Não sei se os motards são personae non gratae ou se o paradigma das quatro rodas é tal que torna impossível conceber e manter uma via rodoviária onde os veículos de duas rodas possam circular em completa segurança.
É verdade que muitos abusam - aqui da minha janela dá para os ouvir a acelerar a fundo no Eixo Norte-Sul para além da capacidade de absorção das barreiras sonoras - mas também há os que circulam conscienciosamente e, mesmo assim, são vítimas deste estado de coisas.
Há dois dias (perdoe-se a falta de actualidade da coisa mas há que contar com os critérios editoriais deste blog) o Viver presenciou em directo um destes acontecimentos em que as estradas nacionais são pródigas: na acabada de inaugurar Norte-Sul, na saída da Ameixoeira, um motociclista teve o azar de travar na zona suja próxima da passadeira de peões - zona suja que, diga-se em abono da verdade, se estende a toda a largura da via. Os efeitos foram imediatos: condutor a limpar o chão com o braço e a perna, chão a limpar a pele do motociclista e mota em derrapagem incontrolada até ao meio da rotunda.
1. Na hora de colocar camadas de desgaste mais rugosas junto das passadeiras dar instruções aos serviços de fiscalização para exigirem ao empreiteiro a limpeza dos detritos que a empreitada provocou?
2. Podem exigir aos serviços de manutenção uma maior eficácia na manutenção e limpeza das vias?
3. Podem enviar uma brigada ao local para limpar devidamente todos os acessos?
4. Por último, importam-se de reconhecer rapidamente que, no caso deste acidente, a responsabilidade é toda da entidade gestora desta via (será a CML? serão as Estradas de Portugal? será aquela senhora que insistem em dizer que morre solteira?) e, assim obviarem o processo de responsabilidade cível para num tempo curto o acidentado ser indemnizado?
NOTA ADICIONAL: Como já foi notado nos comentários e como se pode ver nas fotografias, a camada de desgaste de protecção à passadeira ou teve uma aplicação deficiente ou tem deficiente qualidade pois a maior parte do material solto que provocou a derrapagem é proveniente da sua deterioração precoce (veja-se a zona da passadeira já invadida por manchas avermelhadas)
7 comentários:
Se o Vitor Sousa da Motociclismo visse este post escreveria já um editorial sobre o assunto.
Mas tens muita razão, sim senhor.
Parte do sujo é provocado pelo pavimento pigmentado que introduziram antes da passadeira... já tinha reparado que desde que abrir (rodados a passar) cada vez está pior.
a seguir serão os carros...a atropelar peões por derraparem na travagem.
boa vhamada de atenção pedro, obrigada.
Se calhar ia distraido a olhar o painel publicitario no LX...
E a que velocidade ia o motociclista naquele local?
Já tenho assistido à descida destas vias de saída que deveriam funcionar como vias de desaceleração a velocidades altíssimas.
Poderá existir deficiente aplicação ou não daquela pintura anti-derrapante, mas e se não existisse, à semelhança da esmagadora maioria dos locais?
Tenho apenas um defeito a apontar, mas neste caso ao projectista: bandas sonoras, ainda que pintadas, numa zona onde os veículos têm de travar? Absolutamente ridículo, não só aumenta a distância de travagem como danifica todo o sistema de travagem e direcção dos veículos.
Ia a não mais de 50. E parece-me que "aquilo" vermelho não são bandas sonoras, antes uma camada mais rugosa para evitar que os veículos deslizem quando travam. Que é precisamente o efeito contrário do que acontece no local uma vez que todo o material que se está a desprender anula o atrito extra da camada.
Corrijam-me se me engano, mas não é a saída do Eixo Norte/Sul para o Carrefour idêntica a esta, mas mais curta?
Eu tenho para mim que aquelas pequenitas lombas brancas de desaceleração e um sinal de trânsito, funcionariam melhor que o que lá está agora, - mesmo que os motociclistas não os cumpram...
Qualquer dia está lá gente a fazer sky tal é a camada de pó/areia que a rampa/descida tem...
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