tiago disse...

Pois, é um caso típico em que o conteúdo é muito melhor que a forma.

Ana B. disse...

As obras do novo edifício, que será junto à Rua Pedro Queirós Pereira, é que andam um pouco "engasgadas".

Além de instalações melhores e mais espaçosas, o novo edifício projectado permitirá uma maior proximidade dos residentes, satisfazendo melhor as suas necessidades.

É urgente que isso aconteça!

A falta de equipamentos e serviços de proximidade obriga os moradores a procurar respostas fora da Alta de Lisboa. E assim é difícil tornar a Alta viva e vivida pelos seus moradores.

Pedro Veiga disse...

Não só faltam equipamentos na área de educação como também na área da saúde, como é o caso do centro de saúde projectado há muito tempo. Tudo isto ajudaria a que a Alta deixasse de ter o aspecto pouco convidativo que tem.

Unknown disse...

É verdade. Não tenho mta razão de queixa do Centro de Saúde do Lumiar. Ainda antes de ontem resolvi lá numa manhã, completamente de improviso porque sou mais desorganizada do que devia, a necessidade de uma declaração precisamente para o miudo poder ir a creche. E isto numa altura de férias dos médicos e sem ter médico de família atribuido. É verdade que senti uma certa desorganização e não percebi a gestao independente de andar para andar, mas resolvi o problema. Mas seria mais fácil com um novo centro de saúde para a nossa zona, é certo.

De qq modo, o aspecto convidativo dependerá em parte do tempo. Ainda hoje li este texto do nosso vizinho Tom (http://uptownlisbon.wordpress.com/2007/06/14/rua-helena-vaz-da-silva/) sobre uma das ruas de sucesso na Alta de Lisboa e acho q ele tem razão.

Mas não me desviando do tema: a falta de creches é um problema geral que não sei como se dá a volta a não ser com financiamento do estado. As privadas custam um balurdio a quem as abre (para terem qualidade e boas condições) o que se traduz num balurdio para quem as paga.

Em relação às primárias, ainda nao estou bem dentro do assunto. Penso que as haverá. Embora o Tiago tenha razão: era bom que o Centro Social podesse assegurar o ensino básico dando continuidade ao método pedagógico moderno e aliciante que têm no jardim infantil/pré-primária. Tenho pena que o miudo seja tão bem estimulado nos próximos 3 anos (estou a contar com isso!)para depois chegar ao ensino básico e chocar com o ensino mais tradicional...

Cininha disse...

Concordo plenamente com a questão da falta de apoio às famílias no que toca a alternativas de qualidade para a infância e a alguma qualidade demonstrada no centro de saúde local. Partilho apenas 2 situações que se passaram recentemente comigo nestas áreas, aqui no Lumiar:

1. Quando chegou a altura do meu meu filho mais velho entrar para a creche/jardim de infância, corri as 'ofertas' todas da zona. Problemas: se não era a ausência de vagas, era a falta de condições oferecidas, se não era o preço exorbitante, era a falta de qualidade dos recursos humanos... Enfim, cheguei a encontrar um local em que, na mesma sala onde as crianças aprendiam, também brincavam, comiam e dormiam a sesta! Fugi logo dali.

2. A precisar de um exame médico complicado, procurei locais onde o realizar na cidade de Lx.
Problemas: quase nenhuma clínica o fazia e as que o fazem implicam o pagamento de mais de 100€ a pronto.
Comparticipações de subsistemas de saúde? As raríssimas que aceitam encontraram esquemas algo peculiares de afirmar que fazem sem, na prática, oferecerem grande coisa aos cidadãos.
Como eu precisava lá fui. Cumpri as instruções à risca: aparecer antes das 8h da manhã e aguardar a atribuição da senha. Quando cheguei encontrei 40 pessoas à espera, na rua, algumas delas desde a 1.30h da madrugada! Razão: só se atribuem 15 senhas para utentes comparticipados para todo o mês...

Em Outubro lá estarei, tipo vinda do Bairro Alto ou Docas, acabar a noite plantada à frente da clínica, de cadeirinha, chapéu de chuva e um livro de 300 páginas para passar o tempo!

Pedro Veiga disse...

É o negócio da educação! Portugal funciona assim. O que é público tem que ser mau e escasso para depois aparecerem os privados que exigem umas mensalidades milionárias às famílias sobrecarregadas com os impostos.
Ainda me lembro do tempo do Eng. Guterres e da "paixão pela educação". Foi forte e de pouca duração. Hoje a paixão do actual engenheiro é pelo computador e pela internet. Quer toda a gente a usar as tecnologias da informação.

Rodrigo Bastos disse...

Têm de haver mais e melhor aposta na educação pública na Alta de Lisboa. Deveria ser um dos pontos prioritários neste projecto pois é a meu ver muito importante para a estabilização/diluição social da zona a médio/longo prazo.

Gostei muito de ler as tuas palavras. Boas aulas e keep posting :))))

Anónimo disse...

e as crianças até aos 3 anos de idade, não há creches na alta de Lisboa?

Anónimo disse...

não!!!