O Ministério da Educação, com base num estudo elaborado sobre o ensino especializado da música que não contou na sua lavra com o apoio, assessoria ou aconselhamento de um único músico ou músico/pedagogo, prepara-se para retirar das escolas públicas de música de todo o país, o regime supletivo e acabar também com as classes de iniciação, que permitem que crianças dos 6 aos 9 anos possam começar a aprender música.
O ensino supletivo permitiu os estudos de centenas de músicos que hoje cantam nos coros da Gulbenkian e São Carlos, tocam nas inúmeras orquestras nacionais, e também de referências maiores no panorama musical português como Bernardo Sassetti, Pedro Abrunhosa, Maria João Pires, Rui Vieira Nery, Sequeira Costa ou Mário Laginha. Este último, no texto de apoio à Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN), diz: "Eu entrei para o Conservatório Nacional de Lisboa com dezanove anos. Sou um bom exemplo de alguém que, à luz desta reforma, não só não teria acesso ao ensino especializado da música como não teria atingido o nível que me permite hoje viver exclusivamente da música." Humildade de Mário Laginha. Portugal devia orgulhar-se de ter conseguido reunir condições para que pessoas deste talento não o tenham desperdiçado.
Até hoje, os conservatórios públicos têm servido de equalizador social no acesso ao ensino da música, juntando na mesma escola, como se costuma dizer, o filho do sapateiro e o filho do banqueiro. Acabando os regimes supletivos e as iniciações, só poderá estudar música quem tiver capacidade económica para o fazer.
Esta intervenção de Ana Drago no Parlamento é muito esclarecedora da situação:
E deixo-vos aqui também um video com um concerto de alunos da EMCN, com uma pequena amostra do que hoje em dia se está a fazer com centenas de crianças e adolescentes. Realizou-se na manhã do dia 11 de Fevereiro de 2008 e serviria de recepção ao Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para a implementação da Reforma do Ensino Especializado da Música. O Ministério da Educação tinha agendada uma reunião na escola, nesse dia, para debater com o Conselho Executivo a Reforma do Ensino especializado. Mas, em cima da hora, o grupo fez saber que não iria comparecer. O ajuntamento de alunos, pais e professores foi a razão invocada. O concerto estava previsto e o ME faltou ao comprometido. Faltou um pouco de educação ao Ministério da Educação. Mas ficou a música para prazer de todos os que lá quiseram estar.
Existe aqui uma petição contra o fim do Ensino Especializado da Música em Portugal.
O ensino supletivo permitiu os estudos de centenas de músicos que hoje cantam nos coros da Gulbenkian e São Carlos, tocam nas inúmeras orquestras nacionais, e também de referências maiores no panorama musical português como Bernardo Sassetti, Pedro Abrunhosa, Maria João Pires, Rui Vieira Nery, Sequeira Costa ou Mário Laginha. Este último, no texto de apoio à Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN), diz: "Eu entrei para o Conservatório Nacional de Lisboa com dezanove anos. Sou um bom exemplo de alguém que, à luz desta reforma, não só não teria acesso ao ensino especializado da música como não teria atingido o nível que me permite hoje viver exclusivamente da música." Humildade de Mário Laginha. Portugal devia orgulhar-se de ter conseguido reunir condições para que pessoas deste talento não o tenham desperdiçado.
Até hoje, os conservatórios públicos têm servido de equalizador social no acesso ao ensino da música, juntando na mesma escola, como se costuma dizer, o filho do sapateiro e o filho do banqueiro. Acabando os regimes supletivos e as iniciações, só poderá estudar música quem tiver capacidade económica para o fazer.
Esta intervenção de Ana Drago no Parlamento é muito esclarecedora da situação:
E deixo-vos aqui também um video com um concerto de alunos da EMCN, com uma pequena amostra do que hoje em dia se está a fazer com centenas de crianças e adolescentes. Realizou-se na manhã do dia 11 de Fevereiro de 2008 e serviria de recepção ao Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para a implementação da Reforma do Ensino Especializado da Música. O Ministério da Educação tinha agendada uma reunião na escola, nesse dia, para debater com o Conselho Executivo a Reforma do Ensino especializado. Mas, em cima da hora, o grupo fez saber que não iria comparecer. O ajuntamento de alunos, pais e professores foi a razão invocada. O concerto estava previsto e o ME faltou ao comprometido. Faltou um pouco de educação ao Ministério da Educação. Mas ficou a música para prazer de todos os que lá quiseram estar.
