Autismo, falta de vontade em comunicar, incompetência, incapacidade, os pontos cardeais da nossa administração pública (e de muita da nossa administração privada). Lenta, mas inexoravelmente, todo este desespero, esta sensação de exclusão que cada vez mais portugueses vão sentindo vai corroendo a nossa democracia. Até estarmos maduros para aceitar os sebastianicos espanhois ou um qualquer populista de postura firme e durona.
Cada vez melhor... (reconheço a banda sonora!). Aqui estão mais umas dicas: http://es.wikipedia.org/wiki/Plano_cinematogr%C3%A1fico. E atenção para não cortares os planos nas pessoas pelas ligações (joelhos, tornozelos, cintura).
É neste estado que estão muitos dos bairros que foram demolidos. A inércia política é de tal ordem, que na Pontinha fizeram uma "rotunda" corcunda em torno de uma casa/café.
Peço desculpa de não fazer coro com os restantes comentários mas pergunto que direitos são estes que se arrogam com demasiada facilidade estas pessoas? É o direito à habitação? O mesmo que está consagrado para mim e para vós? Eu tenho de trabalhar para comprar a casa que tenho aqui na Alta e hei-de pagá-la o resto da minha vida. A sensação de exclusão que sinto é de não ser presentado também eu com uma casa. Para assim ter dinheiro para comprar um carro como os que se vêm no filme. Não defendo a vinda de nenhum "populista de postura firme" e acho que os espanhois estão bem onde estão mas acho que temos um longo caminho a percorrer para acabar com a inércia pessoal além da política. É que enquanto assim não for vamos ter sempre alguém que prefere esperar 20 anos por uma casa oferecida a abdicar dos carros, dos telemóveis e das antenas parabólicas.
As pessoas de Calvanas tinham casas que foram demolidas. Se fossem demolir a tua querias contrapartidas ou contentavas-te com um "agora vá trabalhar mais para comprar outra q nós precisamos deste espaço aqui"? Não era um direito teu seres compensado?
Tentando adoptar uma postura moderada relativamente a este assunto e assumindo que existem compromissos sociais que o estado deve honrar, não nos podemos esquecer que as tais "casas" das Calvanas(que na realidade se tratavam de evoluções de barracas) foram construidas indevidamente em terrenos ocupados pelos seus actuais proprietarios.
Mas, segundo sei, sempre pagando contribuições autárquicas e impostos municipais que a CML sempre aceitou.
Eu sei que há zonas cinzentas e que é difícil gerir algumas situações. Mas a verdade é que o princípio de que só não tem as coisas quem não trabalha, e que se trabalhares és sempre recompensado, não é verdade. Por várias razões diferentes há muitissima gente que se esfalfa a trabalhar sem sair da cepa torta e o contrário também.
Se os serviços sociais funcionassem fariam análises caso a caso. Não funcionado, eu pessoalmente prefiro que se beneficie algumas pessoas que possam aproveitar-se de situações do que se prejudique alguém que realmente necessita.
Isto é mais uma das mil faces da incompetência das instituições responsáveis pela área que está a ser urbanizada. Aqui, na Alta de Lisboa, estamos a chegar a um estado de ruptura porque as condições de habitabilidade se estão a degradar aos poucos. A não integração das novas urbanizações com a malha urbana mais antiga está a transformar algumas áreas em autênticos guetos. Parabéns pelo filme. É uma óptima reportagem, muito bem realizada como muitos jornalistas profissionais não sabem fazer. Proponho um outro tema que também dava uma boa reportagem: degradação dos edifícios construídos devido ao aumento do vandalismo diário. Eu escolho o sítio onde moro: a Colina de S. Gonçalo. Há mais propostas? Aqui fica o desafio. Nada como mostrar bem a realidade.
é simplesmente escandaloso coisas destas acontecerem numa capital europeia. portugal deveria olhar um pouquinho mais além das suas fronteiras e iria aprender muita coisa. como é possivél deixarem idosos com problemas de saude e crianças expostas ao total abandono durante meses com as assistentes da camara a assistirem a tudo de camarote, sem capacidade de intervençao...
