segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Entrevista ao Dr. Nuno Caleia (na íntegra) - IV

Viver na Alta de Lisboa: Existem já vários anos de estudos e aprovações de projectos para a Porta Sul. Um Director do Urbanismo do Arqº Manuel Salgado anunciou um novo concurso público internacional e portanto, vamos ter que esperar mais 6 anos para uma nova aprovação e o início da obra. Isso não demonstra por parte da CML uma vontade de concluir não só a Santos e Castro, como uma ligação eficaz da Alta de Lisboa ao resto da cidade porque aí também entronca o Eixo Central.

Nuno Caleia: Esse processo já foi aprovado e lançado. Garantir até ao final do ano que vem um nó de ligação com a 2ª Circular e um nó de ligação ao Eixo Central, que numa primeira instância se considerou como uma rotunda provisória e, neste momento, é essencialmente a 1ª fase da rotunda definitiva. Este desenvolvimento não faz perigar a abertura da Santos e Castro nem a abertura do Eixo Central. Vai faseá-lo no tempo, no sentido de ter primeiro esta situação implantada no território, e aquilo que de algum modo foi a avaliação feita até ao momento. Esta solução faseada foi a forma de minimizar o dano em obra e tentar maximizar a opção final. Neste re-equacionar da decisão, há algum passo atrás em relação à Porta Sul. Mas parece-me que se podem minimizar danos e conseguir pôr as estruturas a funcionar em tempo útil. Havendo uma re-decisão, não há propriamente um impacto de ficarmos sem nada. Não.

Viver na Alta de Lisboa: Esta reformulação vai estar também ligada à reformulação da Rua das Murtas e à ligação ao Campo Grande, ou não?

Nuno Caleia: Essa questão foi por nós alertada com a necessidade de lançamento do projecto. Que o projecto definitivo integrasse o conceito da ligação ao Campo Grande, que era uma coisa que neste ponto nos parecia um bocadinho deficiente. Ainda que seja uma questão para fora da nossa área de intervenção directa enquanto Unidade de Projecto, não deixamos de referir esse aspecto: que a solução final conceba ou estabilize de que modo se chega ao Campo Grande de maneira a poder responder àquele conceito, àquela ideia, aquele princípio de prolongamento do eixo histórico por dentro do Alto do Lumiar. O eixo histórico como eixo viário, portanto, Av. Liberdade-Av. Fontes Pereira de Melo-Av. Da República-Campo Grande. E mais do que o prolongamento do eixo histórico, a fusão dos dois eixos principais. O outro eixo é o da Av. Almirante Reis–Av. Roma. Ambos se aproximam aqui na Av. Do Brasil e portanto este ideal urbanístico, digamos assim, de poder fazer a ligação aos dois eixos principais, não deixa de ser uma tentação.


1 comentário:

Luis Ferreira disse...

Fiquei baralhado.
"Trocado por míudos" isto significa o quê ?