terça-feira, 29 de maio de 2007

Afinal é possível!


Siza Vieira, orgulho luso em matéria de arquitectura, foi o escolhido pela Ayuntamiento de Madrid para reconverter o Paseo del Prado, emblemática avenida da capital espanhola. À semelhança do que Souto Moura fez na Av. dos Aliados, no Porto, a ideia, supostamente para garantir mais espaço para os peões, era arrasar com 900 árvores, e manter as cinco faixas de rodagem automóvel.

A mobilização popular foi imensa, manifestações, abaixo-assinados, discussão, até a baronesa Thyssen, cujo museu dá para a avenida, se fez acorrentar a uma árvore.

Siza Vieira foi revendo o projecto, propondo cada vez menos árvores para abate, proposta após proposta, até que chega à singeleza final: as árvores mantém-se na totalidade, o passeio junto ao Museu Thyssen alarga-se de dois para dez metros, as faixas de rodagem são reduzidas para três. Prova-se que é possível conciliar arquitectura com a vontade dos que usam os espaços. Prova-se que não é necessária arrogância de artista.

Eu quero viver em Lisboa com a população e autarcas a lutar por estes princípios de qualidade de vida urbana.


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8 comentários:

Pedro Cruz Gomes disse...

Pode ser que o Arq. Siza consiga vender o projecto à nova presidência de Lisboa. Emparelhava bem com a maior parte da porcaria que deixou espalhada pela capital (ressalvo desde já a imagem da pala do abandonado pavilhão de Portugal - é um bom ex-libris para turista fotografar).
Veneno à parte, há por aí muito plátano e choupo que anda mesmo a pedir serrote (os asmáticos num caso e as infraestruturas de esgotos no outro agradecem)

Tiago disse...

Mas o que propões em alternativa? E como defendes que deve ser feito o abate?

Miguel Carvalho disse...

Excelente notícia

Anónimo disse...

O abate? É "simples", basta utilizar as ferramentas necessárias para o efeito. Isto após a elaboração de um estudo de impacto ambiental e de outro para análise da viabilidade financeira efectuados por entidades independentes e competentes.

Será que devemos andar em cima da relva? As ervas daninhas devem ser arrancadas? Deveremos comer legumes? Se deixarmos "morrer" uma árvore qual a nossa responsabilidade civil? Que dizer da "Apanha da Rezina"?

Temos de ter muito cuidado com os extremismos pois podemos fácilmente começar a cair num ridiculo procupante. Onde começa e acaba o "bom senso" do ambientalismo?

Tiago disse...

Mas quais extremismos? Defender que a cidade deve ter uma mancha verde capaz de regenerar o oxigénio consumido com a queima de combustíveis fósseis? Dizer que com o aumento da temperatura é cada vez mais difícil andar a pé numa cidade sem sombras e que a melhor forma de as ter é plantar árvores nas ruas?

Quando perguntei pelo abate estava a referir-me à sua calendarização, para que não suceda o que mesmo que no Campo Pequeno. É importante que se explique quais as melhores árvores para uma cidade, quais as piores, porquê. Que se explique se vale a pena apostar em árvores de crescimento rápido, se é preferível as de crescimento lento.

Agora, explique lá onde é que o "bom senso" do ambientalismo que defende a existência de espaços verdes nas cidades é extremista e prejudicial à saúde dos habitantes.

Anónimo disse...

O Tiago está caustico e já percebi que a ironia é um must na sua argumentação, o que me tira logo o prazer de rebater pois estou aqui para comentar descontraidamente num blog e não para travar uma batalha.

O que disse está dito e cabe agora a cada um analisar se assim o desejar.

Um Abraço,

Tiago disse...

Não percebo onde fui cáustico na resposta que lhe dei e tenho imensa pena que não me tente convencer que o extremismo está no lado dos que gostam de ter árvores na cidade e não nos que defendem que abater 900 de uma vez traz mais benefícios do que prejuizos.

Anónimo disse...

Esperem para ver o n.º 2 da Lista do António Costa ganhar as eleições. Até o Monsato fica em risco. O tipo é o Arq. Manuel Salgado que nos tem brindado com belezas de cogumelos em betão como por exemplo a Expo.