Inicia-se hoje mais uma nova rubrica aqui no blog. O Viver recebe frequentemente pedidos de informação sobre a Alta de Lisboa e até hoje ninguém ficou sem resposta, só que me pareceu interessante levar as perguntas a mais moradores para todos poderem cativar ou afastar potenciais futuros vizinhos. Aqui fica então a primeira carta:
Bom dia,
Necessito de comprar casa e tenho andado a ver a zona da Alta de Lisboa e outras zonas também.
Como moradores no local, gostaria de vos pedir opinião sobre algumas questões se possível.
Tendo em conta a vossa experiência real da zona:
1 - Consideram a zona segura? Como se portam as pessoas das habitações sociais?
2 - É possível ir ao parque com as crianças sem ter problemas de segurança?
3 - Em termos de evolução das obras, há muitos atrasos? Há evolução significativa?
4 - Como estão a evoluir os acessos da zona?
5 - Em termos de valorização futura das habitações. Há potencial de valorização?
Agradeço desde já as vossas preciosas respostas.
Atenciosamente,
[leitor devidamente identificado]
Bom dia,
Necessito de comprar casa e tenho andado a ver a zona da Alta de Lisboa e outras zonas também.
Como moradores no local, gostaria de vos pedir opinião sobre algumas questões se possível.
Tendo em conta a vossa experiência real da zona:
1 - Consideram a zona segura? Como se portam as pessoas das habitações sociais?
2 - É possível ir ao parque com as crianças sem ter problemas de segurança?
3 - Em termos de evolução das obras, há muitos atrasos? Há evolução significativa?
4 - Como estão a evoluir os acessos da zona?
5 - Em termos de valorização futura das habitações. Há potencial de valorização?
Agradeço desde já as vossas preciosas respostas.
Atenciosamente,
[leitor devidamente identificado]
12 comentários:
Cá vai a minha resposta:
1 - Nunca tive qualquer problema de segurança. Ando a pé pelo bairro à noite, no percurso do metro para casa, e até agora nunca tive qualquer problema. Reconheço que alguns pontos de menor luminosidade, como a passagem pelo Parque Oeste, causam algum receio, mas felizmente até agora nada de mal de aconteceu.
2 - Não tenho crianças no meu agregado familiar, mas vê-se imensas famílias felizes e seguras a brincar no parque.
3 - Há bastantes atrasos em relação às datas anunciadas pela CML e SGAL. alguns dos atrasos devem-se a descoordenações entre estas duas entidades, muitas por desleixo da CML. Mas a SGAL parece também não ter uma estratégia definida e aparenta hesitar. Não aposta no terciário, e mesmo a malha 6, a próxima malha de habitação a ser lançada, tem sido adiada desde Março de 2007. Mesmo assim, quando comparada com há dois anos atrás, a evolução é notória. No entanto, insuficiente ainda cristalizar esta parte da cidade.
4 - Os três principais acessos são o Eixo Norte-Sul, a Av. Santos e Castro e o Eixo Central. O Eixo Norte-Sul irá entrar em funcionamento nos próximos dois, três meses. A Av. Santos e Castro está parada por culpa da CML, como pode ver nos diversos artigos publicados neste blog. O Eixo Central, fundamental para o escoamente interior do bairro, foi iniciado este Verão, mas levará ainda muitos meses até estar concluido.
5 - A nossa experiência real da zona não serve para responder a esta pergunta. Parece-me que o mercado imobiliário jamais ressurgirá com o esplendor dos anos 80 e 90. Neste momento há mais casas do que compradores pelo que vencerão as de melhor relação qualidade/preço com critérios de construção, localização e qualidade de urbanismo. Por isso ser tão importante a SGAL ter um Think Tank para estabelecer uma estratégia que não fosse apenas de reacção às queixas dos moradores após a confirmação dos erros de planeamento. Jogar em antecipação é fundamental, porque só assim, no futuro, com todas as infraestruturas e serviços que façam esta zona assemelhar-se a uma cidade completa, se poderá dizer que vale a pena viver na Alta de Lisboa, justificando então a opção. É a tal história da oferta e procura. O produto tem de ser procurado para poder ser vendido. Ou seja, potencial de valorização existe, mas o tempo joga neste momento contra.
