sábado, 5 de abril de 2008

Concurso de ideias

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A discussão dos cinco projectos que passaram à segunda fase do concurso de ideias está em marcha! Nos últimos dias a vida dos Museus de História Natural e de Ciência tem sido perturbada por reuniões em catadupa. A discussão interna sobre os efeitos das intervenções vindas do exterior tem ocupado e preocupado muito as mentes de todas as pessoas que ali trabalham, que ali dão o seu melhor para manter vivo um património riquíssimo, através das nobres actividades de museologia, de divulgação e de investigação.

Dos cinco projectos da autoria de Aires Mateus e associados, ARX Portugal, Vão Arquitectos, Souto Moura e Gonçalo Byrne, um será escolhido por um júri formado pelas seguintes individualidades: Arq.º Nuno Portas, presidente, Prof.ª Maria Amélia Martins-Loução, Arq. Luís Carrilho da Graça, Arqª. Paisagista Elisabete Barreiros Ferreira, Dr. Jorge Manuel Cabrita Trigo e o Arqº. Manuel Fernandes de Sá.

Esta área da cidade que liga a 7.ª colina ao vale da Avenida da Liberdade vai sofrer grandes transformações nos próximos anos. Sente-se no ar o cheiro do dinheiro que os negócios imobiliários vão gerar. Existem muitos “abutres” que querem despedaçar a “presa” em mil pedaços porque o local é nobre e por isso vale milhões. Estas “aves” sabem disso mais do que ninguém! Mas existe ali, naquele quarteirão, no Museu de História Natural e no Museu de Ciência, um enorme tesouro. Um tesouro cujo valor não é mensurável pela tacanhez dos milhões de euros dos negócios imobiliários.

Faço minhas as palavras de António Barreto numa das suas crónicas recentes no jornal Público: “O conteúdo é impressionante. São colecções notáveis de instrumentos científicos e técnicos de química, física, astronomia e matemática dos séculos XIX e XX (mais de 10.000 peças). Arquivos históricos (mais de 100.000 documentos). Bibliotecas científicas dos séculos XV a XX (25.000 livros). Mobiliário muito curioso e interessante. Colecções de antropologia (2000 esqueletos), de mamíferos (5000 espécies), de aves (2600), de peixes (7000 lotes), de anfíbios e répteis (1000), de invertebrados (30.000 lotes) e de sementes (4000 lotes). A que se acrescentam os herbários (250.000 espécies) dos séculos XVIII e XIX, incluindo os de Vandelli, Brotero e Welwitsch. Ou as colecções de mineralogia, petrologia, estratigrafia e paleontologia (80.000 peças). E finalmente o fantástico Jardim Botânico (1500 espécies), com mais de 150 anos de existência, …”.

Oxalá, oxalá, o apetite aguçado dos promotores imobiliários não deite tudo a perder 30 anos depois do grande incêndio da antiga Faculdade de Ciências.

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A discussão, em forma de debate público, segue nos próximos dias 7, 14 e 21 de Abril, às 18 horas, no anfiteatro Manuel Valadares, no Museu de Ciência da Universidade de Lisboa.

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