No dia 29 de Outubro, o editorial do jornal Público escrito pelo seu director, José Manuel Fernandes, tocou no tão falado assunto da crise financeira mundial. Este texto muito bem escrito aborda um ponto essencial que tem passado ao lado da grande maioria dos analistas políticos e económicos. Este editorial com o título “Se os economistas não são oráculos, podemos recorrer aos historiadores?” começa por avançar com a ideia de que o conhecimento do passado nos pode ajudar a evitar cometer os mesmos erros no futuro. Ora, isto encaixa como uma luva na “mão” da crise financeira que hoje estamos a atravessar. Mais do que remediar a situação é preciso tirar a lição do que se passou. No antepenúltimo parágrafo José Manuel Fernandes afirma que “… o ponto agora deixa de ser saber se esta é ou não uma crise financeira devastadora para a economia real, mas o de saber se esta é apenas uma pequena crise se pensarmos no que teremos de enfrentar se não debelarmos alguns problemas planetários de sobrepopulação, crise ambiental e, por que não referi-lo também, falta de lideranças fortes.”. No parágrafo seguinte o director do jornal Público toca, a meu ver, na essência da crise que estamos a atravessar: “…a ideia de que é impossível viver demasiado tempo acima das nossas possibilidades. Ideia que é verdadeira tanto para o sobre-endividamento dos Estados Unidos (ou de Portugal) como para o ritmo a que consumimos recursos naturais vitais. Se a crise não nos chegasse pelo lado da “bolha do crédito imobiliário”, chegar-nos-ia – como já estava a chegar – pelo lado da escassez dos recursos e da nossa recusa em mudar de hábitos ou renunciar a certos consumos (o que sucedeu com o preço do petróleo este Verão pode ter sido apenas uma pequena amostra do que nos espera quando regressarmos, se regressarmos, a uma nova era de crescimento)”.
Na minha perspectiva a sociedade consumista em que vivemos está num beco sem saída. Este modelo do “quanto mais se consumir melhor” está a dar os seus últimos gritos, simplesmente, porque o nosso planeta não vai aguentar o agigantar da “pegada ecológica”. Aliás, segundo o relatório bianual “Planeta Vivo 2008”, divulgado no dia 28 de Outubro, os recursos do nosso planeta estão a desaparecer a um ritmo muito acelerado. Consequentemente, o nosso “cartão de crédito ecológico” está a ficar sem saldo. Segundo as previsões que constam neste relatório em 2030, ou seja daqui a pouco mais de 20 anos, a humanidade vai depender dos recursos naturais de dois planetas. Das duas uma: ou mudamos de estilo de vida ou, em alternativa, de planeta.
Na minha perspectiva a sociedade consumista em que vivemos está num beco sem saída. Este modelo do “quanto mais se consumir melhor” está a dar os seus últimos gritos, simplesmente, porque o nosso planeta não vai aguentar o agigantar da “pegada ecológica”. Aliás, segundo o relatório bianual “Planeta Vivo 2008”, divulgado no dia 28 de Outubro, os recursos do nosso planeta estão a desaparecer a um ritmo muito acelerado. Consequentemente, o nosso “cartão de crédito ecológico” está a ficar sem saldo. Segundo as previsões que constam neste relatório em 2030, ou seja daqui a pouco mais de 20 anos, a humanidade vai depender dos recursos naturais de dois planetas. Das duas uma: ou mudamos de estilo de vida ou, em alternativa, de planeta.
1 comentário:
Falta alguém chegar-se à frente com a resposta *a "one million dollar question": como se diminui o crescimento populacional?
Quem é que avança com o zézinho para a castração?
Ou deverá ser o Estado a decidir? A solução chinesa foi (só) relativamente eficaz e gerou "danos colaterais" que só com uma dimensão que só o tempo poderá avaliar. A indiana foi, no mínimo, eticamente condenável. Quem decide o quê numa questão do foro privado? Deixamos a democracia e o direito individual de fora nesta questão?
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