Urbano, suburbano e antiurbano
«Condomínio fechado» - o marketing acode aos terrores da classe média
Texto de Manuel Garça Dias
O que é a cidade? O que é viver na cidade?
A cidade será, provavelmente, o modo mais solidário que o homem inventou enquanto formalização da possibilidade do viver colectivo.
Viver numa cidade é uma forma sofisticada de trocarmos o produto do nosso esforço individual, dividindo tarefas, conjugando empenhos, encostando as casas lado a lado ou sobrepondo-as (e, simbolicamente, partilhando as mesmas paredes e as mesmas lajes).
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Viver numa cidade, numa grande cidade, é garantir oportunidades de trabalho e conforto a todas as minorias, a todas as diferenças, a todos os grupos. Queremos ser iguais perante a lei, mas sabemos que nascemos diferentes. A diferença é a nossa especificidade, a nossa riqueza e a riqueza da cidade; a cidade, o enorme e fantástico mosaico que resulta de todos os diferentes cidadãos e vontades postos lado a lado. As leis, os códigos, a negociação, servindo para nos salvaguardar, e aos outros, dos atropelos que as demasiadas individualidades tendessem a querer tentar sobrepor. O território desta negociação é a cidade. É lá que mais recorrentemente plasmamos os exemplos que nos encantam e ilustram esta capacidade que criámos de, equilibradamente, estar juntos, viver juntos, juntos ensaiarmos os diálogos contrastados e constantes que as dificuldades da vivência colectiva propõem.
«Condomínio fechado» - o marketing acode aos terrores da classe média
Texto de Manuel Garça Dias
O que é a cidade? O que é viver na cidade?
A cidade será, provavelmente, o modo mais solidário que o homem inventou enquanto formalização da possibilidade do viver colectivo.
Viver numa cidade é uma forma sofisticada de trocarmos o produto do nosso esforço individual, dividindo tarefas, conjugando empenhos, encostando as casas lado a lado ou sobrepondo-as (e, simbolicamente, partilhando as mesmas paredes e as mesmas lajes).
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Viver numa cidade, numa grande cidade, é garantir oportunidades de trabalho e conforto a todas as minorias, a todas as diferenças, a todos os grupos. Queremos ser iguais perante a lei, mas sabemos que nascemos diferentes. A diferença é a nossa especificidade, a nossa riqueza e a riqueza da cidade; a cidade, o enorme e fantástico mosaico que resulta de todos os diferentes cidadãos e vontades postos lado a lado. As leis, os códigos, a negociação, servindo para nos salvaguardar, e aos outros, dos atropelos que as demasiadas individualidades tendessem a querer tentar sobrepor. O território desta negociação é a cidade. É lá que mais recorrentemente plasmamos os exemplos que nos encantam e ilustram esta capacidade que criámos de, equilibradamente, estar juntos, viver juntos, juntos ensaiarmos os diálogos contrastados e constantes que as dificuldades da vivência colectiva propõem.
Cidade múltipla e misturada, então, de raças, classes sociais, gastronomias, idades, sexualidades, profissões, culturas, religiões, sensibilidades, expressões, capacidades físicas ou de resistência, conhecimentos, gosto e manias.
Cidade que medimos, complexa, pela capacidade de surpresa ou de imprevisto que cada dobrar de esquina, ou canto, ou beco, nos vai trazer de novo, proporcionar.
Cidade onde aprendemos a tolerância de que a nossa excessiva individualidade irá continuadamente precisar. Cidade como o lugar geométrico perfeito para as nossas mais completas ambições, porque povoada de muitos outros homens diferentes de nós ou iguais a nós; onde crescemos com experiências outras (que herdamos); onde evitamos ou sobrepomos erros; onde construímos, em conjunto, a continuação dessa ou de outras cidades.
Onde passeamos, livres, no meio do espaço público que as diversas moradas deixam vazio e significante entre elas: nas ruas, nas avenidas, nas praças, nos largos, nos parques, nas travessas, nas escadarias, nas marginais, sob as pontes, nos miradouros, à sombra nas esplanadas, ao sol nos terreiros, nos mercados, nos cafés, nas livrarias abertas à noite, nos cinemas, nos teatros, nos passeios ou nas alamedas de algum escondido jardim.
