sábado, 19 de julho de 2008

Alameda da Música - espaços verdes?

Bom dia,

Sou leitora habitual do vosso blog e aprecio o carácter interventivo e simultaneamente de coesão social que tem. Por isso mesmo, venho pedir-vos o vosso apoio no sentido de denunciar uma situação que se passa no nosso bairro e que se prende com os espaços verdes.

Infelizmente não tenho como documentar a situação em causa com fotos porque não tenho os meios para o fazer, mas conhecendo a vossa determinação, certamente tratarão de o fazer. Trata-se de um pequeno espaço verde junto ao café “Bacano” que já foi objecto de alguns posts vossos. Se tiverem oportunidade, convidava-vos a visitá-lo e constatarem como se encontra absolutamente abandonado com a relva morta, as árvores sem qualquer tipo de tratamento ou manutenção. A rega só hoje começou a funcionar após cerca de 2 meses sem que uma pinga de água saísse dos aspersores. Aspersores. Sistema de rega que permite que a mesma se faça por aspersão, certo? Errado, estes jorram água inundando o jardim e o pavimento em vez de, pelo menos, chegarem às árvores que estão no alto dos montículos e são os únicos seres vivos que teimam em sobreviver.


Naturalmente disto foi dado conhecimento à Junta de Freguesia (anexo os e-mails mais recentes que enviei), mas aparentemente a única medida tomada depois de muita insistência por parte de outro vizinho, foi a rega que funciona tal como descrevi. A mim própria não foi dado qualquer tipo de resposta.

Apelava à vossa intervenção na esperança de que se consiga fazer algo por este espaço que é de todos. Obrigada.

Com os melhores cumprimentos,
Ana Ferreira





Exmos. Senhores,

Como poderão ver pelo e-mail infra, comuniquei-vos uma situação que se passa na nossa freguesia no dia 26 de Junho. Passado quase um mês sem qualquer tipo de resposta ou de acção para resolver o problema abaixo descrito, vejo que o sistema de rega do jardim começou a funcionar esta manhã. Uma vez que a relva por falta de rega secou por completo, não tendo qualquer possibilidade de recuperação, tinha esperança que pelo menos se salvassem as poucas árvores que teimam em sobreviver. Contudo, os aspersores não estão em condições jorrando água e derramando-a sobre o pavimento de cimento que é o que menos necessita de ser regado. Com os aspersores a funcionar desta forma, a água certamente não chegará às árvores.

É lamentável que ninguém venha verificar o estado e funcionamento do material, nem sequer fazer uma limpeza periódica ao jardim que frequentemente acumula lixo sem que as entidades competentes façam alguma coisa por isso. É lamentável que exista uma empresa municipal que se dedique exclusivamente aos espaços verdes dos PER e que os restantes fiquem ao mais completo abandono pela Junta de Freguesia que deveria olhar por eles. Será necessário criar-se outra empresa municipal que trate dos espaços verdes que não pertencem aos PER, confirmando-se assim a incapacidade da Junta de Freguesia de dar conta do recado? Por último, é lamentável que o munícipe se dirija à sua Junta de Freguesia através de um e-mail publicado no respectivo site e não receba qualquer retorno às suas preocupações.

Pergunto: quando serão consertados os aspersores para que a rega do jardim se processe correctamente?

Quando plantarão relva para substituir aquela que deixaram morrer?

Quando cuidarão das árvores existentes que, sem estacas, correm o risco de não sobreviver?

Quando plantarão árvores para substituir aquelas que, também por falta de tratamento, sucumbiram?

Agradeço que me seja dado efectivo retorno a este e-mail e naturalmente algumas respostas às perguntas que aqui coloco.


Com os melhores cumprimentos,
Ana Ferreira

--------------------------------------------------------------------------------

De: Ana Ferreira
Enviada: quinta-feira, 26 de Junho de 2008 23:47
Para: 'info@jf-lumiar.pt'
Assunto: Espaços verdes
Importância: Alta


Exmos Senhores,


Sou moradora no Condomínio da Torre (malha 15.2) e é com profundo pesar que tenho visto o pequeno jardim existente no início da Alameda da Música, onde se situa a Farmácia Alto do Lumiar, degradar-se a cada dia que passa. Já não bastava terem sido destruídas algumas das árvores que aí foram plantadas e serem praticamente deixadas ao abandono as restantes que teimam em vingar, como agora a relva secou por completo por falta de rega.

