segunda-feira, 16 de abril de 2007

Ainda a pista de ski

O alerta para a possibilidade de a pista de ski que a CML deseja construir no Parque Oeste cortar o Parque Periférico, previsto muito antes, e que implicou custos adicionais nos viadutos do Eixo Norte-Sul, teve alguns ecos. A Carmona Rodrigues foram enviadas cartas pelo Cidadania LX e pelo deputado do MPT, Pedro Quartin Graça.

Estes esforços de cidadania foram noticiados no PÚBLICO, bem como nos jornais de distribuição livre Metro e Destak.


Alguém conhece o estudo de viabilidade que garante um milhão de visitantes por ano? Porquê abdicar de um espaço que se previa verde e que poderá servir no futuro de barreira sonora e ecológica face à poluição do Eixo Norte-Sul? Tinham conhecimento do projecto do Parque Periférico, antes de receber de braços abertos a ideia da pista de ski, o director da UPAL, Fernando Rosado de Sousa, o Vereador do Desporto Pedro Feist e o Vereador dos Espaços Verdes António Prôa?

E por aqui, que opiniões há sobre a pista de ski?

16 comentários:

Unknown disse...

Pois, eu acho que se cá nevasse fazia-se cá ski. Como não neva, parece-me um bocado um disparate. Aliás a ideia com que fiquei foi mesmo essa: parece-me descabido, desapropriado.

Mas eu não sou entusiasta dos desportos de Inverno, não sou claramente o público alvo.

Unknown disse...

Quero dizer que isto é o que eu acho da ideia "per si". Todos os outros problemas apontados são mais pontos contra, como é óbvio.

Anónimo disse...

Caro Tiago,

telefone-me quando puder por favror. Creio que lhe dei já o meu número.
Obrigado.

Pedro Quartin Graça

João Baptista disse...

Acho um projecto deveras interessante para além de inovador em Portugal.
Só virá valorizar a Alta de Lisboa, trazendo a vida que esta necessita para que os planos iniciais se cumpram e que possamos ver (em tempo útil de vida) esta cidade florescer.

Claro que o parque importa e muito! e o esbanjamento no túnel também!
Mas já se perguntaram onde é que fica a ligação com o Parque Oeste !?? Sim, porque a pista de atletismo NÃO É o Parque Oeste... nem por lá se pode passar. E onde está uma passagem superior de ligação do P.Oeste (que vi algures em projecto) com o lado da pista de atletismo? Se calhar desapareceu pois também não se pode entrar na pista...

Bem, o ideal será encontrar uma solução mista, que permita ter a pista de ski bem como um "corredor verde" que permita terminar o belo projecto do Parque Periférico sem grandes perturbações.

Eu já me estava a imaginar a saír dos JSBartolomeu com os skis às costas (ou num carrinho do supermercado) em pleno verão para ir apanhar um fresquinho... será que há algum atrelado para por na bicicleta?...

Cumps,
JB

Anónimo disse...

Pois é, também eu adorava ver no Lumiar uma bela pista de ski. No entanto se há coisa que me faz ficar pela Alta é definitivamente a ampla zona verde (já não se faz cidade assim em Lisboa), e por isso entre uma coisa e outra, que tal a conjugação das duas? Se há coisa em que somos peritos é em emendas ao projectado originalmente... Ass: RSilva

Anónimo disse...

Pois é...
É com acções destas que temos a cidade que temos.

É, deveras, muito fácil deixar falar a critica retrógrada muito do hábito do portuguesinho bacoco.

É claro que não sou a favor do esbanjamento de verbas nem da eliminação do verde de uma forma gratuita.

Agora, acho que são projectos que procuram incentivar ao lazer, desde que bem enquadrados no espaço em que se procura implantar, como espero que venha a ser o desta pista que tanto se fala, que trazem a lufada de ar fresco que esta cidade precisa...

Claro que os tais estudos terão algo de demasiado optimista (nada de surpreendente... afinal até o nosso governo os faz assim, mas não vou entrar por aí), mas veja-se o potencial de utilização que existe para um equipamento deste tipo, bastando ver a quantidade de pessoas que todos os anos se desloca às estâncias estrangeiras, ou mesmo às nossas pequeninas pistas da serra da estrela e a artificial em Manteigas (similar ao que se pretende para a Alta).

