Afinal há dinheiro, há sempre dinheiro para as coisas da alma que não é pequena e hoje a CML aprovou uma acção de realização de mais escolas e jardins-escola para a periferia (vamo-nos deixar de peripatetices: a Alta de Lisboa, pelo caminho bastardo que leva no presente, é e será cada vez mais periferia, uma santoantoniodoscavaleiros lisboeta, edifícios envelhecidos a meio caminho entre a guerra civil e o abandono burguês) adoptando o mesmo caminho schizo do governo maior que enquanto se discursa defensor do interior fecha tudo o que ainda mexe nesse mesmo interior.
Enquanto se promove a idealizar a Baixa renovada, enquanto comovida olha enternecida sardinheiras e ruelas, fecha liceus no centro - edifícios ainda sólidos, dignos, capazes - e aprova construçõezinhas educativas nos bairros da coroa exterior. Deve ser essa a resposta às pressões dos concelhos limítrofes, a resposta casuística e desatenta do costume.
Promete escola e jardim de infância e esquece - porque ignora, ou faz por ignorar - que a melhor experiência educativa pré-escolar da Alta ainda se faz na última construção-relíquia dos maus tempos das habitações degradadas ainda existente no lugar da Alta, sede da instituição que há 45 anos faz o que o Estado e a autarquia se eximiram longamente de fazer. Esquece -porque não interessa num tempo de glórias de 6 milhões de euros para apoio a alguns dos habitantes - que o projecto existente e pronto a fazer, se encontra encalhado, vítima de uma batalha de moradores que não é a sua, mal aconselhados e mal guiados, enfiados sem saber numa guerra mais subtil que terá a sua eclosão nas próximas eleições para a freguesia.
Assim como a Alta já passou à história municipal - agora que os PERS estão prontos - também a esperança de uma nova maneira de articular a cidade se esgotou de vez com as vistas curtas deste executivo, adoptadas prazenteiramente do que o antecedeu.
Não temos responsáveis, responsáveis. Só fagotes emproados em busca do modo certo de ganhar as próximas eleições.
E perante este município de trampa e já que o Eça foi casquinar há muito para outros mortos só me resta cabotinamente fazer propaganda ao melhor blog português que ocupou qualquer um dos vossos ecrans e descaradamente, citar o seu último recado:
Oh oh oh, a que vaivéns me entrego, pátria do coração, caminhos de Portugal no bordado de vivendas Graça Dias mais o que resta das casinhas Raul Lino. Entro por Vilar Formoso, feia que dói a estuporada vila inicia-me nas auto-estradas da minha terra rumo a Lisboa e passam montanhas, gardunhas, cafés delta mas é preciso dizê-lo, ultrapassam-me audis pela esquerda, direita em frente, marche caramba: Cheguei! Cheguei ao paraíso da crise, temperatura amena, o povo hospitaleiro, há vida para além do cabillaud, praias com mares normais, azuis ultramarinos comme il faut. O que pretendo deixar aqui a flutuar na web desde 1989 como o autobiógrafo Querido insiste e Sir Timothy, o Berners-Lee não confirma Dear me? e agora com esta deixei de ver para onde ia. Ah, Portugal. Ora no meu país padrasto para rimar com pasto de farsantes, começo pelos professores danados para a brincadeira. Professores revoltados, em condições psicológicas instáveis como se desde miúdos não o soubéssemos todos nós, não é? Se é, pelo que se algum deles me fosse ao telemóvel, fora eu a aluna Golias e teria pedido, educada, phonix, para mo carregar com 150 euros, Phonix! Parágrafo único: há um operador Phonix em Portugal. O problema cabeludo é, no entanto, mais outro no feminino para variar e chama-se cultura. Basta observar o ministro para perceber tudo que neste caso por acaso é nada. Eu vi com estes dois castanhos de encantos tamanhos, li jornais, ouvi telefonias sem fios, televisões, cartazes, folhas, postais, pagelas, livros e até fui em romaria à Byblos onde todos os livros constam da base de dados, verdade confirmada pelo funcionário com voz de Hal 9000: constam da nossa base de dados mas não se encontram disponíveis