Não me parece muito relevante para o que se está a passar neste momento com estas pessoas que seja justo ou moralmente aceitável o acordo conseguido com o Estado para a compra das novas casas. É verdade que construiram as suas casas em terrenos que não eram deles (embora não seja verdade que fossem evoluções de barracas), mas o Estado, com algum peso na consciência por se tratarem na sua grande maioria de retornados das ex-colónias, acabou por entrar numa solução de compromisso, semi-legalizando-os com as contribuições autárquicas, impostos municipais e taxas de esgotos.
Mas a questão central aqui não me parece ser essa. O foco é a morosidade, o desprezo e indiferença que as instituições de quem dependem as pessoas conseguem ter.
Susana, obrigado pelas dicas. Tenho mesmo de procurar uns manuais com princípios básicos para fazer documentários, filmagens e montagens. Isto de ir só por intuição é giro mas curto, também.
olha o pedro as casas nao sao barracas sao casas de tejolos telhas... barracas sao casas pequenas muito menores que akelas i feitas de palha ...materiais assim otra coisa aquelas casas fomos nos que as conxtruimos sim porque tambem moro la. se fosses tu ias ver que te custava i que nao era assim tao facil deixar de ver as pessoas que sempre vimos o bairro movimentado cheio de casas e de putos na rua a brincar.nao e saudades de ter medo de estar em casa a noite porcausa dos bandidos de ter medo de sair de dia com medo que nos robem a casa nao disso nao temos saudades temos la crianças duentes que nao podem tar a levar com o po temos pessoas de idade mas isso nao interessa ne?e nao e medo de abrir mao dos carros dos telemoveis nao e que se temos direito a casa entao que as deem de que que estao a espera?prometerao dar agora so teem e que dar se tiveses no nosso lugar tambem pensavas assim. MIKAELA ALEXANDRA
13 comentários:
Autismo, falta de vontade em comunicar, incompetência, incapacidade, os pontos cardeais da nossa administração pública (e de muita da nossa administração privada). Lenta, mas inexoravelmente, todo este desespero, esta sensação de exclusão que cada vez mais portugueses vão sentindo vai corroendo a nossa democracia. Até estarmos maduros para aceitar os sebastianicos espanhois ou um qualquer populista de postura firme e durona.
Parabens pelo video Tiago, valeu bem a noitada!
Tu tens sempre bom timing. Desta vez foi a entrega do carteiro.
Nem sei bem o que diga. Eu tb lá estive e é mesmo assim, acho que até mais desolador do que no filme.
Agora entregas isto à TVI, já assim editado, e pode ser q a coisa se resolva no palco. Já que estamos na sociedade do espetáculo.
Cada vez melhor... (reconheço a banda sonora!).
Aqui estão mais umas dicas: http://es.wikipedia.org/wiki/Plano_cinematogr%C3%A1fico.
E atenção para não cortares os planos nas pessoas pelas ligações (joelhos, tornozelos, cintura).
É neste estado que estão muitos dos bairros que foram demolidos.
A inércia política é de tal ordem, que na Pontinha fizeram uma "rotunda" corcunda em torno de uma casa/café.
Peço desculpa de não fazer coro com os restantes comentários mas pergunto que direitos são estes que se arrogam com demasiada facilidade estas pessoas? É o direito à habitação? O mesmo que está consagrado para mim e para vós? Eu tenho de trabalhar para comprar a casa que tenho aqui na Alta e hei-de pagá-la o resto da minha vida.
A sensação de exclusão que sinto é de não ser presentado também eu com uma casa. Para assim ter dinheiro para comprar um carro como os que se vêm no filme.
Não defendo a vinda de nenhum "populista de postura firme" e acho que os espanhois estão bem onde estão mas acho que temos um longo caminho a percorrer para acabar com a inércia pessoal além da política. É que enquanto assim não for vamos ter sempre alguém que prefere esperar 20 anos por uma casa oferecida a abdicar dos carros, dos telemóveis e das antenas parabólicas.
Nuno
As pessoas de Calvanas tinham casas que foram demolidas. Se fossem demolir a tua querias contrapartidas ou contentavas-te com um "agora vá trabalhar mais para comprar outra q nós precisamos deste espaço aqui"? Não era um direito teu seres compensado?
