sábado, 6 de setembro de 2008

Comércio local e grande distribuição

Lá mais abaixo, num comentário, alguém fez referência ao comércio local e à importância que tem na criação de vida nas ruas.

Hoje, depois de ter visto um frango em decomposição à venda no Continente do LouresShopping*, optei por seguir a recomendação dessa visitante e fui ao talho aqui da rua. Não só o atendimento foi despachado e atencioso, como o galináceo era maior, com bom aspecto e, importante nos tempos que correm, custou três euros, menos do que o pedido no hipermercado por um espécimen raquítico e esverdeado.

A Av. Helena Vaz da Silva é o exemplo que eu desejo ver pelo resto da Alta em termos de consolidação da zona e criação de um vivência saudável. Apesar daquele cruzamento parvo e das passadeiras que não param quietas...

Tudo irá mudar um dia com a construção do tal shopping mas, por agora, o comércio local recomenda-se.



* Tive pena de não ter a máquina à mão. Falámos com a senhora responsável pela área que ficou da cor do frango e jurou que o ia mandar para análise - como se isso significasse alguma coisa.

Não é a primeira nem a segunda vez que vejo alimentos impróprios para consumo à venda em hipermercados. Morangos com bolor, fruta podre, carne verde...enfim. Sinceramente, gostava de ver a ASAE nas grandes superfícies. Por uma questão de igualdade de tratamento e porque o efeito de más condições de higiene e conservação alimentar nos hípers é incomparavelmente mais grave do que na mercearia de bairro. Tem tudo a ver com a dimensão da coisa.

3 comentários:

Tiago disse...

Havia aqui na Tito de Morais, há uns dois anos, uma senhora que assava frangos na rua. À moda angolana, com jindungo se o freguês quisesse. Comprei lá várias vezes, era delicioso. Já perceberam que isso não existe mais, pelo tempo verbal utilizado. Ainda perguntei a uns vizinhos o que tinha acontecido. Havia muitos que compravam fiado e não pagavam, e a D. Cristina fartou-se e deixou o assador encostado a um canto. Perdeu o bairro.

Anónimo disse...

O efeito de más condições de higiene e conservação alimentar é grave, seja nos hipers ou na mercearia de bairro.
Morre-se intoxicado quer por produtos deteriorados comprados nos hipers ou mercearias de bairro.
Aliás na mercearia de bairro dada a sua dimensão, por maior facilidade de controle nem é situação que seja possível admitir-se.
A exigência pela qualidade alimentar deve ser extra-rígida e todos devemos denunciá-la assim que da falta dela nos apercebamos.

Anónimo disse...

Sou técnica de segurança alimentar na área da distribuição (não é a Sonae) e posso garantir que as grandes empresas são os alvos preferidos da ASAE.
Primeiro porque pagam as coimas sem grande alarido e porque causa um impacto muito mais positivo para a imagem da ASAE dizer que encerraram um hiper por falta de condições ou dizer que fecharam a pequena mercearia do Sr. António (neste ultimo caso toda a gente fica revoltada).
Como consumidora acho que esses senhores fazem um bom trabalho, mas como profissional só me dão dores de cabeça!
Quanto ao dito frango eu não teria hesitado em escrever no livro de reclamações. Quando se trata deste tipo de problemas as autoridades não perdoam e em relativamente pouco tempo, deslocam-se à loja em questão para averiguar os problemas, fazer pericia em produtos, etc pois a existência desse frango à venda constitui um crime contra a saúde pública.
Claro está que hoje em dia se abusa da utilizaçao do Livro de Reclamações mas este caso seria um exemplo da sua boa utilização.