quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Os bravos das cadeiras de rodas

Digo-o sem qualquer ponta de ironia.

Já não é a primeira vez que vejo pessoas em cadeira de rodas ali no final da Av. Vieira da Silva, no cruzamento com a Alameda das Linhas de Torres e a Av. Raínha D. Amélia.

E é precisa grande coragem para circular numa cadeira de rodas em Lisboa. Os passeios ou são altos ou estão ocupados e a nossa calçada portuguesa, fantástica mas de manutenção difícil, está esburacada por alguma obra que deixou pedras espalhadas por todo o lado.

A solução é andar nas faixas de rodagem, bem junto aos carros estacionados. E esperar pelo melhor.

7 comentários:

Anónimo disse...

Peço perdão pelo "off-topic"!
Ainda que seja mais uma medida pra "lisboeta ver" até às eleições, que tal fazermos aqui uma "vaquinha" ou uma "task-force" e inundarmos o site da CML com propostas para a nossa zona?

Noticia do Sol: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=112452

"Munícipes vão decidir destino de cinco milhões em projectos camarários
A Câmara de Lisboa convidou os munícipes a proporem na sua página on-line quais as prioridades que devem seguidas pelo município, que se compromete a investir cinco milhões de euros nos projectos escolhidos pelos cidadãos

Anónimo disse...

Acho que e Av Maria Helena Viera da Silva e não Vaz de Silva.

Anónimo disse...

Sim, esses senhores moram no Lar da Associação de Deficientes das Forças Armadas, conhece ?
São mesmo corajosos, desde miúda que os vejo no meio do trânsito, ali na Alameda, a atravessar os carris dos eléctricos... alguém se lembra ?

Mr. Steed disse...

quem me manda a mim armar-me em bom e pensar que sei os nomes das ruas :) sim claro que tem razão!!!! é a vieira da silva e não Vaz da Silva.

Vou emendar e obrigado pela chamada de atenção.

Conheço o lar apenas de fora, de passagem. Fica lá mais em cima. É impressionante o facto de eles terem de andar pelo meio do transito.

Anónimo disse...

Tem de ser no meio do trânsito, enquanto se continuar a considerar os passeios bons lugares para deixar os automóveis...

Isto para não falarmos da bela Calçada Portuguesa... da que se faz agora... desnivelada, mal assente, sem qualidade, boa para entorses, péssima para caminhar e como será para pessoas de mobilidade condicionada ?

Bonita apenas para as Zonas Históricas...

Podiam as autarquias poupar imenso dinheiro, optando por soluções mais práticas, seguras e de muito mais fácil acesso principalmente quando fosse necessário abrir e fechar os eternos buracos a que nos sujeitamos, hoje aqui amanhã acolá, para reparação das rupturas de água, gás...

Quem já passeou por Londres, Paris ou Nova Iorque, já sentiu como os passeios são quase "elásticos".

Perdoem-me os fundamentalistas, mas eu que sou arquitecta, deixem a calçada para as zonas históricas apenas ! Poupe-se dinheiro ! Poupem-se entorses ! Poupe-se o bocadinho do meu IMI!

Anónimo disse...

Essas pessoas de cadeiras de rodas são certamente os nossos combatentes da guerra do ultramar.
Os grandes esquecidos de uma sociedade em rápida mutação,egoísta e não merecedora por vezes desse nome.
Pessoas tantas vezes alvo de jogos de poder e que continuam, condenados a combater sempre, a luta pela sua dignidade, numa posição de clara desvantagem, relativamente a todos nós, os outros, felizmente contando com todos os nossos membros.

Curvo-me sempre perante eles e agradeço-lhes sempre tanto, o tanto que nos deram, pelo tanto que perderam.
jrui

Mr. Steed disse...

alguns deles serão e merecem o nosso respeito.

é algo muito pessoal e que extravasa o âmbito do viver na alta, mas sempre achei que quem vai para uma guerra merece ser muito bem tratado pelos seus compatriotas quando regressa.

claro que há excepções, nos casos de crimes de guerra e tudo mais. mas, salvaguardando essas excepções, os homens (e mulheres em alguns casos) que são retirados ao seu ambiente social, família, amigos e colocados numa das situações mais extremas a que podemos sujeitar um ser humano - um cenário de guerra - merecem que cuidem muito bem deles pelo resto das suas vidas.

nos casos em que, como agravante, perderam a saúde e capacidades motoras ou outras, merecem que o estado e por arrastamento todos nós, os tratem com dignidade e carinho.

Infelizmente, a história é pródiga em casos em que isso não sucedeu.

Em Portugal, por alguns complexos herdados de uma descolonização necessária mas apressada e caótica - muito por culpa da teimosia de Salazar que inviabilizou soluções progressivas, é preciso que se recorde - parece que temos vergonha do conceito de veterano de guerra ou ex-combatente.