A Alta precisa das pessoas a conviver nela, tanto como dos espaços verdes que já existem e os que estão pensados, e as pessoas são trazidas por coisas que as interessem.
E sejamos realistas... um "Parque Periférico" trará pessoas para o disfrutar, tanto como a possível pista?
A ver pela utilização do Parque Oeste... não creio!

Levantemos a cabeça da areia deixemo-nos de criticas só porque parece politicamente correcto (ou devo dizer... interessante?)...

É assim tão prejudicial o tal equipamento que está a ser pensado para a nossa Alta?

Não trará ele um numero (mais ou menos significativo) de pessoas para a zona?

Não será possível a integração de toda a infraestrutura de modo a que se possa responder em certa medida às necessidades do verde, assim como ao interesse comercial?

Ou deveremos incentivar espaços verdes que terão a finalidade ambiental (sem dúvida, imprescíndivel), mas que acabam por parecer os enfeites que servem apenas para ver ao longe, em vez de serem disfrutados? (nada de mal nisso... eu estou contentissimo com o Parque Oeste... fica muito bem como vista da minha varanda sobre o parque!)

Sou um potencial utilizador (bastante frequente, devo acrescentar) da pista de ski.
Sou defensor de que a Alta precisa de pessoas, e decerto que este tipo de equipamentos as trarão.
Acredito é que deve de haver algum equilibrio, por forma a que sejam construidos consensos à volta dos possíveis impactos menos positivos que possam haver, para que estes possam ser eliminados ou então minimizados.

Preocupemo-nos em fazer com que estes projectos sejam, primeiro, bem estudados, depois bem implantados, forçando quem os desenvolve a respeitar regras e condições acordadas pelas partes interessadas.

Pensemos mais além e com maior amplitude. Vejamos a "big picture" e não só a vertente que só nos interessa. Há que ser parte da Solução...

Vasco Nazaré

Dário Nantes disse...

vamos resolver primeiro os problemas de lisboa? começemos pelas acessibilidades, os espaços verdes, os transportes publicos, ha? que tal? depois vamos ter uma grande pista de ski!! e que tal 2 ???!!

Anónimo disse...

Por favor ver :

www.snowflex.com

e

www.youtube.com (Search: SNOWFLEX)

para ver a pista planeado com dinheiro PRIVADO para o local.

Anónimo disse...

Como morador da Alta de Lisboa concordo plenamente com projectos como a pista de ski...claro que espaços verdes são óptmios e numa cidade como a de Lisboa onde estes são raros é um bem a presevar e a incentivar.


Quanto a pista de ski, é um ivestimento muito interessante pelos seguintes motivos:

-Pensem no investimento que trará para esta zona que foi planeada para ser uma zona de excelencia e que se encontra num fracasso.

-Não será uma alavanca para a Alta de Lisboa??pensem no que era uma pista de ski com um orçamento brutal e com estradas esburacadas como as que temos hoje na entrada da Alta. É inviável. Será que um possivel comprador de casa ao vêr no jornal um lançamento de um nono empreendimento como aquele que vai acontecer, e ao entrar pela magnifica entrada das Calvanas, passando pelos realojados e pelo PARQUE OESTE vai comprar casa assim com tanta facilidade?Se for pelo parque oeste sim, compra...mas pesa muito mais os outros aspectos que refer...e este só podem ser resolvidos com investimento e projectos como a pista de ski.

-Eu pessoalmente não dispenso umas férias(qdo a carteira permite) na neve, e com o buuummm de Portugueses na neve neste ultimos anos, penso que so teriamos a ganhar.

Penso que está na hora de deixarmos de ser os moradores do alto do Lumiar e passarmos a ser os moradores da Alta de Lisboa com todos os beneficios e projectos que nos influenciaram a comprar casa e a acreditar neste projecto. Claro que espaços verdes fazem falta e qto mais melhor, mas não conheço nenhuma cidade que se faça só de espaços verdes.

Anónimo disse...

