Está para breve a abertura ao público deste parque, construído de raiz. Hoje aproveitei uma aberta na vigilância do parque e entrei pacificamente para tirar umas fotografias. O Parque está com muito bom aspecto, com a relva viçosa, as árvores a reagir bem ao novo ambiente. Dá prazer passear por lá, mas continuo a achar que fazem falta mais bancos para sentar, com encosto, de preferência, para se poder contemplar refasteladamente o verde das árvores e o chilrear dos passarinhos.
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Uma das grandes necessidades da abertura do Parque Oeste é possibilidade de atravessar a pé ou de bicicleta da zona Norte para a zona Sul da Alta de Lisboa sem ter de percorrer todo o caminho até ao Complexo Desportivo. Uma das particularidades do Parque é ser atravessado pelo caminho pedonal que irá unir os pontos desde o Montinho de S. Gonçalo, a Norte, e a Rotunda Sul, perto da futura malha 5, o empreendimento projectado pelo Arq. Tomás Taveira. O caminho está porém inacabado, tendo sido a obra já adjudicada pela CML mas ainda não iniciada.
No entanto, a fronteira do Parque Oeste com a zona Sul da Alta de Lisboa está reservada para a futura malha 6, ainda inexistente, mas o próximo empreendimento a ser lançado pela SGAL. O caminho pedonal acaba num monte de terra, junto ao futuro estaleiro, e para que a mobilidade seja uma realidade é necessário mais algum tempo de obras.
O Parque tem também muitas zonas extensas sem qualquer banco ou árvore. Num dia de Sol tórrido será pouco provável a utilização destes espaços. Irão colocar alguma infraestrutura ainda?
Os lagos apresentam uma cor muito apelativa.
A pérgola será certamente um local agradável e convidativo nos dias de Sol intenso. Ainda não percebi se a estrutura metálica ficará coberta de plantas trepadeiras. Se assim for o efeito será muito interessante.
Este parque tem muitos caminhos que não serão práticos para quem apenas o quer atravessar. Mas só a abertura ao público irá confirmar a necessidade dos bancos, da iluminação nocturna, e se estes caminhos desenhados no AutoCad não terão como irmãos alguns trilhos marcados na relva pelo caminhar de quem sabe que é a recta a distância mais curta entre dois pontos.
Outra questão que mais cedo ou mais tarde terá de ser discutida a sério é a viabilidade de ter extensões de relva tão grandes sem quaisquer sombras que mantenham a frescura e humidade do solo, exigindo uma rega abundante para as manter verdes. É um gasto de água excessivo e supérfluo num país com tantos problemas de seca nos meses mais quentes. Já li algures que a água utilizada nas regas deste parque vem toda dos laguinhos, mas ainda não percebi de onde vem a água dos laguinhos.
A par do Parque Oeste, também os Jardins de S. Bartolomeu estão prestes a ser inaugurados e os primeiros habitantes a poderem começar a viver também na Alta de Lisboa. Será importante para o preenchimento desta zona, para mexer com o comércio, para haver mais gente na rua, para que todo este projecto se torne mais próximo de uma cidade humanizada e menos de um estaleiro com malhas urbanas isoladas, guetos expectantes e desconfiados uns dos outros. Seja como for, e apesar de toda a recessão económica, estagnação do mercado imobiliário, é impressionante a evolução que teve esta zona no espaço de um ano.
O meu passeio terminou quando o jardineiro responsável pela inviolabilidade actual do Parque me abordou. Pedi-lhe desculpa por não ter resitido a fazer esta precoce visita e tivemos depois uma muito afável conversa enquanto caminhávamos para a saída. Fiquei a saber que é morador do bairro há mais de 40 anos, o que lhe dá maior capacidade para resolver situações menos agradáveis. Perguntei-lhe se iria continuar a trabalhar no parque depois de aberto ao público e disse-me que ainda não tinha a certeza mas que gostaria muito. Espero bem que sim. Esta transformação da cidade só faz sentido se souber integrar saudavelmente os recursos humanos disponíveis na zona.
7 comentários:
Mas que bela reportagem...
Esperemos que a manutenção do parque seja efectuado por pessoas "cá da casa" :)
A agua dos laguinhos vem de pequenos riachos subterraneos que passam por exemplo pelas garagens do Condominio de S. Goncalo.
nao e por acaso que o parque oeste tambem se chama parque do vale grande.
Adorei saber que o jardineiro e um senhor que vive na zona ha mais de 40 anos. Conhece a zona, as pessoas e claramente sabe o que esta a fazer. O parque esta maravilhoso!
Em relacao a pergola. Espero que nao seja coberta por planta nenhuma por enquanto. Uma zona encoberta e perigosa por enquanto, acho!
As pedras junto ao lago nao sei se serao boa ideia. Estou a ve-las no lago assim que o parque comecar a ser utilizado.