Boa tarde Joana,
Tentando adoptar uma postura moderada relativamente a este assunto e assumindo que existem compromissos sociais que o estado deve honrar, não nos podemos esquecer que as tais "casas" das Calvanas(que na realidade se tratavam de evoluções de barracas) foram construidas indevidamente em terrenos ocupados pelos seus actuais proprietarios.
Cumprimentos
Pedro Sousa
Mas, segundo sei, sempre pagando contribuições autárquicas e impostos municipais que a CML sempre aceitou.
Eu sei que há zonas cinzentas e que é difícil gerir algumas situações. Mas a verdade é que o princípio de que só não tem as coisas quem não trabalha, e que se trabalhares és sempre recompensado, não é verdade. Por várias razões diferentes há muitissima gente que se esfalfa a trabalhar sem sair da cepa torta e o contrário também.
Se os serviços sociais funcionassem fariam análises caso a caso. Não funcionado, eu pessoalmente prefiro que se beneficie algumas pessoas que possam aproveitar-se de situações do que se prejudique alguém que realmente necessita.
Isto é mais uma das mil faces da incompetência das instituições responsáveis pela área que está a ser urbanizada. Aqui, na Alta de Lisboa, estamos a chegar a um estado de ruptura porque as condições de habitabilidade se estão a degradar aos poucos. A não integração das novas urbanizações com a malha urbana mais antiga está a transformar algumas áreas em autênticos guetos.
Parabéns pelo filme. É uma óptima reportagem, muito bem realizada como muitos jornalistas profissionais não sabem fazer. Proponho um outro tema que também dava uma boa reportagem: degradação dos edifícios construídos devido ao aumento do vandalismo diário. Eu escolho o sítio onde moro: a Colina de S. Gonçalo. Há mais propostas?
Aqui fica o desafio. Nada como mostrar bem a realidade.
Muitos parabéns, Tiago!
A proposta do Pedro Veiga é muito boa (e urgente)...
é simplesmente escandaloso coisas destas acontecerem numa capital europeia. portugal deveria olhar um pouquinho mais além das suas fronteiras e iria aprender muita coisa.
como é possivél deixarem idosos com problemas de saude e crianças expostas ao total abandono durante meses com as assistentes da camara a assistirem a tudo de camarote, sem capacidade de intervençao...
Não me parece muito relevante para o que se está a passar neste momento com estas pessoas que seja justo ou moralmente aceitável o acordo conseguido com o Estado para a compra das novas casas. É verdade que construiram as suas casas em terrenos que não eram deles (embora não seja verdade que fossem evoluções de barracas), mas o Estado, com algum peso na consciência por se tratarem na sua grande maioria de retornados das ex-colónias, acabou por entrar numa solução de compromisso, semi-legalizando-os com as contribuições autárquicas, impostos municipais e taxas de esgotos.
Mas a questão central aqui não me parece ser essa. O foco é a morosidade, o desprezo e indiferença que as instituições de quem dependem as pessoas conseguem ter.
Susana, obrigado pelas dicas. Tenho mesmo de procurar uns manuais com princípios básicos para fazer documentários, filmagens e montagens. Isto de ir só por intuição é giro mas curto, também.
olha o pedro as casas nao sao barracas sao casas de tejolos telhas...
barracas sao casas pequenas muito menores que akelas i feitas de palha ...materiais assim otra coisa aquelas casas fomos nos que as conxtruimos sim porque tambem moro la.
se fosses tu ias ver que te custava i que nao era assim tao facil deixar de ver as pessoas que sempre vimos o bairro movimentado cheio de casas e de putos na rua a brincar.nao e saudades de ter medo de estar em casa a noite porcausa dos bandidos de ter medo de sair de dia com medo que nos robem a casa nao disso nao temos saudades temos la crianças duentes que nao podem tar a levar com o po temos pessoas de idade mas isso nao interessa ne?e nao e medo de abrir mao dos carros dos telemoveis nao e que se temos direito a casa entao que as deem de que que estao a espera?prometerao dar agora so teem e que dar se tiveses no nosso lugar tambem pensavas assim.
MIKAELA ALEXANDRA
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