quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Alexandre Orion relata a experiência do túnel

Na madrugada do dia 13 de julho de 2006, comecei uma intervenção no túnel que liga a Av. Europa e a Cidade Jardim em São Paulo. A intervenção ocorre por processo de subtração, limpando a fuligem produzida pelos carros que se deposita rias paredes do túnel produzo imagens de crânios humanos.

Durante as madrugadas em que trabalhei na “limpeza” do túnel, foram várias abordagens policiais. Porém, como previsto, ninguém podia me impedir de desenhar as caveiras no túnel. Não havia crime em “limpar”, O crime era ambiental: poluição pra ninguém botar defeito. E, como também era previsto, o Estado não deixou barato. Só existia uma forma de impedir a "limpeza" a minha maneira, limpando também. E assim foi!

A intervenção tinha alcançado 160 metros de extensão quando a prefeitura de São Paulo efetuou a primeira limpeza. Mas, ao contrário do que eu esperava, eles não fizeram a limpeza completa do túnel. O que realmente me impediria de continuar seria a remoção de toda a sujeira, matéria-prima utilizada no trabalho. A intenção do Estado foi apenas remover a intervenção. Eles anularam a mensagem criando uma grande área limpa e deixando o restante do túnel sujo como deve ser. O crime passou a ser outro: censura! Rs...

Mas como a matéria-prima ainda continuava lá, voltei com a provocação no dia 13 de agosto. Depois de algumas madrugadas de trabalho, a intervenção alcançara em torno de 120 metros, a equipe da prefeitura, acompanhada da CET e da Polícia Militar, apareceu para efetuar a limpeza de todo o túnel.

Desde de então, todos os túneis da cidade foram limpos. A limpeza do túnel da Cidade Jardim foi concluída, em seguida a limpeza do túnel da Rebouças, e de outros tantos túneis da cidade. Em menos de 4 meses, tudo estará sujo de novo.

Melhor do que limpar seria pararmos de poluir.

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