À conta destes posts do Tiago esbarrei aí pela net no conceito de graffiti invertido (tradução livre de reverse graffiti). É simples: pega-se numa parede de um túnel de uma cidade grande, limpa-se diferencialmente a camadinha de poluição até chegar à cor original das paredes, e assim nasce um desenho.
Este aqui é de Alexandre Orion, um artista Brasileiro. O túnel fica em S. Paulo, entre a Av. Europa e a Cidade Jardim.
Este, é um graffiti que limpa as paredes, não as "suja". E é tão temporário quantos mais carros ali passarem. Aos poucos, as paredes tornar-se-iam de novo negras e tudo voltaria ao "normal".
Ao mandar apagar este graffiti, como se vê na foto em baixo, a prefeitura de S. Paulo perde o argumento institucional de que o graffiti danifica o espaço público, reduzindo-o a vandalismo. Assim se vê que o que incomoda mesmo é a expressão pessoal.
Ao menos este caso teve um final menos infeliz: limparam-se todos os túneis da cidade. Nao fosse alguém limpar primeiro e atrever-se a dizer qualquer coisa com isso.
Este aqui é de Alexandre Orion, um artista Brasileiro. O túnel fica em S. Paulo, entre a Av. Europa e a Cidade Jardim.
Este, é um graffiti que limpa as paredes, não as "suja". E é tão temporário quantos mais carros ali passarem. Aos poucos, as paredes tornar-se-iam de novo negras e tudo voltaria ao "normal".
Ao mandar apagar este graffiti, como se vê na foto em baixo, a prefeitura de S. Paulo perde o argumento institucional de que o graffiti danifica o espaço público, reduzindo-o a vandalismo. Assim se vê que o que incomoda mesmo é a expressão pessoal.
Ao menos este caso teve um final menos infeliz: limparam-se todos os túneis da cidade. Nao fosse alguém limpar primeiro e atrever-se a dizer qualquer coisa com isso.
9 comentários:
Por acaso não sei se o que incomoda é a expressão pessoal. Não achas que há diferenças entre o Banksy ou o Roadsworth e as tais tags tipo Márcio love Carina? Eu sei que é difícil defender que uns têm mais direito que outros a fazer graffitis, mas mesmo sendo um leigo no assunto, parece-me que existe nestes writers mais mediaticos, para além de uma abismal diferença de talento, algum código ético que falta noutros.
Sim, acho q tens razão. Mas não reconheces talento neste Alexandre Orion? Não só talento de "desenho" mas tb acho que tem um bom "conceito". E nem por isso deixou de ser apagado.
O que me salta mais à vista neste caso em particular é que parece q mais vale estar uma parede suja de puluição e fuligem, do q parcialmente limpa, de forma a passar uma mensagem. Pq o q se apaga aqui é a mensagem, enquanto era uma parede preta de sujidade não se mexeu uma palha para limpar.
Sim, claro. Este tb tem muita piada. Mas só te estou a dizer que o que me incomoda na maior parte dos graffitis não é ser uma expressão pessoal mas a falta de gosto e ética. E a este Alexandre Orion nem sequer se pode acusar de ter modificado algo definitivamente.
E que tal um post sobre as verdadeiras "nojeiras" que se vêem um pouco por todas as paredes da Alta?
Há, de facto uma grande diferença entre arte e simples deterioração de propriedade alheia, com o único intuito de se fazer notar!
Ainda que ache interessantes alguns dos trabalhos dos artistas mencionados, continuo a achar que me estão a impor essa arte.
Se a isso juntarmos os inúmeros falta de talento que pululam as nossas cidades, está dado o mote para discutirmos onde está a linha entre a liberdade de expressão e a liberdade da minha escolha em "levar com essa arte em cima"!
Afinal, existem tantos museus na nossa cidade (e porque não na Alta, desde que não nas nossas paredes?)
o problema com os grafittis está mesmo aí. no conceito de arte.
o Bansky é giro mas depois podemos partir para outros tipos q já n achamos giros. e acabamos nos taggers e nos Edicleison loves Josineide.
Num dos canais por cabo vi no outro dia mais um destes conceitos de invasão do espaço público.
A diferença estava em que era um grupo de malta que de repente construia um jardim assim no meio da rua ou num passeio. E não estou a falar de umas flores. Estou a falar de um jardim mesmo.
E essa do jardim era onde? Você se lembra, Istide?
http://www.guerrillagardening.org/ -- we could do with some here.. I'm tempted.
Eu alinho nisso. O que tem graça é que aqui na Alta já existem jardins desses, feitos pela população. Um dos meus sonhos era mesmo fazer uma horta comunitária, com plantas aromáticas para todos os gostos e feitios onde cada um pudesse abastecer-se de um raminho, se precisasse.
Temos mesmo de pensar nisto.
É mais ou menos isso.
Tiago, aqui o que existe é a ocupação de uma área abandonada e a transformação numa horta/jardim.
O que eu vi no documentário do Discovery era por exemplo criar um jardim nas escadarias da assembleia da republica ou no meio do rossio.
É engraçado porque há uns anos lembro-me que os habitantes de um bairro de Lisboa tomaram o lugar da CML e arranjaram um jardim que a autarquia tinha deixado ao abandono. O mais risível no fim disto tudo é que apareceu uma senhora com ar pomposo a dizer que eles não tinham nada que mexer naquilo que era terreno camarário.
As hortas comunitárias são uma coisa fantástica e algo que devia haver por todo o lado. Não com o ar abarracado que se costuma ver mas num espaço feito de propósito para esse efeito. Por várias razões. Uma de que me lembro assim de repente: contaminação de solos. Não dá muito jeito estar a comer as alfaces plantadinhas numa zona contaminada.
Ó SGAL, então e que tal, junto aos courts de ténis e ao sítio para os plane spotters, um espaço para umas hortas comunitárias? Aposto que faziam milagres por aquela coisa que ninguém sabe como fazer que dá pelo nome de integração social.
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