Outra vez a Holanda. Apesar da densidade populacional e falta de espaço para expansão urbana, as ciclovias são uma constante em Amesterdão. Quase sempre bem delimitadas, com duas faixas de rodagem, são utilizadas por residentes e turistas. Existem várias lojas para alugar e arranjar bicicletas.
Vê-se todo o tipo de pessoas a andar de bicicleta. Turistas de mochila às costas, casais de idosos a passear, gente a trazer as compras do supermercado, raparigas de vestido e saltos altos a caminho de um jantar, empregados de escritório de fato e gravata com o portátil a tiracolo. O uso é generalizado.
Não há automóveis em cima dos passeios, mas qualquer poste ou gradeamento serve para acorrentar a bicicleta. Junto à Estação Central de comboios existe um enorme parque de bicicletas com três andares.
Não é só na cidade que existe espaço para ciclistas. Fui até uma vila a cerca de 20km de Amesterdão e rolei sempre em ciclovias.
Lisboa tem uma configuração geográfica demasiado acidentada para ter uma rede de ciclovias em toda a sua área, mas no eixo que vai desde a Alta de Lisboa, passando pelo Campo Grande, Avenidas Novas, Marquês do Pombal, Avenida da Liberdade até à Praça do Comércio seria perfeitamente possível andar confortavelmente de bicicleta sem ser um atleta de alta competição. Mas, sem ciclovias, andar de bicicleta em Lisboa é um exercício arriscado. Esta é mais uma infraestrutura que depende apenas da vontade política dos nossos autarcas.
P.S. Aqui fica um estudo da Comissão Europeia para o Ambiente, Cidades para Bicicletas, Cidades de Futuro. Seria bom que alguns autarcas das nossas freguesias o lessem. Mas mesmo que não o façam, esta é uma das propostas que podemos levar avante por meio de abaixo assinados, petições na Assembleia Municipal e de Freguesia. A Alta de Lisboa, por estar ainda em construção, pode ser o início de uma mudança de hábitos e mentalidades nos transportes da cidade.
Outros blogs que falam do assunto: Ambientalistas da Amadora, A-Sul e Massa Crítica.
2 comentários:
No dia 18 de Setembro 2005, a associação ambientalista GEOTA, organiza um passeio de bicicleta desde a Torre de Belém até à Expo, rio Trancão, para exigir mais ciclovias para a cidade de Lisboa. Para mais informações, veja folheto em:
http://mega.ist.utl.pt/~aecoist/folhetoGEOTA_final.pdf
Será que iremos ter ciclovias na alta? pelo menos em 2001 já era defendido:
Assembleia Municipal de Lisboa:
Propostas "Verdes" para a valorização da mobilidade pedonal e uso da bicicleta na cidade, aprovadas
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou ontem, dia 18 de Setembro, por unanimidade, duas propostas de "Os Verdes", uma Recomendação e uma Moção, que vão no sentido da criação de condições para a utilização em segurança da bicicleta.
Nos termos da Recomendação a Assembleia Municipal de Lisboa Recomenda ao Executiva que efectue as diligências necessárias, junto dos diversos operadores em particular do ML e da CP (mas também marítimos), no sentido de vir a ser criado um espaço próprio e seguro para estacionamento de bicicletas nos átrios das estações de Metro e nas estações de Comboios e terminais de barco, permitindo assim, em conjunto com os parques de estacionamento subterrâneos, criar uma rede de estacionamento seguro e gratuito para bicicletas e permitindo a sua integração e articulação com os demais modos de transportes na cidade, constituindo um sinal claro de incentivo e estimulo por parte das entidades públicas a uma mobilidade alternativa e saudável.
Nos termos da Moção, a Assembleia Municipal de Lisboa manifesta o seu inequívoco empenho na concretização atempada do projectado eixo pedonal na Alta de Lisboa, com a inclusão de pista dedicada à circulação de velocípedes, a efectivar no quadro da realização das diversas infra-estruturas, assumindo-se que o mesmo constituirá um elemento de valorização deste território, da qualidade de vida na cidade e de modernização de Lisboa.
"Os Verdes" consideram estas decisões, um excelente contributo no que diz respeito à criação de condições para a utilização em segurança de transportes alternativos, até porque, a adopção de novos hábitos de mobilidade, como o uso de bicicleta, será tanto mais significativa quanto mais condições de segurança forem criadas, não só para a circulação (pistas dedicadas), e tanto quanto possível em articulação com os demais modos de transporte, como também para o seu estacionamento.
O Gabinete de Imprensa
Lisboa, 19 de Setembro de 2001
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