e eu com esta mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma que já tinha deitado para dentro de um vaso o rol amachucado de três singelas edições, ora tem aqui uma bela base de dados, observação equívoca, percebi-o depois, quando senti o Hal 9000 ligeiramente perturbado a afastar-se como quem não quer a coisa, uma ova, o que estava a pensar saia-lhe pelos olhos: a mulher tem idade para ser minha mãe e está aqui, está a pedir-me o telemóvel aos gritos, dê-me o telemóvel, já ou como repeti para mim em francês sem ainda pescar rien: mas que mosca lhe mordeu? Adiante. Mais um parágrafo único: a cultura em Portugal morreu, não existe mais. Lamento. Aquilo, isso aí tem menos vida cultural portuguesa que o deserto do Gobi. O Bruno de Almeida é americano, o Joaquim de Ameida é o que é, coitado, deixá-lo repousar em paz, a Maria de Medeiros emagrece a olhos vistos, canta com a Mísia o que bate certo e no ceguinho também para além de já constar da minha base de dados. A dança, o teatro, a pintura, escultura, zero, os homens estátua trabalham em restaurantes ou na Cinemateca, onde não fui mas já lá vou. Um dia, lembrei-me disto agora, escrevi a pedir trabalho e responderam-me que eu não era o Gonçalo M. Tavares e que este detalhe fazia toda a diferença. Passe a metáfora ou seria alegoria eu sou o Gonçalo M. e o Tavares é o meu bom amigo Carlos, desculpa Carlos, que me pagina os livros do senhor este e machin em corpo 100. Assunto arrumado mas esta é a menor das consequências do anonimato e onde vim eu parar, Deus me perdoe, mas, mas, mas grave seria eu chamar-me realmente Pedro Mexia, ter nascido em 1972 e levar com uma carta íntima, como o são todas as cartas públicas do Silva Melo, que sabe mais a dormir que todos nós acordados, a perguntar se eu, eu Mexia, bem entendido, não me lembrava do Harold Pinter, gnè gnè gnè em 1979 e uma vez aqui chegados, mau, mesmo mau, muito mau seria eu insistir em ser Mexia e responder gnè gnè gnè ao Silva Melo no tom mais sério desta vida como se com sete anos tivesse mamado Pinter em vez de Dartacão, Dartacão és tu e os teus amigos. Já se percebe como vim de Portugal, mal, mal, arrastei-me pesadamente até aqui, até ter chegado ao blog da Isabel Coutinho e levar com o revigorante YouTube redbull e arrebitar com o José Rodrigues dos Santos, que não sou eu, a pastorear jornalistas americanos. Só visto porque não sei contar. Ó Carlos, desculpa Carlos, confirma-me aí se não era eu quando era o Borges quem dizia que estar morto era o oposto de ser vivaço?
Enquanto se promove a idealizar a Baixa renovada, enquanto comovida olha enternecida sardinheiras e ruelas, fecha liceus no centro - edifícios ainda sólidos, dignos, capazes - e aprova construçõezinhas educativas nos bairros da coroa exterior. Deve ser essa a resposta às pressões dos concelhos limítrofes, a resposta casuística e desatenta do costume.
Promete escola e jardim de infância e esquece - porque ignora, ou faz por ignorar - que a melhor experiência educativa pré-escolar da Alta ainda se faz na última construção-relíquia dos maus tempos das habitações degradadas ainda existente no lugar da Alta, sede da instituição que há 45 anos faz o que o Estado e a autarquia se eximiram longamente de fazer. Esquece -porque não interessa num tempo de glórias de 6 milhões de euros para apoio a alguns dos habitantes - que o projecto existente e pronto a fazer, se encontra encalhado, vítima de uma batalha de moradores que não é a sua, mal aconselhados e mal guiados, enfiados sem saber numa guerra mais subtil que terá a sua eclosão nas próximas eleições para a freguesia.
Assim como a Alta já passou à história municipal - agora que os PERS estão prontos - também a esperança de uma nova maneira de articular a cidade se esgotou de vez com as vistas curtas deste executivo, adoptadas prazenteiramente do que o antecedeu.
Não temos responsáveis, responsáveis. Só fagotes emproados em busca do modo certo de ganhar as próximas eleições.
