quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Caminho pedonal e outras preocupações

Finalmente o caminho pedonal da Alta de Lisboa começa a ser finalizado, no seu primeiro troço, entre os Jardins de S. Bartolomeu e o Condomínio do Parque. Quando estiver terminado, este caminho será um importante eixo de ligação para quem quiser percorrer a pé esta área da cidade de Lisboa, desde o monte de S. Gonçalo até à porta sul, junto à segunda circular.


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Em Portugal, a existência de caminhos pedonais é encarada como algo atrasado e desajustado à época do automóvel e do progresso em que vivemos. Assim, qualquer espaço das nossas cidades está entregue ao automóvel porque este é o único meio de transporte rápido e confortável disponível. Estamos longe do nível de desenvolvimento de determinados países europeus onde, por exemplo, a existência de boas linhas ferroviárias a diferentes escalas permite a um simples cidadão visitar um enorme número de localidades sem necessitar de um automóvel (próprio ou alugado). Mas, apesar do nosso atraso nesta matéria, pode-se dizer que tem havido nos últimos anos alguns progressos no que se refere ao desenvolvimento do transporte ferroviário. Hoje já possível ir num mesmo comboio do Porto até Faro. Parece uma ser uma viagem banal, mas a verdade é que só com a conclusão obras na Ponte 25 de Abril é que tal viagem passou a ser possível.

O desenvolvimento das vias de comunicação em Portugal tem sido feito praticamente à custa da construção de auto-estradas que hoje já ligam a grande maioria das capitais de distrito do país. Este desenvolvimento está assente na premissa de que o preço dos combustíveis fósseis se manterá a um nível baixo por muitos anos independentemente da evolução das conjunturas políticas, económicas e sociais à escala mundial. Ora, actualmente, existe uma enorme pressão sobre o preço da matéria-prima energética que está na base de todo o nosso desenvolvimento – o petróleo. Já não são só motivos políticos ou económicos que empurram para cima o preço do crude. Na base da subida do ouro negro está o aumento da sua procura, a dificuldade em aumentar o ritmo de refinação que satisfaça a procura e, acima de tudo, o facto de a natureza geológica da Terra estar a atingir o limite máximo na capacidade de “oferta” de hidrocarbonetos líquidos. Em palavras simples pode-se dizer que em relação ao petróleo já bebemos “metade do copo” em cerca de 150 anos. Agora, falta a outra metade que ainda existe por baixo dos nossos pés. Todavia, ao ritmo actual de extracção, a segunda metade terá um tempo de vida útil muito menor do que 150 anos. Mas o pior problema é que a nossa sede é enorme e com o “copo a meio” é impossível continuar a beber em ritmo continuamente crescente. Se pensarmos que o petróleo é usado para quase tudo o que necessitamos hoje em dia desde os adubos, passando pelos medicamentos e indústria petroquímica até ao combustível que compramos nas estações de serviço, ficamos com a ideia de que é urgente fazer algo que evite o caminho para a desgraça das nações e dos povos. A este propósito deixo aqui o endereço de um filme acerca da crise energética que passou recentemente numa cadeia de televisão irlandesa: http://www.rte.ie/tv/futureshock/av_20070618.html

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5 comentários:

Anónimo disse...

Bom post.
Agora "alguns progressos" no comboio é muito exagerado. Houve apenas um progresso nas últimas décadas, que foi a ponte 25 de Abril.(Por acaso um bastante bom, é verdade)
Nos últimos 20 anos o número de quilómetros da rede ferroviária tem descido TODOS os anos SEM excepção.
O inverso se passou com as auto-estradas...

Anónimo disse...

Muito bom blog!
O caminho pedonal é essencial mas, francamente, na actual fase do projecto "Alta de Lisboa", não me parece prioritário.
O acesso (rodoviário e pedonal) entre a "cidade" / 2ª circular e a rotunda sul é uma VERGONHA. Sobretudo na subida. Lixo, ratazanas, casas demolidas e entulho por recolher, sofás e cadeiras ribanceira abaixo até à estrada e ao passeio. Passeio? Qual passeio?
Faço aqui um apelo / repto aos dinamizadores do blog (que vejo como potenciais impulsionadores da ideia): vamos limpar aquilo tudo. Vamos alugar camiões e meter todo o lixo lá dentro. Claro que vamos apresentar a factura à CML e à SGAL.
Se acharem a ideia demasiado ousada, vamos por faixas de protesto na actual Santos e Castro. Vamos escrever em massa para a CML e para a SGAL com fotos das ratazanas e do lixo.

Pedro Veiga disse...

Sim, exagerei quando falo em progressos no transporte ferroviário. Ainda não temos uma rede ferroviária decente e o governo vai gastar os nossos recursos num TGV que ainda não sabemos se vai servir o país ou se é só para trazer mais turistas até cá.
Quanto ao lixo devo dizer que é um aspecto bem desagradável da Alta de Lisboa. Há ruas, como a Tito Morais, que envergonham qualquer cidadão deste país. O cheiro a lixo misturado com o dos restos das ratazanas mortas e em decomposição é mesmo desagradável!

Anónimo disse...

O Ze ficou com o pelouro do ambiente e espacos verdes. Toca a mandar as cartinhas sobre a falta de manutencao no parque das conchas, espaco verde junto ao condominio do parque, etc...
PD
do Publico:
Sá Fernandes fica com pelouro do ambiente e participará no orçamento
02.08.2007

José Sá Fernandes garante que o Bloco de Esquerda não se sente amarrado a nenhuma posição
a António Costa não tocou no assunto durante a tomada de posse, mas duas horas antes José Sá Fernandes dava uma conferência de imprensa, monotemática, sobre o polémico acordo com o novo presidente da CML, que lhe garantiu o pelouro do ambiente e espaços verdes.


O vereador quis dizer, basicamente, duas coisas: que o Bloco estará ao lado de Costa com condições e liberdade de voto; que o Bloco não se sente amarrado a nenhuma posição.
Este aparente desprendimento, não batia contudo certo com o texto, distribuído nessa altura, relativo ao "Acordo sobre Políticas para Lisboa". Logo no ponto sobre o Plano e Programa de Saneamento Financeiro lia-se que os subscritores "elaborarão os planos e orçamentos para 2008 e 2009". Sá Fernandes, de viva voz, negaria essa sintonia: "Em todas as votações, votarei consoante a minha consciência", afirmou, acrescentando que não se calará por compromissos que não tem, nomeadamente respeitantes ao orçamento camarário.
Sá Fernandes frisou que o documento não foi ainda assinado, por ter esperança de que ele pudesse ser apoiado por Roseta e Ruben de Carvalho - hipótese recusada, já na noite de ontem por Roseta, que lembrou o compromisso de não fazer acordos de coligação, e que foi liminarmente afastada por Ruben de Carvalho.

Anónimo disse...

Recomendo um link para ciclo-ecoturistas que gostam de viajar a rodar:
http://www.backroads.com