quarta-feira, 28 de maio de 2008

Os últimos de Calvanas, para quando afinal?

Os moradores do Bairro de Calvanas, localizado onde irá surgir o Eixo Central e a Porta Sul, foram realojados há 15 meses, em Fevereiro de 2007. O bairro em peso mudou-se para um conjunto de moradias desenhado pelo Arqº Frederico Valsassina, construído na Alta de Lisboa, e que já foi até distinguido com um prémio de arquitectura. As casas desocupadas no antigo Bairro de Calvanas foram demolidas. No entanto, quatro famílias viram sair os vizinhos e desaparecer o bairro onde viveram durante décadas, com o processo burocrático do seu realojamento por resolver. As suas casas futuras estão lá, no tal bairro construído de raiz, à espera, desabitadas. Desde aí têm vivido no meio de escombros, ratos cobras e coelhos, despojos de outras vidas e medo. As ruas servem agora de depósito de lixo, deixado por camionetas que vêm doutros locais. À noite aparecem bandos para levar o que ainda sobra.

Foi decidido ontem em Assembleia Municipal que os contrato-promessa das novas casas vão finalmente passar a escritura definitiva. Isto para os que já habitam o novo bairro, claro. Os outros, os adiados, tenham paciência. Diz a CML que o caso deles se há de resolver. Há mais de um ano. É demasiado. Como são demasiados os 10.000 funcionários da CML para fazer tão pouco e gastar tanto. E há coisas que não são mensuráveis: quanto custa viver quinze meses assim?


(Reportagem filmada em Junho de 2007)

5 comentários:

Anónimo disse...

Câmara pede 70 milhões ao BEI para reabilitação urbana

A Câmara de Lisboa está a negociar com o Banco Europeu de Investimento (BEI) um empréstimo que ronda os 70 milhões de euros para reabilitação urbana, revelou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado
O vereador defendeu ainda uma nova política camarária com «mais eficiência, rapidez e qualidade de licenciamento» em relação a quem constrói .

«É insuportável estar três, quatro e cinco anos para licenciar uma obra», afirmou.
Quanto ao repovoamento de Lisboa, Manuel Salgado defende que a estratégia a este nível não pode centrar-se exclusivamente na reabilitação.

«Há ainda zonas da cidade que podem crescer», afirmou, exemplificando: «A Alta de Lisboa ainda pode receber mais 30.000 habitantes».

Para ver a noticia completa, vá a:
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=95190

Marta

Luís Lucena disse...

Notícia do sítio da CML (25 Jun 2005):
"
A demolição simbólica da primeira casa no Bairro das Calvanas, no Lumiar, teve lugar no dia 24 de Junho, na presença do presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, do vice-presidente, António Carmona Rodrigues, da vereadora da Habitação Social, Helena Lopes da Costa e de muitos moradores do Bairro.

Para a concretização do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar (PUAL) e para a execução de três dos seus projectos mais emblemáticos: o Eixo Central, o Parque Urbano Sul e a nova Av. Eng. Santos e Castro era imperioso libertar os terrenos ocupados pelo denominado Bairro das Calvanas e proceder ao realojamento da respectiva população residente.
"
ver mais aqui:
http://www.cm-lisboa.pt/index.php?id_item=9615&id_categoria=11

TRÊS ANOS (!) depois:
as 4 Famílias discriminadas? (ignoradas na notícia)
Eixo Central? (referido na notícia)
Parque Urbano Sul? (referido na notícia)
Av. Eng. Santos e Castro? (referido na notícia)

E a Porta Sul?
E a limpeza daquela trapalhada toda?

Para quando?


Tiago, o tempo de espera é igual aos 15 meses que já passaram mais os meses no futuro. A esse custo imensurável acresce ainda a ansiedade da incerteza.

Anónimo disse...

«Câmara pede 70 milhões ao BEI para reabilitação urbana»

Quer isto dizer que, como a SGAL já fez a tal reabilitação urbana pela CML, em troca de contrapartidas, a CML agora tem dinheiro para essas contrapartidas, que deve à ALTA DE LISBOA???...

É certo que não voto PS se isto não muda!!!

Anónimo disse...

Pelo que soube junto de moradores que foram realojados nas vivendas, os que não foram não quiseram juntar-se á comissão de moradores que na altura foi criada para tratar desse problema.

Anónimo disse...

OUVI DIZER ISSO MESMO. ALIÁS, VERIFICOU-SE UMA CERTA HOSTILIDADE DESTAS 4 FAMÍLIAS POIS ELAS QUERIAM SER REALOJADAS EXACTAMENTE NO MESMO SÍTIO

ASS.
ANTIGO MORADOR DO BAIRRO

(VIZINHO DESTE "SENHOR" QUE APARECE NA REPORTAGEM)