quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Superesquadra

23 de Setembro de 2005: lançamento da 1ª pedra da esquadra da Alta de Lisboa.



Cerimónia com muitos convidados, jornalistas presentes, um discurso lembrando a urgência do equipamento dado o período conturbado vivido nesse Verão naquela zona de Lisboa.

Prazo previsto para a finalização da obra: 18 meses

Nº de dias que faltavam para as eleições autárquicas de 9 de Outubro de 2005: 15


18 de Janeiro de 2006: A esquadra, tal como a conhecíamos a 23 de Setembro, um murinho de 4X6 tijolos, tombada.



Passaram quase 4 meses e da esquadra temos pouco mais do que esta imagem. Algumas perguntas surgem agora:

O prazo de 18 meses dado era para a duração ou conclusão da obra?

Se foi para a duração, abrem-se duas possibilidades, ou existe já um atraso de pelos menos 4 meses, ou, iremos ver obras em horas-extraordinárias para concluir a obra num período de tempo mais curto. Ou seja, ou atraso ou derrapagem de orçamento.

Se foi para conclusão, então para quê este hiato de pelo menos 4 meses? Para quê aquela cerimónia com tanta gala, se a obra só iria começar 4 meses depois?


Continuamos a ver grande parte da acção política pautada pelo sensacionalismo, pela promessa gorada, pelos atrasos e derrapagens de orçamento e não pela conjugação de esforços para servir as pessoas, verdadeira e única razão da existência das classes políticas governativas.

9 comentários:

Rodrigo Bastos disse...

É uma divisão da PSP e não uma superesquadra. A esquadra é uma das componentes que irá funcionar naquele edificio.

«Com uma área total de mais de 7.000 metros quadrados, o edifício, com quatro pisos, irá albergar uma esquadra, uma zona para a Brigada de Acidentes, além de áreas para operações de segurança, logística e apoio geral, quartos de detenção, administração e finanças, ginásio, carreira de tiro, garagem e zona de parada.»

Tiago disse...

Eu sei, mas como tudo foi apresentado como sendo super bom, super rápido e super eficiente, resolvi chamar-lhe superesquadra.

Não achas super uma divisão que albergue uma esquadra, uma zona para a Brigada de Acidentes, além de áreas para operações de segurança, logística e apoio geral, quartos de detenção, administração e finanças, ginásio, carreira de tiro, garagem e zona de parada?

Rodrigo Bastos disse...

O que acho, é que é necessário ter-se um local com boas condições de trabalho para que os seus efectivos desempenhem o seu trabalho com qualidade e eficiência e tudo isto (como é claro) de acordo com a sua área de intervenção.

Hoje no jornal público, saiu uma noticia sobre este mesmo assunto e foi indicado pela UPAL que esta construção começa para a semana. O atraso do inicio da obra de acordo com a ntícia deveu-se a uma mudança de empreiteiro.

Pedro Veiga disse...

Então se começa para a semana pode ser que no final de 2007 esteja já a funcionar!

Pedro Veiga disse...

Mas a nossa força em publicitar as situações, em contactar e alertar as entidades competentes pode ajudar a melhorar as coisas!

Tiago disse...

E quem disse que é apenas um muro caído? De facto acho mais forte a imagem do muro caído e de um grande buraco atrás do que os dois contentores e as pessoas a movimentarem-se ao fim de quatro meses. Mais forte e mais representativa da história.

Eu sou um entusiasta da Alta de Lisboa. Acho o projecto muito bem estruturado, considero que o PUAL tem sido bem adaptado às necessidades da Lisboa 20 anos depois da sua primeira versão, e acho que daqui a uns anos será uma realidade a ser tomada como exemplo para muitos.

No entanto, nesta longa construção, há percalços e situações desagradáveis que me parecem perfeitamente evitáveis. A mim, e não só. Penso que existe um cada vez maior movimento de moradores que não abdica da sua cidadania, não se refugia na lamúria conformista e, esperando pacientemente pelo futuro, sabe que pode melhorar o presente.

Também não vejo a relação entre moradores, SGAL e UPAL com um triângulo antagónico. Existem pessoas extremamente válidas, interessadas e empenhadas para que tudo corra bem, nestas três pontas do triângulo. Vejo esta relação tripartida como uma simbiose. Necessariamente, para sobrevivência de todos. Mas neste processo, é necessário mostrar as coisas boas e as coisas menos boas.

A história da esquadra, ou divisão ou superesquadra, como lhe quiserem chamar, é um bom exemplo de uma expectativa frustrada. Quatro meses para colocar dois contentores depois de lançar a primeira pedra, é obra!

Rodrigo Bastos disse...

Existe um estigma neste país em relação à palavra "reclamar". Porque é que uma reclamação têm de ser forçosamente um acto negativo? Ao reclamarmos, estamos a patrocionar directa ou indirectamente para a melhoria da qualidade e eficiência de quem nos está a prestar o serviço.

Desmagine-se quem pensa que os moradores são meros espectadores neste belo espectáculo que é a Alta de Lisboa. Temos de ser parte activa e não podemos só apontar e alertar para questões quando a coisa nos toca de muito perto. Aliás, a análise ao que nos rodeia deverá começar muito antes das coisas se tornarem realmente num problema.

Atenção que neste blog mostra-se (informa-se!!!!!) sobre o que conseguimos ver e saber sobre a Alta de Lisboa...o que achamos de bom, o que achamos de menos bom, e claro sobre o que achamos mal pois sabemos que nada é perfeito.

Tal como eu costumo dizer (e ao qual já fui criticado): eu quero A Alta em Alta, pois quero uma Alta de Lisboa onde se sinta prazer em viver e onde consigamos todos conviver...Este projecto (Alta de Lisboa) não é só da SGAL, CML, JF's ou mesmo do Governo é também um projecto ao qual os seus moradores devem e podem participar.

Ser conformista? Não! Que o movimento de cidadania cresça ainda mais na Alta de Lisboa!

Rodrigo Bastos disse...

no meu post anterior onde se lê "Desmagine-se" lêr "desimagine-se" ;)

Tiago disse...

Caro Nuno, realmente interpretei-o mal. Condoo-me das situações desesperantes que várias pessoas passaram à espera da casa que já estavam a pagar. É uma situação lamentável e inaceitável.

Contudo, se a experiência nos diz que o protesto e reivindicação individual é praticamente infrutífero, e concordo que seja pelo menos muito desgastante, não consigo abdicar de lutar em conjunto, unindo esforços para um bem comum. É por isso que nos temos todos de juntar.

Cumprimentos!