Existe aqui uma petição contra o fim do Ensino Especializado da Música em Portugal.
10 comentários:
o meu comentário vai para a Sra. Ministra:
-concordo em absoluto com a sua ideia e postura em relação à música e ao seu ensino...
-concordo com as reformas implantadas no ensino...
-concordo com tudo isto...
PENA É QUE ESTEJAMOS A FALAR DE UM PAÍS COMO PORTUGAL E ESTEJAMOS (A SRS.MINISTRA) A COPIAR O SISTEMA DE ENSINO FINLANDES... QUE DE NADA TEMOS EM COMUM A COMEÇAR PELAS ATITUDES COMPORTAMENTAIS DOS NOSSOS POLÍTICOS.!!!!
ASS. um professor agustiado por ainda falar algum tempo para novas eleições lesgislativas
Mais videos:
http://www.youtube.com/watch?v=FNF7cJQ5dqY
http://www.youtube.com/watch?v=Mwv9spyOKOs
Cause to Celebrate at Merkin Hall
By BARRYMORE LAURENCE SCHERER
February 19, 2008; Page D6
New York
The Kaufman Center, on Manhattan's Upper West Side, has often been overshadowed by Lincoln Center, a mere block to its south. And while Kaufman has no formal ties with Lincoln Center, its activities are the perfect complement to Lincoln Center's higher-profile ones. Kaufman's Lucy Moses School provides classes and private training in music, dance and theater for children and adults at every level of experience. Also at Kaufman Center is the Special Music School, a small K-12 public school founded in 1996 for musically gifted children living in any of New York's five boroughs, its regular academic curriculum enriched by an in-depth music program funded by private donations. But it is Kaufman Center's Merkin Hall -- an intimate 449-seat auditorium long identified as a venue for eclectic and adventuresome programming -- that concertgoers know best. Last month, after an eight-month renovation of the Kaufman Center by Robert A.M. Stern Architects, Merkin Hall celebrated its reopening with several major events.
There has been ample reason for the celebration, and not just because the work was completed on schedule and within budget.
(...)
Opening-night audiences on Jan. 8 were treated to music programmed to prove that the old acoustics were in good working order. With its instruments positioned in the four corners of the room, "Dawn Carol" (1996), a charming atmospheric piece for four flutes by the British composer Margaret Lowe, offered a gentle riposte to the familiar antiphonal brass music of the Venetian composer Giovanni Gabirelli, often played at similar fêtes in larger spaces. The distinguished Pulitzer-laureate composer Aaron Kernis conducted Aaron Copland's "Music for Theatre" (1925) and his own "Simple Songs," which he scored for chamber orchestra in 1995. Together with Ira Mowitz's "Kol Aharon" for solo violin, mixed ensemble and digital soundtrack, the works confirmed how good the room still sounds, and how responsive it is to music at all dynamic levels.
But it was the second celebratory event, a six-hour "Grand Piano Marathon" offered free on Jan. 21, that proved how much Merkin is loved. When I arrived, somewhat after the initial 2 p.m. downbeat, a line of several hundred people snaked back from the auditorium doors, up the stairs and several times through the new lobby. Inside Merkin, every seat was taken, and the program was already running about an hour behind schedule. As the concert progressed, some earlier arrivals began to leave, making room for others.
Of the four hours I experienced, high points included John Adams's "Hallelujah Junction" for two pianos, a clever, if somewhat monochromatic riff on Handel's most famous chorus, admirably played by Farrah Dupoux and Brian Ge, students of the Special Music School. Jimmy Roberts, composer of the musical "I Love You, You're Perfect, Now Change," offered three novelty pieces, respectively combining familiar themes by Vivaldi and Lennon & McCartney; Beethoven and Rodgers & Hart; and, my favorite, Elgar's Nimrod from "Enigma Variations" with Paul Simon's "Bridge Over Troubled Waters." Orli Shaham played seven Chopin pieces with the kind of luxuriant charm that reminded me of historic recordings by Ignatz Paderewski. Finally, at 8:30, Ursula Oppens, a longtime friend of Merkin, delivered the world premiere of William Bolcom's new "Ballade," an oddly named work given its spiky textures and overall mood of dour violence. After all that had preceded it, the moment was hardly advantageous for such a musical unveiling, so I hope I can hear the work again when I am less exhausted.