E perante este município de trampa e já que o Eça foi casquinar há muito para outros mortos só me resta cabotinamente fazer propaganda ao melhor blog português que ocupou qualquer um dos vossos ecrans e descaradamente, citar o seu último recado:
Oh oh oh, a que vaivéns me entrego, pátria do coração, caminhos de Portugal no bordado de vivendas Graça Dias mais o que resta das casinhas Raul Lino. Entro por Vilar Formoso, feia que dói a estuporada vila inicia-me nas auto-estradas da minha terra rumo a Lisboa e passam montanhas, gardunhas, cafés delta mas é preciso dizê-lo, ultrapassam-me audis pela esquerda, direita em frente, marche caramba: Cheguei! Cheguei ao paraíso da crise, temperatura amena, o povo hospitaleiro, há vida para além do cabillaud, praias com mares normais, azuis ultramarinos comme il faut. O que pretendo deixar aqui a flutuar na web desde 1989 como o autobiógrafo Querido insiste e Sir Timothy, o Berners-Lee não confirma Dear me? e agora com esta deixei de ver para onde ia. Ah, Portugal. Ora no meu país padrasto para rimar com pasto de farsantes, começo pelos professores danados para a brincadeira. Professores revoltados, em condições psicológicas instáveis como se desde miúdos não o soubéssemos todos nós, não é? Se é, pelo que se algum deles me fosse ao telemóvel, fora eu a aluna Golias e teria pedido, educada, phonix, para mo carregar com 150 euros, Phonix! Parágrafo único: há um operador Phonix em Portugal. O problema cabeludo é, no entanto, mais outro no feminino para variar e chama-se cultura. Basta observar o ministro para perceber tudo que neste caso por acaso é nada. Eu vi com estes dois castanhos de encantos tamanhos, li jornais, ouvi telefonias sem fios, televisões, cartazes, folhas, postais, pagelas, livros e até fui em romaria à Byblos onde todos os livros constam da base de dados, verdade confirmada pelo funcionário com voz de Hal 9000: constam da nossa base de dados mas não se encontram disponíveis e eu com esta mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma que já tinha deitado para dentro de um vaso o rol amachucado de três singelas edições, ora tem aqui uma bela base de dados, observação equívoca, percebi-o depois, quando senti o Hal 9000 ligeiramente perturbado a afastar-se como quem não quer a coisa, uma ova, o que estava a pensar saia-lhe pelos olhos: a mulher tem idade para ser minha mãe e está aqui, está a pedir-me o telemóvel aos gritos, dê-me o telemóvel, já ou como repeti para mim em francês sem ainda pescar rien: mas que mosca lhe mordeu? Adiante. Mais um parágrafo único: a cultura em Portugal morreu, não existe mais. Lamento. Aquilo, isso aí tem menos vida cultural portuguesa que o deserto do Gobi. O Bruno de Almeida é americano, o Joaquim de Ameida é o que é, coitado, deixá-lo repousar em paz, a Maria de Medeiros emagrece a olhos vistos, canta com a Mísia o que bate certo e no ceguinho também para além de já constar da minha base de dados. A dança, o teatro, a pintura, escultura, zero, os homens estátua trabalham em restaurantes ou na Cinemateca, onde não fui mas já lá vou. Um dia, lembrei-me disto agora, escrevi a pedir trabalho e responderam-me que eu não era o Gonçalo M. Tavares e que este detalhe fazia toda a diferença. Passe a metáfora ou seria alegoria eu sou o Gonçalo M. e o Tavares é o meu bom amigo Carlos, desculpa Carlos, que me pagina os livros do senhor este e machin em corpo 100. Assunto arrumado mas esta é a menor das consequências do anonimato e onde vim eu parar, Deus me perdoe, mas, mas, mas grave seria eu chamar-me realmente Pedro Mexia, ter nascido em 1972 e levar com uma carta íntima, como o são todas as cartas públicas do Silva Melo, que sabe mais a dormir que todos nós acordados, a perguntar se eu, eu Mexia, bem entendido, não me lembrava do Harold Pinter, gnè gnè gnè em 1979 e uma vez aqui chegados, mau, mesmo mau, muito mau seria eu insistir em ser Mexia e responder gnè gnè gnè ao Silva Melo no tom mais sério desta vida como se com sete anos tivesse mamado Pinter em vez de Dartacão, Dartacão és tu e os teus amigos. Já se percebe como vim de Portugal, mal, mal, arrastei-me pesadamente até aqui, até ter chegado ao blog da Isabel Coutinho e levar com o revigorante YouTube redbull e arrebitar com o José Rodrigues dos Santos, que não sou eu, a pastorear jornalistas americanos. Só visto porque não sei contar. Ó Carlos, desculpa Carlos, confirma-me aí se não era eu quando era o Borges quem dizia que estar morto era o oposto de ser vivaço?