Como é possível que se trate tão mal os nossos poucos espaços verdes e que têm a difícil tarefa de tornar mais agradável o espaço que os cidadãos habitam? Deixar em total desmazelo, sem qualquer tipo de manutenção estes espaços contraria tudo quanto é política de cidade e sobretudo de bairro.

Por favor façam alguma coisa pelos espaços verdes da nossa freguesia, em especial do Alto do Lumiar que tantas vezes parece estar votado ao abandono e ao esquecimento por parte da maioria dos nossos autarcas.

Na expectativa de ter um retorno a este meu pedido que considero legítimo, apresento os melhores cumprimentos,

Ana Ferreira

13 comentários:

Mr. Steed disse...

boa intervenção!

Ana B. disse...

Aqui está mais uma coisa simples e de fácil resolução.

"Manter" continua a ser o mais difícil dos trabalhos... Alguém anda distraído mas confio que os alertas de quem mais directamente usufrui deste espaço farão a diferença.

Obrigada Ana, por teres feito a tua parte com tanta diligência.

Isto ainda não é um hábito de todos, mas um dia chegaremos lá. E quem resolve, não terá outro remédio, e será também diligente na resposta.

JRui disse...

Cara vizinha.
Mas os aspersores estão destruídos?
Será por isso que não havia rega?
Porque assim que forem arranjados voltam a ser destruídos?
Será por estas razões?
Apesar disso é uma situação desagradável.
Mas, é incomodativo falar disso.
Estamos a violar a privacidade daqueles que tem o direito de destruir o espaço que é de todos, sabendo que nada lhes acontece e que isso lhes dá um prazer danado.
É tabú.

Anónimo disse...

pelo que sei junto de fonte bem segura, o facto de não haver relva prende-se por dois motivos:
1º- há infiltrações para as garagens o que já provocou denuncia na SGAL;
2º- há um constante e permanente "estender" de pessoal que aproveita para fazer dali um pequeno dormitório de siestas, logo, não há vontade por parte dos comerciantes em que estejam fulanos e bacanos a curtir um espaço de todos em que só alguns é que conseguem lá estar...

cumprimentos
António Semedo

A disse...

Não sei qual o motivo que levou a que deixasse de se efectuar a rega. O que sei é que esta não foi feita durante tempo demais. Tempo suficiente para deixar morrer por completo a relva e, se não se tratar rapidamente do assunto, também as árvores. Os aspersores deitam água, mas não em aspersão como deveria ser. Eu própria vi um senhor, provavelmente morador aqui perto que se encontrava no "Bacano" e que conseguiu pôr alguns a funcionar melhor. Esta atitude foi fruto da sua boa vontade. Uma lição para o Senhor Presidente da Junta de Freguesia que pelos vistos não tem tempo para lidar com estas questões menores.

Ana Ferreira

P.S. Veremos se esta semana a Junta se digna dar-me o ar da sua graça e responder aos meus e-mails.

Anónimo disse...

O estado de conservação dos espaços verdes na Alta de Lisboa é um excelente exemplo do abandono, da inércia e da descrença das diferentes entidades responsáveis (SGAL, CML, JFL).
Neste momento, a SGAL, vai tentando a custo camuflar pontos que no seu entender são estratégicos para as vendas e que, de certa forma, acredita poderem vir a fazer diferença em termos de vendas, como são o caso do Parque Oeste e da rotunda de acesso à Alta vindos das Calvanas. Todavia, tudo o resto é paisagem (o parque das conchas é um caso à parte e que é uma mais valia para nichos do lumiar). De uma maneira geral, as árvores têm um aspecto doente, os canteiros são depósito de lixo e de mato rasteiro.
Já a CML e, especialmente, a JFL, gostam de aparecer nas inaugurações mas obra feita é coisa que lhe passa ao lado alegando, frequentemente, falta de responsabilidade. Se não a têm quem a terá? Os moradores que compraram casa e pagam os seus impostos?
Claro que os espaços relvados também não podem ser vistos como peças de museu. Estes são feitos para serem utilizados. Quem visite a Alemanha pode ficar surpreendido com a utilização desses espaços comunitários (churrascos, leitura, banhos de sol, futebol,sestas...). O grande problema da Alta digo-vos, está em quem utiliza, em quem desfruta dos espaços. Porque razão na zona da Expo não se fala mal dos pais a jogar à bola com os filhos nas relvas, dos leitores estendidos em mantas, dos grupos de amigos a conversar?
Chamem a ciganada de Loures para a Alta, enquadram-se perfeitamente naquele espaço de relva à frente do "Bacano".