Confesso que os vídeos que vi no youtube (bem como a opinião do anónimo aqui em cima) fizeram vacilar a minha opinião. É bem verdade que a Alta necessita de equipamentos que chamem mais pessoas à zona.

Apenas uma ressalva:
é salutar que projectos desta envergadura sejam precedidos de alguma discussão pública e, nesse aspecto, é importante o trabalho que este blog e outros, como o "cidadania lx", estão a fazer.

Uma discussão consiste numa troca de ideias contrárias e não em ataques simplistas. Como disse acima, determinados argumentos nesta questão fizeram-me repensar a minha opinião.

O que não está correcto é atacar as pessoas que não estão a favor de determinados projectos, apelidando as opiniões contrárias como "critica retrógrada muito do hábito do portuguesinho bacoco" (vide comentário mais acima).

As pessoas que escrevem nestes blogues estão a defender interesses de todos, a apontar soluções e denunciar situações erradas, fugindo ao comodismo do deixa andar, um exercício de cidadania que deveria constituir a regra e não a excepção.

ACho que é um bocado simplista apontar-lhes o dedo e acusá-los de estarem contra tudo e todos.

João Esteves

Anónimo disse...

Quanto gastará de energia uma pista de sky?

Tiago disse...

O que está em causa aqui, caros amigos, não é só, nem principalmente, a existência da pista de ski. O que está em causa é se as decisões tomadas pelos governos são plenamente conscientes das implicações que têm e se existe possibilidade de discussão pública destes assuntos.

O PUAL não é claro para a área do Parque Oeste. Prevê uma zona de espaços verdes e infraestruturas desportivas.

Mas parece-me importante que se clarifique alguma coisa:

- Um governo é eleito ou nomeado para zelar pelos interesses da população. Então as decisões que toma devem ser sujeitas a alguma discussão pública para se apurar se são do interesse da maioria ou não.

- Independenetemente do interesse e/ou opinião da maioria, há que ter uma estratégia global para a cidade, país, etc, que tenha critérios económicos, ambientais, e sociais. Uma opção que poderá não agradar a algumas pessoas, ou mesmo à maioria, pode ir avante por ser de interesse nacional, às vezes a longo prazo. Por exemplo as incineradoras, o adiamento da reforma, o aumento dos impostos, a construção de estádios de futebol, a ponte vasco da gama.

- O que este blog levantou até agora foram questões, tentando ainda não opinar sobre a mais-valia que a pista de ski traz para Lisboa.

- E, fazendo fé nos planos até agora apresentados publicamente sobre a pista de ski, o Parque Periférico é cortado.

- Depois cada um de nós pode encontrar os argumentos mais inteligentes ou trogloditas sobre a importância dos espaços verdes numa cidade, sobre a avaliação da necessidade e importância do planeamento urbano com critérios exclusivamente de utilização, de sustentabilidade ambiental da cidade, ou com critérios pessoais tipo "eu acho bem porque assim até posso treinar antes de ir ao estrangeiro fazer figuras tristes".

- O que está em causa não é fudamentalmente a pista de ski. É saber se, da mesma maneira que se abdica de um espaço verde na Alta de Lisboa para a pista de ski, se também se está preparado para abdicar da construção de um condomínio para ter mais um espaço verde. É saber se as várias pessoas por quem passou o dossier da pista de ski estão cientes dos planos do Paruque Periférico e sabiam as razões para a existência daquele viaduto à saída dos túneis da Ameixoeira no Eixo Norte-Sul.

- Seria interessante também ver o tal estudo de viabilidade do milhão de utilizadores por ano, aferir do seu realismo e critérios de elaboração. Porque se uma pista de ski muito utilizada pode ser uma grande mais valia para a Alta de Lisboa, um elefante branco é um cancro difícil de resolver. Alguém põe as mãos no fogo? Têm mesmo a certeza que vale a pena ou é só um feeling?