Um dos perigos da cidade actual seria a massificação. A massificação não é produto de consensos, é antes uma programação concertada para adormecer desejos, pulsões e subversão, encaminhando as «massas» para «paraísos» prontos, fáceis, baratos, garantindo não ser necessário preocuparmo-nos com muito mais, porque, agora, o acessível consumo (e a «escolha») seria o máximo a que a espécie humana poderia ter tentado alguma vez almejar chegar. Estão nesta categoria, e nesta lógica, os automóveis, as auto-estradas, os «pacotes de férias», a programação das televisões, o monopólio narrativo e ideológico do cinema americano, as cadeias de «fast-food», os centros comerciais e... os «condomínios privados» (ou «fechados», ainda não percebi como é que gostam mais).
«Condomínio fechado» é o nome de um mais ou menos recente truque de marketing que se aproveita das desinteressantíssimas aspirações da «classe média», pelo lado dos pavores que lhe povoam os sonhos, «terrores» que os «media» divulgam e exploram e cujas causas (ou pelo menos a localização) são geralmente atribuídas à cidade («selva de betão»): criminalidade, pedofilia, sinistralidade viária, sida, toxicodependência, violações, terrorismo, etc.
Em «Especial EXPRESSO Dossiês - Condomínios de qualidade - a chave do seu conforto», saído recentemente com o EXPRESSO para vender publicidade imobiliária, lê-se a seguinte «definição»: «O conceito 'condomínio privado' assenta num princípio de qualidade de vida proporcionada por um conjunto de características que lhe são inerentes e que poucos lhes garantem.» Depois de La Palisse, sucedem-se algumas das inerentes e publicitadas pouco usuais (?) características: «privacidade; tranquilidade; segurança; superior qualidade de construção que garanta conforto através de uma boa exposição solar; áreas amplas; excelentes isolamentos térmico e acústico; facilidade de manutenção; facilidade de acessos; infra-estruturas de lazer e bem-estar; zona envolvente atractiva», seguindo-se, depois, a promoção de mais umas quaisquer «villas» ou «varandas» ou «residences».
Todos os anúncios oscilam sempre entre o «verde» (ou uma certa ideia de «verde», geralmente muito mais artificial que a vilipendiada «selva de betão») e as «portas blindadas», que, numa simbólica fácil, poderíamos fazer coincidir com um desejo de não comunicação, contacto, «infecção».
Assim, são recorrentes os «oásis», os «jardins com bosque», as «amplas zonas verdes completadas com piscina» - um estranho caso, referia um «átrio interior (com) uma piscina envolvida por zonas verdes» -; a proximidade de algum clube de golfe também é bastante repetida e encontrei ainda uma «zona verde com pinhal, circuito de manutenção e 'putting green'», que, não sabendo o que é, associo a jardineiros de rabo para o ar a «pôr o verde», pacientemente, laboriosamente (embora o relato também me assegure, a dado ponto, que «todas as áreas dispõem de rega automática», o que só teria como inconveniente poder vir a molhar desnecessariamente os esforçados jardineiros).
Quanto ao capítulo segurança, as opções são imensas e os «condomínios têm sempre segurança 24 horas por dia», as portas são «de aço» embora «disfarçadas» com PVC (plástico) ou «madeira maciça», as janelas são «reforçadas a aço» (e têm «vidros duplos e laminados nos pisos 0»), «os portões exteriores são em aço»; há mesmo um caso de uma «porta de entrada das moradias de aço, com fechos de segurança ...», o que, a ser assim, convenhamos, é levar a obsessão pelo aço um pouco longe.
Numa entrevista informal é atribuído a uma tal Patrícia Santos, «25 anos, gestora de projectos ('account')» - personagem fictício? -, a seguinte frase: «Apesar de ter alguns prédios à volta, quando se está dentro do condomínio não se percebe, dando a sensação que estamos isolados e longe da confusão da cidade.»
Esta parece ser, finalmente, a grande vantagem promocional destas «coisas»: «Pode desfrutar do que mais valoriza na vida: a família, o conforto, a tranquilidade e a segurança», o slogan para estes «novos» modos antiurbanos, anticidade, anti-solidários e muito, muito monoclassistas.
A mesma jovem «account» (que, significativamente, recorde-se, se chamaria «Patrícia») termina o seu depoimento aconselhando-nos a viver em condomínios privados, mas clarificando, do alto dos seus preconceitos de classe: «As pessoas têm que se lembrar que, por vezes, não é bom para toda a gente. A uma pessoa mais suburbana se calhar não lhe interessa muito.»
Esta Patrícia, portanto, não gosta de suburbanos; já vimos, também, que não gosta de urbanos; do que ela gosta, mesmo, é de estar sozinha, «isolada» da cidade, numa espécie de redoma, em «conforto, tranquilidade e segurança».
