quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Santos e Castro - o que falta II

A Av. Santos e Castro seria, se já tivesse sido inaugurada, uma EXCELENTE alternativa ao Eixo Norte-Sul enquanto desmembrador de bairros residenciais consolidados há décadas, violador da qualidade de vida de munícipes com os mesmos direitos e deveres que qualquer outro.

Em vez de um viaduto que trespassa a cidade a poucos metros das janelas de prédios habitados muito antes da génese do projecto, a Av. Santos e Castro foi pensada em vala, abaixo do nível das zonas residenciais, minimizando o mais possível os efeitos negativos de poluição sonora e visual.

Infelizmente a CML não honrou os compromissos assumidos com os munícipes e com a construtora da via, a SGAL, também sua parceira neste gigantesco projecto da Alta de Lisboa, e é agora a única responsável pela surrealista situação de estarem mais de seis sétimos da via construídos, faltando no entanto pontos de grande complexidade.

Já mostrámos um, o do pilar no Concelho de Loures, mostramos agora os restantes:

Para remover aquele monte de terra ali ao fundo, é preciso comprar o terreno que pertence aos Armazéns Ruela. O acordo foi conseguido há mais de dois anos, mas ficou entretanto esquecido numa gaveta qualquer do Departamento do Património da CML. Não se pagou, não se comprou o terreno, e a obra parou por ali. Há quem diga que o acordo não é vantajoso para a CML, qualquer coisa como 10 milhões de euros. Havia sempre a hipótese de levar a situação a outras instâncias, expropriar-se o terreno e o Tribunal de Contas que encontrasse o preço justo. Mas nem uma nem outra foi feita e o monte de terra ali continua, à espera de ser removido para dar lugar a uma rotunda.

O ponto mais delicado e moroso de resolver é, no entanto, o nó de Calvanas, onde ficará a Porta Sul. Parece que nem a própria CML sabe a quem pertencem os terrenos necessários para a construção de uma gigantesca obra que irá juntar os fluxos da Av. Santos e Castro, do Eixo Central da Alta de Lisboa e da Av. Marechal Craveiro Lopes, mais conhecida por 2ª circular. Esta obra mataria vários coelhos de uma só vez, porque não só resolveria os problemas graves de escoamento para Sul de toda a Alta de Lisboa, como também alguns dos pontos negros da 2ª circular que se concentram naquele local.

12 comentários:

Anónimo disse...

Tiago,
Excelente artigo sobre a Alta. Destes eu gosto ;)
Pode só confirmar o que escreveu sobre o monte de terra que falta ser removido para ser construído uma rotunda: tem a certeza que ali surgirá uma rotunda? Tenho ideia que a Santos e Castro não irá ter qualquer intersecção de nível ou rotunda, só acessos desnivelados.
(excepto as ligações dos extremos).
Obrigado

Anónimo disse...

No local onde está o monte de terra é suposto haver uma rotunda desnivelada (sobrelevada), e semelhante à que se encontra sobre o actual Eixo NS no seu cruzamento com a futura Santos e Castro, mas com dimensões mais reduzidas.

Unknown disse...

Falo com a reserva de não ter conhecimento de facto sobre a situação. Em qualquer caso, parece-me que este impasse resulta apenas de uma decisão (ou falta de decisão) política de implementar o projecto há muito prometido. De outra forma, ter-se-ia já avançado para um processo de expropriação dos terrenos, sendo os pagamentos devidos contabilizados e pagos a seu tempo.

Anónimo disse...

Concordo com o Pedro Sky, é um excelente artigo para dar a conhecer aos moradores, como eu, a triste realidade.

Sinceramente nunca imaginei que obra tivesse avançado tanto e que depois do forte investimento realizado pela CML, estivesse parada por questões juridico/burocráticas. Estas situações deveriam ser denunciadas junto dos orgãos de comunicação social pois só assim existe pressão social (e tb política) no sentido de resolver estes casos de incompetência gritante.

Tiago disse...

Essa denúncia tem sido feita a partir deste blog, muitas e muitas vezes. Infelizmente nem sempre tem sido recebido como interessante pela comunicação social.

Pode ser que agora se comece a falar no assunto, dada a proximidad com o Eixo Norte-Sul, tão querido da imprensa.

Quanto à rotunda, têm toda a razão os que me corrigiram. Eu é que gosto de ver se os estimados leitores estão atentos...

Anónimo disse...

A expropriação de terrenos de proprietários desconhecidos poderia resolver-se, dado o interese público, com alguma criatividade jurídica: edital a solicitar que apareçam os interessados e fixação judicial do preço justo, depositado em conta (Banco de Portugal) por x anos (prazo da usucapião) até aparecer quem de direito ou o estado usucapir. Where there is a will, there is a way: ALWAYS!

Pedro Cruz Gomes disse...

Os proprietários não são desconhecidos. Num caso é a família Ruella. No outro é uma questão do património em se perceber o que é do Metro, o que é da CML. Parece... porque da Câmara não chega um pio... oficial

Anónimo disse...

Pergunta inocente de ignorante: não é possível o povo avançar com medidas passando por cima dos políticos ? Fazermos o que eles não fazem ?

Anónimo disse...

O anónimo anterior diz bem, mas pelos vistos no Colégio S.Tomás deveríamos era fazer «o que eles fazem»!!! Passar por cima de tudo e todos e fazer o que se quer. A receita funcionou com eles?..

Anónimo disse...

Já li, Tiago. Vejamos o que o "Povo" poderá fazer.
Luisa

Gonçalo disse...

Excelente artigo!

Anónimo disse...

Depois de me terem retirado a fantástica "ciclovia" que era o Eixo NS quando ainda encerrado ao transito, congratulo-me por continuar a ter uma outra... e esta com alguns percursos próprios para BTT!!