Anónimo disse...

eh pá!!! então esse não é o condominio do Lucena? ou melhor aquele onde o gajo é administrador???
como é vê-se que tem estado ausente!!!
g'andes vidas!!!

Anónimo disse...

Boas noites, é com bastante pena minha que vejo este jardim neste estado, visto morar no 15.2, mas é um jardim que tem facil resolução se todos os condóminos deste assim o desejassem.
Pelo que conheço da Lei tudo o que está por cima de uma propriedade é dessa propriedade, logo o espaço que está por cima das garagens pertence aos donos das garagens. É sobre esse espaço que dizem publico que quer eu quer todos os moradores do 15.2 estamos a pagar o IMI... ( sim estamos a pagar pelo espaço que é nosso e não usufruimos dele e muita gente paga e não sabe que lhe pertence )...
Ass: JRolo

Anónimo disse...

hum... há aqui um comentário anti-lucena???
Ó vizinho o melhor é candadatar-te à administração visto andar tão bem informado... e ser tão presente!!!
A.gomes!

Luís Lucena disse...

António Semedo,
Não me consta que alguém tenha mandado cortar a rega pelas razões que invoca. Quem, normalmente, poderá ter o "controlo sobre a rega" será uma de três entidades:
. A JFL
. Flora Garden (manutenção, contratada pela JFL)
. EPAL
Mas posso estar desinformado.

Nos contactos que já efectuei na Junta posso testemunhar que, de uma forma geral, a JFL tem mantido uma postura de alguma proximidade e de uma resolução mais rápida e expedita de assuntos da sua competência.

Contudo neste caso, de facto, a JFL demora a resolver. Existe uma empresa, contratada pela JFL, que deverá fazer a manutenção regular. Esta manutenção inclui o sistema de rega que é frequentemente vandalizado e cuja recuperação permanente, aparentemente, está desorçamentada.

Os Condóminos do CT 15.2 têm efectivamente uma palavra importante a dizer sobre este assunto, quer internamente nas decisões que possam vir a tomar (incluindo a livre escolha de Administrador), quer numa intervenção mais directa como é o caso altamente salutar da vizinha responsável pelo actual post, Ana Ferreira.

O espaço da Alameda da Música tem sido objecto de muitas reclamações, da qualidade da pedra da calçada a problemas de rega, aos "parques infantis" super perigosos que lá foram colocados, ao sistema de drenagem. A estes assuntos, deveremos adicionar a falta de acompanhamento dos serviços sociais, uma vez que o conceito de Realojamento deverá ir bastante além da "entrega de uma casa".

Anónimo disse...

O senhor Lucena que me desculpe mas anda muito ausente; logo abstenha-se de comentar... algo que me parece não ser do seu conhecimento!
Cumprimentos
António Semedo

Mr. Steed disse...

António Semedo, pode estar carregado de razão mas a sua posição perde força quanto utiliza expressões do género: "abstenha-se de comentar".

Luís Lucena disse...

António Semedo,
Com todo o respeito, devemos depreender do seu primeiro comentário que a rega foi mandada cortar pela SGAL? ou por algum Condómino do CT15.2? ou pela Administração do CT 15.2? ou por algum dos comerciantes? É que ainda por cima dá os "dois motivos", em conjunto, o que pressupõe uma combinação de entidades, como por exemplo um comerciante e a SGAL ou alguns comerciantes e a Administração do CT15.2.

Devemos ainda depreender - se for verdade o que disse - que houve algo de ilícito, dada a relação jurídica/operacional entre JFL, Empresa Manutenção e EPAL que enquadra esta situação. É que, neste momento, mais ninguém tem legitimidade para mandar cortar a rega. Desculpe, mas não dá para entender, mas como afirmei, e não conhecendo eu as suas fontes seguras, posso estar desinformado.

De qualquer modo a minha abstenção de comentar, o que quer que seja, está no âmbito da minha liberdade, não da sua, desde que respeite os outros, que foi o que fiz (mesmo que o António Semedo não o tenha entendido). Igualmente relativamente à minha liberdade de estar presente ou ausente (e o que mais faltava era ter alguém a seguir e a contar os passos que outra pessoa dá, não?).

Acresce que estou relativamente por dentro deste assunto, pelo que é meu dever participar e dar a minha contribuição.