Esclarecedor.
Texto e fotografias de Manuel Graça Dias, publicadas no semanário Expresso
Cidade que medimos, complexa, pela capacidade de surpresa ou de imprevisto que cada dobrar de esquina, ou canto, ou beco, nos vai trazer de novo, proporcionar.
Cidade onde aprendemos a tolerância de que a nossa excessiva individualidade irá continuadamente precisar. Cidade como o lugar geométrico perfeito para as nossas mais completas ambições, porque povoada de muitos outros homens diferentes de nós ou iguais a nós; onde crescemos com experiências outras (que herdamos); onde evitamos ou sobrepomos erros; onde construímos, em conjunto, a continuação dessa ou de outras cidades.
Onde passeamos, livres, no meio do espaço público que as diversas moradas deixam vazio e significante entre elas: nas ruas, nas avenidas, nas praças, nos largos, nos parques, nas travessas, nas escadarias, nas marginais, sob as pontes, nos miradouros, à sombra nas esplanadas, ao sol nos terreiros, nos mercados, nos cafés, nas livrarias abertas à noite, nos cinemas, nos teatros, nos passeios ou nas alamedas de algum escondido jardim.
Um dos perigos da cidade actual seria a massificação. A massificação não é produto de consensos, é antes uma programação concertada para adormecer desejos, pulsões e subversão, encaminhando as «massas» para «paraísos» prontos, fáceis, baratos, garantindo não ser necessário preocuparmo-nos com muito mais, porque, agora, o acessível consumo (e a «escolha») seria o máximo a que a espécie humana poderia ter tentado alguma vez almejar chegar. Estão nesta categoria, e nesta lógica, os automóveis, as auto-estradas, os «pacotes de férias», a programação das televisões, o monopólio narrativo e ideológico do cinema americano, as cadeias de «fast-food», os centros comerciais e... os «condomínios privados» (ou «fechados», ainda não percebi como é que gostam mais).
«Condomínio fechado» é o nome de um mais ou menos recente truque de marketing que se aproveita das desinteressantíssimas aspirações da «classe média», pelo lado dos pavores que lhe povoam os sonhos, «terrores» que os «media» divulgam e exploram e cujas causas (ou pelo menos a localização) são geralmente atribuídas à cidade («selva de betão»): criminalidade, pedofilia, sinistralidade viária, sida, toxicodependência, violações, terrorismo, etc.
Em «Especial EXPRESSO Dossiês - Condomínios de qualidade - a chave do seu conforto», saído recentemente com o EXPRESSO para vender publicidade imobiliária, lê-se a seguinte «definição»: «O conceito 'condomínio privado' assenta num princípio de qualidade de vida proporcionada por um conjunto de características que lhe são inerentes e que poucos lhes garantem.» Depois de La Palisse, sucedem-se algumas das inerentes e publicitadas pouco usuais (?) características: «privacidade; tranquilidade; segurança; superior qualidade de construção que garanta conforto através de uma boa exposição solar; áreas amplas; excelentes isolamentos térmico e acústico; facilidade de manutenção; facilidade de acessos; infra-estruturas de lazer e bem-estar; zona envolvente atractiva», seguindo-se, depois, a promoção de mais umas quaisquer «villas» ou «varandas» ou «residences».
Todos os anúncios oscilam sempre entre o «verde» (ou uma certa ideia de «verde», geralmente muito mais artificial que a vilipendiada «selva de betão») e as «portas blindadas», que, numa simbólica fácil, poderíamos fazer coincidir com um desejo de não comunicação, contacto, «infecção».
Assim, são recorrentes os «oásis», os «jardins com bosque», as «amplas zonas verdes completadas com piscina» - um estranho caso, referia um «átrio interior (com) uma piscina envolvida por zonas verdes» -; a proximidade de algum clube de golfe também é bastante repetida e encontrei ainda uma «zona verde com pinhal, circuito de manutenção e 'putting green'», que, não sabendo o que é, associo a jardineiros de rabo para o ar a «pôr o verde», pacientemente, laboriosamente (embora o relato também me assegure, a dado ponto, que «todas as áreas dispõem de rega automática», o que só teria como inconveniente poder vir a molhar desnecessariamente os esforçados jardineiros).
Quanto ao capítulo segurança, as opções são imensas e os «condomínios têm sempre segurança 24 horas por dia», as portas são «de aço» embora «disfarçadas» com PVC (plástico) ou «madeira maciça», as janelas são «reforçadas a aço» (e têm «vidros duplos e laminados nos pisos 0»), «os portões exteriores são em aço»; há mesmo um caso de uma «porta de entrada das moradias de aço, com fechos de segurança ...», o que, a ser assim, convenhamos, é levar a obsessão pelo aço um pouco longe.
