quinta-feira, 12 de julho de 2007

Viver (e Participar) na Alta de Lisboa

Como membro da direcção da ARAL, embora tenha a tentação, inibo-me de utilizar este blog para divulgar a associação. Neste post contudo, gostava de passar a minha visão pessoal, apaixonada e nada institucional de como tenho vivido estes primeiros meses de experiência associativa.

Ao longo dos meus quase 41 anos sempre tive uma perspectiva um tanto egocêntrica do mundo. Entre solicitações profissionais, família, e dificuldades que, por mais que se queiram evitar, estão sempre a surgir, é fácil e quase justificável pensarmos que não há tempo para mais nada. A determinada altura e um pouco por culpa do “Viver” comecei a querer envolver-me mais nos assuntos do nosso bairro, a contribuir para algo, não para mim ou para a minha família, mas para a comunidade. Ofereci-me inicialmente como voluntário para o programa de empreendedorismo do K’Cidade e comecei a conhecer outras realidades bem distintas da minha. Infelizmente não tenho a arte para descrever aqui o gozo, o prazer, a satisfação e também o orgulho que tive em colaborar (mesmo que pouco) com alguns moradores realojados que iniciaram os seus próprios negócios. Foi uma experiência importante que me fez querer envolver ainda mais com a comunidade.

Passado algum tempo, e depois de um desafio da Ana Louro neste blog, o Zé, a Rodrigo, o Luís, a Isabel e eu, que não nos conhecíamos, começamos a encontrar-nos aos fins de semana a pensar na constituição ARAL. Em Dezembro fizemos a escritura da associação e, acreditem, nestes últimos sete meses (parecem 5 anos!) muita coisa se passou. Começamos por conhecer e darmo-nos a conhecer as várias instituições locais, a primeira foi a Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha do Lumiar, seguiram-se as Juntas de Freguesia do Lumiar, Charneca e Ameixoeira, a Associação de Residentes de Telheiras, as secções locais dos vários partidos, a K’Cidade , ISU, a SGAL, a UPAL e muitas outras. Comecei a perceber como havia muita gente boa a trabalhar no terreno, com empenho e grande profissionalismo. O convite para a ARAL integrar o Grupo Comunitário da Alta de Lisboa e a partilha de projectos permitiu a consolidação do relacionamento pessoal com os elementos das outras instituições, talvez este tenha sido esse um dos aspectos mais gratificantes de toda esta aventura.

Os contactos estabelecidos com os vários candidatos à Câmara Municipal de Lisboa também foram positivos. Apresentamos as virtudes do PUAL e os seus principais problemas e parece-me que contribuímos para lhes dar a conhecer melhor a realidade do Alto do Lumiar,. Esperemos (Isto é o eu lado optimista a escrever) que no futuro haja mais informação, diálogo e abertura por parte da C.M.L., pelo menos agora já nos conhecem e sabem quem nos somos.

Mesmo com algum sacrifício profissional e familiar, não questiono se o que estou a fazer vale a pena, tenho aprendido bastante, conhecido muita gente boa e mais importante de tudo, tenho consciência que o pouco que dou pode fazer realmente a diferença.

Nota: Temos muitas ideias e projectos para implementar, mas queremos mais ideias e mais pessoas para trabalhar connosco, passem pelo blog da ARAL (vejam como ser associados) e apareçam.


3 comentários:

Anónimo disse...

Esta é uma das maravilhas do voluntariado - ganha-se, dando!
É preciso que as pessoas se apercebam disto.
E como é voluntário, a liberdade é grande, muito maior do que noutros casos, como por exmeplo o emprego!

Ana B. disse...

Quero aqui parabenizar a ARAL pelo seu percurso e pelo esforço incansável dos seus membros em prosseguir o bem comum. Tem-no feito com muita dedicação, lisura e dignidade. Tenho testemunhado muitas das suas iniciativas e, na minha opinião, o contributo tem sido inestimável. Tem estendido pontes, tem cultivado relações e tem feito ouvir a voz dos moradores nos mais diversos assuntos que a estes dizem respeito.

O pontapé de saída está dado! Às vezes é o que custa mais. Que muitos se juntem a este grupo de moradores que genuinamente acredita na participação cívica.

Que a falta de tempo não seja uma desculpa. Como alguém dizia... são precisas pessoas de agenda cheia.

É uma tarefa muitas vezes ingrata e como tal, da minha parte, merece ainda mais respeito e admiração.

Rodrigo Bastos disse...

Pois é João...e foi muito interessante ver durante o último ano tanta coisa gira e cativante no que toca a imagem e comunicação e então em termos de deporto foram cento e tal coisas (permite-me a comparação) interessantes. Ena, ena... ;-)