7 comentários:
Nao percebi nada do seu comentário...
mas se refere esta noticia:"a construção de sete novos equipamentos a curto prazo (jardins de infância e escolas do Ensino Básico no Parque das Nações, Galinheiras, Chelas, Benfica, Alvalade, Olivais e Lumiar), num investimento de 14 milhões de euros, e 26 intervenções de obra em outros equipamentos pré-existentes, no valor de 34 milhões de euros"
Fico com a sensação que está escrever no blog errado.
Melhor...como o blog é seu. Acho que se enganou no nome que lhe deu.
Miguel
Sabe, isso das sensações é um caminho muito relativo e facilmente desmontável (e contestável).
Eu, por exemplo poderia dizer que, pelo teor do seu comentário, fiquei com a sensação que tinha percebido muito bem o que nele estava escrito (não o ter percebido equivaleria a uma indesculpável falta de valências no domínio da língua pátria). Poderia até acrescentar que fiquei com a sensação de se ter sentido pessoalmente atingido por alguma parte do texto. E até fiquei com a sensação de que, ou não costuma estar com muita atenção ao mundo que o rodeia - e desconhece o Centro Social da Musgueira e o seu trabalho em prol da comunidade - ou o conhece muito bem e prefere assobiar para o lado... As outras lutas, compreende?
Mas, como escrevi, isto das sensações é tudo muito relativo, até se pode ter dado o caso de ter vindo só à procura da notícia sobre o mais recente buraco da rua. Lamento, o post não era sobre isso, mas ficou a conhecer um bocadinho mais o mundo, valha-lhe o tempo gasto.
Muito bom, Pedro.
Comparando com a noticia da Lusa, o primeiro paragrafo do post está enganador. A aprovação da carta educativa pela CML é condição necessária para a obtenção de financiamento mas não suficiente. O dinheiro ainda não existe, portanto (pelo menos na CML). Mas com esta carta educativa aprovada, a CML pode candidatar-se a financiamento no âmbito do QREN, etc.
A polémica com o Pedro Mexia sobre o Tom Stoppard está bem interessante, mas talvez não muito relevante para este caso.
Carta educativa de Lisboa requer 49 milhões até 2011
03.04.2008
A Câmara de Lisboa aprovou ontem a carta educativa do município que prevê a reabilitação de 26 escolas e a construção de sete novos equipamentos até 2011, investimento de cerca de 49 milhões de euros (34 milhões para a requalificação de 26 escolas e 15 milhões destinados à construção de sete novos equipamentos).
O financiamento das intervenções previstas será realizado com recurso a verbas da autarquia, protocolos com o Ministério da Educação e a candidaturas ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), estando igualmente a ser estudado o de parcerias público-privadas, revelou a vereadora da Educação, Rosália Vargas, após a reunião do executivo.
Sem a aprovação da carta educativa, a autarquia não poderia candi-
datar-se ao QREN para reabilitar aque-
le que é o parque escolar mais degradado do país, esclareceu Rosália Vargas, sublinhando que este documento "actualiza dez a 20 anos de qua-
se esquecimento" relativamente à edu-
cação na cidade. As intervenções pri-
oritárias são a construção de duas escolas básicas e jardim-de-infância no Parque das Nações e nas Galinheiras, a construção de jardins-de-infância em Alvalade, nos Olivais e no Lumiar e de escolas básicas em Chelas e Benfica.
A carta educativa, realizada pelo Ins-
tituto Superior Técnico em colaboração com a autarquia, revela que "as es-
colas de Lisboa acolhem muitas crianças residentes em outros concelhos", nomeadamente ao nível do pré-escolar. "A capacidade de resposta da cidade tem de ser muito bem organizada para poder fazer face à pressão dos concelhos limítrofes", sustentou Rosália Vargas.
