sábado, 8 de março de 2008

Pensamento lateral

Alvin Toffler, filósofo, sociólogo, pensador, que profetizou nos anos 80 uma revolução informática por comparação às anteriores agrícolas e industriais, defende que o actual sistema de ensino foi estabelecido em paradigmas que deixaram de ser actuais, tornando-se obsoleto.

No dia em que Portugal assiste à maior manifestação de sempre dos professores, é necessário pensamento lateral. Há que discutir que cidades planeamos, que empregos nos preenchem, que vidas desejamos, que sacrifícios estamos dispostos a passar. Há que pensar se o que é ensinado hoje nas escolas serve à população, se o aumento da carga horária dos alunos é uma solução ou um erro, consequência de muitos outros erros em áreas que, à primeira vista, nada têm a ver com a educação. Um problema muito mais global e transversal do que a mera análise à competência e dedicação dos professores.




12 comentários:

Anónimo disse...

Hoje quem não tiver as competências básicas em Tecnologias de Informação e Comunicação é considerado analfabeto.

Quantos professores têm essas competências?

Como é que o poderemos saber?

Anónimo disse...

Eu tenho uma ideia para ficarmos a saber se há analfabetos nas TIC?

E a redacção do Viver tem alguma ideia?

Anónimo disse...

Há mais de 30 anos que estudo e por todos os lados por onde passei os profs. eram avaliados, até no MIT e em Harvard o são.
porque é que neste nosso Paíszinho os Profs. estão tão incomodados?

Retenho com muita aspereza que até há bem pouco tempo os horários dos alunos eram feitos de acordo a favorecer os profs. mais velhos.

A grande questão:
O 25 de Abril já chegou aos professores?

Anónimo disse...

Quem sabe, não tem medo de ser avaliado.

Ana B. disse...

Fantástico! Gosto do Professor Toffler! Vale a pena ouvi-lo.

As escolas estão a preparar as crianças e os jovens para ontem e não estão a prepará-los para o amanhã...

A realidade muda, cada vez mais a uma velocidade mais vertiginosa, e eu também considero que a única forma de conseguir acompanhar essa mudança é ensinando as crianças a pensar. Não impedir que pensem já não é mau... Promover e propiciar espaços e momentos para que o possam fazer, desde a mais tenra idade, poderá ser o princípio da mudança. A criatividade, o espírito crítico, a autonomia, o sentido de responsabilidade e a vontade de aprender serão corolários do aprender a pensar. Serão também, bons ingredientes para o sucesso. Para o sucesso escolar e para a Vida.

Como aprendemos a pensar em Portugal? Os alunos têm um horário cheio. Que espaço há para isso?

Al_fazema disse...

Tb acho que os Professores devem ser avaliados.
Agora pergunto, se acham bem que um professor seja avaliado por um colega
titular com formação em disciplinas, que não tem nada haver com aquelas que o professor avaliado é formado ?

Nuno L.

Anónimo disse...

Toda e qualquer decisão proferida por um "colega" Inspector é passível de recurso caso os visados se sintam injustiçados.
Não é apenas desagradável para o prof. avaliado, pode ser muito pior para o inspector que não avalie correctamente.
Qual o receio?
O que os professores tem de perder é esse status de intocabilidade a que foram habituados e cuja ausência de inspecções avaliativas ocasionou em grande percentagem que o ensino passasse a ser caracterizado pelo ensino da Europa com a mais elevada taxa de insucesso escolar, adivinhe-se de quem?
Dos alunos claro.
Qual a justiça disto? nenhuma.
Qual a necessidade das avaliações dos professores?
Toda.
Os professores são uma classe sobre quem deve recair o maior respeito da sociedade pelo valor da sua actuação e ao rejeitarem formas que comprovam que o seu nível é aceitável, descredibilizam-se e descredibilizam todo o seu sistema.

Anónimo disse...

Os professores querem ser avaliados.
os professores querem que o seu desempenho tenha reflexao no seu status salarial.
os professores querem nao levar chapadas dos pais.
os professores nao querem ser ameacados pelos alunos
os professores precisam de ganhar mais.
os professores nao querem ensinar so aos meninos cujas familias nao podem por os filhos em mais lado nenhum!

Anónimo disse...

sou professor e sou avaliado pelo meu coordenador (director de nível) há dois anos!!! não vejo problema!!

pois é:
a grande diferença é que lecciono num colégio privado...

e agora:
será que o estado, finalmente (ainda bem) quer, efectivamente mostrar que é "patrão" e pôr os docentes a trabalhar???

deus queira que sim!!!
haja coragem política e frontalidade para não ter medos...

Os bons profissionais da educação serão sempre bem avalidados!!!

ass. prof. no ensino Privado (c.s.j.b.)

Ana disse...

se tivesse visto os documentarios acima referidos teria aprendido que a questao nao e:
avaliacao ou nao?

a questao e muito maior e abrangente:
que modelos de escola poderao preparar a nossa sociedade para conviver/competir com outras?
que cidadaos queremos nos formar?
que trabalhadores precisamos nos?

O ensino privado em Portugal responde na perfeicao as necessidades actuais do nosso pais. Pessoas que se conhecem, que sabem obedecer e que se entre-ajudam sempre que for necessario.
Ha uma palavra para isto tudo (cunha).
Da imenso poder a quem pertence ao circulo mesmo que seja um circulo de mediocridades.
resultado: a sociedade que temos.
Governada por uma minoria mediocre que se entre-ajuda e que sabe obedecer.

Para quando um:
Bill Gates?
Frank Gehry?
Darwin?
Picasso?

NAO acredito que os portugueses sejam um grupo de pessoas com QI inferior a maioria dos mortais.
Mas acredito que algo esta mal na educacao dos portugueses.

Anónimo disse...

Há tanta cunha no público (ai o ministério da educação...)como no privado.
Dizem por aí que o busílis é a avaliação depende em parte das notas dadas aos alunos... Será?
Em Portugal ninguém é avaliado: veja-se o teste universitário de inglês técnico do nosso primeiro...

Outro problema é o sistema educativo ter integrado gente sem formação pedagógica (até em detrimento dos que a tiveram), sem vocação e - desde o 25 de abril também - muitos sem qualidade técnica (não sabem : não sabem ensinar).
E agora o sistema quer expulsar quem acolheu. Ora os medíocres não querem nunca ser avaliados.
E os outros, se puderem, aproveitam a onda...

Mas, como diz a ana, tudo isto é triste, tudo isto é fado - é o espelho da sociedade preguiçosa, irresponsável, boçal e incompetente que (todos, por acção ou complacência - quantos de vós é contra os TPCs dos filhinhos, «coitadinhos»?) fomentámos.

Anónimo disse...

Concordo plenamente... os bons profissionais da educação não têm que ter medo da avaliação... aliás sejam em que moldes forem, a avaliação é sempre necessária e benéfica para a própria evolução do professor como bom profissional que deve ser.

ass.prof.c.s.j.b.