quinta-feira, 7 de julho de 2005

Já não sobra uma!



As placas de betão cartonado do Condomínio da Torre continuam a ser destruídas a cada dia que passa, deixando este aspecto desolador em edifícios com pouco mais de um ano. Não vale a pena investir em materiais frágeis quando não há condições para os manter. Não querendo alterar os projectos iniciais do arquitecto, há que encontrar, no entanto, uma solução de compromisso que seja mais resistente.

8 comentários:

Pedro Veiga disse...

Estas fachadas estão cada vez mais desfiguradas. Isto é como as paredes de certas estações do metro: inicialmente estão limpas e bem pintadas, assim que aparece o primeiro rabisco não tarda que a parede fique completamente riscada!
Isto são actos de vandalismo que infelizmente existem por todas as nossas cidades.

Tiago disse...

É um problema complicado, muito desagradável e revoltante pela impunidade. Há fenómenos de delinquência juvenil que são adquiridos por aculturação e difíceis de contrariar. Desagrada-me imenso que se faça um discurso redutor e simplista, acusando e culpando uma classe social ou umaraça no seu todos pelo comportyamento reprovável de alguns. Ou seja, acho que este vandalismo é provocado por alguns habitantes dos PER, mas estou convencido que são uma minoria, e que os restantes moradores não aprovam este comportamento. Não sei qual é a solução para o problema, já que substituir as placas por outras mais resistentes não é uma solução para o problema do vandalismo, mas um remédio.

Acho que o nosso esforço terá de centrar-se de facto na mudança de atitude e consciência de todos os moradores da Alta de Lisboa para com estes problemas. Já falamos disto anteriormente, referindo-nos às escolas. Que tal pensarmos num projecto a apresentar às escolas da Alta de Lisboa por forma a implicar os alunos na construção do seu bairro?

Tiago disse...

Problema central não será, Luís. As placas não ficariam danificadas desta forma se não fosse o vandalismo. E usar materiais mais resistente não acaba com o vandalismo. Ou seja, acho que se devem mudar os materiais para que os efeitos do vandalismo sejam menos visíveis. Mas, a meu ver, a delinquência e vandalismo é que são o problema central.

Foi-me dito que o atelier do arq. Valsassina mostrou maior abertura quanto à alteração do projecto, nomeadamente nos materiais, depois de constatar a dimensão do problema.

Rodrigo Bastos disse...

Não nos podemos esquecer que este problema foi originado pela falta de resistência do material utilizado. Por isso quem desenhou o projecto terá sempre a sua quota parte de responsabilidade visto que deveria ter em conta este tipo de situações...mesmo tomando o exemplo de: Dois adolescentes a brincar aos empurrões no passeio.

Não quero dizer com isto que deveria haver um "estudo sociológico" associado ao projecto de arquitectura (nalguns projectos até penso que deve efectivamente existir), mas não podemos desculpabilizar o Arqº pelos materiais escolhidos e pela sua aparentemente atitude passiva quando recebe uma comunicação formal por parte de uma administração de condóminio e nada faz. Porque que é necessário deixar as coisas chegar a um aparente extremo para se começar a pensar em actuar?

De acordo com o Tiago, o Arqº Valssasina está disposto a reconsiderar a sua decisão. Da minha parte, fico então a aguardar ansiosamente pelas alternativas propostas, sabendo de antemão que de acordo com a minha Administração de Condominio a discussão do problema das fachadas do Condominio da Torre já está em discussão na CML.

Quanto ao vandalismo ele existe, é ingável e infelizmente para já bem patente aos nossos olhos quando olhamos para a nossa Alta de LX, mas não podemos cair na tentação aparentemente fácil de o associar directamente ao PER. Temos é de conseguir fazer com que as autoridades competentes (executivas e não só) façam o seu trabalho.

Tiago disse...

Tudo o que disse acerca da posição do atelier do Arq. Valssassina não é informação que me tenha chegado directamente. Mas a questão é esta: chega a informação ao atelier de que algumas placas se partiram e propõe-se a a subtituição por outro material. A atelier, sem sabem a real dimensão do problema, diz que não aceita a mudança do projecto, querendo apenas que as placas sejam substituídas por outras iguais.

Depois, chega ao atelier a informação de que o problema se agravou, e acompanha-se a carta com fotografias do espaço para que o Arq. tenha uma noção mais preciso do que se está a falar.

Acho natural que um arquitecto não queira alterar sem mais nem menos um projecto que idealizou. Por outro lado, o estado em que está o Condomínio da Torre não beneficia nem os moradores, nem o Arquitecto que o projectou. Sendo assim, acho verosímil que o Arq. Valssassina, tendo tomado conhecimento visual do estado do edifício, tenha chegado à conclusão que o mal menor para o seu "filho" é fazer uma peuqena alteração nos materiais para que a aparência se mantenha boa por mais tempo.

Isto é só o que deduzo que tenha acontecido. Quando temos um problema em mãos, devemos tentar resolvê-lo a bem e tentar perceber se o bloqueio à resolução do problema assenta no desconhecimento ou má vontade da outra pessoa. Eu acho que a maioria das vezes há falta de informação e não mávontade ou desonestidade, pelo que não vale muito a pena perder energia a insultar pessoas ou por em causa a sua idoneidade. Tentemos sempre resolver todos os problemas da Alta de Lisboa a bem. Guardemos energia para tudo o que temos pela frente, e encaremos o futuro de forma empreendedora e optimista!

Rodrigo Bastos disse...

O facto de estar a indicar que o Arqº responsavel pelo projecto tem "culpa no cartório", não significa por si só um comentário negativo.Temos de avaliar esta questão noutros primas também.

Penso todos concordamos que estamos perante uma situação clarissima de falha na escolha dos materiais que compoêm as fachadas dos condominios da Torre. Quanto a isto ninguém tem dúvidas, penso eu...

As placas são inegávelmente frageis. O seu mau estado provoca danos bastante visiveis na estrutura dos prédios, ao ponto das pessoas sentirem incomodadas ao verificarem o estado de conservação do seu prédio e a maioria nem à 1 ano que está a viver na Alta de LX. Temos de pensar também nas repercussões que este tipo de falhas tem no dia a dia das pessoas que moram nos condominios em causa e onde eu próprio me incluo.

Caso o Sr. Arqº Valssassina alguma vez leia este post e os seus respectivos comentários, só espero que estes lhe patrocinem uma reflexão... "avaliando a gravidade do estado de saúde do seu filho e que prescreva os medicamentos e/ou as técnicas mais eficazes que existem no mercado para que ele fique novamente saudável... pois quando está de boa saúde tem um mesmo um belissimo aspecto".

Sou daqueles que gostava de ver "este filho" do Arq Valssassina novamente raioso e sorridente, pois foi essa uma das razões que me fez compra-lo (uma fracção como devem calcular :)) quando ainda era uma simples maquete...

Acredito nas Instituições e acredito no projecto da Alta de LX e acima de tudo, tenho muita "fézada" (permitam-me) que este "pequeno" problema irá ser solucionado brevemente.

Anónimo disse...

Não creio que seja dificil chegar a uma solução que passe pelo uso de materiais ou tecnicas de aplicação dos mesmos que tornem as fachadas resistentes aos "humores" de quem lá passa sem que se produzam alterações a nível visual. Há que ter bom senso e aprender com os nossos erros.

Anónimo disse...

De quem é a culpa? Para mim é do arquitecto. Se fosse um pato bravo, se calhar sabia que o material não era o apropriado.


Alta do Lumiar