Alguns, dos nossos vizinhos dos PER, têm um relacionamento com as coisas um pouco estranho.
Gostam pouco de coisas em ordem e têm tendencia para a destruição generalizada, vidros de portas, árvores, parques infantis, paredes, etc, são alvos comuns.
Mas a nivel de segurança pessoal não me parecem complicados, podemos passear pelos jardins e ruas sem problemas acrescentados.
De uma forma geral estou contente e sinto-me segura na Alta de Lisboa.
Nota: raramente saio à rua com carteira.
1-O índice de criminalidade em Telheiras (n.ºcrimes/população) é quatro vezes superior ao da Alta de Lisboa. A zona recorda-me os Olivais dos anos 80, onde se notava alguma heterogeneidade de população, alguma criminalidade, mas onde a fama foi sempre muito pior que a realidade, a criminalidade muito inferior à de determinadas zonas "bem", e que acabou por se tornar uma das zonas da cidade com melhor qualidade de vida. Em parte, devido à grande incidência de zonas verdes, que a meu ver é um dos trunfos da Alta (70 ha de verdes num total de 300 ha de área intervencionada);
2 - Julgo que se refere ao Parque Oeste. Frequentemente passeio a horas adiantadas da noite. Nunca ninguem se meteu comigo. Há uns miudos, a fazer desacatos normais de miudos, principalmente desde que a CML resolveu mudar uma segurança que funcionava por uma outra (tacho de alguem?) que nunca se vê. Nada que não se resolva se houver boa vontade (e bom senso);
3 - A evolução das obras não tem sido brilhante, o que se supõe estar relacionado com a falta de interesse da SGAL em fazer lançamentos em época de baixa de mercado (e com algumas casas encalhadas nos empreendimentos concluidos), e com a total inoperância da CML de algum tempo a esta parte. No entanto, relativamente à Malha 6 de que o Tiago fala, informei-me o suficiente para lhe poder dizer que neste caso concreto a bola está do lado da Câmara, que anda a enrolar o processo há vários anos.
4 - Os acessos à zona, quando concluídos, serão dos melhores de Lisboa. O eixo n-s abre dentro de 1 mês. A nova Av. Santos e Castro está concluída na sua quase totalidade (até já tem cadeeiros e sinalização!) falta resolver alguns pontos que estão do lado da CML (expropriações, questões territoriais com a C.M.Loures, etc). A rotunda de ligação entre a AV. Santos e Castro e o eixo n-s está concluída, o nó de ligação da Av. S.C. com a 2.ªcirc, segundo sei (julgo não estar a dizer asneira) está fora do âmbito de intervenção da SGAL, e dependente da "vontade" (leia-se $$$) da CML em fazer a obra. Quando estes 3 pontos estiverem resolvidos, em conjunto com o eixo central, o que poderá ocorrer (havendo vontade!) num prazo de ano e meio, os acessos serão muito bons.
5 - A valorização do imobiliário numa zona em consolidação tem duas componentes: a intrinseca do mercado, que não parece vir a ser brilhante nos próximos tempos, e a que decorre das beneficiações diversas que vão sendo feitas (sem outro custo para os moradores senão um pouco de paciência), que no caso me parece ter muito boas perspectivas - conclusão do parque oeste, conclusão dos acessos acima referidos, construção da Malha 5 (centro comercial, escritórios, etc.). Além disso, os preços são muito convidativos, há que aproveitar o período de "calças na mão" do promotor... E os projectos são bons, com acabamentos muiíssimo aceitáveis, apesar de alguns mais utópicos e difíceis de contentar.
