Rua Eduardo Covas em hora de ponta da manhã
Estando a minha vida a ser afectada pelas condições de circulação no Alto do Lumiar, resolvi no dia 19 de Janeiro de 2006 enviar uma reclamação por escrito dirigida ao Presidente da CML nos seguintes termos:
"Ex.mo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
Na qualidade de morador no Alto do Lumiar, na freguesia da Charneca, venho expor a seguinte reclamação:
Nas minhas deslocações diárias de casa até ao meu local de emprego atravesso o Alto do Lumiar em direcção a uma das três estações de metropolitano mais próximas, Ameixoeira, Lumiar ou Quinta das Conchas a fim de poder viajar até ao centro da cidade de Lisboa. Nestas deslocações, utilizo quer o transporte individual quer o transporte público (autocarros da Carris), pelo que, invariavelmente, percorro várias ruas e avenidas desta zona de Lisboa.
Como morador nesta zona desde meados de Setembro de 2005, constato que as condições de circulação nestas vias têm vindo a degradar-se muito rapidamente, atingindo o ponto de ruptura em determinados momentos. Por exemplo, no domingo dia 16 de Janeiro de 2006, pelas 14h e 40 minutos, a Rua Eduardo Covas era atravessada em toda a largura da sua faixa de rodagem por uma vala profunda que quase impossibilitava a circulação automóvel. Ao passar por este local, que estava coberto por água da chuva, por pouco não fiquei imobilizado no veículo em que seguia.
Este triste acontecimento é demonstrativo do que se está a passar no Alto do Lumiar em matéria de acessos rodoviários. Os exemplos de piso degradado são inúmeros e não param, infelizmente, de aumentar. Os principais acessos a esta área (Av. Santos e Castro e Eixo Norte-Sul) estão ainda em fase de construção, desconhecendo-se a data da sua entrada em funcionamento. As alternativas a estes acessos (Av. Santos e Castro antiga e Azinhaga de S. Bartolomeu) estão actualmente em péssimas condições de utilização e não suportam o volumoso tráfego rodoviário: têm piso irregular, apresentam grandes áreas sem asfalto, não têm passeios pedonais, não possuem rede eficaz de escoamento das águas pluviais, etc.
As vias pedonais previstas para o Alto do Lumiar, tão difundidas nos folhetos de propaganda da Sociedade Gestora da Alta de Lisboa, estão praticamente todas por concluir, ao que se alia a falta de passagens de peões devidamente sinalizadas na grande maioria das ruas e avenidas. Perante este cenário, qualquer deslocação a pé se torna muito perigosa, pois o peão é frequentemente obrigado a pisar a faixa de rodagem, quer pela ausência de passeio quer pela existência de tapumes de obras em execução. Vejam-se os exemplos da Rua Eduardo Covas, da Avenida Krus Abecassis e o lado ocidental da Rua Helena Vaz da Silva.
Deste modo, venho apelar a V. Exa. uma intervenção rápida no sentido de fiscalizar as empresas que actualmente operam no Alto do Lumiar, para que estas cumpram as normas de segurança no que se refere à boa conservação da rede viária. Por outro lado, peço também uma sua intervenção no sentido da criação urgente de vias e passagens pedonais seguras, adequadas aos muitos milhares de habitantes do Alto do Lumiar, a fim de se acabar com o isolamento de todos os quarteirões habitacionais.
Com os melhores cumprimentos,
(assinatura)"
Ainda não obtive qualquer resposta mas pelo menos é mais um grito de alerta sobre a realidade deste bairro de Lisboa onde a falta a qualidade prometida.
Há 2 meses
3 comentários:
Caro João Baptista,
Nas horas de ponta da manhã nos dias de chuva pode facilmente chegar aos 30 a 45 minutos, sobretudo se a Krus Abecassis já estiver engarrafada. Sem ser hora de ponta demora-se 5 minutos.
Pedro, parabéns pela carta! Espero que tenhamos alguma resposta oficial em breve.
Além do que escreveste acrescento que a poluição que se sente diariamente sem qualquer equipamento de medida não é apenas um incómodo. O impacte per capita (quer de emissões de ruído quer de gases e partículas) é capaz de já ser superior ao do Aeroporto, considerando que a emissão é contínua durante algumas horas do dia. Há que considerar também que o número de habitantes da zona norte da Alta de Lisboa tem tendência para aumentar implicando isso o aumento das necessidades de mobilidade. Acredito que se as condições o permitissem cada vez mais pessoas deixariam o automóvel em casa. E essas condições passam pela oferta de acessibilidades para uma rede de transportes de superfície eficiente (um eléctrico rápido e autocarros para as ligações) e caminhos ou vias pedonais e cicláveis confortáveis e seguras. A solução não é difícil, mas falta executá-la. Recuso-me e recusarei aceitar desculpas de que quaisquer dificuldades financeiras, da SGAL, CML ou outras, estejam na origem dos atrasos das acessibilidades, pois essa já não pega. Continuaremos a insistir.
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