A carta educativa foi aprovada com a abstenção dos vereadores do PSD e da CDU. Lusa
OK. Portanto há mais entidades privadas a querer comer do bolo do QREN e como isso só é possível com a CML faz-se uma 'carta edicativa', uns pre fabricados nas galinheiras do concelho e, claro, investe-se no Parque das Naçoes, para os fi(lhos)dalgos (de alguem). Ver como o Lumiar aparece no fim da listinha...
Enquanto os Costas e os Sás Fernandes não vierem para aqui morar (os Albertos Costas já criaram os filhos), nada disto muda.
O Costa vive num c. privado na zona de Sintra e o JSF deve ser na Lapa ou P. Real, se bem que andou na escola no CSJB (ele tem um bocadinho ar de padre, de facto...daqueles fdp que pecam muito e depois rezam muito e pedem muito a Deus para lhes perdoar).
Bem, fiquem com mais esta lixadela desta CML na Alta, tirada do documento do LNEC que saiu hoje sobre a ponte. O lirismo, imaginacao e irresponsabilidade deste tipos deve qualificar para o livro do Guiness.
"As áreas prioritárias de intervenção compreendem quatro localizações estratégicas, onde se
pretendem potenciar novas centralidades no interior de Lisboa que articulem o modelo de
desenvolvimento urbano e socioeconómico com os modos pesados de transporte público, e fazem a
articulação entre as áreas de expansão com a área central. Esta articulação é fundamental tanto para
reequilíbrio de distribuição de funções centrais no sistema urbano de Lisboa, como para a
regeneração da sua área central.
Estas quatro novas centralidades a promover correspondem a pólos terciários ou equipamentos de
nível superior e são as seguintes:
• Área envolvente à Gare do Oriente – área estruturada em torno da Av. Infante Dom
Henrique, que compreende uma antiga zona industrial da Cidade de Lisboa, a destinar a
funções ligadas à logística moderna, ao terciário tradicional, ao terciário superior e ao
reforço da capacidade de alojamento hoteleiro, em articulação com a área central do
Parque das Nações (identificada no PROTAML como centralidade regional de inovação e
internacionalização), com a localização da estação de AFV na Gare do Oriente e com o
reforço de ligação ao actual Aeroporto e ao NAL.
• Parque Hospitalar Oriental – área em Marvila constituída pelo Instituto Português de
Oncologia (na sua nova localização) e pelo Hospital de Todos os Santos, e que tem um
potencial de regeneração considerável, numa zona da Cidade tradicionalmente
associada à concentração de populações realojadas, contribuindo assim para a
promoção da sua inclusão social. A ligação rodo-ferroviária à AML-Sul do Tejo introduz
centralidade regional a Marvila, coerente com o nível de polarização dos equipamentos e
actividades complementares a instalar.
• Eixo Entre-Campos / Praça de Espanha / Sete-Rios - A reconversão da área da Feira
Popular em Entre-Campos, a transferência da Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas, a desactivação parcial do Hospital Curry Cabral no Rego, a transferência do
IPO para Marvila, a par da possibilidade de reconversão da zona do PMO do
Metropolitano e áreas adjacentes em Sete-Rios, traduz um quadro que permite a criação
de um eixo estruturante de desenvolvimento, articulado com os interfaces de Entre-
Campos (linha de cintura e Metro), Praça de Espanha (autocarros suburbanos e Metro) e
Sete-Rios (Linha de Cintura, Metro e Terminal de Autocarros). Assim, este eixo pode
corresponder à consolidação de áreas de concentração de terciário especializado e de
serviços de telecomunicações entre o Rego e Entre-Campos, e de terciário superior entre
a Praça de Espanha e Sete-Rios. A elevada acessibilidade desta área no modo
ferroviário (CP, Fertagus e Metro), que se espera vir a aumentar pela ligação da linha de
Cascais à linha de Cintura, em Alcântara, permite considerar a possibilidade de, no
LNEC - Proc. 0701/01/17036 43
âmbito do desenvolvimento dos instrumentos de gestão territorial, desenvolver soluções
de limitação da oferta de estacionamento, com vista a induzir uma maior procura de
transporte colectivo.