Numa entrevista informal é atribuído a uma tal Patrícia Santos, «25 anos, gestora de projectos ('account')» - personagem fictício? -, a seguinte frase: «Apesar de ter alguns prédios à volta, quando se está dentro do condomínio não se percebe, dando a sensação que estamos isolados e longe da confusão da cidade.»
Esta parece ser, finalmente, a grande vantagem promocional destas «coisas»: «Pode desfrutar do que mais valoriza na vida: a família, o conforto, a tranquilidade e a segurança», o slogan para estes «novos» modos antiurbanos, anticidade, anti-solidários e muito, muito monoclassistas.
A mesma jovem «account» (que, significativamente, recorde-se, se chamaria «Patrícia») termina o seu depoimento aconselhando-nos a viver em condomínios privados, mas clarificando, do alto dos seus preconceitos de classe: «As pessoas têm que se lembrar que, por vezes, não é bom para toda a gente. A uma pessoa mais suburbana se calhar não lhe interessa muito.»
Esta Patrícia, portanto, não gosta de suburbanos; já vimos, também, que não gosta de urbanos; do que ela gosta, mesmo, é de estar sozinha, «isolada» da cidade, numa espécie de redoma, em «conforto, tranquilidade e segurança».
Esclarecedor.
Texto e fotografias de Manuel Graça Dias, publicadas no semanário Expresso
10 comentários:
Inicio aqui uma série de textos sobre organização da cidade entre espaço público e espaço privado. O facto de os colocar aqui não significa que me reveja neles em toda a sua argumentação, mas é uma boa basa para depois podermos discutir estes assuntos.
Eu, por acaso, revejo-me neste.
Por acaso também me revejo (tirando algumas generalizações como as auto-estradas que talvez no texto queiram mais dizer vias rápidas para se chegar mais depressa ao engarrafamento) e dá para discutir várias coisas.
E lembrei-me dum livro/reportagem que li, da jornalista Fernanda Câncio, onde ela compara as vivências entre subúrbios e onde inclui "Belas Clube de Campo", Chelas, Brandoa e Vila Franca de Xira para tentarmos perceber as diferenças (ou não). No caso, no tal condomínio privado/fechado/suburbano, o isolamento é tal que quem não tem carro (porque não conduz ou não quer) está dependente de táxis e boleias (não há transportes e só um café/mini mercearia). Posso pedi-lo emprestado se quiserem.
Eu quero!
Eu também gostava de ler isso. Dás-me a referência do livro?
A mim parece-me óbvio que os condomínios fechados só surgem como consequência da incapacidade dos organismos públicos em proporcionar "qualidade de vida" aos seus munícipes. Tirando a retórica idiota (mas que vende: compare-se o texto citado pelo Graça Dias com os textos publicitários da SGAL - quantos de nós os lemos? quantos de nós comprámos apartamentos na Alta?), um condomínio fechado procura, no fundo, assegurar o quê? - espaços verdes com manutenção; segurança; privacidade; identificação com a vizinhança, teoricamente assegurada por ser comum o estrato social/cultural determinado pelo preço dos apartamentos /moradias. As consequências - os defeitos- vêm por arrasto e não sei se serão tão negativos que, caso considerados a priori, façam desistir os potenciais interessados. O Belas Clube está longe de tudo? Claro que está, mas quantos dos que para lá foram morar se deslocam de transportes públicos? E comparar esta - ou outra - urbanização fechada (e o Belas não é fechado: tem estradas públicas no seu interior) com as deprimências suburbanas vizinhas e achar-lhes defeitos comuns é nitidamente má-vontade de base que quem já é à partida ideologica ou sentimentalmente contra.
Eu não tenho nada contra os condomínios fechados. São elitistas - pois são. São autistas - pois são. E depois? Quantos de nós se queixam das pedras direccionadas para os vidros do condomínio, para os espaços públicos mal mantidos e maltratados, para os grafitti imbecis, para os carros assaltados, para, para, para...?