No parque nao ha zona nenhuma com mesas? e os bancos, como sao?
A relva vai ser bastante desgastada se as pessoas nao tiverem sitio para se sentarem.
E cestos para caca de cao e lixo? nao vi nada. E indicacoes sobre que vias podem ser utilizadas por bicicletas?
Enfim, parece que ainda ha muito a fazer.
Mas alguém sabe ou imagina quando, em que dia, ou pelo menos que mês vai ser aberto o parque às pessoas?
Tiago, parabéns pela reportagem e pelas fotografias!
Pela evolução que as coisas levam vamos todos envelhecer esperando pela abertura de uma área verde com caminhos que levem a alguma lado, isto é: ao lado sul, ao metro, ao Lumiar, etc... Para já é a sensação de barreira que se sente. Até quando?
Excelente reportagem! Gostei muito de ficar a conhecer o que será o futuro (actual) parque oeste. Fazem tanta falta espaços verdes no meio do betão! Acreditem ou não, já moro aqui há quase 2 anos e nunca tinha entrado no parque das conchas. Pensei que fosse pouco seguro, mas um dia porque tinha o carro avariado e porque achei que já estava em boa altura, fui. E que bela ideia! Fiquei absolutamente extasiada com o que o parque tem para oferecer, a vida que tinha, a extensão de relvados, as árvores frondosas. Mea culpa, mea culpa. Por vezes há que vencer a inércia e desfrutar do que a cidade tem para nos oferecer. Espero que o parque oeste venha contribuir para tornar a nossa zona mais bonita. Só espero que não se torne um espaço com pouca segurança! Mas isto é uma medricas a falar! Bem hajas Tiago pela disponibilidade em partilhar esta arte com a vizinhança!
E não serei a única a não dizer que é uma grande reportagem...
Grande reportagem Tiago. E grande aventura!
Os bancos sem encosto fazem-me lembrar as cadeiras de café desconfortáveis ao ponto de a pessoa só se sentar o mínimo de tempo possível para que venha o próximo cliente. Será que não se pretende que as pessoas se "demorem" nesses bancos??? É que deve começar a formar-se filas de espera para que cada pessoa se possa sentar no banco quente do sol...
É pena haver só uma pérgola e ainda por cima ser tão fechada. Com plantas ou sem elas, torna-se um sítio muito fechado, não apelando à contemplação...
Também não reparei no equipamento todo que a ana referiu!!! O cãozinho é inevitável!
Espero só que não abram o Parque até que os verdes estejam bem enraizados, senão aí é que se vai a relva e as árvores e as plantas e os caminhos pedonais...
Eu continuo desconfiado com este Parque. Parece-me que pode tornar-se um enorme fiasco, sem utilização. O Parque das Conchas é um exemplo de sucesso. Tem inúmera oferta de possibilidades de utilização, o que retirou muito do sossego e simplicidade do parque antes da requalificação, mas ganhou em utilizadores.
Ia muito ao Parque das Conchas antes da requalificação, apesar da má fama que tinha. Nunca tive problemas, nunca fui assaltado ou importunado. Acho que vivemos hoje em dia num clima de terrorismo psicológico com a segurança que só nos prejudica a todos. Não andamos na rua a pé, preferimos ir de carro ao hipermercado em vez de ir mercearia da esquina porque temos medo da vizinhança, não frequentamos os espaços verdes existentes porque achamos que estão infestados de piratas à espera de vítimas para degolar.
É preciso perder este medo e sair à rua, usar as coisas, viver as coisas, se queremos realmente ter uma cidade segura. Não estou a insinuar que a insegurança é apenas psicológica. Existem assaltos, roubos, situações desagradáveis, mas se deixarmos a cidade vazia, por medo, e nos refugiamos apenas em espaços fechados e e "esterilizados", ela acaba por se tornar realmente insegura. Mas é claro qeu há coisas que não dependem apenas das pessoas, do cidadão comum. A degradação do espaço público e a consequente falta de manutenção encontra também responsabilidades no poder político inerte.
Voltando ao Parque Oeste, custa-me imaginar uma utilização tão massiva como a do Parque das Conchas. Não só o plano inclinado não ajuda a permanência das pessoas, como a estúpida ausência de bancos (não considero bancos a meia dúzia de monolitos que lá puseram) impede a permanência de quem não quer ou pode sentar na relva. Não há também mesas, obviamente. Caixotes de lixos já há, e são visíveis na segunda fotografia, na junção dos caminhos.
Por outro lado, com o estaleiro da malha 6 a começar, teremos mais uma vez um tampão entre o lado Norte e Sul da Alta de Lisboa, a não ser que acabem o caminho pedonal. Não quero acreditar na hipótese de não o fazerem.
Vamos ver...
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