• Alcântara – O processo de desactivação das actividades industriais, sobretudo a partir
dos finais da década de 70 do Século XX deu lugar a grandes vazios junto à zona
ribeirinha de Alcântara, e veio criar grandes expectativas de renovação do tecido urbano.
A potencialidade de criação de uma nova fachada ribeirinha nesta zona da Cidade deve
ser o motor de regeneração de um tecido urbano e social desfavorecido. A possibilidade
de ligação entre a linha de Cascais e de Cintura, articulada com a construção do
Apeadeiro do Alvito (linha da Fertagus), vem aumentar a importância do interface de
transportes de Alcântara e, consequentemente, do potencial de renovação desta área,
que requer ainda uma solução para o nó rodo-ferroviário de Alcântara que possibilite o
estudo de soluções de aproximação de Alcântara à frente do rio.
Para além das quatros áreas estratégicas referidas acima, a CML considera as seguintes unidades
territoriais estruturantes:
• Áreas Históricas e Eixos Centrais, enquanto pólo central da AML – a área histórica
central de Lisboa, deve ser revitalizada, repovoando-a e conferindo-lhe novas funções de
representação política, culturais, de animação, turísticas, mantendo os centros de
decisão financeira e atraindo indústrias criativas, o que requer um sistema arterial,
assente nos eixos centrais (Avenidas Novas e Almirante Reis), a regenerar, que
conectam esta área com a restante Cidade. A área das Avenidas Novas inclui a maior
concentração de emprego em Lisboa, devendo ser também encarado como uma montra
da Cidade. O Eixo Rua da Palma / Av. Almirante Reis, marcado por focos de pobreza,
marginalidade e exclusão social e declínio económico, requer regeneração que promova
a inclusão social e a revitalização económica da área. A possibilidade de encerramento
de grandes equipamentos hospitalares representa uma oportunidade de regeneração
urbana através da introdução de novas actividades e funções. Pretende-se alargar o
conceito de área histórica, que o PDM actual limita à Baixa Pombalina e às áreas
históricas habitacionais compreendidas por núcleos urbanos anteriores ao Século XIX, no
sentido criar condições de estabilização do edificado e da imagem urbana das áreas da
cidade consolidada.
• Áreas de Regeneração Urbana – Estas áreas correspondem ao Alto do Lumiar, (em
processo de renovação urbana), à Coroa Noroeste (espaço fragmentado a restruturar) e
à Frente Ribeirinha (área de exclusão a recuperar, requerendo investimentos avultados).
• Áreas de Actividades Económicas de I&D – Pretende-se construir uma rede
especializada de localização de actividades de Investigação e Desenvolvimento,
designadamente ligadas à biotecnologia e às tecnologias de informação e comunicação,
44 LNEC - Proc. 0701/01/17036
que se articulem com os centros universitários, equipamentos hospitalares e actividades
e indústrias de conteúdos instaladas,constituida por quatro pólos:
− Av. Marechal Gomes da Costa, em torno da localização da sede da RTP;
− Na Coroa Noroeste, em torno do Parque Tecnológico Lispólis;
− Na Baixa Pombalina, em torno da aposta nas indústrias criativas;
− Na antiga Docapesca, através da reconversão desta área.
Quanto às alternativas de travessia do Tejo, a CML considera que apenas a opção Chelas-Barreiro é
coerente com a estrutura viária reticulada prevista (e em grande parte já efectuada), dando
continuidade ao eixo longitudinal A1 / Central de Chelas / Barreiro, em contraponto com o outro eixo
longitudinal A8 / Eixo Norte – Sul / Ponte 25 de Abril, permitindo uma distribuição equilibrada dos
tráfegos através dos eixos transversais, quer na AML-Norte quer na AML-Sul.
O modo rodoviário permite reduzir os fluxos na Ponte 25 de Abril e na Ponte Vasco da Gama,
equilibrando os fluxos de entrada em Lisboa. Por outro lado permitirá melhorar a repartição dos
tráfegos na 25 de Abril com destino a Lisboa e à parte Ocidental da AML – Norte, e dando reserva de
capacidade na Ponte Vasco da Gama para o futuro tráfego do NAL.
Permite ainda potenciar a revitalização da zona Oriental de Lisboa, em articulação com a localização
do Parque Hospitalar.
Ó Pedro, nunca me enganaste. Saiste-me cá um ganda fagote...
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