domingo, 23 de abril de 2006

Impermeabilização do solo


Restelo

Em dias de chuva torrencial é isto que acontece. Não sei se são os colectores que são estreitos demais ou estão entupidos, se é a falta de zonas verdes onde os caudais de água possam ser absorvidos, mas sempre que chove um bocadinho esta situação é cada vez mais frequente. E como se poderia aproveitar esta água para os meses de seca?

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1 comentário:

Pedro Cruz Gomes disse...

Não penso que tenha a ver com a ausência de zonas verdes para absorção dos caudais, Tiago. Veja-se o exemplo da charneca situada ao lado da Azinhaga da Torre nos limites da ALta (mais propriamente no Lumiar) que satura de cada vez que chove com mais intensidade (incidentalmente: esta charneca vai ser ocupada com o aterro da Norte-Sul, conforme já referiu há tempos o Pedro Veiga - esperemos que o Lumiar não inunde por causa disso).

Da minha experiência, eu concluiria que há duas causas fundamentais para estas inundações periódicas: a existência na zona de colectores muito antigos, subdimensionados para as actuais condições de urbanização da zona (poderá, por exemplo, haver mais áreas a drenar para os mesmos); ou - e é o que é mais frequente - a ausência de limpeza de sumidouros e colectores, os primeiros entupidos de terras e lixos vários, os segundos assoreados pela sucessão de pequenos caudais os quais, associados a eventuais pequenas pendentes, não têm capacidade de arrastamento suficiente para impedir a deposição das partículas em suspensão que transportam.

Haverá - muito ocasionalmente - picos de chuvadas que ultrapassarão os valores previstos na legislação para o dimensionamento das redes - e, quanto a esses, mesmo com os coeficientes majorativos utilizados no dimensionamento, não há mesmo nada a fazer.

Porque é que isto não acontece nos países ditos civilizados? Se calhar acontece, nós é que não vemos. Ou então, nesses países ditos civilizados há dinheiro para trabalhar com mais folga, há ocasião para limpezas e, principalmente, há consciência cívica de trabalhadores camarários e da população em geral para manter as instalações em bom estado de conservação e utilização.