segunda-feira, 12 de junho de 2006

Professores que encerraram escola do Lumiar dizem que violência é comum

Docente agredida na sexta-feira
Professores que encerraram escola do Lumiar dizem que violência é comum
12.06.2006 - 10h51 Lusa


Os professores que hoje encerraram a Escola Básica Um São Gonçalo, Lisboa, onde uma docente foi agredida sexta-feira pelos pais de um aluno, dizem que os casos de violência são comuns e culpam os familiares pela indisciplina dos filhos.
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Vários professores que se encontravam hoje de manhã no interior da escola disseram que a agressão à professora foi apenas o pior dos casos da violência comum no estabelecimento.

"A culpa é dos pais que agridem os professores na presença dos filhos", disse uma professora, enquanto outra acrescentou que os familiares "são mal-formados". Os docentes pediram o anonimato por não estarem autorizados a falar pela Direcção Regional de Educação de Lisboa.

No exterior da escola, vários pais contactados pela Lusa queixaram-se, por sua vez, de atitudes menos correctas por parte dos professores. "Os professores também são mal-educados e brutos com as crianças", disse à Lusa a mãe de uma criança de seis anos, a frequentar o jardim-de-infância da escola.

Cerca das 09h30, 20 professores e funcionários auxiliares da escola formaram um cordão humano e na altura que estavam rodeados pelos jornalistas mostraram um cartaz, em que diziam "Somos pessoas, exigimos respeito e segurança".

À hora de início das aulas, às 09h00, eram poucas as crianças e pais que tentavam entrar na escola, dado que sexta-feira foram avisados que o estabelecimento hoje estaria encerrado.

Os professores vão reunir esta manhã para reivindicar à Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) soluções para o problema.

O relato da agressão da professora foi feito domingo à Lusa pela presidente do Sindicato Democrático dos Professores da Grande Lisboa (SDPGL), Maria Conceição Pinto. Segundo Maria Conceição Pinto, a decisão de encerrar a escola foi tomada pelos professores e o estabelecimento vai manter-se fechado "enquanto não se resolver o problema de segurança".

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