- Levando a coisa ao absurdo (espero que seja absurdo!), imagine-se que agora se decide não fazer a 3ª fase do Parque Oeste porque o Michael Schumacher se propõe investir numa pista de karting na Alta de Lisboa. É provável que a pista fosse um sucesso de utilização maior do que é o Parque Oeste neste momento. Mas é o único critério para a opção? Mas não se podia discutir isso? Se for esse o mais importante critério aceitam que se mande abaixo umas igrejas, as menos frequentadas, para edificar centros comerciais? Lá porque o outro senhor agora já ganha concursos de televisão e alguns juizes decidem que a defesa do bom nome de um clube de futebol é mais importante do que a notícia das suas dívidas fiscais já não se pode discutir as opções dos governos?

Anónimo disse...

Passando agora pelo blog, decidi juntar-me ao debate lançando um dado que me parece importante.

O estudo de viabilidade (tal como o conhecemos) refere um milhão de visitantes por ano. Já tem sido aqui comentado que este número será algo exagerado, mas admitamos que este é um estudo sério e, portanto, que existe uma base racional para a existência deste número.

Desta forma, fazendo umas contas simples, e admitindo que 60% destes utilizadores vêm ao fim de semana (a percentagem parece-me até algo conservadora, creio que deverá ser maior,)teremos mais de 11500 visitantes por fim de semana, durante TODOS os fins de semana do ano. E isto descontando os períodos de pico e os períodos mortos!!!

Ora, isto passa pela cabeça de alguém minimamente responsável?

Trazer mais de ONZE MIL E QUINHENTAS pessoas todos os fins de semana com os seus carros para uma zona sensível como é a do parque Oeste? E isto a juntar ao aumento de tráfego gerado pela abertura do eixo NS e da vinda de novos moradores?

Queremos fazer do nosso bairro uma nova EXPO com engarrafamentos e as tradicionais invasões "fim de semanais"?

Restará alguma coisa da tranquilidade e beleza do Parque Oeste depois desta obra?

Restará alguma coisa daquilo que nos fez comprar casa aqui e não noutro lado qualquer da cidade?

Abraços a todos

Pedro Veiga disse...

Sou totalmente contra este investimento absurdo que se baseia na utilização de grandes doses de energia numa actividade lúdica perfeitamente inútil. Com as temperaturas médias a subir imaginem a quantidade de energia que será necessário gastar para manter o funcionamento da pista de ski!

Tiago disse...

Olha que nem é por aí. Esta pista não é de neve.

Ana B. disse...

É engraçado verificar quão pouco habituados estamos todos a questionar a razoabilidade e a adequação de algumas decisões que necessariamente irão moldar o nosso quotidiano, a nossa vizinhança, os nossos hábitos e a nossa qualidade de vida.

A opção por uma pista de ski em detrimento de um espaço verde que estava inicialmente previsto e projectado pode até ter razões ou argumentos que a validem. Mas, pelo menos, não são do conhecimento público, e como tal, esta decisão não só pode como deve ser discutida. É o simples exercício da cidadania, conceito tão na moda, e tantas vezes vazio de significado. Lembro aqui o do Dicionário da Porto Editora:

cidadania: qualidade de ser cidadão

cidadão: habitante de uma cidade; indivíduo no gozo dos seus direitos civis e políticos de um estado livre;

Na medida em que a implantação da pista de ski atrairá um maior fluxo de pessoas (com as vantagens e desvantagens que isso tem), terá custos de funcionamento e obrigará a um novo desenho urbanístico da zona, todos os cidadãos terão legitimidade para perguntar sobre os critérios que fundamentaram essa opção, para discutir a sua adequação e até, para sugerir soluções alternativas.
Independentemente da valia do projecto de uma pista de ski na Alta de Lisboa, será que a sua localização apenas poderia ser esta que interfere precisamente com o Parque Periférico?

Do meu ponto de vista, a discussão será sempre saudável. Por um lado, porque funciona como um "termómetro" de opinião para quem decide, e quem decide precisa muitas vezes dessas referências; por outro, porque mesmo que a discussão dos assuntos da cidade em nada altere o que está decidido, ajudará sempre no processo de aceitação dessa decisão. Será uma aceitação mais esclarecida, mais discutida, mais participada. Além de corresponder a uma cultura de exigência e transparência, a discussão da cidade consegue a proximidade do cidadão e uma ligação interessada em dar contributos construtivos.