domingo, 24 de dezembro de 2006

Se as eleições autárquicas fossem hoje, em quem votaria? - análise de resultados



Chegou ao fim a nossa sondagem “Se as eleições autárquicas fossem hoje, em quem votaria?”.

Foi uma corrida plena de emoção, com arranques impetuosos, ultrapassagens no limite, derrapagens, desilusões, grandes alegrias, candidatos a reclamar o uso de photo finish. Não há vitórias expressivas, candidatos que congreguem uma vontade inequívoca da população. A leitura que fazemos destes resultados não permite grandes extrapolações para um hipotético cenário de eleições reais. A começar pela lista de candidatos proposta: os que concorreram nas últimas e obtiveram votação suficiente para serem eleitos vereadores, alguns ex-presidentes da CML, e ainda a evocação póstuma de Duarte Pacheco, que está para Lisboa como a Maria Callas para o Scala de Milão; uma carreira curta, mas inesquecível e madrasta para todos os que lhe sucederam.

Se apenas votassem os 209 leitores que participaram no escrutínio, Maria José Nogueira Pinto teria razões para festejar. Obteve a vitória com 22% dos votos, o que não lhe dava a maioria na CML. Iria provar do mesmo veneno que atormenta Carmona Rodrigues. No entanto, esta votação revela o capital de admiração que granjeia na população alfacinha.

Ruben de Carvalho chega em 2º lugar, com 17% dos votos. É mais um sinal de que os portugueses gostam de candidatos com personalidade quando respondem a inquéritos; é pena é depois a mão escorregar para os grandes nas eleições “a doer”.

Carmona Rodrigues é o grande derrotado desta sondagem. Teve uma entrada de leão, liderou destacado, prometia ser o grande vencedor, mas claudicou nas últimas semanas, quedando-se por 11% da votação, o que lhe dá o terceiro lugar. Fica para os analistas políticos a missão de especular se essa hecatombe se deve aos mais recentes desaires do executivo do PSD na CML, porventura demasiado desmoralizadores para a falange que tradicionalmente apoia os candidatos laranja, ou se afinal os Vereadores e assessores de Carmona Rodrigues visitam aqui o nosso belogue. Fica a dúvida, mas também o doce e reconfortante pensamento que o nosso abaixo-assinado, enviado por email, poderá afinal ter sido lido pelos destinatários.

Duarte Pacheco chega à meta num honroso 4ªlugar, o que para um político do Estado Novo falecido há tantas décadas é um feito notável. Reforça também a lista de argumentos da comunidade científica que defende a investigação em embriões humanos.

Atrás de Duarte Pacheco seguem João Soares e José Sá Fernandes com 10% das intenções de voto, o tal resultado apurado por meio de photo finish. O ex-presidente, considerado por Miguel Sousa Tavares como o melhor que passou pelos Paços do Concelho nas últimas três décadas, sofre ainda os danos colaterais da escultura de Cutileiro e da ideia do elevador do Castelo. Sá Fernandes mantém um nicho fiel de eleitores, mas mais estático que o universo de votantes de Ruben de Carvalho ou Maria José Nogueira Pinto.

Santana Lopes não deixa saudades do seu mandato. Depois de uma vitória à la Bush nas eleições de 2001, obtém agora apenas 6% dos votos. Curiosamente foi no seu período que a Alta de Lisboa teve o maior crescimento, saindo da estagnação que pautou os anos 80 e 90. Mas isto foi já no século passado.

Se Manuel Maria Carrilho pouco comparece na CML, também os seus eleitores desistiram de o apoiar. 3% dos votos atiram-no para o confronto directo com o eterno candidato do PCTP-MRPP, Garcia Pereira. É a segunda derrota consecutiva para o candidato rosa sendo provável que abrace outros projectos não relacionados com a CML no futuro.

11% dos lisboetas que responderam a esta sondagem lá saberão em quem gostariam de votar na corrida à autarquia mais endividada do país. Duas pessoas, não se recusando a responder ao inquérito, afirmaram não votar para a CML caso houvesse eleições agora.

Relembramos que esta sondagem não tem qualquer validade científica, não nos levem por isso demasiado a sério, por favor. A caixinha dos comentários fica aberta para outras análises aos resultados. Entretanto, se não nos virmos por aí antes, um bom Natal para todos!

2 comentários:

Anónimo disse...

Será que essa reviravolta se deu depois do famoso debate 1 contra todos (versão prós e contras)?

Sérgio A. Correia disse...

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