Espero ter ajudado, é óbvio que no geral estou contente com a minha opção, apesar de alguns problemas... um deles é o serviço de pós-venda da SGAL, que é anedótico e pessimamente conduzido. E isto até acaba por ser uma vantagem: é tão mau que nem para eles são bons, e não acredito que a própria SGAL não tenha interesse em introduzir alterações profundas a curto prazo.
Cumprimentos.
Vivo junto ao Jardim Quinta das Conchas, frequentado por toda a gente, que tem a vantagem de proporcionar muito espaço de convívio, para jogos de futebol, passeios de bibicleta e parque infantil. Há gente de todas as idades e não há notícias de criminalidade grave (nada que não possa ocorrer na estrela, Lapa, Benfica, Av de Roma. ~
Num topo existe uma nova Divisão da PSP, noutro topo outras duas forças de segurança. Metro, não dentro da Alta, mas acessível a distância razoável junto às Conchas e ao S J de Brito. Só na Ameixoeira fica do outro lado do eixo NS. Acessos de carro melhores do que dentro do Lumiar (e promete melhorar em 5 anos).
Conheço pelo menos duas pessoas assaltadas em pleno dia, como poderia ser em Cascais...
Tenho crianças jovens que adoram os jardins da Alta e anseiam(!!!) pela malha comercial.
Quanto melhor o condomínio mais paga mas maisvaloriza.
Os preços em «época baixa» são de apoveitar. Dentro de 5 anos, com acessos e zona terceária vai ver que valeu a pena!!!
E o melhor? São mesmo as pessoas que andam de bicicleta e escrevem neste blogue (Ah, AH).
Junte-se a nós - mas compre casa acabada ou desespera!
Um vendedor da SGAL disse-me que a malha 6 tem sido adiada derivado ao facto da recessão económica, das taxas de juro estarem altas e consequentemente por o mercado imobiliário estar em baixa. Mas eu acho que para além disso ainda é porque as placas da colina de s. gonçalo, mesmo ao lado, estarem todas partidas pelos miudos. E se calhar também por causa do abandono do parque oeste, como se viu neste blog.
Aqui vai a minha resposta:
1) Penso que a segurança é tão boa ou má como em muitos bairros de Lisboa. Ainda não tive qualquer problema grave na zona, mas evito andar a pé à noite por não me sentir seguro.
O convívio com os moradores das habitações sociais é sempre muito reduzido e apenas restrito aos momentos em que utilizo os transportes públicos da zona. Sinto dificuldade em frequentar o comércio mais antigo da zona porque o aspecto nas redondezas não é convidativo. Agora que já abriram vários cafés na zona (Av. Sérgio Vieira de Mello) o ambiente melhorou um pouco e já se começa a sentir alguma (ainda pouca) vida de bairro.
2 - Penso que é possível ir ao parque (oeste) com crianças sem ter problemas de segurança. Todavia, dado que este parque não tem muitas infraestruturas de apoio como bancos decentes, cafés com esplanada, parques infantis, etc., acaba por ser mais um espaço de passagem do que um espaço de permanência, o que é pena.
3 - O atraso nas obras é uma das marcas da Alta de Lisboa, aspecto que é comum a tudo o que se constrói em Portugal. Portanto, a Alta, não foge à regra. Sim, existe evolução significativa mas esta não acompanha as necessidades dos largos milhares de moradores da zona. Para além dos problemas do trânsito faltam muitas infraestruturas fundamentais das quais se destacam creches, escolas e centro de saúde. Até o "raio do caminho pedonal" nunca mais está pronto!
4 - Os acessos estão a evoluir gradualmente mas de uma forma caótica e sem nenhum esquema lógico de entrada em funcionamento. Em breve irá abrir o eixo norte-sul, todavia, o miolo urbano da Alta de Lisboa e as ligações à malha urbana mais antiga estão longe de estar preparadas para receber a enorme quantidade de automóveis que irá invadir as ruas e cruzamentos defeituosos. Aguardam-se para breve mais dificuldades nas horas de ponta. Teria sido essencial ter pronto primeiro o eixo central e a avenida Santos e Castro bem como melhorar as ligações com a malha antiga. Só depois é que faria sentido abrir a grande auto-estrada que é o eixo norte-sul.