O que me incomoda não é o conceito "fechado" da coisa, antes o que verifico na maioria (ela há excepçoes): a esperteza saloia de quem os promove e a nharrice habitual de quem os compra, como o texto promocional citado pelo arquitecto anuncia - a maior parte das qualidades exibidas são (ou deveriam ser) comuns a todos os edifícios construídos na actualidade porque derivam do cumprimento da lei e escondem a nossa pequenez porque traduzem a míngua de soluções efectivamente de luxo: continuam os armários pequeninos, as entradas para as garagens de pequenas dimensões, a ausência de casas-de-banho com dimensões olímpicas, as cozinhas mal planeadas e mal equipadas... E afinal seria tão fácil: bastava a qualquer um desses planeadores de meia-tijela visionar um episódio desses que passam na MTV e mostram ao pormenor a milionária mansão de uma qualquer milionária e novo-rica estrela americana para se aperceber, pelo menos de raspão, do que se fala quando se fala de luxo.
O livro chama-se "Cidades sem Nome" e foi editado pela CCDRLVT:
http://cdi.ccdr-lvt.pt/script/sirius.exe/queryp
Venda de publicações:
http://www.ccdr-lvt.pt/content/index.php?action=detailFo&rec=256
Notícia do DN sobre o livro:
http://dn.sapo.pt/2005/03/09/artes/como_vivem_cidades_nome.html
E enganei-me, um dos subúrbios retratados não é Chelas (Lisboa) mas Bela Vista (Setúbal)
E para o "Belas Clube" não se deslocam de carro as amas, os empregados domésticos, alguns funcionários que prestam serviços aos condomínios, alguns avós e os adolescentes que quando querem ir ao cinema, por exemplo. Eu na Alta não comprei nada em nenhum "condomínio fechado". Acho que o único era o das Conchas. Os lotes centrais da Colina S.João de Brito também não eram fechados, depois, sabe-se lá porquê, apareceram fechados e quem comprou, como eu, na chamada "pele" não pode usufruir do "coração". Depois obrigaram-me a pagar vigilância privada. Tenho votado sempre vencida. Enfim.
Em relação ao resto do comment do Pedro até concordo (ainda não me habituei completamente ao tom irónico, mas lá chegarei).
Joana, depois combinamos para te entregar o livro e podes passar ao Tiago, ou vice versa.
Deslocam sim senhora, Ana... As amas e as empregadas são suficientemente bem pagas para manter um Panda em condições de funcionamento, os adolescentes andam de mota e os avós... bom foram os avós que ofereceram os apartamentos aos pais, não foram?
(E ainda bem que achas que a minha ironia é como a Coca-Cola!) (ai gaita, que disse uma marca... não se pode fazer publicidade, pois não?...) (oops...)
Admito que possa ser uma minoria, mas moram lá amigos meus (e conhecidos) que querem sair, mas não há quem lhes compre os AP's. O livro também refere isso embora já tenha um ano.
Comigo foi ao contrário (primeiro entranhou-se) e hoje prefiro o Ginger Ale...
Bolas... já vou atrasada para este post, mas... Bravo Pedro!
A propósito do livro talvez se arranje mais um para a troca.
Quanto à publicidade enganosa, que deveria ser característica comum às novas construções, de acordo com os Regulamentos, temos o "Bom exemplo" do quarteirão do Bairro Alto que já apareceu noutro Post, e no qual almoço umas tostas fantásticas, mas cujos apartamentos, conseguem ser Regulamentarmente piores que os que lá existiam antes...
Que pena!
E tantos projectos bonitos que houve na minha turma para este vazio!!!
Quanto à vida num condomínio!
Pois a minha experiência é curta e um pouco imposta!
Exemplifico apenas algumas situações que resultaram conforme a vontade dos condóminos!
Numa das lojas do prédio abriu, em tempos, uma tasca, que nada teria de mal, a não ser os seus utilizadores transformarem a entrada do prédio em sala de ganza, e cerveja. Durou 2 meses, com a polícia a lá ir todas as semanas, e fechou! (na realidade não me admirava se alguns dos jovens do prédio fossem consumidores da loja - diz que já não há distinção!)
"Ah e tal, à semanas que este gerador não deixa ninguém dormir!" No dia seguinte deixou de fazer barulho!
Em oposição, no prédio dos meus pais, continuam a viver os vizinhos que batem nas mulheres todos os dias - mesmo com a polícia a lá ir bater à porta! -, sem já nenhuma criança no prédio, e sem outros vizinhos,- que deixavam as escadas sujas de lixo, e leite com chocolate, e outras coisas que vêm agarradas aos sapatos, e que se limpam bem no tapete - que desde há 20 anos que os elevadores são riscados e o papel que o meu pai faz o favor de colar por cima, rasgado.
No fundo, no fundo: onde está a educação cívica?
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