Nevertheless, the event was a bang-up start to Merkin's new lease on life.
Mr. Scherer writes about music and the arts for the Journal. His new book is "A History of American Classical Music" (Sourcebooks).
do Wall Street Journal
Nao era bom ter noticias destas na imprensa nacional?
Um edificio - Kaufman Center - com uma escola publica com um programa avancado para o ensino de musica, para criancas a partir dos 5 anos e ate' ao final da escolas secundaria. Financiado por uma parceria publico/privada e com os alunos sao escolhidos por teste/entrevista; so' entra quem tem talento para a musica. No mesmo edificio funcionam as outras aulas do curriculum para alem da musica. No mesmo edificio uma sala de concertos - Merkin Hall - que funciona para a escola e para outros concertos de musica classica, contemporanea, jazz, crossover, etc.
E quando acabam a escola secundaria, os melhores alunos tem a Julliard do outro lado da rua...
uma achega ao senhor inglês:
é por causa desse seu discurso cheio de retórica e para "inglês ver" que este país não vai a lado nenhum!
acredito nas nossas qualidades e elas estão bem à vista de todos... mas temos entre nós uns políticos romanenceados em "os maias" onde impera o chauvinismo!!!
o professor mais angustiado ainda!!!
Professor Angustiado,
Porque e' que nao podemos aprender com os bons exemplos doutros lados ? Nao percebo a sua posicao.
PD
A minha posição é muito simples:
1º- com esta medida os alunos que vivem, por exemplo em Leiria terão de frequentar as aulas em Leiria, num conservatório em Leiria, tudo em LEIRIA, excepto, os professores!!!
Estes podem até ser da China pois ainda não acabou o concurso para Professores de Ensino Básico, variante Educação Musical;
2º- ora, como deve depreender e muito bem, o que se irá verificar é generalizar aquilo que assitimos no nosso ensino público(falta de recursos humanos, descontentamento...)
3º- Sendo professor, e trabalhando onde trabalho, não parece sensato estar a deslocar-me, por exemplo a Leiria para ensinar, sei lá, violino, pois A Exªma Sra. Ministra esquece-se que NÃO há professores de música como há professores de Matemática (até um engenheiro - se contornar a lei - lecciona matemática)
4º- verificar-se-á escolas descentralizadas é certo, mas a qualidade do ensino a desejar pois NÃO Haverá PROFESSORES!!!
É CLARO COMO ÁGUA|
É SIMPLES !!!
É O ENSINO EM PORTUGAL
PROF'bué'agustiado!!!
E qual e' o problema de trazer professores de musica da China, ou de onde os houver, no caso de quererem vir para Portugal ensinar ?
Porque e' que as escolas nao podem contratar directamente quem bem entenderem? E despedir no caso de nao serem satisfatorios.
PD
o problema resolvia-se se as regras de concurso de professores fosse alterada, o que não é o caso!
logicamente que isto seria tudo muito bonito se os professores pudessem escolher as escolas onde leccionar ou vice-versa, mas o que é certo é que o concurso de professores é que dita as regras e geralmente torna-se muito difícil os professores ficarem motivados com as escolas que lhe caem em "sorte" (cerca de 80% dos professores é colocado na escola que menos lhe interessa - devido a deslocações sobretudo). Tenho conhecimento de casos de professores de música que estão em meio horário a mais de 100km de casa. Ora torna-se quase impossível ganhar dinheiro!!! Aqui assistimos o contrário: os professores pagam para poderem ir trabalhar. Coisa que não acontece com médicos por exemplo!!!
E já agora, porque é que os médicos em vez de escolherem os hospitais onde trabalhar, não têm eles tb um concurso????
Enfim... muda-se as regras, acabam-se com escolas para tudo ficar mais centralizado e o que assistimos actualemente é que certas regiões do nosso interior mais profundo não têm escolas, hospitais... e professores de música!!! Acabando com conservatórias e colocando o problema nas escolas, verificar-se-á aquilo que temos actualmente: o descalabro do ensino oficial em Portugal!!!
Por isso a procura crescente (cerca de 15% ao ano) de colégios particulares!!!
PROf'agustiado
Enviar um comentário