5 - O potencial de valorização das habitações está comprometido pela política de especulação seguida desde o fim da década de 1980. Hoje a capacidade de endividamento da classe média portuguesa está no limite e a desvalorização do rendimento do trabalho a par da subida dos juros está a liquidar o poder de compra dos portugueses. Provavelmente estamos no fim de um ciclo e a partir daqui só o que for de qualidade é que terá alguma venda. O resto será para demolir.
Em relação à Alta de Lisboa tenho pena que o projecto tenha sofrido atrasos tão significativos. Com um plano destes havia condições para esta zona se tornar num local privilegiado de Lisboa. Mas as dificuldades que todos conhecemos têm posto em causa o sucesso deste projecto urbano.
Caro provável futuro vizinho
Apesar de tudo o que possa ouvir e ler, disso o agradar ou não acredite que em termos de obras estará tudo terminado dentro de 10 Anos.(passa rápido)
Estamos neste momento a pagar uma factura por sermos os primeiros, está bem, sem problemas, há-de passar.
A zona é.....viciante.Digo-lhe por exemplo que os pequenos almoços de sábado tomados nos mais diversos locais da Alta são verdadeiros acontecimentos.Curiosamente nunca estive em lugar nenhum onde conhecesse tanta gente simpática por m2.
Como lhe disse e apesar de todos os problemas que existem por aqui e por ali e que são a realidade incontornável,voltaria sem qualquer dúvida a comprar casa neste local.
Apareça e sinta a atmosfera,com descontracção e visão de futuro.
Ao ler este último comentário senti-me transportado para as palavras reconfortantes do video que a SGAL fez para o Parque Oeste e que vocês publicaram aui há uns meses atrás. Só faltava a música zen...
Já agora, colega anónimo, não se importa de concretizar? O que é que torna um pequeno-almoço tomado num café de bairro um acontecimento - uma discussão, a magia de um raio de sol filtrado pelas persianas, a torrada queimada? E cite alguns desses locais especiais porque eu tambem gostava de ir lá tomar a minha meia de leite!
Certo é que há preços mesmo muito convidativos, sobretudo para jovens solteiros e novos casais, muito mais apelativos que em zonas fora de Lisboa. Rapidamente os acessos, a divisão da PSP, os jardins e os serviços vão dar vida à Alta e depois os preços aumentam...Aproveitem. Não ouçam as resmunguices próprias dos tugas (em que me conto). Venham daí! Os melhores parques da cidade estão aqui!
E a Musgueira é de todos
Que bom é morar na Alta de Lisboa, na Alta do Lumiar, na mUsguiera renovada.
Daquia a 10 anos vai ser o site mais in da cidade de Lisboa e as pessoas dos PER vao fazer grandes negocios, vendendo as suas casas aos casais novos e vao investir em locais como a Expo e a Lapa
Milagre! Vi dois polícias! Inédito - os primeiros que vejo ao fim de um ano na Alta. E estavam a passear (patrulhar) no jardim das conchas!
Mal o Parque oeste e o LX Condomínio fiquem terminados, o pessoal do Eixo NS vai querer vir explorar a Alta e talvez optar por, a preços tão convidativos, trocar a periferia pelo Alto do Lumiar.
Onde é que há tanto espaço verde assim?
Se o Euromilhões distribuísse melhor as verbas, ajudando o Centro Social da Musgueira, tudo mudava mais depressa decerto...
Mas como dizia o outro, não esperes por aquilo que a Alta pode fazer pela mudança, SÊ também tu um Agente de mudança. Vem conviver no VIVER mas também na Alta.
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