sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Novas estações do Metro

Como já todos sabemos, o Metro abriu, finalmente, as duas novas estações da linha azul. Já fui experimentar uma vez que, por enquanto, trabalho para aquelas bandas. O Terreiro do Paço só vi de passagem, mas Sta. Apolónia é ampla e muito luminosa. Só tenho pena que não tenham painéis de azulejos.


Tal como o Metro diz "este novo troço representa o esforço contínuo de tentar dotar a cidade de equipamentos que tornem o conceito de intermodalidade uma realidade. As novas estações Terreiro do Paço e Santa Apolónia foram projectadas de forma a permitirem a ligação do metro com os outros operadores de transporte, nomeadamente Carris, Soflusa, Transtejo, CP e táxis". Eram, claramente, duas estações importantes, não só para Lisboa, como para a rápida ligação com o resto do país. Aliás, gosto muito da campanha de promoção destas estações, aquela do "A um metro do Sul" para o Terreiro do Paço, e "A um metro do Norte", para Sta. Apolónia.

Acontece que, havendo estação de Metro em Sta. Apolónia, a Carris resolve acabar com várias das carreiras que servem aquela zona de Lisboa. Acaba-se de vez o 90, e acaba-se com o troço Praça do Comércio - Sta. Apolónia do 9 e do 746. São 3 autocarros a menos. A população de Alfama, que é quem mais se devia animar com a proximidade do Metro, não está contente. Correm abaixo-assinados e organizam-se manifestações. Não contra o Metro, note-se (antes que sejam rotulados de anti-progresso), mas contra a Carris.

E têm toda a razão. Entre a Praça do Comércio e Sta. Apolónia existem 5 paragens de autocarro. Cinco. É ainda um grande esticão. Ou temos o nosso destino nas extremidades, onde está o Metro, ou temos que calcorrear a pé ainda um grande pedaço. E se eu me importo pouco, que ainda vou sendo nova; ou os turistas, que gostam de andar a pé; a população de Alfama é uma população envelhecida a quem custa o esforço de mobilidade agora acrescido. Mas com isso a Carris pouco se importa.

O que eu quero dizer com isto é que se, por um lado, o Metro parece esforçar-se pela integração dos transportes em Lisboa, a Carris parece esforçar-se pelo oposto. Uma melhoria dos transportes públicos não significa a substituição do que já há pelo Metro. Significa adicionar o Metro ao que já há. Criar redundâncias. Oferecer alternativas aos utentes. Só assim se promove verdadeiramente a mobilidade.

Não tenho dúvidas que as vozes de protesto contra a Carris serão recebidas por ouvidos moucos. Andaremos mais enlatados no Metro pela falta de alternativa. Alguns de nós andaremos muito mais a pé aumentando o tempo total de trajecto, ao invés de o encurtar com a rapidez do Metro. Mas a Carris não terá prejuizos. E isso é que é importante!

5 comentários:

Pedro Cruz Gomes disse...

Não percebo as vantagens da ligação do Metro a Sta. Apolónia (e não a Alfama). Não há ligação do Metro à Gare do Oriente? E não passa a maioria (se não a totalidade) dos utentes que vão para Sta. Apolónia pela Gare?
Então que justificação é essa de, finalmente, o comboio já estar ligado à rede de Metro? Quem sai no Oriente tem ligação a toda a rede!...

Unknown disse...

Tens razao, nao me tinha lembrado disso. Embora não ache mal haver ligação nos dois sítios. Havia era de haver estação intermédia entre o TP e Sta. Apolonia.

Nem imagino os custos de mais uma estação ali, com os problemas técnicos que teve este troço... Mas tb não percebo, sinceramente, pq nao foi estudada uma solução de superficie aqui, com tanto espaço que há naquelas docas do Jardim do Tabaco, cheias de parques do estacionamento.

Ainda para mais, a avaliar pela utilização expectavel do Metro, agora ficariam vazos, nao é? (duvido).

E um troço de superficie ribeirinho, q chique q era. E tão mais barato.

Antonio Pedro disse...

Penso que é fácil de perceber a não adopção da solução de superfície. Basta ver o que se passa no sentido oposto, com a linha de cascais que criou um obstáculo entre a cidade e o rio.

Pedro Veiga disse...

O ritmo e as opções da expansão da rede de metro em Lisboa estão muito desfasadas do crescimento da cidade. A ligação do metro a Santa Apolónia fazia muito sentido há 20 ou 30 anos atrás. Actualmente esta estação de comboios é secundária à escala da Grande Lisboa. De facto, com o desenvolvimento da linha de cintura (a linha que liga Alcântara ao Oriente) e com o desenvolvimento da estação de Entrecampos, com a construção da travessia ferroviária do Tejo e com o aparecimento da Gare do Oriente as estações tradicionais de Lisboa (Rossio e Santa Apolónia) perderam importância que tinham outrora.
Hoje Lisboa necessita de uma rede de metropolitano maior e mais eficiente do que a que tem actualmente. Necessita de mais linhas que liguem os bairros residenciais da coroa norte com o centro. Necessita de um metropolitano que não reduza a frequência para metade durante grande parte da horas do dia nos percursos que servem as zonas mais periféricas do concelho. Lisboa também necessita de um sistema ferroviário ligeiro que complemente esta rede de metro, sistema que pode ser construído rapidamente e a preços muito mais convidativos quando comparados com os do metro subterrâneo.
A mobilidade de uma cidade também se faz à superfície porque é aí que está a actividade económica. É à superfície que as pessoas se encontram, que vivem a rua, que usufruem dos serviços que existem disponíveis. Por isso, o desenvolvimento de um sistema de eléctricos adequado à malha urbana, com a concomitante supressão do pesado trânsito de automóveis particulares, é fundamental para a sobrevivência desta cidade poluída e asfixiada. Tenho pena que nenhuma equipa camarária ainda não tenha percebido a necessidade da melhoria da eficiência do transporte público à superfície.

Unknown disse...

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